Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
As equipas de Peseiro têm uma característica em comum: não sobrevivem marcando uma vez por jogo.
Sousa Cintra fez quase tudo bem. Acho que sou o último a escrevê-lo. Escolheu um treinador português com algum passado na casa e bem informado sobre o campeonato nacional, porque era preciso parar a desagregação iniciada com as rescisões e a saída de Jorge Jesus. E resgatou Nani, que até poderá não vir a ser uma solução fenomenal no campo, mas ajuda a atenuar a perda total de referências, depois de perdidos Patrício e William.
Esse é o maior problema do Sporting e aquele em que são mais evidentes as distâncias para FC Porto e Benfica. As surpresas, como será forçosamente esta equipa nova, esgotam-se depressa e, para a etapa seguinte, falta também em Alvalade um fora de série ou, pelo menos, um incendiário como Gelson. Essa figura foi importante em todos os recentes campeões. O FC Porto ainda tem Brahimi e uma remota esperança em Corona, o Benfica abre uma grande interrogação com a venda de Jonas e a Peseiro resta esperar a explosão de Matheus Pereira ou Raphinha.
Quando se esgota a táctica, que é o futebol em fato e gravata, as equipas precisam do imprevisível ou, pelo menos, de algum recurso que os adversários tenham dificuldade em parar, mesmo sabendo o que aí vem. Marega é um exemplo disso. No caso do Sporting, esse papel é duplamente fundamental, porque as equipas de Peseiro precisam de mais golos para saldar os muitos que sofrem. FC Porto e Benfica talvez possam ganhar um campeonato na defesa; este Sporting não.
José Manuel Ribeiro, jornal O Jogo
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.