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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O Tribunal de Guimarães condenou, esta quarta-feira, a 5 anos e 4 meses de prisão efectiva o jovem que esfaqueou dois adeptos do Sporting na noite de 1 de Novembro de 2014. O advogado de defesa já anunciou que vai recorrer da sentença, salientando que não ficou provada a intenção de matar. O outro arguido no processo foi condenado a 1 ano e 8 meses de prisão, com pena suspensa.
Um dos arguidos, actualmente com 21 anos, foi condenado de um crime de homicídio qualificado, na forma tentada, por ter esfaqueado uma das vítimas no tórax, uma zona do corpo que, como sublinha a acusação do Ministério Público (MP), "aloja órgãos vitais". O mesmo arguido respondeu ainda por três crimes de ofensa à integridade física qualificada e por um crime de detenção de arma proibida. No mesmo processo, foi também arguido um jovem de 19 anos, acusado de quatro crimes de ofensa à integridade física qualificada.
Os factos remontam à noite de 01 de Novembro, no final do jogo de futebol entre o Vitória de Guimarães e o Sporting, para a nona jornada da I Liga, que a equipa minhota venceu por três bolas a zero.
De acordo com a acusação, quatro adeptos do Sporting, oriundos de Mirandela e trajando adereços alusivos ao clube de Alvalade, foram abordados, na rua, pelos dois arguidos, que envergavam bonés e casacos alusivos ao V. Guimarães e que estavam acompanhados por mais "6 a 7" pessoas, que as autoridades não conseguiram identificar.
Os ofendidos foram agredidos com socos e pontapés, mas dois conseguiram entretanto fugir do local, enquanto os outros dois ficaram "cercados" pelos agressores.
Um dos arguidos sacou de uma navalha de 8,50 centímetros, de abertura automática mediante mecanismo de mola, e deu uma navalhada no tórax a um dos ofendidos e duas numa omoplata a outro.
Mesmo depois de os ofendidos estarem no chão a sangrar, os arguidos "continuaram a dar-lhes socos e pontapés", só abandonando o local após terem sido avisados de que a polícia estava a chegar.
A acusação de homicídio qualificado, na forma tentada, refere-se ao caso do adepto que foi esfaqueado no tórax, já que se trata de uma zona do corpo "que aloja órgãos vitais".
O arguido "previu que poderia matar, resultado com o qual se conformou e quis", refere a acusação, sublinhando que a navalha utilizada era "um meio especialmente idóneo" para provocar lesões graves.
O MP sublinhou que os arguidos agiram "de forma inesperada, sem qualquer provocação e impulsionados por motivo fútil", traduzido "na mera disputa clubística".
O arguido acusado de desferir as navalhadas aguardou julgamento em prisão domiciliária, com vigilância electrónica, mas antes esteve em prisão preventiva.
*** Como nunca fui advogado de defesa, não é estranho eu achar (pouca) piada a alguns dos argumentos oriundos desse canto da praça jurídica: "Não ficou provada a intenção de matar" !?!
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