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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Todo o Mundo é feito de mudança. A frase que visa representar a evolução da humanidade deve-se a Camões. A mudança, no sentido do progresso, é muitas vezes feita com boas intenções, isto é, com o intuito de tentar tornar melhor a vida das pessoas. Mas mesmo feita com sentido positivo, houve sempre quem se servisse de boas intenções em sentido negativo.
A introdução vem a propósito do aparecimento das claques no futebol. Não é seguramente um assunto dos mais prioritários, neste momento, na vida do Sporting, mas não deixa, por isso, de ser relevante.
A claque, como grupo organizado, em sentido restrito, teve a sua origem na presidência de João Rocha, e trazia consigo o objectivo de constituir um grupo que animasse as bancadas, o décimo segundo jogador "dentro do campo". O bom princípio evoluiu paralelamente à evolução da sociedade, que nalguns aspectos, relacionados com certos valores, regrediu.
Quando vivia em Lisboa e era presença habitual no estádio demolido, os adeptos estavam presentes em grande número e não regateavam apoio às equipas, desde o princípio ao fim do jogo. Nunca senti a necessidade de qualquer grupo específico para animar as bancadas. Por isso, assumo-me com anti-claquista, em qualquer clube.
Hoje, as claques dispõem de regalias que não são atribuídas a outros associados, mas não podem ser todas colocadas no mesmo saco. Quero aqui distinguir a Juve Leo, pela gente que atrai, pelas regalias especiais de que dispõe, e pelo poder que foi ganhando dentro do Clube, sobretudo desde a presidência anterior. Foi transformada pelo ex-presidente numa guarda pretoriana, que garantia o seu poder. O poder que a sustentava caiu, no entanto, esta continua a exercer a mesma influência, e de certo modo a mesma arrogância.
O novo presidente, se quer ter independência, tem de se impor a esta situação. A Juve Leo não pode ser um poder e/ou contra-poder, conforme as conveniências, na estrutura do Sporting. Frederico Varandas se diz ter coragem, tem de a mostrar nos dossiês difíceis, e encontrar uma solução.
Para mim, que não quero ser politicamente correcto, era extinta, mas admito que possa haver outras soluções. Não se pode dissociar o comportamento das claques da vontade do dirigismo, sobretudo do mau dirigismo. Tem que se definir, claramente, quem exerce o poder legítimo no Sporting.
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