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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
A decisão do Tribunal Arbitral do Desporto de Lausanne (TAS) relativa ao caso Doyen constitui uma grave perda para o Sporting, com consequências ainda imprevisíveis. É um erro considerar-se que Bruno de Carvalho terá sido o perdedor. Não foi. Ele é um fogo-fátuo e, tal como apareceu de súbito no universo sportinguista, irá desaparecer forçado pelas circunstâncias. Então, quando isso se verificar, o Clube estará pior do que quando ele venceu as eleições em 2013. Pessoas assim, como Bruno de Carvalho, quando finalmente se vão embora deixam tudo pior do que encontraram.
Ficou-se a saber através do Facebook presidencial que o Sporting irá recorrer para o Tribunal Federal da Suíça. Sendo possível (mas, pouco ou nada provável), isso significará mais despesas sobre custas judiciais e aumento dos juros, para além de se adiar um pagamento inevitável, enquanto que a reputação do Clube continuará a ser enlameada. Não se conseguiu um acordo adequado na devida altura, não é por uma pendência desesperada que vamos ganhar o que quer que seja. A contestação de um contrato faz-se em tribunais criados para o efeito, agora já é tarde. E pode interferir com o Fair-Play Financeiro imposto pela UEFA.
É inaceitável que o presidente do Sporting não cumpra com o estabelecido em contratos assinados livremente, não obstante determinados juízos que se possam fazer a posteriori. É impensável que o presidente do Sporting não tome decisões sustentadas juridicamente. É impossível que o presidente do Sporting imagine que pode governar uma instituição de relevo arrastando mais e mais processos em tribunais. É inacreditável que o presidente do Sporting pretenda confundir um litígio contratual com a justíssima regulação dos “fundos”.
A propósito do conflito com a Doyen, há sportinguistas que invocam o que se passou entre Marc Bosman e o RFC Liége. A verdade é que são contextos de natureza diferente, pois o Tribunal de Justiça da União Europeia considerou que no “caso Bosman” estava em causa a utilização e a transferência dos jogadores de futebol comunitários entre clubes de países comunitários, isto é, a livre circulação de pessoas e bens nesse mesmo espaço estabelecida no Tratado de Roma.
Chegados aqui, espera-se que o Sporting tenha capacidade financeira para fazer frente ao encargo determinado pelo TAS. Isto é, que o dinheiro recebido do Manchester United não tenha sido entretanto escoado sabe-se lá para onde. É lamentável que Bruno de Carvalho não informe os sportinguistas daquilo que realmente se passa e procure esconder a realidade em contínuas correrias para um beco sem saída. Nem ele, nem ninguém, terá capacidade para reescrever a História do Sporting Clube de Portugal e o verdadeiro curso dos acontecimentos.
/Fotografia de Rodney Smith/
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