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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O Sporting reuniu 22 dos 32 clubes de futebol profissional em Alvalade, na terça-feira, para ouvir as propostas de alterações à legislação desportiva, que já foram apresentadas pelo Clube junto da Assembleia da República e da Federação Portuguesa de Futebol, e congregar os clubes em torno das mesmas.
Não lemos o muito extenso documento, salvo alguns extractos publicados nos espaços noticiosos, mas deu para ficar com a ideia que apesar de ser uma excelente iniciativa por parte do Conselho Directivo do Sporting, que o que está a ser proposto, em volume e em contexto, pode ser equiparado a uma autêntica revolução à legislação desportiva vigente e, por assim ser, ou parecer, dificilmente as medidas, ou pelo menos todas as medidas, serão aprovadas, por unanimidade, pelos 32 clubes que constituam as duas ligas profissionais de futebol.
A confirmar esta suspeita, regista-se a postura de alguns clubes que nem dignificaram a iniciativa do Sporting com a sua presença na reunião, que durou cerca de quatro horas: FC Porto, SC Braga (inevitavelmente seguindo as ordens do mestre), Académica de Coimbra, Olhanense, Portimonense, Paços de Ferreira e Belenenses, entre outros. O Benfica fez-se representar por um advogado.
Entre os presentes, Júlio Mendes, o presidente do Vitória de Guimarães que elogiou o Sporting pelo bom trabalho levado a cabo que, no seu entender, deveria ter sido feito pela Liga de Clubes:
«Foram abordadas matérias que nos preocupam e o Sporting tomou a iniciativa de fazer o trabalho de casa e convidar os clubes a discutir os diplomas que regem a sua actividade. Como queremos ser parte da solução para o futebol nacional, tínhamos de estar presentes e louvar o que é construtivo. Isto foi uma demonstração cabal de que algo está mal. Esta discussão não deveria ter acontecido aqui em casa do Sporting, mas sim em sede própria, ou seja, na Liga dos Clubes. Não é o fim da Liga, mas quanto ao seu presidente, não sei. Vários assuntos mereceram consenso, como a questão do IVA aplicável a todos os clubes. Aí, foi unânime e não houve nenhum ponto discordante. As divergências foram de pormenor. Há que valorizar o trabalho que temos agora pela frente. Não estranho a ausência de ninguém. Quem não esteve que fale disso. Eu estou muito satisfeito por participar num grupo tão grande para discutir o que é urgente para o futebol português.»
Além da questão do IVA, já referido pelo líder vimarense - é pretendido que seja reduzido ao nível dos espectáculos de música para 13 por cento - algumas das propostas visam o aumento da protecção dos clubes formadores, uma maior profissionalização da arbitragem e transparência no processo de nomeação e classificação dos árbitros, o alargamento das competências dos assistentes de recintos desportivos e a regulamentação das apostas on-line como fonte de receitas desportivas.
Um assunto que vai ser alvo de debate aceso nos próximos tempos.
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