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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Antes de explicar o que me vai na alma e me motivou a escrever este artigo - na realidade, já é um debate com cabelos brancos - passo a citar Claude Ranieri, treinador do Leicester City:
«Quem está disponível? Todos os jogadores que viajaram comigo estão disponíveis. Alguns ficaram lá porque não estão em boas condições. Slimani, Schmeichel, Huth, Vardy, Mahrez e King não estão disponíveis.
Se tivéssemos de ganhar, talvez todos estivessem cá. Mas temos de pensar também no campeonato. Tenho de escolher. Sempre disse que temos muito boa equipa. Fizemos boas coisas juntos. Alguns não jogaram, mas merecem mostrar agora o seu potencial.
Certamente vai ser um jogo fantástico contra uma muito boa equipa. Quando estava em Montecarlo [Mónaco] o Ricardo Carvalho sempre me disse que o FC Porto era fantástico, um clube muito organizado, muito forte em campo e a querer sempre ganhar. Neste caso precisa de ganhar para ir connosco para os oitavos de final, mas tenho bons jogadores. Queremos fazer bem.»
Devo começar por esclarecer que o argumento que segue nada tem a ver com o FC Porto. Não duvido que diria o mesmo se fosse o Sporting nesta situação, até porque o que está em causa não são os clubes, mas sim o que eu considero as regras de fair-play.
O Leicester City já é vencedor do Grupo F, com 13 pontos. Segue o FC Porto, com 8 (GM 4 / GS 3), e em terceiro lugar o Copenhaga, com 6 (GM 5 / GS 2). A necessidade de vencer, para ambos, é óbvia.
A equipa portista tem pela frente o adversário que os dinamarqueses já defrontaram duas vezes numa situação de igualdade, devido aos pontos então ainda em disputa. Em princípio, o FC Porto tem a vida muito facilitada considerando o número de jogadores de topo do Leicester que não viajaram com a equipa.
As regras permitem Ranieri fazer precisamente o que ele indicou, e até não é nada de novo. Exactamente por não ser novidade, é que indigna que a UEFA não tenha corrigido esta aberração há longo. Não irei explanar quaisquer sugestões remediais neste momento (daria pano para mangas), mas é uma necessidade óbvia pela injustiça que é permitida, negando o espírito de fair-play no futebol.
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