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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Sem Cintra por perto, todas as culpas eram dele e não faltava vontade de lhas apontar. Varandas chegou-se à frente.
O Sporting está numa sucessão de cenários exóticos desde maio. E ter uma equipa e um treinador escolhidos, no meio do caos, por uma comissão transitória não era o mais trivial desses cenários. Ainda assim, a maior das provas de coragem que José Peseiro deu, quando aceitou o convite de Sousa Cintra, foi saber (tinha de saber, por amor da santa) como os adeptos reagiriam à aura que trazia do FC Porto, Braga, V. Guimarães e talvez até da primeira passagem por Alvalade. Somava-se a esse problema, que não era pequeno, o estatuto público de pneu sobressalente, para durar só até chegar à oficina.
Depois, veio a inconcebível entrevista de Cintra, cheia de recados e censuras ao treinador que ele tinha contratado, para o caso de haver adeptos distraídos que ainda dessem a Peseiro o benefício da dúvida. O despedimento acaba por ser meio golpe de misericórdia, meio operação de limpeza a uma casa atravancada e torta. Os sportinguistas já não iam a tempo de se apaixonarem pelo treinador e o presidente, pelos vistos, também nunca sofreu desse apetite. Para quê prolongar o desconforto de toda a gente?
Frederico Varandas, que não chegou a tempo de contratar ninguém, tem algum direito a começar a presidência dele e é mais justo fazê-lo assim, sobretudo para Peseiro. Depois de Sousa Cintra ter saltado fora, já não restava mais ninguém, se não o treinador, para responder por tudo, incluindo pelas decisões de Cintra. Como bom soldado na formatura, Varandas deu um passo à frente.
José Manuel Ribeiro, jornal O Jogo
Nota: Recorrendo ao raciocínio do nosso estimado leitor Mike, em sentido inverso, se os nossos adversários aprovam a decisão (José Manuel Ribeiro é adepto do FC Porto), é porque foi a decisão errada. Será assim?
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