Sporting gera discussão entre magistrados

Rui Gomes, em 11.09.18

As eleições do Sporting terão eco na relação entre os juízes e os clubes de futebol. O Conselho Superior da Magistratura (CSM) vai discutir a participação de magistrados nos órgãos sociais dos clubes. O tema será levado a plenário em Outubro e irá incidir sobre juízes no activo e jubilados.

Desde 1993 que o CSM tem manifestado o desagrado na relação entre os juízes e o futebol. Nesse ano, o Conselho deliberou que os magistrados não poderiam ter funções no futebol profissional, tendo então sido alterado o Estatuto dos Magistrados. Contudo, o Tribunal Constitucional veio a considerar a norma inconstitucional.

"Tendo em conta a sensibilidade, dado a necessidade de preservar a dignidade da função judicial, e o tempo decorrido, é altura do Conselho Superior da Magistratura reapreciar e reflectir sobre a conveniência de condicionar a participação de juízes nos órgãos estatutários de entidades envolvidas em condições desportivas de cariz profissional à prévia autorização do Conselho", afirma Mário Morgado, vice-presidente do CSM.

Depois de Carlos Catarino, conselheiro jubilado que tem em mãos o processo de Neto Moura, ter sido eleito como suplente do Conselho Fiscal e Disciplinar e de José Manuel Costa Galo Tomé de Carvalho, desembargador da Relação de Évora, ter tomado posse como secretário da Mesa da Assembleia Geral do clube de Alvalade.

Carolina Reis, Tribuna Expresso

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publicado às 05:00

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2 comentários

De ALPER a 11.09.2018 às 09:26

Sintomático que este assunto tenha vindo a palco, um dia depois de os novos órgãos sociais, do Sporting, terem tomado posse...
A minha memória não regista situação ou situações idênticas, referente a outros dirigentes de outros clubes, como por exemplo o famoso juiz Rui Rangel, e outros que ocuparam altos cargos nas hierarquias clubísticas.

Face ao ocorrido, e ao seu timing, só me apetece citar a célebre frase de nuestros hermanos:

- "Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay" !!

De R. Ribeiro a 11.09.2018 às 10:37

Acho engraçado que, por um juiz ter integrado os órgãos sociais do Sporting, venha o CSM imediatamente comunicar que não vê a situação com bons olhos e que fará por alterar essa situação nos estatutos da própria CSM.

É deveras interessante que se pronunciem sobre isto, de pouca ou nenhuma importância, e não se pronunciem sobre os casos do Juiz Desembargador Neto e Moura com as suas decisões arcaicas que desafiam tudo o que é democrático e justo, ou que não se pronunciem sobre o caso Rangel (e mulher), que constitui crime de corrupção e tal (o rol da acusação é extenso).

O que fará rever os estatutos do CSM é a investidura de um juiz nos órgãos sociais do Sporting, não casos de grande gravidade e criminalidade, chegando os outros até a ser defendidos pelo mesmo CSM como íntegros....

Não acho que seja correcto que um juiz integre os órgãos sociais de um clube, assim como não acho que seja correcto que o faça com uma outra qualquer empresa privada. Não é ético!!!! No entanto, é deveras interessante este pequeno apontamento do CSM.