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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O português Rui Vinhas, 29 anos, venceu este domingo, pela primeira vez, a Volta a Portugal em bicicleta, após a décima e última etapa, ganha pelo seu colega de equipa, o espanhol Gustavo Veloso.
O ciclista da W2 FC Porto partia para o contra-relógio final, que livou Vila Franca de Xira a Lisboa, com uma vantagem de 2,25 minutos sobre o seu colega de equipa e segundo classificado da geral e conseguiu terminar em quarto lugar a 54 segundos de Veloso, garantindo assim a vitória na 78ª edição da Volta a Portugal em Bicicleta.
O terceiro lugar do pódio na geral ficou ocupado por Daniel Silva, da Rádio Popular-Boavista, a 3.30 minutos do primeiro.
A W52 FC Porto dominou completamente a edição deste ano da Volta a Portugal e ganhou a classificação por equipas. Além do primeiro classificado na geral individual, a equipa nortenha conseguiu ainda o segundo e o quarto lugares da geral Individual.
A última vitória de um português na Volta a Portugal foi protagonizada por Ricardo Mestre em 2011.
A melhor classificação individual da Sporting - Tavira foi do italiano e chefe de fila, Rinaldo Nocentini, que ficou em 21.º lugar, a 28:42 do vencedor. A equipa classificou-se em 8.º, a 2:29:15 da W52/FC Porto.
Desconheço as expectativas que o Sporting alimentava para esta Volta, mas quero acreditar que a performance da equipa ficou muito aquém do que era esperado e desejado. A Direcção terá de reflectir sobre o que pretende do ciclismo e analisar o investimento na equipa, porventura, até, a parceria com o Tavira.
O espanhol Jesus Ezquerra conquistou esta sexta-feira o primeiro triunfo da Sporting-Tavira, na oitava etapa da Volta a Portugal em bicicleta, que esteve neutralizada durante cerca de meia hora, após um engano do pelotão, sem provocar mudanças na classificação.
Ezquerra protagonizou a primeira vitória ‘leonina’ da época em etapas, após o regresso do Sporting à modalidade e do triunfo do italiano Rinaldo Nocentini no Troféu Joaquim Agostinho, sem vencer qualquer tirada, após uma fuga colectiva bem-sucedida iniciada aos 14 quilómetros da viagem de 208,5, entre o Sítio da Nazaré e Arruda dos Vinhos.
A etapa mais longa da prova terminou de forma atribulada, com seis resistentes do grupo inicial de sete fugitivos a seguirem o traçado correto, a cerca de 16 quilómetros da chegada, depois de uma primeira passagem pela meta, com 6.40 minutos de avanço sobre o grupo perseguidor, que errou o traçado.
A solução encontrada pelo colégio de comissários foi interromper a corrida, fazendo parar os primeiros e, após a chegada com o pelotão ao mesmo local, retomando a corrida com o avanço definido, o suficiente para Ezquerra concluir isolado a etapa em 5:02.04 horas.
No sábado, o pelotão vai enfrentar os 176,1 quilómetros da nona e penúltima etapa, entre Alcácer do Sal e Setúbal, cujo traçado inicial foi encurtado em cerca de 11 quilómetros, para reduzir as condicionantes ao trânsito no acesso às praias da Arrábida, reduzindo ainda a categoria de uma contagem de montanha, de segunda para terceira, no Alto da Arrábida (163).
Acho que Vicente Moura está a ser muito simpático, considerando que Rinaldi Nocentini - chefe de fila da equipa Sporting/Tavira - encontra-se em 21.º lugar, a 27:20 do líder Rui Vinhas, da W52/FC Porto, e a equipa está em 8.º, a 1:48:43 da W52/FC Porto.
Eis o que ele teve para dizer:
«As coisas não estão fáceis, mas eu tenho esperança que o Sporting dê um ar da sua graça. Vamos ver o que vai dar, o Sporting nunca entra numa prova para perder, entra sempre para ganhar, mas aqui ainda estamos a ‘apalpar o terreno’. Claro que com a vitória do Nocentini do Troféu Joaquim Agostinho ficámos um pouco mais esperançados que as coisas resultassem mais depressa do que estávamos a perspectivar, mas a Volta a Portugal é muito diferente.
A ambição que tínhamos era regressar ao ciclismo, ponto final. Aconteceu e tudo o que conseguirmos por acréscimo será óptimo. O que era necessário era que o Sporting, décadas depois de ter extinguido uma modalidade muito popular e com muitas glórias para o clube.
Após a Volta a Portugal o Sporting vai avaliar os resultados e perceber quanto custa ter uma equipa com outras ambições. Para o ano o Sporting estará novamente na Volta».
Bem... se os resultados até este momento reflectem a real qualidade da equipa, o Sporting terá de reconsiderar a sua aposta no ciclismo em termos financeiros.
O domínio galego na Volta a Portugal em bicicleta, instituído por David Blanco e prolongado por Alejandro Marque e Gustavo Veloso, pode ser posto à prova na 78.ª edição da corrida, por portugueses e italianos.
Blanco é o ‘rei’ da Volta, na qual se despediu dos pedais em 2012, após o recorde da sua quinta conquista, e a sua sucessão foi assegurada por dois amigos e companheiros de treino, ambos presentes no pelotão.
Alejandro Marque, o vencedor de 2013, vai chefiar a LA-Antarte, depois de no ano passado, então na Efapel, não ter ido além do terceiro lugar, enquanto o bicampeão em título Gustavo Veloso lidera a W52-FC Porto, que tem nas fileiras Ricardo Mestre, o único luso a quebrar a hegemonia, em 2011.
Veloso tem tudo a seu favor. É até difícil apontar outro favorito que não o chefe de fila dos ‘dragões’, regressados ao pelotão através da União Ciclista do Sobrado, com a qual Marque e Veloso celebraram os seus triunfos.
Além da equipa fortíssima, que dominou praticamente toda a temporada velocipédica, o bicampeão vai ter pela frente um percurso praticamente feito à sua medida, com 36 quilómetros em contra-relógio e quase sem chegadas em alto.
No entanto, os candidatos ao trono são vários, casos do contra-relogista Marque e dos trepadores Joni Brandão (Efapel), vice em 2015, Rui Sousa (Rádio Popular-Boavista) e João Benta (Louletano-Hospital de Loulé), sem esquecer, claro, o italiano Rinaldo Nocentini (Sporting-Tavira).
Se Brandão, Sousa e Benta estão obrigados a conseguir vantagem nas chegadas à Senhora da Graça, da quarta etapa, e Guarda, da sexta, para chegar ao contra-relógio da última etapa com ambições, Nocentini apresentou argumentos no Troféu Joaquim Agostinho – venceu a corrida e no prólogo cedeu apenas um segundo para Veloso.
Apesar do aliciante ‘clássico’ entre ‘dragões’ e ‘leões’, seria sempre surpreendente que o único dos corredores das formações lusas a ter vestido de amarelo na Volta a França – durante sete etapas da edição de 2009 – se conseguisse impor na Volta.
De Itália chega outro veterano, Franco Pellizotti (Androni Giocattoli), campeão da montanha e terceiro classificado nessa mesma edição da ‘Grande Boucle’, mas teve os resultados anulados em Março de 2011, quando foi o primeiro corredor suspenso com base nos registos do passaporte biológico.
Entre os 144 corredores que vão alinhar à partida, para o prólogo, na quarta-feira, em Oliveira de Azeméis, pode destacar-se ainda o alemão Stefan Schumacher (Christina Jewelry), que liderou o Giro em 2006, mas também os ‘emigrantes’ Bruno Pires (Team Roth) e José Gonçalves (Caja Rural).
Sem ambições na classificação geral, mas prováveis protagonistas nas chegadas ao ‘sprint’ contam-se os italianos Francesco Gavazzi e Davide Vigano, ambos da Androni Giocattoli, e Andrea Pasqualon, da Team Roth, o russo Sergey Shilov (Lokosphinx) e o espanhol Eduard Prades (Caja Rural).
Os primeiros 3,6 dos 1.618,7 quilómetros da Volta, que termina no dia 07 de Agosto em Lisboa, começam a ser percorridos na quarta-feira.
Agência Lusa
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