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Separados à Nascença

Naçao Valente, em 26.03.18

 

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Esta é a história de dois irmãos separados à nascença. Uma novela à portuguesa sem fim à vista. Nasceram gémeos e os pais "tugas" mal tinham meios para alimentar um, e muito menos dois. Constrangidos, deram-nos para adopção. Um foi parar a uma família humilde, outro, mais sortudo, a uma família de classe média. Sendo irmãos, são na aparência bastante diferentes. Um é mais para o rasteirinho e entroncado, com tendências obesas (consta nos "mentideros" que faz lipoaspiração) o outro mais alto e mais velho, porque as agruras da vida o fizeram crescer mais depressa.

 

Mas no essencial são muito iguais. Iguais na ambição, na persistência, no aproveitamento de oportunidades. Não são pessoas para verem passar o cavalo do poder à sua porta sem o montar. Determinados cultivam  o mesmo estilo , praticam a mesma demagogia enganam os mesmos ingénuos, exibem o mesmo aspecto matarruano e truculento, as mesmas atitudes arrogantes e com algumas nuances, não gostam de ser contrariados. 

 

Começaram a vida como empresários. Um na área da borracha, daí o seu jeito, para apagar tudo o que o compromete. O outro não se sabe bem em que negócios debutou. Consta do seu currículo que teve várias empresas, mas perdeu-se o rasto a todas. Criados no mesmo útero, tinham como máximo sonho ser presidentes de uma grande instituição desportiva. Quis o destino que chegassem a líderes  de duas grandes instituições rivais e que nasceram e se desenvolveram à custa da sua natural rivalidade. Porém, a natural rivalidade depressa se transformou numa guerra sem quartel, numa luta livre sem regras, sobretudo fora do jogo, numa barafunda que pede meças a uma comédia de maus costumes.

 

Ironia do destino: irmãos separados, inimigos figadais, e presidentes das duas maiores instituições desportivas do seu país. Nesta função uma coisa os separa: um ganhou vários títulos, aproveitando bem uma conjuntura favorável, depois de muito marcar passo; o outro, ainda não ganhou nada de relevante. De resto, a mesma gestão obscura, a mesma engenharia financeira, os mesmos truques de magia, como gastar o que se espera receber, numa espécie de versão das galinha dos ovos de ouro.

 

As instituições não mereciam, as instituições não merecem, que o destino lhe pregasse esta partida. Decerto que irão sobreviver, porque são profundas as suas raízes para resistir a grandes secas. Quanto aos dois protagonistas, só o destino sabe o que lhes reserva. Será que ainda os vai unir num abraço fraterno, num regresso tardio à origem, num final apoteótico e emocionante? O povo gosta e aplaude a trama novelística e espera paciente pelo desfecho. Assim vai preenchendo o vazio da madrasta da vida. Até lá é preciso manter o mistério, ocultar a sua identidade, mas decerto que eles andam por aí.

 

P.S.: Até serem disponibilizadas provas de ADN não me comprometo. Por isso, nesta saga, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

 

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publicado às 12:45

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33 comentários

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De Lusitanista a 26.03.2018 às 14:32

Acrescentava que ambos quiseram e conseguiram perpetuar-se no poder, mudando (ambos) os estatutos das instituições....
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De João Ferreira a 26.03.2018 às 16:12

Irritam-me as mentiras repetidas mil vezes com intenção de as tornar verdadeiras. Sobre a mudança de estatutos do SLB, tem aqui as verdades dos factos.


A nova proposta de estatutos foi elaborada por uma comissão coordenada por Virgílio Duque Vieira, vice-presidente da assembleia geral, e que integrou ainda Rui Cunha, vice-presidente da direcção, José Alberto Vieira, vogal do conselho fiscal, Manuel Vilarinho, ex-presidente do clube, José Ribeiro e Castro, ex-vice-presidente, e Manuel Boto, ex-vogal do conselho fiscal.

O regulamento proposto confere ainda mais votos (50) aos sócios com mais de 25 anos de filiação, mantendo-se o actual sistema para os restantes: 1 voto para quem tem entre um e cinco anos de sócio, 5 votos para os associados entre 5 e 10 anos de filiação, e 20 votos para os sócios entre 10 e 25 anos de casa.

Entre as outras alterações propostas, estão o aumento da duração dos mandatos de três para quatro anos (aplicável só depois de 2012) e a obrigatoriedade de os atletas e presidentes das casas do Benfica serem sócios do clube.

Os novos estatutos do Benfica foram aprovados em Assembleia Geral, com o voto favorável de uma maioria de mais de uma centena de sócios. Entre as alterações, destaca-se a imposição de um candidato à presidência ter mais de 25 anos de filiação e a extensão dos mandatos de três para quatro anos.

Com as novas alterações, os futuros candidatos aos órgãos sociais do clube terão de ter, no mínimo, 43 anos de idade, uma vez terão de ter 25 anos ininterruptos de sócios efectivo (desde a maioridade), enquanto os estatutos anteriores permitiam eleger um presidente com 23 anos (5 anos de sócio efectivo).

LFV defendia 15 anos de sócio para puder ir a eleições, mas a AG não foi da mesma opinião e votou 25 anos.


Espero ter sido a última vez que explico o que aconteceu.
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De artnis a 26.03.2018 às 17:25

João Ferreira

Se és sócio - 'falas' com um a caminho dos 55 anos, EFECTIVOS, sempre presente, até à vergonhosa AG conduzida para a alteração dos Democráticos Estatutos do S. L. Benfica - não tentes explicar, a quem não conhece o que REALMENTE se passou, o que não tem explicação !..

Nem as eleições antecipadas, na habitual política de 'eucalipto', temendo o 'amigo do peito'' que trouxe para o Clube, em 2009 tiveram razão de existir !...
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De Lusitanista a 26.03.2018 às 18:29

João Ferreira, podes embelezar a "vergonha" conforme quiseres. A verdade é que foi feito.

Até foi feito com um pretexto ridículo.... "Querem tomar o Benfica de assalto", e na altura, até penso que foi capa do Jornal Record (numa altura em que não era o "Jornal do Sporting") que os ESPANHÓIS queriam comprar o Benfica... pah....

O "medo" (na minha opinião infundado...) de o Veiga conseguir apoios suficientes fizeram com que até se metesse abaixo uma direção e se antecipasse eleições só mesmo para não ter (ou praticamente não ter) concorrência....

E a alteração de estatutos foi... Foi uma vergonha. Não tenho outra palavra.

Da mesma forma que este golpe de teatro que o Azevedo de Carvalho fez no Sporting foi apenas e só com esse intuito.... perpetuar-se no poder. E lá conseguiu. Um zé-ninguém na vida que pouco mais fez do que falir empresas e casamentos. Agarrou um tacho e viu uma "orde" de pessoas 'desesperadas' (por títulos, leia-se) que só precisavam de ouvir as palavras certas. Que começaram com promessas de sei lá quantas dezenas de milhões vindos de um fundo da.... Russia. Fundo esse que foi desmentido pelos próprios Russos envolvidos nessa mentira.... Foi a primeira prova do tipo de pessoa que é Azevedo de Carvalho. O resto... bem, o resto o próprio tratou de mostrar.

Agora, concordo que o LFV é muito mais inteligente que o BdC e não se expõe como o maníaco. Concordo que LFV não envergonha o Benfica como o BdC envergonha o Sporting. Até consigo concordar que BdC é muito mais parecido com Vale e Azevedo do que com o LFV... agora que no cerne da questão, serão farinha do mesmo saco ? Bem, poucas dúvidas tenho.

Ambos queriam um tacho perpetuado, e conseguiram-no. Ponto.

Um é melhor gestor que outro e tem títulos que o outro não tem nem aparenta que virá a ter.

Um é muito mais racional e o outro é extremamente emotivo.


O que quero dizer é que claro que há diferenças, mas que no profundo cerne.... são iguais.
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De Naçao Valente a 26.03.2018 às 17:58

Ora aí está Lusitanista, farinha do mesmo saco.

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