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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
E o desporto, onde está?
São dias de grande turbulência não-desportiva aqueles que atravessamos. Não são só de agora. Constantemente somos invadidos por casos, arrufos e trocas de palavras de gente crescida que mais parece crianças. São comuns as alusões nos media a críticas, bate-boca, ‘diz que disse’ e ‘fez que não fez’. Estamos, não tenho quaisquer dúvidas, perante um mercado paralelo que vive engordado por estes impropérios e quezílias. Em meu entender, isto só acontece devido à existência de um número elevado (mais do que a conta, convenhamos) de pessoas, e até empresas, que existem publicamente porque alimentam e se alimentam deste clima onde falham os valores. Isto é tudo menos desporto, pois os princípios não são os preconizados e transmitidos nesta área. São estas ‘piranhas do sangue’ derramado que potenciam e semeiam estes ventos, por vezes de forma conspurcada e pouco ética, com o único intuito, dissimulado mas claro aos olhos dos mais preocupados, de presenciar e viver as tempestades e delas retirar contrapartidas financeiras ou mediatismo fácil. Cabe a quem representa os órgãos sociais de instituições desportivas, e também aos adeptos do desporto, lutar contra este adversário e não se deixar levar por estas manobras.
A minha questão é simples e directa: e o desporto, onde está? Vamos mas é falar da tácita, da bola que entra, dos atletas, dos heróis, avaliar as pessoas pelos projectos a que se propuseram e celebrar pela conquista do clube de cada um. Nisto faço gosto! É correcto, na minha forma de estar na vida, dizer bem ou mal dos jogadores pela boa jogada ou pelo golo e avaliar os dirigentes pelo sucesso desportivo e qualidade e posicionamento de gestão e social. Tudo o resto não me interessa. E incomoda-me!
Como é do conhecimento público, Bruno de Carvalho tem sido causticado pela imprensa! E já não é só a imprensa dita popular – na medida em que também os órgãos de comunicação social generalistas, desportivos e de referência lhe têm dedicado largo espaço.
É, na verdade, impressionante como a vida privada do presidente do Sporting Clube de Portugal tem sido dissecada no espaço mediático, espaço esse em que, cada vez mais, se confunde a actividade e a performance de Bruno de Carvalho ao serviço do clube com as incidências da sua vida privada e respectivas nuances pessoais. Nestes últimos tempos tenho tido, por vezes, a sensação de que não é justa a forma como essa pressão tem sido desencadeada e mantida. Em rigor, não devemos considerar como admissível que o mandato público de líderes, seja qual fora área de acção, possa e deva ser reduzido à sua escala privada e ao seu universo mais íntimo. Creio que a aplicação prática desse princípio tolda a perspectiva pura e objectiva sobre o desempenho e resultados do exercício dos responsáveis com visibilidade pública. Não concordo com o que estão a fazer ao presidente do meu clube. A avaliar quaisquer pessoas com estes cargos deverá ser pelo seu desempenho, postura, princípios e valências, digo eu !
Na próxima semana joga-se, em Odivelas, a UEFA Futsal Cup – a Champions League do Futsal. Quero transmitir aos meus anteriores colegas de equipa aquele abraço unificador e carregado de boas energias que nos levou a tantos títulos. Durante muitos anos a preparação desta competição foi o meu mundo. Uma fase em que carregava a alegria de poder jogar e a vontade de satisfazer milhões de sportinguistas. Este foi sempre o objectivo maior da minha carreira desportiva, tornar o Sporting ... "tão grande como os maiores da Europa". Moveu-me, motivou-me e despertou em mim o desejo de conquistar o título europeu de clubes. Infelizmente, como jogador, não consegui ajudar a lá chegar. Ainda posso, como adepto e sócio. Quero muito que isso aconteça. Vamos, equipa, vamos para cima deles! Acabando pelo começo, é por este insucesso e pelos 23 títulos que ajudei a conquistar que espero ter os 22 anos de atleta analisados. Só assim faz sentido dar-se ouvidos.
Saudações desportivas
Candidatura de João Benedito no horizonte ?... Muito embora ainda não haja nada de concreto, admite-se essa distinta possibilidade. Um hipotético candidato que apesar da sua juventude e inexperiência, não agradará muito a Bruno de Carvalho, por razões óbvias.
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