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Somos todos Ucrânia

Rui Gomes, em 26.02.22

img_192x192$2020_02_13_19_45_22_1663516.pngComo se sabe... o futebol nunca viveu fora do mundo. Bem pelo contrário, o maior movimento social que existe em torno de um desporto sempre foi alimentado pelas paixões políticas e pelos sentimentos de injustiça. Nos primórdios, em Inglaterra, naquele que será o início da sua história popular, o futebol foi muito o território de afirmação da classe trabalhadora contra os patrões, donos do dinheiro e da terra em geral. Foi essa dialéctica social, entre os que procuravam uma voz forte através do futebol e os que viam nele apenas um entretenimento da classe mais alta, que construiu a imensa força que o desporto-rei tem em todo o mundo, em todas as classes e povos. Está tudo no excelente livro de Mickael Correia, "Uma História Popular do Futebol".

Essa dimensão social e popular é o que dá verdadeira importância e força ao futebol, como se viu na vincada contestação à elitização do espectáculo através da falhada Super Liga Europeia. Não são os potentados de dinheiro bem sujo, russo, árabe ou outro, que violam direitos humanos e representam algumas das piores ditaduras da história? Interesses que têm apenas utilizado o futebol para mitigar os crimes que lhes estão colados à pele.

Este é o mundo que Vladimir Putin representa e que deve ser repudiado pelos seus crimes. O que espera, afinal, o alto poder institucional do futebol para banir os clubes russos das competições internacionais?

Os mesmos clubes que procuraram tornear as regras do fairplay financeiro com o apoio de um dos ‘mísseis’ económicos de Putin, a Gazprom, devem agora ser um dos instrumentos sancionatórios contra a Rússia pela invasão ilegal e miserável da Ucrânia. Esses clubes têm sido um braço da estratégia imperial de Putin, que os entregou ao naipe de oligarcas que lhe prestam réditos e vassalagem.

Devem ser severamente sancionados na medida em que essa também é uma das linhas por onde se pode aferir a decência no mundo do futebol. Mas também porque a agressão de Putin é uma violação de todos os valores mais essenciais à paz no mundo, que, de resto, o futebol sempre teve nas suas prioridades. Afinal, que não subsistam dúvidas: somos todos Ucrânia quando uma guerra é declarada contra a democracia. Não podem ficar quaisquer dúvidas.

Artigo da autoria de Eduardo Dâmaso, Director da Sábado, em Record

publicado às 02:30

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5 comentários

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De Yazalde a 26.02.2022 às 07:47

A Rússia sempre foi um país fascista de estrema esquerda So ,eles sempre se intitularam democratas coisa que é falso, os da antiga soviética nem os podem nem ver ,só que eles fora de portas conseguem enfiar lhe a cassete e há infelizmente quem acredite neles, voltando ao futebol, eles expandiram o capitalismo russo sujo para lavar dinheiro no futebol, enquanto os capitalistas dos outros países antigamente investiam em empresas e mais trabalho
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De João F. a 26.02.2022 às 12:39

O fascismo nunca se designou por ser da extrema-esquerda ou extrema-direita! ´Foi, é e será sempre fascismo, com particularidades próprias. É preciso não se saber nada do que é o fascismo, para se escrever uma asneira desse tamanho.
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De Lobo a 26.02.2022 às 09:58

És o que o sistema te disser para ser.
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De FF a 26.02.2022 às 10:51

Bom-dia,
Guerras sempre existiram e continuarão a existir enquanto o Homem existir, pois não nos esqueçamos Homo Homini Lupus.
Também vivi uma guerra nos idos de sessenta do século passado que ainda perdura na memória,.
Quanto ao conflito no leste da Europa, não se menciona, talvez propositadamente os antecedentes e o contexto do mesmo.
Em todos os conflitos há sempre duas ou mais partes envolvidas e todas elas, sem excepção, têm a sua quota parte de responsabilidade.
Não alinho no polìticamente correcto, pois não sou ucraniano nem russo, sou Português nado e criado na Pérola do Atlântico.
As sanções aplicadas têm e terão efeito a curto prazo, mas no longo prazo, provàvelmente, o feitiço voltar-se-à contra o feiticeiro.
FF
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De João F. a 26.02.2022 às 12:41

Magnifica análise do Eduardo Dâmaso!

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