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O Sporting inscreveu 5 jogadores no último dia do mercado: Shikabala - Matias Pérez - Heldon Ramos (estes, os novos reforços), Víctor Golas e Elias Trindade.

 

Desde que a cedência para o Corona Brasov da Roménia falhou à última da hora no Verão, Víctor Golas, o guarda-redes brasileiro da formação do Sporting tem andado a treinar com a equipa B mas sem poder competir dado que não foi inscrito na Liga portuguesa. Com ele, nas mesmas condições mas por razões diferentes, andaram Labyad - entretanto cedido ao Vitesse da Holanda - e Jeffrén, que rescindiu por mútuo acordo no último dia do mercado. Isto não obstante, o futuro de Víctor Golas continua em dúvida, uma vez que o seu contrato termina no dia 30 de Junho de 2014 e embora tenha constado que têm existido negociações para renovação, ainda não houve confirmação oficial de um acordo entre as partes.

 

O caso de Elias, como bem sabemos, é muito mais complexo, não só pelos valores envolvidos mas também pelo impasse negocial entre o Sporting e o Flamengo, o clube onde actuou na época passada por empréstimo do Sporting. Esta sua inscrição na Liga não deixa de ser surpreendente, mas quero crer que obedece a uma qualquer estratégia por parte do Sporting, dado que não se vislumbra o jogador vir a actuar em qualquer uma das duas equipas. O mercado brasileiro está aberto mais uma semana, por conseguinte, a desejada transferência ainda poderá vir a ser uma realidade.

 

A lista completa de jogadores inscritos na LPFP no último dia do mercado pode ser lida aqui.

 

publicado às 03:28

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25 comentários

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De Nuno Espada a 01.02.2014 às 11:15

E GODINHO LOPES GANHA POR UM PESCOÇO (literalmente)!!!!!!....

Com a contratação de Héldon, Shikabala e Pérez, Bruno de Carvalho conseguiu elevar o pecúlio de jogadores contratados para 17. Apenas menos 1 do que o "inimigo n.º 1" do Sporting.

Consegue então atingir a interessante quantia de 52 jogadores com contrato profissional para 2014/2015 - nos quais não se incluem Welder, Piris e Magrão - aos quais, segundo o noticiado, se poderá ainda acrescentar o contributo de Sami, elevando para 53 o número de jogadores com contrato.

Curiosa também a importância do empresário Nelson Almeida - um grande amigo de Inácio... - nos negócios concretizados pelo Sporting esta temporada.

Entre as 17 contratações, 7 foram realizadas com clubes portugueses (e curiosamente apenas 2 de nacionalidade portuguesa), 10 com clubes internacionais, sendo portanto jogadores que correspondem ao perfil de "mais-valia clara" e ancorados em necessário relatório do Departamento de Scouting e Sociológico.

Todas com vista à redução (ou aumento?) gradual do número de jogadores no plantel principal para 20 jogadores. Sobrarão portanto 33 jogadores com contrato, aos quais eventualmente poderão ser acrescentados 8 juniores que ainda não têm contrato profissional.

Para um clube em profunda crise financeira e que ainda há uns meses estava à beira do colapso, não está nada mal.

Certo certo é que estas contratações não pagam comissões. Pelo menos daquelas que se declarem à CMVM...
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De Lion73 a 01.02.2014 às 12:05

Muito bom.

Mas sabendo-se que cerca de metade das contratações ( que entendo também algo exageradas, principalmente para a equipa A ) foram para a equipa B, algumas delas vindas de equipas de escalões secundários, algumas de jogadores sem contrato e que a equipa principal deu um salto competitivo tremendo de um ano para o outro, reduzindo no verão mais de 30% dos custos com o futebol e voltando a reduzi-los agora em janeiro ( redução tanto maior quanto melhor for resolvido o caso Elias ) e que neste momento o que se pode concluir é que várias das contratações se revelaram acertadíssimas e já se valorizaram de forma exponencial, ajudando no bom desempenho da equipa, não vejo quaisquer motivos de comparação com o passado recente.

Até porque em 2011, gastaram-se mais de 40M no reforço do plantel. Os custos em salários duplicaram. Para pagar tudo isto, venderam-se percentagens dos passes à peça ( RP, Cedric, Adrien e muitos, muitos outros ), dinamitando o valor dos nossos activos... e os resultados foram o que foram.

Mas repito, muito bom texto. Esclarecedor.
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De Nuno Espada a 01.02.2014 às 14:37

Muito bom o seu comentário Lion73. Muito bom.

"metade das contratações foram para a Equipa B". Eu conto 10 em 17 (Welder, Jefferson, Piris, Maurício, Magrão, Slimani, Montero, Cissé, Shikabala e Héldon), 2 delas rapidamente "despromovidas" (tanto que se teve de ir contratar mais um defesa direito em cima do fecho do mercado) e "transformadas" em "apostas de futuro" (mais ou menos). Com Sami, serão 11 em 18. Um bocadinho mais de metade.

E quantas das 19 contratações realizadas no 1º e 2º defeso de Godinho Lopes não eram "para a equipa B"? Pois como era do conhecimento público, 3 jogadores foram contratados nesse período com o intuito de integrar uma "bolsa de valores", aos quais foi ainda acrescentado outro jogador que andava perdido no Pinhalnovense. Falo de André Carrillo, Santiago Arias, Diego Rubio e André Martins. Era este o plantel de 24+4 de Godinho Lopes. Deveremos descontar os 3 estrangeiros contratados - que incluem 3 internacionais A pelos respectivos países, 1 actual titular do PSV e da selecção colombiana, outro que é um talento por todos reconhecido, e meter a contabilidade em 10 vs 15? Dá-lhe mais conforto?

E "algumas delas vindas de equipas de escalões secundários"... isso é bom? Melhor, isso é suposto significar que a contratação é indiferente, não pesa financeira ou desportivamente, não constitui qualquer custo de oportunidade?

E "reduzindo no verão mais de 30% dos custos com o futebol e voltando a reduzi-los agora em janeiro"... Tem a certeza? Olhe que a referência de custos é aquela que o Bruno de Carvalho encontrou quando chegou à presidência (em Março)... E tem a certeza que a contratação de 2 jogadores, por uma quantia equivalente a 2 milhões de euros, consubstancia uma redução de custos, face à saída do Rinaudo e demais jogadores da equipa B?

E "várias das contratações se revelaram acertadíssimas e já se valorizaram de forma exponencial"... e isso não sucedeu com várias das contratações realizadas por Godinho Lopes?

Conclui que não há comparação porque se gastaram "mais de 40M no reforço do plantel" (o que é falso) e que, para financiar essas contratações, foi necessário ceder partes do que chama "passes"? Percebo mal ou o que quer dizer é que O ÚNICO ponto em que não há comparação é no dinheiro investido? Porque em tudo o resto não apenas é possível comparar, é possível também ver um forte paralelismo. E já agora deixe-me dizer-lhe, citando o herói do Bruno de Carvalho, "caros são os que não jogam".

Mas o meu amigo não vê comparações. É certo.

Há outros pontos em que não há comparação... nas opções que Bruno Carvalho tinha ao chegar ao Sporting. Porque Bruma, Ilori, Schaars, Arias, Zézinho, Labyad, Viola, Jeffrén ou mesmo Elias e Pranjic, são jogadores que desportivamente poderiam ter sido muito úteis ao Sporting. E mesmo querendo dispensar parte destes jogadores - e se a ideia era reduzir fortemente os custos - como é que estas dispensas sejam acompanhadas da contratação de novos jogadores, com inerentes custos de transferências (e comissões, daquelas que se declaram e daquelas que não se declaram)?

O meu amigo - que está por dentro dos detalhes dos custos destes "reforços" - sabe dizer-me se o dinheiro gasto em Magrão, Vítor e Shikabala não teria sido o suficiente para pagar o salário do Schaars e do Viola, se o dinheiro que foi gasto no Welder e no Piris não chegaria para pagar o salário do Miguel Lopes, se o dinheiro gasto no Héldon não teria sido suficiente para manter o Labyad no clube (sem lhe pretender cortar o salário para metade)? Se o dinheiro da transferência e do salário do Maurício não teria sido suficiente para renovar o contrato com o Ilori por mais uma temporada, em vez de o empandeirar antes de triunfar no Sporting? Se o dinheiro gasto no Enoh, no Cissé, no Dramé, no Pérez, no Hugo Sousa e no Sambinha, não teriam chegado para encontrar um bom acordo com o Bruma? Que equipa teria o Sporting nessa circunstância e quais seriam as "valorizações exponenciais" que se poderiam antecipar?

Diga lá... com as "contratações cirúrgicas", o "plantel com base na formação" e o "plantel com 20 jogadores", o meu amigo não se sente enganado?

Não precisa de responder...
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De Jorge a 01.02.2014 às 22:55

1- E "várias das contratações se revelaram acertadíssimas e já se valorizaram de forma exponencial"... e isso não sucedeu com várias das contratações realizadas por Godinho Lopes?

Quais? Que eu saiba a maior venda que Godinho Lopes fez foi talvez (se não me engano) Matias Fernandez, por 3,5 M, um jogador que nem foi contratado por ele. Do que me lembro, talvez Capel tenha sido o único jogador a valorizar, de 4M para uns 7/8 que vale neste momento.

2- Conclui que não há comparação porque se gastaram "mais de 40M no reforço do plantel" (o que é falso) e que, para financiar essas contratações, foi necessário ceder partes do que chama "passes"?

Falso? Foi à AG de Junho? Leu os relatórios e contas? Nestes documentos está tudo: o que foi gasto, as percentagens de passes de jogadores que foram vendidas, etc.

3-Há outros pontos em que não há comparação... nas opções que Bruno Carvalho tinha ao chegar ao Sporting. Porque Bruma, Ilori, Schaars, Arias, Zézinho, Labyad, Viola, Jeffrén ou mesmo Elias e Pranjic, são jogadores que desportivamente poderiam ter sido muito úteis ao Sporting. E mesmo querendo dispensar parte destes jogadores - e se a ideia era reduzir fortemente os custos - como é que estas dispensas sejam acompanhadas da contratação de novos jogadores, com inerentes custos de transferências (e comissões, daquelas que se declaram e daquelas que não se declaram)?

Bruma e Ilori nem vale a pena falar pois todos sabemos em que circunstâncias não ficaram no SCP. Schaars é o tal que não quis ficar porque ia lutar pelo 5º lugar. Labyad ainda actuou na pré-época e consta que não ficou por motivos de atitude/disciplinares. Jeffrén, o eterno lesionado. Pranjic e Elias, nem comento... Quanto a Arias e Zezinho, concordo que pudessem talvez ter sido melhor aproveitados, embora com William Carvalho este último tinha os mesmos minutos que Rinaudo fez. Mas daí não dá para tirar grandes conclusões.

Resumindo: O seu texto quase parece um desculpar do erro que GL cometeu com o que BdC tem feito no mercado de transferência. Duas coisas acerca disso: A primeira, nem o actual presidente gastou 1/5 do que GL gastou como tem obtido melhores resultados. Segundo, o grande problema de GL na minha opinião nem foi o "falhanço" das contratações (boa parte delas até nem foram más). Faltou-lhe liderança, faltou-lhe capacidade para estabilizar e, muito importante, organizar o clube. Faltou-lhe definir claramente uma estrutura coesa, a remar para o mesmo lado. Com isso, até acredito que as contratações e o dinheiro investido pudesse ter resultado. Sem isso, resultou num descalabro financeiro e desportivo do Sporting. E são esses predicados que Bruno de Carvalho tem apresentado até agora, seja-lhe dado mérito por isso!

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De Nuno Espada a 02.02.2014 às 10:24

Caro Jorge,

O meu texto não encontra qualquer desculpa para o erro (qual seja, e foram muitos) de Godinho Lopes. Tanto não encontra que o meu amigo é incapaz de me dizer - nesse texto - onde está a minha opinião sobre o número de contratações realizadas. E se a quer saber, era contra a política do cheque e da vassoura, era a favor da manuntenção na equipa do Maniche, do Pedro Mendes, do Nuno André Coelho, do Evaldo, do Postiga e do Djaló e defendia o seu afastamento faseado, não tendo de pagar (o que o Bruno de Carvalho também fez, indemnizações para que fossem embora). Só que mal ou bem os sócios elegeram a política do cheque e da vassoura (e o candidato que ficou em 2º lugar também prometia contratações - não de 40M - mas de 50M, veja lá).

O que o meu texto encontra é múltiplos paralelismos entre a gestão de Godinho Lopes e a gestão de Bruno de Carvalho. E o seu comentário (ou os comentários que se seguem) não infirmam essa constatação. Mais, o seu comentário ou os que se seguem não respondem - em qualquer lugar - ao facto de esta miríade de contratações vir de certa forma colocar em causa muitas das promessas eleitorais realizadas em 2013. Promessas essas que, vou ser-lhe sincero, não apenas encontravam ressonância em muitos sportinguistas, como me pareciam constituir o projecto desportivo (e consequentemente financeiro) SUSTENTÁVEL, que Sporting ou qualquer outro clube precisavam de implementar. Lembro-me aliás de muitos detractores da gestão de Godinho Lopes serem especialmente críticos nesse particular e "estranhamente" desapareceram da circulação.

Finalmente, sobre a valorização exponencial, tem muitos exemplos: no actual plantel, Rojo, Capel e Carrillo parecem ter condições para permitir a realização de um bom encaixe com as suas saídas, a irredutibilidade do Bruno de Carvalho com a venda do Elias parece sugerir que ele tem algum valor, Insua veio por zero e foi vendido por 10 milhões de euros, o Wolfswinkel dobrou o seu valor (de 5 para 10 milhões), o Rinaudo custou 2 e a opção de compra do Catania é de 5 milhões, etc.

SL
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De Tywin Lannister a 02.02.2014 às 00:34

«E quantas das 19 contratações realizadas no 1º e 2º defeso de Godinho Lopes não eram "para a equipa B"? »

Só no primeiro defeso, Godinho Lopes fez 19 contratações. Mais 16 na temporada seguinte. Mas alguém está mal informado ou não sabe contar. Ou só sabe contar até 20. Presumo que não seja este o caso, todavia.
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De Tywin Lannister a 02.02.2014 às 01:38

«"metade das contratações foram para a Equipa B". Eu conto 10 em 17 (Welder, Jefferson, Piris, Maurício, Magrão, Slimani, Montero, Cissé, Shikabala e Héldon), »

Contas mal. Falta-te um nome, o actual camisola 6, Vítor Silva.


«2 delas rapidamente "despromovidas" (tanto que se teve de ir contratar mais um defesa direito em cima do fecho do mercado) e "transformadas" em "apostas de futuro" (mais ou menos). Com Sami, serão 11 em 18. Um bocadinho mais de metade.»

O Welder é um claro erro de casting, mas lá vai servindo para ser o suplente do Mauro Riquicho. E o Sami ainda está para vir.


«E quantas das 19 contratações realizadas no 1º e 2º defeso de Godinho Lopes não eram "para a equipa B"?»

Só 19 contratações foram feitas em 2011/2011, e não, nenhuma foi para a equipa B.

E na época seguinte, mais 16 jogadores foram contratados, 7 para a equipa B, 3 por empréstimo.



«E "reduzindo no verão mais de 30% dos custos com o futebol e voltando a reduzi-los agora em janeiro"... Tem a certeza? Olhe que a referência de custos é aquela que o Bruno de Carvalho encontrou quando chegou à presidência (em Março)... E tem a certeza que a contratação de 2 jogadores, por uma quantia equivalente a 2 milhões de euros, consubstancia uma redução de custos, face à saída do Rinaudo e demais jogadores da equipa B?»

Só o Labyad, em salários, custaria 4,5 milhões de euros até ao final de 2014/2015.

E o Jeffrén, em salários, custaria 7,2 milhões de euros até ao final de 2015/2016.

Mas o amigo claramente nunca leu os relatórios e contas das últimas 4 épocas e como tal, não tem a mínima ideia da crescente cratera financeira que José Eduardo Bettencourt e Godinho Lopes cavaram para o Sporting...

«E "várias das contratações se revelaram acertadíssimas e já se valorizaram de forma exponencial"... e isso não sucedeu com várias das contratações realizadas por Godinho Lopes?»

Não, porque se no final da primeira época, houve alguma valorização, a mesma foi toda pelo cano na segunda temporada, excepção feita claro, aos jogadores que vieram da equipa B, por terem selo de qualidade comprovada.

«Conclui que não há comparação porque se gastaram "mais de 40M no reforço do plantel" (o que é falso) e que, para financiar essas contratações, foi necessário ceder partes do que chama "passes"? Percebo mal ou o que quer dizer é que O ÚNICO ponto em que não há comparação é no dinheiro investido? Porque em tudo o resto não apenas é possível comparar, é possível também ver um forte paralelismo. E já agora deixe-me dizer-lhe, citando o herói do Bruno de Carvalho, "caros são os que não jogam".»

Percebes mal, mas eu explico. Na primeira temporada, Godinho Lopes foi à banca e endividou-se, depois foi ao casino e apostou as fichas todas em Luis Duque e Carlos Freitas, contratou 19 jogadores, pagou balúrdios em comissões, aumentando imenso portanto o orçamento, e depois fez figas que o apuramento para a Liga dos Campeões permitiria à sociedade minimizar os danos causados a nível financeiro, graças a um orçamento em que a despesa não andava muito longe do dobro que a receita.

Como bem sabemos, o Sporting acabou a temporada no quarto lugar e logo aí, Godinho Lopes ficou entalado. Mesmo assim, contratou mais 9 jogadores, vários deles com salários bem elevados, casos de Zakaria Labyad (custo anual de 3 milhões de euros), Khalid Boulahrouz, Danijel Pranjić ou Miguel Lopes. E se calhar, acontece o mesmo com Marcos Rojo.

No final da temporada, a despesa foi quase o dobro da receita, mas pelo meio, por alturas de Dezembro de 2012, um tal de Álvaro Sobrinho, da Holdimo, comprou dezenas de parcelas de passes ao Sporting por cerca de 20 milhões de euros, mais euro, menos euro, ficando esta despesa como dívida não corrente no último R&C anual.


Sem competições europeias, com receitas esperadas muito abaixo do habitual, o choque com a realidade não permitiu outra coisa que simplesmente despachar todos os activos cuja relação custo/benefício era bem inferior à esperada pelas novas contratações...


Mas quando não sabemos nada de economia nem de finanças, nem procuramos informar-mo-nos acerca do estado das finanças dos clubes, e pior, nem sequer sabemos quantos jogadores realmente foram contratados em cada temporada, é natural que nos sintamos enganados.

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De Nuno Espada a 02.02.2014 às 11:04

Ao meu amigo ficava-lhe bem deixar de fazer inferências sobre outras pessoas, até porque me parece que concordamos em muito (por exemplo, no muito que o meu amigo não é capaz de rebater nos paralelismos que assinalei, porque não há contorcionismo que valha aos números).

Por partes.

1. Sobre o argumento "não são 10, são 11" - tem toda a razão e peço desculpa pelo meu lapso (quando tinha feito as contas inicialmente o rumor da transferência do Héldon ainda era um rumor e por isso fiquei "viciado" com o 10). Não me parece, contudo, que esse argumento lhe valha de grande coisa para desmontar o meu argumento de fundo. Aliás, só o reforça.

2. Sobre o argumento "não são 18, são 19" - poderá ser erro meu, mas continuo a contar apenas 18. A saber: Boeck (1), Alberto Rodríguez (2), Ogushi Onyewu (3), Santiago Arias (4) Emiliano Insua (5), Atila Turan (6), Stijn Schaars (7), Fito Rinaudo (8), Luís Aguiar (9), Elias (10), Bojinov (11), Wolfswinkel (12), Capel (13), Jeffrén (14), Carrillo (15), Ribas (16), Rubio (17) e Xandão (18).

Considerei apenas a 1ª temporada, porque ainda não sabemos quantas contratações procurará realizar a presente direcção no próximo defeso, sendo certo que tem 2 jogadores recorrentemente opção para a equipa principal que estão a terminar o contrato (Piris e Magrão)

3. Sobre o "nenhum para a equipa B" - as aspas indicavam que era (efectivamente) apostas de futuro, tal como tinha sido explicado no parágrafo anterior. Seria difícil contratar 3 jogadores para uma equipa que não existia à altura. Mas não quero acreditar que com tanta prolixidade, o meu amigo não tenha percebido.

4. Sobre os custos a incorrer com o Labyad e o Jeffrén - 4,5M + 7,2M dizem-nos os comunicados à CMVM. Mas sabe dizer-nos em que condições, quais os prazos, quais as causas justificativas, para esses referidos valores que teriam de ser pagos? Porque isso os comunicados não dizem e eu gostava de saber. E sabe dizer-me quanto custará por mês o Héldon? E o Sami? E o Shikabala? Ou quanto custa por mês o Magrão, o Piris, o Welder, etc? É melhor pagar a 2 maus jogadores o mesmo que se paga a 1 bom jogador?

Ou quanto custam por mês o Rui Patrício, o Adrien, o Rojo ou o Capel? Se o Sporting dispensasse o Rui Patrício, não poderia enviar um comunicado semelhante à CMVM a dizer que tinha poupado - vamos assumir que ganha algo como 125.000 euros por mês e tem ainda 4,5 anos de contrato - 6,875 mihões de euros?

Sou eu que não lê os relatórios ou o meu amigo aceita acriticamente tudo o que lhe põem no prato e come alegremente?

5. Sobre os reforços - quer tentar adivinhar qual era a média global de idades dos "reforços" contratados por Godinho Lopes na sua 1ª temporada? Eu ajudo, era de 23,4 anos de idade. Quer arriscar a média de idades dos "reforços" contratados na era Bruno de Carvalho? Só para termos uma ideia de onde anda a "aposta de futuro", os "reforços para a equipa B" e afins.

6. Sobre o suplente do Riquicho - consegue compreender o que faz o Welder, jogador que todos presumem não verá o seu contrato renovado, na equipa B? Consegue compreender por que joga (e consequentemente "rouba" minutos a jogadores que pelo menos estarão no plantel na próxima temporada)? Consegue compreender por que o comportamento do Bruno de Carvalho com o Welder é distinto do comportamento que teve com o Victor Golas, com o Jeffrén, com o Labyad e outros jogadores que foram encostados (e ameaçados) porque a Direcção não contava com eles?

7. Sobre o paralelismo - agradecendo (como dizem aqui onde vivo) a "conclusion à deux balles" sobre as razões do falhanço de Godinho Lopes, consegue perceber que a o resumo que fez confirma o ponto que pretende rebater, que "O ÚNICO ponto em que não há comparação é no dinheiro investido"? E consegue compreender que não foi propriamente isto que o Bruno de Carvalho prometeu a si?

8. Sobre a neo-lambuçagem - eu sei que o estabelecimento de paralelismos entre o que fez Godinho Lopes e o que faz Bruno Carvalho é anátema para muitos. Mas se viesse de um apoiante de GL, não seria um elogio? Não seria demonstrativo que muitas das críticas tinham sido injustas (mas não todas)? Não seria um momento apto para alguma introspecção de tantos?

Eu não me sinto enganado... mas também não acreditava à partida.
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De Tywin Lannister a 02.02.2014 às 15:17

«Ao meu amigo ficava-lhe bem deixar de fazer inferências sobre outras pessoas»

Faço sempre por fazer isso, mas quem contorceu os números não fui eu: «E quantas das 19 contratações realizadas no 1º e 2º defeso de Godinho Lopes não eram "para a equipa B"?»... Godinho Lopes em ambos os defesos fez um total de 36 contratações, não apenas 19... com ou sem apostas de futuro, tal como foi referido por Godinho Lopes na altura.

Quanto aos paralelismos, os mesmos não vão além do número de contratações, esta temporada mais semelhante à do ano passado, pois 17 sempre fica mais perto de 16, do que de 19, mas os números falam por si, não são precisos contorcionismos de ordem alguma.

Se há coisa em que não há paralelo, é nos custos, pois querer comparar o que fez Godinho Lopes, em que a coisa foi tão má, que no final, Ínsua e van Wolfswinkel foram vendidos por dificuldades de tesouraria, para não falar dos empréstimos de Elias, Oguchi Onyewu, Danijel Pranjić, ou mesmo Gelson Fernandes, com aquilo que tem feito Bruno de Carvalho, é não compreender o básico dos básicos. E este básico dos básicos é muito simples: não é possível sustentar negócio algum quando se gasta mais do dobro daquilo que se ganha.

Em 2011/2012, as receitas foram de 40,765 milhões de euros, contra 66,300 milhões de euros em despesas, mais 15,578 milhões de euros gastos em imparidades (fruto do investimento feito em contratações) e mais 4,718 milhões de euros perdidos a nível financeiro. 86,596 milhões em gastos, 2,3617 vezes mais que os ganhos, 2.124 vezes mais que os ganhos.

Em 2012/2013, as receitas foram de 32,001 milhões de euros, contra 66,212 milhões de euros em despesas, mais 2,467 milhões de euros gastos em imparidades e mais 6,898 milhões de euros perdidos a nível financeiro. 75,577 milhões em gastos, 2,3617 vezes mais que os ganhos.

Godinho Lopes e Bruno de Carvalho, na primeira temporada, contrataram entre si 36 jogadores, 19 para o anterior presidente (Victor Golas é o único nome em falta na sua lista), 17 para o actual presidente. Mas os custos entre as contratações de um e de outro não têm nem comparação nem paralelismos, por mais contorcionismos que queiram fazer.

E é aqui que está a grande diferença de políticas entre a anterior e actual administração, diferença tão evidente que julguei não ser necessário sublinhá-la. Mas parece que posso inferir que afinal estava errado. Quando não se tem noção do nível de despesas feitas nas duas últimas épocas...

Quanto a Welder, um jogador de baixo custo, ao contrário de Labyad, Jeffrén ou Elias, vai jogando porque apenas Mauro Riquicho parece ser defesa direito de raíz, todavia parece que Edilino Ié é capaz de fazer o lugar também, mas por alguma razão que me escapa, Abel ainda tem chamado o brasileiro, mas mesmo assim não deixa de ser um erro de casting. Tal como a contratação de Sunil Chhetri, por exemplo.

Mas Godinho Lopes não ficou por aqui, pois houve mais jogadores que praticamente, pouco ou nada jogaram pelo Sporting, ora por razões médicas ou físicas (Alberto Rodríguez, mais tempo lesionado que a jogar, algo que já sabia antes de ser contratado; Luis Aguiar, que desconheço se terá realmente passado os exames médicos; tal como Jeffrén), ora por razões técnicas, como foi o caso do Atila Turan, que em duas temporadas, foi sempre emprestado.

E é aqui que parece que há outra diferença de critério entre uma e outra administrações. Ivan Píris pode só fazer uma temporada, o mais provável tendo em conta o seu elevado custo de aquisição, mas é um jogador útil, que faz ambos os lados como defesa lateral. Vítor Silva veio para colmatar a falta de adaptação de Gérson Magrão, que ainda vai sendo "aposta" de Leonardo Jardim por ir fazendo uns minutos aqui e ali. Sobra Cissé, uma aposta de futuro, como são todas as contratações feitas para a equipa B, cujo critério parece ser muito claro: ir buscar lá fora aquilo que a Academia ainda não produz. Ou se produz, não tem continuidade, casos de Bruma, Ilori ou Alexandre Guedes, que não quiseram renovar.

«Sobre o argumento "não são 10, são 11"», por ter «feito as contas inicialmente, o rumor da transferência do Héldon ainda era um rumor», às 11:15 de 01.02.2014 já não há lugar para mais rumores. Quanto aos custos, os mesmos irão aparecer no próximo R&C. ;)
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De Rui Gomes a 02.02.2014 às 15:27

Meu caro, a conversa não é comigo, mas apenas um reparo: Sunil não foi contratado visando rendimento desportivo. O objectivo era tentar por um pé no mercado indiano, para outros fins.
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De Rui Gomes a 01.02.2014 às 13:56

Excelente análise, caro Nuno Espada.

A título de curiosidade - não me dei ao trabalho de averiguar - seria interessante saber quantas contratações foram intermediadas por Nelson Almeida.
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De Pedro51 a 01.02.2014 às 17:39

Afinal parece haver algum dinheiro. Para os melhores da formação, é que não houve, com muita pena minha...
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De Tywin Lannister a 02.02.2014 às 00:15

Godinho Lopes fez 19 contratações em 2011/2012. E não, não havia equipa B. Mais, recuperou quatro jogadores emprestados. E não estou a contar com contratações feitas para os juniores, como foram os casos de Gael Etock ou Luka Stojanovic.

Em 2012/2013, o Sporting apenas fez nove contratações. Mais sete contratações para a equipa B: Ruan Yang, Lucas Patinho (por empréstimo), Sunil Chhetri, Jorge Chula, Fabrice Fokobo (este primeiro para os juniores), Júlio Alves (por empréstimo) e Seejou King (por empréstimo).

Em 2013/2014, o Sporting fez até onze contratações para a equipa de honra: Welder (relegado para a Equipa B), Maurício (habitual titular), Jefferson (habitual titular), Iván Piris (suplente e habitual convocado), Vítor Silva (suplente e habitual convocado), Gérson Magrão, Islam Slimani (habitual suplente e "arma secreta"), Fredy Montero (habitual titular), Salim Cissé (relegado para a Equipa B, emprestado ao Arouca), Heldon e Shikabala.

Para a Equipa B, esta temporada, entraram os seguintes seis atletas: Hugo Sousa (utilizado regularmente), Samba (utilizado várias vezes), Everton Tiziu (este nem o Camarote Leonino sabia dele nem o que anda por cá a fazer, dava assunto para um belo artigo... ), Matías Pérez (por empréstimo, ao que parece), Ousmane Dramé e Lewis Enoh.

Agora, comparem o total de salários, comissões, luvas e sei lá que mais, entre uma temporada e outra e depois digam-me qual é que tem tido melhor relação custo/benefício. ;)
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De Rui Gomes a 02.02.2014 às 00:45

A título de curiosidade, por onde anda esse Everton Gonçalves (Tiziu) que não o vejo inscrito em parte alguma. Com 19 anos era suposto estar na equipa B.

Também não se encontra no plantel dos juniores.
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De Tywin Lannister a 02.02.2014 às 01:47

Boa pergunta. As más línguas especulam que a sua estadia em Alcochete é algum favor que o Sporting está a fazer a algum empresário. Salvo erro, tinha sido inscrito na Liga, mas menos que esteja lesionado assim que chegou e ainda não recuperou, mais informação sobre o atleta é basicamente nenhuma. E como a nossa imprensa não liga puto a estas coisas, parece que continuaremos sem saber muito mais. Enfim, mais um como o Owusu.
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De Rui Gomes a 02.02.2014 às 01:50

Já fiz pesquisa extensa. Não se encontra registo dele em parte alguma, nem sequer em qualquer plantel no site do Sporting.
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De Tywin Lannister a 02.02.2014 às 03:45

Já somos dois. Começo a especular se esta história toda não passa toda de um embuste.


P.S.: Lembrei-me agora, contratou-se o Heldon para concorrer com Diego Capel, André Carrillo e Wilson Eduardo. Não teria sido mais prático recuperar um tal de Valentin Viola? Se calhar não, não sem antes devolver boa parte do que o Racing Club pagou pelo seu empréstimo. ;)
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De Rui Gomes a 02.02.2014 às 04:43

Acima de tudo, gostaria de saber o parecer de LJ sobre Viola, já que o empréstimo dele ao Racing não fez sentido algum e até imagino que o salário dele não deverá ser nads de especial.

O Racing tem a opção de compra, mas o próprio jogador já admitiu que esse clube não tem meios para o negócio.

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