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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
A equipa de andebol do Sporting Clube de Portugal foi, na noite deste sábado, a casa do SC Horta, nos Açores, vencer por 24-30 para a 12.ª jornada do Campeonato Placard Andebol 1.
Sporting CP: Pedro Valdés (6), Théo Clarac, Frankis Carol [C] (3), Dmytro Doroshchuk (1), Aljosa Cudic [GR], Tiago Rocha (2), Francisco Tavares (8), Salvador Salvador (3), Manuel Gaspar [GR], Duarte Seixas, Arnaud Bingo (2), Nuno Roque (2), Darko Dukic (2) e Joel Ribeiro (1).
O conjunto de Rui Silva recebe agora, na terça-feira, os franceses do USAM Nîmes Gard para a quinta jornada da fase de grupos da EHF European League.
O Sporting CP está de volta a Alvalade para defrontar o Gil Vicente (hoje às 21h45) e o Tondela (domingo) ainda à espera do desejado regresso dos adeptos. Enquanto isso, o primeiro jogo do Sporting com público, realizado no sábado, nos Açores, resultou numa... multa de 510 euros por consequência do comportamento incorrecto da claque Juventude Leonina. Os incidentes foram relatados pelos delegados ao jogo com o Santa Clara, como descrito no usual mapa de castigos sumários do Conselho de Disciplina da FPF, divulgado ontem.
Os problemas começaram cedo, logo na entrada para o Estádio de São Miguel. Para evitar confrontos, as forças de segurança deslocaram adeptos do Santa Clara quando o jogo já decorria há 16 minutos. Seguiu-se a exibição de uma tarja com o nome da claque, que deixou de ser reconhecida pelo Clube há um ano. Os ‘spotters’ exigiram a sua remoção. Ao minuto 30 registou-se nova infracção quando os elementos do grupo cantaram “Santa Clara é m...”, cântico que também foi reportado. Já após o final, os adeptos visaram o líder leonino com a frase “e ó Varandas, vai para o c...”, um insulto recorrente na última época e que contribuiu para a multa.
À margem dos factos punidos pelo CD, a Juve Leo foi associada a distúrbios causados em Ponta Delgada e, segundo o responsável de comunicação do Sporting CP, Miguel Braga, dirigiu insultos a Coates após um erro que resultou no golo do Santa Clara.
Uma situação no seu todo intolerável e de solução problemática, salvo a intervenção das autoridades policiais sempre que surgirem episódios desta natureza. Entretanto, além da má imagem, o Sporting CP continua a ser punido por incidentes sobre os quais não tem controlo. Algo curioso que aconteça mesmo em tempos de pandemia, mas arruaceiros só assim sabem estar na sociedade.
Assente parcialmente em reportagem de Record
Comitiva leonina à chegada aos Açores
O futebol voltou, mas não de forma igual. Depende das divisões em que se joga. Repare-se no exemplo que chega dos Açores este domingo.
Nos jogos da I Liga continua a não haver público nas bancadas e o Santa Clara - Marítimo decorre à porta fechada.
Já no Estádio Municipal da Praia da Vitória, nos Açores (Ilha Terceira), em jogo da Série G do Campeonato de Portugal, a partida entre Fontinhas e Estrela tem “lotação esgotada” com público nas bancadas.
O Governo Regional dos Açores permite 10% de público nos estádios, à excepção do Santa Clara, que acatou as recomendações da Liga Portugal e da DGS para os encontros das Ligas profissionais.
Este domingo, a DGS confirma 552 novos casos e 13 mortes em Portugal.
Considerações de Frederico Varandas sobre o incidente em Ponta Delgada na véspera do jogo com o Santa Clara:
"Infelizmente ontem tivemos um episódio muito grave. Mais do que grave, chocante. Chocante, porque as pessoas que fizeram aquilo têm um nome. Bem sei que neste país há muito medo de chamar as coisas pelo nome. As pessoas que ontem fizeram aquilo são uma escumalha. Uma escumalha que não tem mais lugar no Sporting. Uma escumalha que só quer duas coisas: que o Sporting perca sempre e que o tempo volte para trás.
Mas há coisas que também me desiludem. Tenho a certeza que se um de vocês for para um lugar público ofender, incitar à violência, incitar ao ódio, isso é um crime público. E não é por uns cobardes agirem em grupo e andarem encapuzados que podem estar acima da lei. Não podem.
Este não é um problema exclusivo do Sporting CP, é um problema também da sociedade portuguesa. Se o Sporting tiver de enfrentar esta batalha sozinho, assim o fará, e vai fazê-lo. Mas quero deixar uma garantia a todos os sócios. O Sporting jamais se ajoelhará a esta escumalha. Nunca mais. Jamais, porque esse tempo não volta mais".
Entretanto, a Juventude Leonina e Directivo Ultras XXI, demarcaram-se dos cânticos entoados pelos marginais no domingo.
Em comunicado, a Juventude Leonina repudia "categoricamente o ocorrido" e, apesar de confirmar a presença de elementos da claque nos Açores, assegura que não foram estes "a proferir um cântico evocativo de um episódio de que ninguém se pode orgulhar e, muito menos, contribuir para prejudicar um julgamento que está a decorrer".
Já o Directivo Ultras XXI também se deu ao trabalho de comunicar que "nenhum dos seus associados esteve presente no aeroporto ou no hotel onde ficou alojada a equipa de futebol profissional do Sporting Clube de Portugal".
A Polícia de Segurança Pública dos Açores já identificou três supostos adeptos do Sporting por incitamento à violência. A força de segurança irá agora "elaborar o correspondente expediente que será remetido para as autoridades competentes".
O comandante considerou ainda ser "prematuro" afirmar que estes elementos "pertencem a uma claque organizada".
Após o apito final no Santa Clara - Sporting e antes da partida de Ponta Delgada rumo a Lisboa, Frederico Varandas falou aos jornalistas presentes, deixando uma garantia quanto à necessidade de tomar decisões na qualidade de líder do Sporting Clube de Portugal:
"Treinador não é conversa para agora. Dedicamos estes três pontos ao Battaglia [saiu lesionado]. A segunda palavra vai para os sportinguistas que encheram o estádio com chuva e vento, apoiando a equipa até ao fim. A terceira palavra vai para todos os outros sportinguistas: enquanto aqui estiver, posso dar a garantia de que nunca me vai faltar coragem para as decisões que entender para o Sporting. E essas decisões virão sempre da minha razão e do meu instinto. Podem registar isto, o Sporting vai voltar a ser muito forte".
Bruno de Carvalho poderá vir a ter uma carreira política de sucesso um dia que abandone o dirigismo clubista, tal a sua acentuada tendência para a oratória que visa manipular as paixões e os sentimentos do "eleitorado", mas uma vez por outra até avança algo acertado. Uma dessas ocasiões, entre tiros de pólvora seca, foi pela sua recém-visita aos Açores, onde a equipa leonina de andebol venceu o Sporting Clube da Horta, por 31-26:
«Quando tivermos títulos, e está para breve o início de outra época, havemos de comemorá-los com orgulho, porque saiu do nosso trabalho, e não de qualquer outra situação mais obscura. Esse será sempre o nosso pergaminho.»
Não sei se foi essa a sua intenção, mas entendi esta declaração como uma indirecta a Pinto da Costa. Veremos se a próxima época produzirá títulos ou não, mas concordo que se vierem será fruto do trabalho desenvolvido por sportinguistas - como aliás sempre foi - e não de malabarismos obscuros que se associam ao historial do clube do Norte, de há uns anos a esta parte, com uma fatia considerável também não alheia ao nosso vizinho do outro lado da Segunda Circular.
Tem razão, "esse será sempre o nosso pergaminho", o que não se deve confundir com sermos simplórios.
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