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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
28 de Março de 1982 - Faltavam sete jogos para o final do Campeonato. A vantagem do Sporting era larga, cinco pontos em relação ao Benfica. Aquele derby em Alvalade era, por isso, mais decisivo que a cabeça de Jardel.
O país parou para ver artistas como Meszaros, Inácio ou Jordão, contra Humberto Coelho, Chalana ou Nené. No estádio e também em casa, porque a televisão mostrou tudo em directo. Só Oliveira, com pé rodeado de gesso, não pôde jogar. Mas o duelo mais esperado travava-se entre dois Manuéis: Manuel Bento e Manuel Fernandes. No fim do jogo quem seria o "Manuel mais fraco" ?
O Benfica começou melhor. Golo de Carlos Manuel logo a abrir. O Sporting não baixou a guarda e empatou, de grande penalidade, aos 20 minutos. A segunda parte havia de trazer o sumo da história. Aos 19 minutos, Manuel Fernandes isola-se na cara de Bento. Destemido, como sempre, o guarda-redes do Benfica mergulha aos pés do «capitão» leonino e rouba-lhe a bola. Mas, ainda hoje Bento queixa-se que no meio da viagem sentiu a bota de Manuel Fernandes raspar-lhe o couro cabeludo - é preciso dizer que, uns dias antes, o guardião tinha levado 16 pontos precisamente naquela zona em consequência de uma lesão num jogo - o episódio ainda lhe estava fresco na cabeça. Possesso, o guarda-redes do Benfica levanta-se e empurra Manuel Fernandes. Inteligente, o ponta de lança do Sporting deixa-se cair no relvado. Pragmático, o árbitro Marques Pires expulsa o guarda-redes e assinala grande penalidade. Implacável, a história registou o 2-1. O Sporting havia de marcar o terceiro, no último quarto de hora do jogo. por Jordão que, de resto, assinalou os três golos leoninos. Os leões ganharam o título nessa famosa época 1981/82.
Do livro Estórias d'Alvalade por Luís Miguel Pereira
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