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Rui Gomes, em 26.09.22

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Permito-me, intrometer nesta discussão sobre o futuro do SPORTING.

Desde já, advirto que sendo sócio do SPORTING há mais de 50 anos, sempre fui partidário da estrutura tradicional da forma associativa formada pelos apaixonados e devotos (sócios e adeptos) do Clube, e que a constituição de uma SAD (sociedade anónima desportiva) sempre me soou como uma heresia.

Reconheço, contudo, que a profissionalização do futebol ganhou contornos mercantis, com a consequente transformação da sua gestão, o que levou à transformação dos clubes em sociedades anónimas desportivas, figura “sui generis” do direito societário, que num cenário de endividamento e carência de investimentos, parecia ser a melhor solução para a profissionalização da estrutura desportiva em que os investimentos (internos ou externos) encontravam a possibilidade de retorno e a via de um bom caminho para o crescimento do negócio do futebol (lembro-me bem das palavras de José Roquette que ao criar em 1996 a Sporting SAD invocava a concretização do clube empresa como a modernização do futebol português).

Entretanto, na prática, o resultado não foi dos melhores em que a perda da maioria das SADs do futebol em favor de investidores estrangeiros, com a consequente passagem da gestão do clubes para mãos alheias, tem sido desastroso, por um lado, pela falta de supervisão sobre a origem do capital e, por outro, porque a previsão da obrigatoriedade de reversão dos lucros em benefício exclusivo da actividade desportiva do clube, traz como consequência o desinteresse por parte dos accionistas, que não vêem o retorno de seu investimento.

Enfim, porque a lei das SADs obriga, em caso de insolvência destas, os clubes fundadores a começar do zero em vez de continuarem no escalão onde a SAD se encontrava, os que caíram nesta esparrela (Beira-Mar, União de Leiria, Atlético, Belenenses, etc.), todos eles sofrem o calvário doloroso rumo à elite do futebol português.

Portanto, embora com outra dimensão, o problema de uma eventual alienação do capital da SPORTING SAD, centra-se nesta contradição insanável em que quanto mais se protege posição accionista do Sporting Clube na maioria da Sporting SAD (83,90% do capital) mais se afastam potenciais investidores.

Ou seja, não descortino que grande investidor estrangeiro esteja disposto a investir no SPORTING, senão a de comprar a maioria do capital da SAD. Com todas as consequências daí advenientes.

Comentário do leitor Carlos Antunes

publicado às 13:30

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1 comentário

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De Mike Portugal a 26.09.2022 às 18:55

As pessoas, quando ouvem falar dos investidores nas SADs só pensam numa coisa:

- a entrada gigantesca de dinheiro para permitir comprar grandes jogadores e ganhar o campeonato 20 anos consecutivamente. A exemplo, como acontece com o PSG.

Mas esquecem-se duma coisa muito importante: tal como irá acontecer com o PSG e o campeonato Francês se nada for feito, as vitórias ficarão reduzidas a nada, se não houver competidores à altura. O desinteresse começará a manifestar-se e acaba o futebol ao nível desse campeonato interno.

Ninguém quer ver o PSG a ganhar 20 títulos consecutivos.
Ninguém quer ver o Bayern a ganhar 20 títulos consecutivos.
Ninguém quer ver o City a ganhar 20 títulos consecutivos.
Ninguém quer ver o Real Madrid a ganhar 20 títulos consecutivos.

E digo mais, nem eu queria ver o SCP a ganhar 20 títulos consecutivos. Porque o meu interesse estaria morto ao fim de 10.

Há que perceber que aquilo que fizeram em Inglaterra, maioritariamente e em outros dos top 5 países do futebol, só funciona se se conseguir manter um campeonato competitivo, coisa que não é possível, a meu ver, em nenhum país, excetuando a Inglaterra, onde a cultura desportiva é bem diferente (e mesmo assim tenho as minhas dúvidas).

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