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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Dizem que a memória dos homens é curta, mas parece-me que mais do que curta é selectiva. Augusto Inácio é hoje um funcionário do Sporting com funções pouco definidas. Dá a impressão que no rearranjo que se seguiu à contratção de Jesus, foi colocado numa de prateleira courada. A sua maior visibilidade é como comentador oficioso na televisão onde, fazendo o seu papel da voz do dono, trouxe de novo à baila a expressão “croquetes”, usada para designar dirigentes anteriores e utilizada como arma de arremesso a todos os que se opõem à actual Direcção.
Se fizermos um pouco da história do agora comentador SIC, constatamos que Inácio iniciou a sua carreira como profissional de futebol. em 1971, depois de passar pelos escalões da formação do Sporting. Foi titular a partir de 1978, e participou na conquista de dois campeonatos em 1980 e 1983. No ano seguinte rumou ao FCP por um melhor salário. Entre 1971 e 1983 foram presidentes do Sporting, Brás Medeiros, Valadão Chagas, Henrique Nazaré e João Rocha. Se tivermos em conta que, de acordo com a tese "brunista", esta direcção rompeu com o”viscondato”, Inácio serviu o SCP, como atleta, no período dominado por “croquetes”.
Em 1988 iniciou a carreira de treinador no FCP, passando depois por vários clubes. Em 1999 regressou ao Sporting para treinar a equipa principal. Conquistou, dezoito anos depois, o campeonato nacional. Foi contratado pelo presidente do Sporting que era José Holtreman Roquete. Mais um “croquete”.
Se há alguém que, na actual direcção, devia ter pejo em usar esse termo é Augusto Inácio, pois se agora é servidor do presidente Salvador e impoluto, também já o foi dos ditos “croquetes”. Como se diz nos evangelhos, se queremos ser livres e autónomos, não devemos servir a dois senhores. Caso contrário perdemos o moral para vilipendiar um deles. Além disso, não é correcto morder a mão que nos deu de comer. Um dirigente tem muitas formas de defender o clube que representa. Não deve fazer parte do seu papel, dividi-lo. Com amigos destes não precisamos de inimigos.
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