Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Permito-me, intrometer nesta discussão sobre o futuro do SPORTING.
Desde já, advirto que sendo sócio do SPORTING há mais de 50 anos, sempre fui partidário da estrutura tradicional da forma associativa formada pelos apaixonados e devotos (sócios e adeptos) do Clube, e que a constituição de uma SAD (sociedade anónima desportiva) sempre me soou como uma heresia.
Reconheço, contudo, que a profissionalização do futebol ganhou contornos mercantis, com a consequente transformação da sua gestão, o que levou à transformação dos clubes em sociedades anónimas desportivas, figura “sui generis” do direito societário, que num cenário de endividamento e carência de investimentos, parecia ser a melhor solução para a profissionalização da estrutura desportiva em que os investimentos (internos ou externos) encontravam a possibilidade de retorno e a via de um bom caminho para o crescimento do negócio do futebol (lembro-me bem das palavras de José Roquette que ao criar em 1996 a Sporting SAD invocava a concretização do clube empresa como a modernização do futebol português).
Entretanto, na prática, o resultado não foi dos melhores em que a perda da maioria das SADs do futebol em favor de investidores estrangeiros, com a consequente passagem da gestão do clubes para mãos alheias, tem sido desastroso, por um lado, pela falta de supervisão sobre a origem do capital e, por outro, porque a previsão da obrigatoriedade de reversão dos lucros em benefício exclusivo da actividade desportiva do clube, traz como consequência o desinteresse por parte dos accionistas, que não vêem o retorno de seu investimento.
Enfim, porque a lei das SADs obriga, em caso de insolvência destas, os clubes fundadores a começar do zero em vez de continuarem no escalão onde a SAD se encontrava, os que caíram nesta esparrela (Beira-Mar, União de Leiria, Atlético, Belenenses, etc.), todos eles sofrem o calvário doloroso rumo à elite do futebol português.
Portanto, embora com outra dimensão, o problema de uma eventual alienação do capital da SPORTING SAD, centra-se nesta contradição insanável em que quanto mais se protege posição accionista do Sporting Clube na maioria da Sporting SAD (83,90% do capital) mais se afastam potenciais investidores.
Ou seja, não descortino que grande investidor estrangeiro esteja disposto a investir no SPORTING, senão a de comprar a maioria do capital da SAD. Com todas as consequências daí advenientes.
Comentário do leitor Carlos Antunes
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.