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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Ponto prévio: não fui apoiante do candidato Varandas aquando das eleições. Mas foi eleito pela maioria dos votos expressos e é o presidente dos Sportinguistas. Depois da sua posse, critiquei pontualmente, algumas decisões como a contratação de um treinador sem grande currículo. Estou portanto completamente à vontade para fazer, com alguma equidistância, a análise dos primeiros meses do seu mandato.
Varandas e a sua equipa encontraram o Clube numa situação muito difícil. Tiveram de resolver, em tempo recorde, um pagamento obrigacionista, sem apoio de personalidades com influência na área bancária e com alguma hostilidade dos meios financeiros. Ousou e conseguiu com o apoio de alguns grandes investidores e de muitos adeptos, que colocam o Sporting acima de qualquer personalidade, concretizar essa operação.
De forma discreta e em certo sentido sigilosa, como convém, resolveu os graves problemas de tesouraria e começou a saldar dívidas cujo pagamento já estava atrasado. No aspecto financeiro foi arrumando o todo da casa sem alardes e sem "foguetório". Melhor, nunca fez nenhum alarde, nem pretendeu colher louros, do relativo êxito da operação.
No plano desportivo encontrou uma equipa de futebol profissional que estava destruída. Depois de um período em que o novo treinador parecia perdido e sem soluções, começou a notar-se o seu cunho pessoal, e com um plantel com poucos "craques" deu uma nova alma a um grupo que se uniu, e com humildade e trabalho recuperou terreno, e conseguiu a proeza de conquistar dois títulos.
No mesmo estilo sereno, Frederico Varandas e a sua equipa, reformaram toda a estrutura, com ênfase na aposta da Academia, entregue ao desmazelo e à incompetência, durante anos. Nos oito meses de mandato, tempo demasiado curto para uma avaliação profunda e segura, podemos concluir, contudo, que o presidente está a fazer uma revolução muito tranquila, longe do "show off" inútil a que estávamos expostos.
Até este momento parece-me certo e adequado o caminho seguido, mas muito falta fazer. O Sporting não pode querer, como os seus homólogos dos chamados grandes, dominar o "sistema", através de procedimentos ilícitos e condenáveis.
Ao Sporting Clube de Portugal, como clube histórico e, sim, diferente, compete-lhe lutar pela libertação do "sistema", para que a justiça e a verdade possam voltar a imperar. De uma forma tranquila, mas com passos bem firmes, é o único Clube que, com mãos limpas, pode moralizar o futebol português.
A impunidade pode parecer natural e até eterna, mas um dia terá o seu fim, como outras iniquidades. Compete agora aos Sportinguistas unirem-se à volta da sua Direcção e sem divisionismos, remarem todos no mesmo sentido.
P.S.: Ontem, no seu discurso na Câmara , o dr. Varandas, deixou uma ideia que transcrevo, sem total rigor, de memória: "nós somos diferentes e mostrámos que se pode vencer sem abandonar os valores". Comprova o que escrevi e penso. Que não fique na nossa história nenhuma conquista que não seja legítima.
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Para quem gosta da minha escrita venho informar, que numa vertente ficcional, estarei a autografar, no próximo domingo, na Feira do Livro de Lisboa, entre as 16h00 e as 17h30, o meu livro "Os bons Velhacos", no pavilhão dos pequenos editores (Mosaico de Palavras), sem pseudónimo e com o nome José Mateus Gonçalves. Estão convidados. Obrigado ao Rui por me permitir a inclusão deste convite.
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