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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
É frequente os sportinguistas enumerarem situações em que o Sporting foi severamente prejudicado pela arbitragem. Não se trata de alguma teoria da conspiração, ou coisa do género, mas de situações factuais que todos recordam. No entanto, há muitos outros casos entretanto engolidos pela voracidade do tempo. Por essa razão, para tentarmos evitar que caiam no esquecimento, o Camarote Leonino procedeu ao levantamento de situações que deram brado e foram motivo de conversa entre nós. O nosso objectivo é lutar pela verdade desportiva, que nunca existirá sem uma arbitragem livre, independente e qualificada.
O primeiro jogo da lista é o Sporting - Leixões disputado em 1972 que terminou com uma invasão de campo aos 7 minutos de jogo. Foi a primeira vez que assisti a uma partida de futebol no Estádio de Alvalade e marcou a minha memória para sempre. Depois, de se recordarem algumas situações insólitas até à década de 1990, abordam-se os últimos 20 anos e alguns casos que ficaram na memória de todos os sportinguistas. A listagem não é exaustiva, está incompleta, nem sequer são referidos jogos de “campo inclinado” desde o apito inicial, de que Artur Soares Dias e João Pinheiro serão os mais completos praticantes na actualidade.
1972-73
Sporting 0 - Leixões 1, Campeonato Nacional, em 29 de Outubro de 1972. Árbitro Carlos Lopes.
Invasão de campo aos 7 minutos depois do árbitro não ter indicado um canto a favor dos leões. No entanto, a razão foi um penálti marcado contra o Sporting minutos antes, apesar do fiscal de linha ter assinalado fora de jogo. Vítor Damas defendeu o penálti, mas Carlos Lopes mandou repetir e foi golo. O Estádio de Alvalade foi interdito por 9 jogos.
1975-76
Atlético 3 - Sporting 0, Campeonato Nacional, 21 de Setembro de 1975. Árbitro Amândio Silva.
O árbitro marcou um penálti contra o Sporting a 11 minutos do fim do jogo que estava empatado a duas bolas. Não havendo razão para falta de penálti, e por ter havido outros casos durante o jogo, verificou-se invasão de campo. A Federação estabeleceu uma derrota do Sporting por 3-0.
Porto 2 - Sporting 3, Campeonato Nacional, 18 de Outubro de 1975. Árbitro Alder Dante.
Num jogo nas Antas com nevoeiro cada vez mais denso, os leões venciam por 2-1 quando um remate de Gomes levou a bola à malha lateral e um apanha bolas introduziu-a na baliza. O árbitro assinalou golo e Juca, com a sua fleuma britânica, chamou-lhe um “sonho fantástico”. Alder Dante no seu relatório reconheceu a falha, apanhou uma repreensão e o processo foi arquivado.
1980-81
Benfica 1 - Sporting 1, Campeonato Nacional, 2 de Maio de 1981. Árbitro Inácio Almeida.
O árbitro assinalou um penálti duvidoso contra o Sporting, que mandou repetir depois de Nené ter falhado. Numa outra jogada, virou as costas quando Pietra rasteirou Manuel Fernandes dentro da grande área, mandou seguir o jogo, Bento, com a pressa atrapalhou-se, largou a bola e permitiu que Jordão marcasse golo, que Inácio de Almeida anulou.
1998-99
Académica 2 - Sporting 2. Campeonato Nacional, 11 de Setembro de 1998. Árbitro António Costa.
Anulação de um golo limpo a Edmilson.
Chaves 2 - Sporting 2. Campeonato Nacional, 23 Janeiro 1999. Árbitro Jorge Coroado.
Jorge Coroado não assinalou três penáltis claros a favor da equipa sportinguista. Garantiu depois que tinha ficado cheio de azia pela sua falha.
Na sequência deste jogo, a Direcção sportinguista declarou luto desportivo em virtude da ausência de critérios uniformes no tratamento aos vários clubes. A bandeira do Clube foi colocada a meia haste e os jogadores leoninos passaram a equipar com meias pretas. Uma sondagem do painel Expresso/Euroexpansão publicado no jornal Expresso, em 4.2.1999, demostrou que o Sporting era o clube mais prejudicado pelas arbitragens.
2004-05
Benfica 1 - Sporting 0. Campeonato Nacional, 14 de Maio de 2005. Árbitro Paulo Paraty.
Os leões estavam no 1º lugar, mas um golo de Luisão com falta sobre Ricardo roubou-lhes a liderança.
Sporting 2-Nacional 4. Campeonato Nacional, 22 de Maio de 2005. Árbitro António Costa.
O Nacional venceu com três golos fora de jogo e o Sporting desceu ao 3º lugar.
2006-07
Sporting 0 - Paços de Ferreira 1. Campeonato Nacional, 16 Setembro 2006. Árbitro João Ferreira.
Ronny marcou com a mão o golo da vitória pacense. O Sporting perderia o Campeonato por um ponto.
2008-09
Sporting 1- Benfica 1 (2-3 g.p.). Taça da Liga, 21 de Março de 2009. Árbitro Lucílio Batista.
Exemplo de adulteração da verdade desportiva. O Benfica conseguiu o empate com um penálti inventado por pretensa falta de Pedro Silva. Paulo Bento fez um gesto com a mão que se tornou viral. Ficou para a história como a “Taça Lucílio Baptista”.
2011-12
Sporting 1 - Olhanense 1. Campeonato Nacional, 13 de Agosto de 2011. Árbitro Carlos Xistra.
A Direcção sportinguista contestou a arbitragem, ao que se seguiu o boicote dos árbitros ao jogo da 2ª jornada em Aveiro. João Ferreira não compareceu e a partida foi arbitrada por Fernando Martins, árbitro da II divisão distrital de Aveiro. O boicote seria levantado na jornada seguinte, no Sporting - Marítimo arbitrado por Pedro Proença.
2012-13
Benfica 2 - Sporting 0, Liga ZON Sagres, 21 de Abril de 2013. Árbitro João Capela.
Este dérbi lisboeta ficou para a história como o “jogo do Capela” pelas inúmeras decisões tendenciosas, nomeadamente na grande área do Benfica. Também ficou na memória pelo “limpinho, limpinho” de Jorge Jesus.
2013-14
Benfica 4 - Sporting 3 (a.p.). Taça de Portugal, 9 de Novembro de 2013. Árbitro Duarte Gomes.
Não foram marcados dois penáltis contra a equipa do Benfica, um deles verdadeiramente escandaloso.
2014-15
Schalke 04 4 - Sporting 3, Liga dos Campeões, 21 de Outubro de 2014. Árbitro Sergei Karasev (Rússia).
Um inacreditável penálti marcado no final do jogo (90+3 minutos) deu a vitória ao clube alemão.
2015-16
Play-off da Liga dos Campeões com o CSKA Moscovo. O Sporting foi eliminado por duas arbitragens inqualificáveis, que não marcaram dois penáltis evidentes, permitiram um golo com a mão e anularam erradamente um golo aos leões.
Braga 4 - Sporting 3 (a. p.), Taça de Portugal, 16 de Dezembro de 2015. Árbitro Fábio Veríssimo.
Anulado um golo limpo a Slimani.
2016-17
Benfica 2 - Sporting 1, Liga NOS, 11 de Dezembro de 2016. Árbitro Jorge Sousa.
O árbitro teve um activo, perdoou dois penáltis aos benfiquistas Pizzi e Nélson Semedo. Na sequência do penálti não assinalado a Pizzi, num rápida conta-ataque o Benfica marcou o primeiro golo do jogo. Irregular, portanto.
Sporting 0 - Braga 2, Liga NOS, 18 de Dezembro de 2016. Árbitro Hugo Miguel.
O árbitro não marcou dois penáltis contra os bracarenses.
Marítimo 2 - Sporting 2, Liga NOS, 21 de Janeiro de 2017. Árbitro João Pinheiro.
Golo mal anulado a Alan Ruiz.
2018-19
Setúbal 1 - Sporting 1, Liga NOS, 30 de Janeiro de 2019. Árbitro Hélder Malheiro.
Ristovski foi agredido com uma cotovelada que o deixou com grande hematoma na testa. Nos protestos, foi ele o expulso aos 54 minutos com o resultado favorável aos sadinos por 1-0.
Marítimo 0 - Sporting 0, Liga NOS, 25 de Feveiro de 2019. Árbitro Tiago Martins.
Tiago Martins faz o pleno neste jogo em matéria de expulsões. Coates aos 51 minutos, pouco depois Nélson Pereira, treinador de guarda-redes, e ainda executa um sprint de 30 metros para expulsar Marcel Keizer. Isto tudo durante uma arbitragem vergonhosamente inclinada.
2019-20
Sporting 2 - Rio Ave 3, Liga NOS, 31 de Agosto de 2019. Árbitro João Pinheiro.
João Pinheiro viu e assinalou três penáltis contra o Sporting. No entanto, ele e o VAR não viram Raphinha ser empurrado por um adversário com as duas mãos a escassos metros da linha de golo.
Braga 2 - Sporting 1. Final da Taça da Liga. 21 de Janeiro de 2020. Árbitro Nuno Almeida.
Com o resultado em 1-1, Nuno Almeida expulsa Bolasie por decisão do VAR Artur Soares Dias, depois de descarada e grosseira simulação do bracarense Willyan. Paulinho fez o 2-1, aos 90 minutos, com providencial empurrão a Mathieu.
2020-21
Famalicão 2 - Sporting 2. Liga NOS, 5 de Dezembro de 2020. Árbitro Luís Godinho.
Expulsão de Pote aos 80 minutos e anulação de um golo limpo por Coates, que faria o 2-3, por indicação do VAR. “Onde vai um, vão todos!”, foi o grito de guerra assumido por todo o plantel e que culminaria na festa do título de campeão no Marquês.
2021-22
Sporting 1 - Porto 1, Liga Portugal bwin, 11 de Setembro de 2021. Árbitro Nuno Almeida.
Pepe agrediu Coates com um murro violento na cara. Não viram, nem árbitro nem VAR!
Sporting 1 - Braga 2. Liga Portugal Bwin, 22 de Janeiro de 2022. Árbitro Hugo Miguel.
O Braga fez 1-1 com um daqueles penáltis que só se marcam contra o Sporting. O VAR João Pinheiro pressionou Hugo Miguel para o assinalar.
Porto 2 - Sporting 2. Liga Portugal Bwin, 11 de Fevereiro de 2022. Árbitro João Pinheiro.
Arbitragem caótica de João Pinheiro. Expulsões de Coates, Palhinha e Pepe, colocando o Porto em vantagem numérica, ao mesmo tempo que permitiu que Taremi abusasse das habituais simulações e de jogo perigoso.
Sporting 0 - Benfica 2. Liga Portugal Bwin, 17 de Abril de 2022. Árbitro Fábio Veríssimo.
O Sporting fez um jogo fraco, mas o árbitro perdoou um penálti claro de Otamendi sobre Coates aos 68 minutos quando o resultado estava em 1-0.
2022-23
Santa Clara 1 - Sporting 2. Liga Portugal Bwin, 8 de Outubro de 2022. Árbitro Artur Soares Dias.
Arbitragem manhosa como é habitual neste árbitro. Ele e o VAR não viram dois penáltis claros a favor do Sporting.
Porto 2 - Sporting 0. Final Allianz Cup, 28 de Janeiro de 2023. Árbitro João Pinheiro.
João Pinheiro mostrou o segundo amarelo a Paulinho, ignorando uma agressão de Otávio sobre o sportinguista. Antes já tinha ignorado uma clara agressão de Wendell a Pote.
Sporting 3 - Boavista 0. Liga Portugal Bwin, 12 de Março de 2023. Árbitro João Pinheiro.
Não foi assinalado penálti sobre Francisco Trincão, apesar de claramente carregado pelas costas.
2023-24
Casa Pia 1 - Sporting 2. Liga Portugal Bwin, 18 de Agosto de 2023. Árbitro Nuno Almeida.
Golo mal validado ao Sporting compensado por um penálti sobre Edwards perdoado aos casapianos.
Guimarães 3 - Sporting 2. Liga Portugal Bwin, 10 de Dezembro de 2023. Árbitro João Pinheiro.
Penálti inexistente contra o Sporting que permitiu o empate (1-1) nos últimos instantes da 1ª parte.
Sporting 2 - Porto 0. Liga Portugal Bwin, 18 de Dezembro de 2023. Árbitro Nuno Almeida.
Dois golos do Sporting anulados sem razão, com o falso pretexto de faltas de Quaresma e de Bragança.
Nas fotografias:
- Sporting 0 - Leixões 1, em 1972-73. Penálti mal assinalado.
- Porto 2 - Sporting 3, em 1975-76. Alder Dante e o “golo no nevoeiro”.
- Benfica 1 - Sporting 0, em 2004-05. Falta de Luisão sobre Ricardo.
- Sporting 0 - Paços de Ferreira 1, em 2006-07. “Golo” com a mão.
- Sporting 1 - Benfica 1 (2-3 g.p.), em 2008-09. O gesto de Paulo Bento.
- Benfica 2 - Sporting 0 em 2012-13. O tal jogo do “limpinho, limpinho”.
- Setúbal 1 - Sporting 1, em 2018-19. Agressão a Ristovski.
- Famalicão 2 - Sporting 2, em 2020-21. “Onde vai um, vão todos.”
- Sporting 1 - Porto 1, em 2021-22. Agressão a Coates.
- Sporting 2 - Porto 0, em 2023-24. Falta mal assinalada a Quaresma.
Arsène Wenger voltou a deixar esta sexta-feira uma ideia de certa forma revolucionária quanto ao futebol do futuro. Em declarações à beIN Sports, o ex-treinador do Arsenal e actual director do Departamento de Desenvolvimento do Futebol da FIFA, considerou que a "cura" para as constantes situações de "falta de respeito" para com os árbitros passa pela utilização de microfones, que permitam a todos ouvir o que é dito no relvado.
"Primeiro de tudo, diria que estamos a atravessar por uma fase intermédia. Há uma necessidade e exigência de transparência na sociedade e não creio que possamos escapar por muito mais tempo. Tenho falado com árbitros e há alguma preocupação. É sempre uma questão de interpretação, de quem toma a decisão final, se foi mais influenciado por isto ou por aquilo, e acabas por ficar mais aberto a mais debates.
Creio que os árbitros de momento concordam inteiramente em explicar a sua decisão e o próximo passo será tornar tudo completamente transparente. Não estou contra isso e pessoalmente nem estou contra o facto de podermos ouvir tudo. A melhor forma de curar a falta de respeito que há para com os árbitros seria ouvirmos o que os jogadores lhes dizem", considerou Wenger.
Sem menosprezar esta sugestão de Wenger - compreende-se a intenção - acho, no entanto que a medida mais urgente a ser implementada no futebol é a de tornar audível a conversa entre o árbitro de campo e o VAR. Há um excesso alarmante de situações que acabamos por não perceber as considerações entre os intervenientes e eventuais decisões - sobre casos assinalados ou não assinalados - que ficam por explicar. A principal causa para a polémica constante relativamente ao VAR.
Esta medida, à espera de implementação, assume carácter ainda mais urgente e influente no futebol português, pela múltiplas razões de registo sobre a competência e isenção dos árbitros, auxiliares e VARs.
“Faço uma pergunta a mim mesmo: este penálti que foi assinalado, quando é que era revertido no Estádio do Dragão ou no Estádio da Luz? Nunca!”.
O desabafo de Frederico Varandas após o clássico do último sábado, no caso relativo ao polémico lance entre Pote e Zaidu, no final da primeira parte, é a base de uma participação disciplinar que o Conselho de Arbitragem da FPF e a APAF fizeram chegar ao Conselho de Disciplina da FPF. A queixa visa, muito naturalmente, o teor das declarações do presidente leonino e vai dar origem à abertura de um processo.
O Conselho de Arbitragem, presidido por José Fontelas Gomes, foi um dos visados pela intervenção de Varandas. A APAF, liderada por Luciano Gonçalves, entendeu que também devia sair em defesa da honra da classe. Lesão da honra é justamente um dos pontos do Regulamento de Disciplina que poderá enquadrar o processo que vai ser analisado pelo CD da FPF.
O artigo 136º prevê que os dirigentes que incorram nessa infracção “contra órgãos da Liga ou da FPF, respectivos membros, elementos da equipa de arbitragem, clubes, dirigentes, jogadores, demais agentes desportivos ou espectadores são punidos com a sanção de suspensão a fixar entre o mínimo de um mês e o máximo de dois anos”.
Acessoriamente, poderá ainda ser aplicada uma multa pecuniária que varia entre os 5.600 e os 30.600 euros. A participação do CA e da APAF é circunscrita a Frederico Varandas.
Seria muito útil estes personagens darem uma explicação compreensível sobre os critérios diferentes relacionados com os lances ilustrados no vídeo que aqui apresentamos.
Ainda houve um outro lance na recém-visita do Sporting ao Portimonense, a contar para a 3.ª jornada da Liga, em que um golo foi invalidado ao Coates, só porque tinha a mão no ombro do defesa, sem que se tenha verificado qualquer contacto de intensidade acrescida ou invulgar.
ADENDA
Ainda, mais um outro pequeno/grande pormenor que merece a nossa atenção. O árbitro na visita do Sporting a Moreira de Cónegos que não assinalou a falta sobre Coates (ver vídeo) que daria numa grande penalidade a favor da equipa leonina e o VAR no recém-embate entre Sporting e FC Porto, é, por mera coincidência, decerto, Tiago Martins. O problema, é que o histórico do futebol português de há uns anos a esta parte ensina-nos que raramente há coincidências inocentes.
"Vão ouvir-nos dizer mal dos árbitros"... Sebastián Coates
(Finalmente, uma coisa que a pandemia alterou no futebol português!)
Um ex-árbitro apresentou há cerca de um mês uma queixa-crime no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Porto contra "a falta de transparência" da secção de classificações do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol. São essas avaliações que determinam quem sobe e quem desce de escalão (C1 Pro, C1, C2 ou C3) ou quem chega a internacional.
Segundo informações recolhidas pela Sábado, a Polícia Judiciária já está a investigar as inúmeras suspeitas levantadas, que se prendem com a "forma opaca", segundo fonte próxima desta processo, como a secção de classificações gere, há vários anos, as notas dos árbitros, assistentes, vídeo-árbitros e observadores (avaliadores no terreno).
António Salvador, presidente do SC Braga, enviou uma carta a Fontelas Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, a denunciar alegados favores dos árbitros ao Sporting.
Segundo o líder minhoto, o que aconteceu no jogo entre o Belenenses e o Sporting no Restelo, há alguns dias, “foi mais uma machadada na verdade desportiva e mais um retrocesso naquilo que pode e deve ser uma ferramenta de apoio, tendo-se verificado uma vez mais que o VAR só é importante se houver competência de quem o utiliza”.
Na missiva, Salvador quis expor o “sentimento de indignação por factos ocorridos nos jogos em que são intervenientes SC Braga e Sporting, cujas recentes arbitragens têm desvirtuado os resultados e, consequentemente, a classificação.
Questionamos o Conselho de Arbitragem como é possível validar o terceiro golo do Sporting quando existe uma infracção clara no início da jogada por mão deliberada de Ristovski?".
Segundo Salvador, a carta enviada a Fontelas Gomes “não resulta da pretensão de qualquer benefício, mas sim que se reforce o trabalho conjunto para que haja maior isenção, rigor e, acima de tudo, verdade desportiva”.
Depois de ter visto negado, pelo Ministério Público, o acesso ao material que sustenta a investigação, a Liga decidiu avançar a todo o gás. Junto de fonte próxima do processo, foi possível confirmar que os árbitros implicados nas denúncias dos dragões já começaram a ser notificados para depor, sendo que a medida da Comissão de Instrutores nada tem a ver com um pedido do presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, José Fontelas Gomes, para que todos os juízes da actual 1.ª categoria nacional fossem ouvidos.
Os árbitros deverão ser chamados a prestar declarações já na próxima semana. O caso dos e-mails começou a ser revelado pelo F. C. Porto no Verão do ano passado e implica o Benfica num alegado esquema que envolveria a arbitragem.
Decorreu um encontro em Fátima entre o Conselho de Arbitragem e os árbitros de primeira categoria que pediram quase a 100% dispensa para o próximo fim-de-semana devido ao clima hostil e constantes críticas dos dirigentes.
A verdade é que os árbitros recuaram em relação a este fim-de-semana mas entregaram em mãos ao Conselho de Arbitragem o pedido de dispensas no prazo regulamentar que é de 20 dias, o que não sucedeu em relação à jornada que se inicia esta sexta-feira com o Belenenses-Chaves.
Há uma janela de 20 dias que permite haver uma negociação e um apalpar do terreno em relação a uma eventual mudança de comportamento dos dirigentes. Importa dizer que esta janela abrange o FC Porto-Benfica de 1 de Dezembro.
Importa salientar que este é o segundo recuo dos árbitros de primeira categoria, que já tinham convocado uma greve, entretanto desconvocada, para os próximos encontros da Taça da Liga.
Eis o comunicado da APAF na íntegra:
Os árbitros C1, assistentes e estagiários decidiram por unanimidade entregar pedidos de dispensa que terão efeito a partir do prazo regulamentar.
A ausência dos árbitros nas competições profissionais será efectiva, nessa data, caso não se verifiquem os seguintes pressupostos:
Total ausência de insinuações, da parte de clubes e agentes desportivos, que coloquem em causa a honra e o bom nome dos árbitros; por clubes e agentes desportivos entendem-se os seus dirigentes, treinadores, jogadores e demais funcionários, os meios de comunicação próprios e aqueles que promovem nas redes sociais;
O período de 20 dias com total ausência de insinuações deve abranger todas estas pessoas e meios. Para que não restem dúvidas, entendemos por insinuações: acusar os árbitros de errarem de forma propositada; acusar árbitros de prejudicarem sempre o mesmo clube; referirem-se, directa ou indirectamente, a qualquer ato não provado de corrupção; aplicar aos árbitros, de forma directa ou indirecta, expressões como "polvo", "padre", "diácono" ou "apito dourado", entre outras infelizmente utilizadas por diversos clubes já esta época;
Durante estes 20 dias exigimos reuniões da APAF e cinco árbitros com o presidente e Direcção da Liga, com o objectivo de definir e aprovar um corpo regulamentar que reforce a punição de quem não cumpre as normas éticas e disciplinares a que estão obrigados todos os agentes, tal como sucede, por exemplo, na UEFA;
Este novo corpo regulamentar de normas éticas e disciplinares deverá ser aprovado pela Direcção da Liga durante este prazo, e submetido a Assembleia Geral da Liga até 31 de Dezembro de 2017, passando a vigorar assim que for regulamentarmente possível.
O Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) recebeu vários pedidos de dispensa de árbitros da primeira categoria para os jogos deste fim de semana.
A confirmação foi dada por Luciano Gonçalves, presidente da APAF, que não adiantou mais pormenores.
Certo é que os pedidos de dispensa alegam indisponibilidade da parte dos juízes para dirigir jogos das competições profissionais (I e II Liga). O número de árbitros em questão ainda não é conhecido.
Um problema que se arrasta, sem resolução à vista.
A Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APF) anunciou esta segunda-feira a indisponibilidade de os juízes do principal escalão dirigirem jogos da Taça da Liga nos meses de Novembro e Dezembro, devido à contestação ao sector.
Em comunicado, a estrutura representativa dos árbitros considera que “não existem condições para continuar a arbitrar”, atendendo a que “o clima no futebol português se tem degradado cada vez mais nos últimos tempos”.
“Uma asfixia constante em torno do papel do árbitro que tornaram quase irrespirável o ar que a cada semana encontramos nos relvados do nosso país. Semanalmente vemos dirigentes de clubes profissionais a socorrerem-se da mesma desculpa de sempre quando o resultado desportivo os compromete e precisam de encarar os seus adeptos”.
Nesse sentido, a APAF anunciou “que os árbitros C1 não estarão disponíveis para os jogos da Taça da Liga agendados para os meses de Novembro e Dezembro, iniciando, desde já, todos os procedimentos regulamentares nesse sentido”, acrescentando já ter informado a Liga (LPFP) desta tomada de posição.
“A APAF lamenta que tenha sido necessário este extremar de posições, esperando que o mesmo, seja capaz de conduzir os clubes profissionais a uma reflexão profunda onde o comportamento dos seus dirigentes seja um dos pontos centrais a reflectir e origine uma nova era no desporto nacional”, lê-se ainda no comunicado, no qual acrescenta que esta ‘greve’ “nada tem a ver com as questões remuneratórias que se encontram em fase de discussão com a LPFP”.
De acordo com o sítio oficial da LPFP, estão previstos nove jogos da terceira fase da Taça da Liga para 28 e 29 de Novembro e cinco para 21 de Dezembro.
A FPF decidiu, esta segunda-feira, que em 2017/18 os relatórios de jogo dos árbitros, nas provas profissionais, vão passar a ser públicos: "os relatórios de jogo das equipas de arbitragem serão divulgados no site" da FPF "depois de concluída a análise e publicadas as decisões do Conselho de Disciplina". A decisão da direcção federativa foi tomada depois de consultados os Conselhos de Arbitragem, liderado por José Fontelas Gomes, e de Disciplina, presidido por José Manuel Meirim.
José Fontelas Gomes, fez esta observação:
«Atendendo à necessidade constante de ajudar todos os intervenientes – nomeadamente os adeptos - a conhecer e compreender todas as dimensões do futebol, o Conselho de Arbitragem entende que a divulgação pública dos relatórios de jogo das equipas de arbitragem é uma boa prática, amiga da transparência, e deve ser tomada a partir do início da época 2017/18».
Já Luciano Gonçalves, presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), manifestou a sua inteira concordância com esta decisão:
«Este era um dos objectivos que nos tínhamos proposto atingir. É mais uma prova da procura da transparência que se pretende para o futebol e para a arbitragem. A divulgação dos relatórios permitirá aos adeptos ter conhecimento directo sobre os factos do jogo e compreender melhor as tarefas da equipa de arbitragem, contribuindo para a transparência».
... E promete ainda dar muito que falar, especialmente quando se verifica que mesmo entre ex-árbitros não há unanimidade. Algo que, na realidade, não surpreende, minimamente. Quase todos eles têm registo de polémicas tão más ou piores nas suas carreiras e alguns, de momento, têm agendas muito próprias.
Sobretudo, nunca saberemos como eles teriam agido caso tivessem dirigido o jogo de domingo. Por conseguinte, dão a sua opinião como meros adeptos a assistir à partida na televisão, exactamente como nós.
A verdade nua e crua é que não há e nunca haverá unanimidade nestes casos. Cada um vê somente o que quer ver, a vasta maioria puxando "a brasa à sua sardinha". Mas o jogo já foi realizado, o Benfica venceu, e nada alterará essa disposição, venha quem vier à praça pública dar a sua opinião.
Confesso que estes jogos e subsequentes episódios polémicos de arbitragem, já não me incomodam com em tempos de outrora. Será a idade e/ou a maturidade, ou porventura porque hoje sou muito mais cínico do que era sobre muito do que ocorre no futebol, nomeadamente em Portugal, terra deveras fértil para o oportunismo, chico-espertismo e pedantismo, dentro e fora das quatro linhas.
Venha o próximo jogo, digo eu...
«Temos recebido relatos de que elementos ligados à arbitragem começam a ser "ameaçados" de poder perder os seus trabalhos fora do futebol se "as coisas não voltarem ao que eram". Estas "pressões" estarão a ser feitas pelos próprios patrões e/ou superiores hierárquicos.
A estar a suceder é absolutamente execrável e nós estaremos atentos, denunciando toda e qualquer situação. Não vão conseguir parar a mudança fundamental no futebol!».
Confesso, desde já, que não tenho conhecimento de causa para poder verdadeiramente avaliar este tipo de denúncia. Parece-me, no entanto, que mesmo sendo verdade, o teor da divulgação é uma "uma mão cheia de nada" pela sua ambiguidade e, sobretudo, por carecer de detalhes.
Publicar um alerta deste cariz em nome de uma Instituição como o Sporting Clube de Portugal é bem diferente de um adepto ou cidadão comum, até porque a gravidade da hipotética ocorrência é de enorme importância para o futebol português.
Mais uma vez as comunicações do Sporting deixam muito a desejar, disposição esta que se começa a verificar quase diariamente. É difícil não ficar com a ideia que estas missivas visam desviar atenções dos assuntos de maior importância para o Clube.
Ironicamente, ainda nos acusam ocasionalmente aqui no Camarote Leonino de divulgar determinadas incidências sem comprovativos.
A Federação Portuguesa de Futebol anunciou, esta segunda-feira, as classificações dos árbitros relativas à época 2015/2016. Artur Soares Dias terminou com a melhor pontuação (3,419), seguido de João Capela (3,395) e Nuno Almeida (3,383).
Nas três últimas posições, com direito a despromoção à 2.ª categoria, ficaram Cosme Machado (3,230), Sérgio Piscarreta (3,227) e André Moreira (3,209).
Fora das avaliações ficaram Duarte Gomes (jubilado), Vasco Santos e Jorge Sousa (lesionados).
Artur Soares Dias conseguiu pela primeira vez o título de melhor árbitro em Portugal. O juiz da associação de futebol do Porto sucede a Jorge Sousa no topo da classificação. Apitou num ano quatro clássicos e a final da Taça de Portugal.
O que me sinto mais tentado a comentar, nem é o primeiro lugar de Soares Dias no "pódio", mas sim a "medalha de prata" atribuída a João Capela. Dito isto, Artur Soares Dias é mesmo o melhor árbitro português da actualidade ?
Desnecessário será recordar que o Euro 2016 não conta com a participação de nenhum juiz luso.
"Não sabíamos que o Benfica tinha escolas de andebol no Brasil, Espanha... Nem que a dupla de árbitros praticou lá a modalidade em jovens."
Isto saiu hoje no Twitter oficial do nosso clube em resposta a um comentário dum funcionário do Benfica sobre a formação deles no andebol.
É a típica resposta de um miúdo de 10/12 anos e não é aceitável numa rede social que representa um clube com a história como o nosso. Miúdos peço que não ponham o nome do nosso Clube ainda mais na lama e parem de nos envergonhar. O Sporting não é um brinquedo para crianças mimadas e malcriadas.
Não explicará tudo, evidentemente, mas não deixa de ser significativo, pela negativa, que nenhum árbitro português foi nomeado para o Campeonato Europeu a ser realizado este Verão em França, algo que não acontecia desde o Mundial de 2006. Em 2008, no Euro da Áustria e Suíça, Olegário Benquerença tomou parte, como quarto árbitro.
Pedro Proença e Benquerença eram os árbitros portugueses que faziam parte da lista de elite da UEFA, e a Federação Portuguesa de Futebol não conseguiu com que sucessores lusos fossem assim designados, sendo Artur Soares Dias e Jorge Sousa os mais óbvios candidatos.
A Inglaterra é o único país que leva dois árbitros ao Europeu de França. Mark Clattenburg e Martin Atkinson são os nomeados. Há ainda 16 países que têm um árbitro no europeu: Holanda, Espanha, França, Turquia, Eslovénia, Alemanha, Suécia, Sérvia, Itália, Roménia, República Checa, Rússia, Noruega, Polónia, Hungria e Escócia.
Pedro Proença, agora presidente da Liga de Clubes, foi o último árbitro português a participar nas fases finais das maiores competições de selecções, com presença na final do Euro 2012 e no Mundial 2014.
Em europeus de futebol, Portugal esteve representado por António Garrido (1980), Rosa Santos (1988), Vítor Pereira (2000) e Lucílio Baptista (2004).
Claramente frustrado e a dar chama à sua animosidade para com Luís Duque, Bruno de Carvalho reagiu impetuosa e irracionalmente a culpar o presidente da Liga de Clubes pela decisão da Assembleia Geral da FPF, ao chumbar o sorteio dos árbitros em competições oficiais. Recorde-se que 53 delegados votaram contra a medida, 17 a favor e houve uma abstenção:
A decisão é sobretudo um golpe para os clubes depois de uma decisão largamente maioria ficamos a perceber que Luís Duque e os seus pares não foram capazes de defender os nossos interesses. Estamos no Cabo da Boa Esperança, onde se falava de monstros e onde muitas pessoas morreram, mas um dia um português passou e mudou tudo. Estamos envoltos num Mundo de incompetência e de hipocrisia, verificámos existirem uns delegados que não faziam ideia do que se estava a falar e não houve capacidade da Liga em informá-los sobre as virtudes do sorteio e o regulamento com as alterações pensadas. Vamos ter de continuar nesta luta, mas fica a impressão que a FPF continua de costas voltas para os clubes e os clubes não têm pessoas que as defendam devidamente. É bom que os clubes entendam o que significa este chumbo. Isto não é um revés para o Sporting, mas para o futebol.
É preciso ter um presidente da Liga que nos defenda, que não se deixe ser eliminado numas votações depois de os clubes terem decidido outra coisa. (...) Temos de continuar a pugnar por um futebol diferente e os clubes têm de tentar fazer ouvir a sua voz. Se não houver clubes não há futebol, nem selecções, nem negócio. Temos de ser serenos, perceber o que é o futebol, os interesses que estão à volta e lutar todos juntos por votar num presidente da Liga que não tenha medo de defender os clubes.
À margem de um jogo de preparação entre o Atlético e Olhanense, Luís Duque reagiu às declarações de Bruno de Carvalho:
Quem esteve lá viu que é falso. Defendi sempre a vontade dos clubes no sentido do que foi decidido na AG da Liga. Publicamente sempre defendi a vontade desses clubes, independente daquilo que possa ou não pensar. Ficou na evidência de todos os que ouviram as minhas declarações que a posição da Liga foi uma e de forma inequívoca, inclusivamente recorrendo a pareceres para suportar a posição dos clubes. Se a proposta não teve acolhimento, pelo menos ficou a mensagem dos clubes de que as coisas não estão bem e têm de ser mudadas. A Liga tem apenas um voto. Nem faço comentários, é de alguém que não acompanhou, ou está completamente desfasado da realidade e não tem a mínima noção do que está a dizer. Se a própria proposta do Sporting foi admitida na AG, foi porque eu disse que todas tinham de ser ouvidas. É um perfeito disparate de alguém que é um perfeito ignorante nesta matéria e que não tem o mínimo de experiência nestas questões.
Além do ataque directo a Luís Duque, fica-se com a sensação de que o discurso do presidente do Sporting foi um de campanha eleitoral em prol de Pedro Proença. Curiosamente, Bruno de Carvalho não se incomodou a estar presente nas duas sessões da Assembleia Geral da Liga, em que a proposta do Sporting foi debatida e eventualmente aprovada pelos clubes.
Jorge Sousa, árbitro da Associação de Futebol do Porto, foi eleito pelo terceiro ano consecutivo o melhor árbitro de Primeira Categoria, segundo a divulgação, desta quarta-feira, pelo Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol.
A ocupar lugar no pódio, depois de Jorge Sousa, temos Artur Soares Dias, também da AF Porto, e Olegário Benquerença, da AF Leiria.
Curiosamente, o juiz escolhido para dirigir a final da Taça de Portugal, Marco Ferreira, foi despromovido por consequência das inúmeras notas negativas atribuídas pelos observadores durante a época. A fazer-lhe companhia, verifica-se Jorge Tavares (AF Aveiro) e Rui Rodrigues (AF Lisboa). Os lisboetas Hugo Miguel e Duarte Gomes, igualmente em risco de despromoção da Primeira Categoria, conseguiram garantir a manutenção.
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