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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Tribunal popular ou colectivo de Alvalade. Começou com Roquette, acompanhado do seu advogado. A provecta idade do ex-presidente retirou-lhe lucidez e fê-lo satisfazer-se com pouco. Uma audiência sem história.
Depois foi o dia de presença de José Eduardo Bettencourt e de Luiz Godinho Lopes na travestida "comissão". Se a primeira presença se esperava, já a última apenas se compreende pelo facto do engenheiro querer "por os pontos nos is" junto de adeptos, isto para quem, como ele, processou Azevedo de Carvalho, sede em que Bruno terá de prestar contas. Ainda assim eu não o teria feito.
Bettencourt não foi só. Acompanhavam-no 3 (!) advogados 3, um dos quais um ilustre sportinguista. Quando se chegou ao tema "comissões" Bruno começou a não gostar da história tais foram os números comparativos que foram esgrimidos pela outra parte a este propósito.
Nesse dia, em que Godinho Lopes também foi ouvido, marcaram presença, pelo Sporting, entre outros, Azevedo de Carvalho, Marta Soares, jovens membros das emudecidas claques e o único personagem que dominava os dossiers em questão, Nuno Silvério Marques, este quiçá lembrado dos seus velhos tempos de Colégio Militar.
Ausência notada a de Bacelar Gouveia, presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar, a contas com o processo que Godinho lhe moveu e com crescente afastamento da entourage de Bruno.
O bombeiro de Vila Nova de Poiares teve (mais) um dia negro. Confrontado, na audição deste, com o facto de ter sido um entusiástico adepto de Godinho Lopes, o comendador Marta Soares tremeu e, à falta de outros argumentos,e perante o olhar desconfiado da plateia, saiu-se com a única estirada possível: a de que se tinha enganado quando havia tecido públicas loas a Godinho, perguntando, em voz alta, e visivelmente incomodado, se não tinha direito ao erro.
Foi o começo do incêndio que antes ameaçara já pegar com Bettencourt.
E o fogo alastrou mas para o lado menos esperado tal a força do vento na sala. Da parte do Sporting, Bruno, qual delegado do Ministério Público, abre o libelo acusatório e dispara balas contra o seu antecessor, falando, essencialmente, dos gastos por época. Godinho, que chegara sozinho e sem advogado, e revelando um apreciável domínio dos dossiers e dos números, mesmo os actuais, respondeu-lhe à altura e demonstrou-lhe que os gastos do consulado de Carvalho eram, afinal, bem superiores aos seus. Carvalho, atordoado, afinou e nunca mais se recompôs. Visivelmente agastado e não esperando estar a ser derrotado em casa, precisamente na área em que, supostamente, "dá cartas", abandonou o recinto de jogo. E, quando se esperaria que retornasse nem que fosse para uma tentativa de "faena final", de Bruno nem mais uma sombra se viu. Partira para não mais regressar deixando os seus pares órfãos do "Querido Líder"!. O desapontamento entre os seus apaniguados era já indisfarçável...
No final de 7 horas de tribunal com Godinho, a que se somaram as 4 de Bettencourt, o plano de Bruno falhara. No momento final em que se esperava que as coisas ficassem por aí, eis que o ausente Bruno teve de "engolir novo sapo". Virando-se para Godinho Lopes, dois associados representativos de sectores do clube, envergonhados com tudo o que se passara e afirmando não se rever naquele tipo de postura, pediram-lhe desculpa.
Era o fim de festa e o porquê de Godinho Lopes ter publicamente declarado "sair mais aliviado de Alvalade". Bruno, esse, ainda não acredita que o tribunal de "faz de conta" que resolvera criar lhe trouxesse, afinal, tanta dose de arrependimento.
Há dias em que nem Nuno Saraiva o safa. Nessa noite Bruno dormiu atormentado.
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