À margem de um jantar no Jamor, esta terça-feira, com pessoas ligadas ao desporto, Rogério Alves foi questionado sobre a situação que se vive no Sporting:
"Se vier a decorrer (acto eleitoral), admito pensar nessa hipótese. Ainda assim, não tenho nenhuma decisão tomada e, aliás, aproveito para dizer que, do ponto de vista da compatibilização da minha vida profissional, será sempre um desafio muito difícil e muito complexo. Digo isto com toda a sinceridade. Eu não ignoro, constato e verifico que muitas pessoas têm essa perspetiva e outras serão contra. É assim a vida.
Não sou insensível à circunstância de haver pessoas que falam nisso e que manifestam o seu apoio. Relativamente a isso gostaria de dizer o seguinte: o Sporting não está em período eleitoral. O Sporting precisa de calma, serenidade, precisa de pensar em si próprio, de aprender a falar entre si e, portanto, não podemos estar permanentemente neste jogo de fazerem as mesmas perguntas e eu dar as mesmas respostas..
Neste momento não tenho qualquer processo de reflexão da matéria. Agora, falo com pessoas amigas que são do Sporting, falo em sítios públicos. Neste momento fala-se muito em transparência, credibilidade, em dizer a verdade às pessoas... Assim como ontem fui almoçar com o João Benedito a um restaurante - porque não vamos almoçar numa catacumba ou debaixo de uma gruta ou onde quer que seja -, para falarmos nos aspectos ligados ao Sporting, que atravessa um momento difícil que nos preocupa. Como falo com outras pessoas, uns gostam do A, outros do B, outros do C...
Isto não tem nada a ver com candidaturas. Até porque basta olhar para o passado, nas várias eleições que o Sporting tem tido, acontece sempre este fenómeno. Eu vou sempre concorrer, eu estou sempre a preparar a candidatura e desafio-vos a ver quantas vezes me candidatei.
Gostaria que os sportinguistas aprendessem a falar uns com os outros, tranquilamente e abertamente, de uma forma educada e construtiva, porque nós todos temos de pensar no que é o futuro do Sporting e não no futuro de cada um de nós no Sporting. Isso é que é fundamental.
Eu falo com os sportinguistas que entendo, com pessoas que têm elas próprias a sua vontade de se candidatar, que têm os seus projetos, outras que não têm... Falo com as pessoas abertamente, livremente e não tenho qualquer preparação, plano ou intenção do que quer que seja para além de partilhar a preocupação da situação do Sporting.
O que espera da reunião de quinta-feira?
Espero uma solução. Acho que tem de ser encontrada. E essa solução tem de ser encontrada dentro dos órgãos sociais, que terão certamente um caminho para apontar ao universo sportinguista. Uma boa solução é a solução que reponha o Sporting no caminho da normalidade, da tranquilidade e do êxito. Essa é que é a boa solução. Espero que seja encontrada, seja na quinta-feira ou noutro dia qualquer.
Augusto Inácio pode ser parte da solução?
Pode ser. Vamos ver. A vida não pára. Percebo que se tenham de tomar medidas para preparar a próxima época".
Adenda: Por mera coincidência, José Couceiro também esteve no mesmo jantar. Por ser questionado, teve isto para dizer:
"Quando um jantar, que se realiza regularmente, entre presidentes de várias federações, adeptos de vários clubes, que convidam outras pessoas ligadas ao desporto para debater a atualidade desportiva, é transformado num jantar de opositores ao presidente do Sporting, algo está errado na verticalidade como se confirmam os factos. Uma vergonha como se deturpa a verdade, a facilidade como se passam mentiras.
Não faço parte de nenhum movimento de oposição, não sou candidato a nenhum cargo, apenas fui a um simples jantar para falarmos de problemas relacionados com o desporto português, nomeadamente a violência que tem vindo a aumentar nos últimos anos. Lamento este oportunismo. Não pode valer tudo, muito menos não ser verdadeiro. A violência também tem raízes nestes comportamentos".
Confesso que gostava de ver Rogério Alves como presidente, José Couceiro à frente de tudo quanto é futebol e João Benedito como vice-presidente para as modalidades. Isto, só para nomear três nomes.