Nenhum dos clubes envolvidos neste episódio me afectam de modo especial, salvo pela presença de um treinador português num deles, mas nem por isso fiquei indiferente - por achar piada - às reacções de Arsène Wenger (Arsenal) e Manuel Pellegrini (Manchester City) ao negócio que viu Juan Mata mudar do Chelsea para o Manchester United. Se o Chelsea se irá arrepender de dispensar o jogador, no contexto desportivo, só o tempo dirá, mas até provas em contrário, foi um "golpe de mestre" de José Mourinho: não só o seu clube arrecadou 45 milhões de euros, mas viu-se livre de um jogador que não encaixava no seu sistema de jogo e, por ser um bom futebolista, transfere-o para uma equipa que poderá vir a causar danos tanto ao Arsenal como ao Manchester City, na corrida para o título.
O primeiro a surgir com queixas - incompreensíveis, aliás - foi o técnico francês dos "Gunners", e Manuel Pellegrini, para não ficar atrás, aproveitou a "boleia":
«O United contratou um jogador muito bom, mas, pessoalmente, não concordo que uma transferência como esta possa ocorrer a meio da época. Penso que um jogador não deveria ser autorizado a trocar de clubes do mesmo campeonato em Janeiro. Talvez Wenger tenha razão quando diz que o Chelsea já defrontou o United em casa e fora, mas o meu argumento é mais genérico. Um clube com dinheiro pode contratar os melhores jogadores a meio da época.»
Está aqui um clássico exemplo do velho ditado "puxar a brasa à sua sardinha", por parte de um treinador que lidera um plantel comprado ao peso do ouro, que ainda tem o descaramento de fazer referência ao que um clube com dinheiro pode fazer. Decerto que a preocupação não seria a mesma se o Manchester United tivesse contratado um qualquer "zé ninguém", mas como é um jogador de reconhecida qualidade, as regras há anos em vigor já não servem e exigem alteração, à conveniência.