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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
"Há uns meses disse que se não tivéssemos cuidado estaríamos a incitar à violência e ao ódio. O que vamos assistindo é a jogos de futebol que passam a ser jogos de vida ou de morte. A rivalidade passou a ódio.
Fico triste que não se lembrem que por detrás de um profissional, seja jogador, treinador ou presidente, há um homem, uma família. Mas neste momento vale tudo. Vale acusar, vale insinuar, vale insultar, vale injuriar, vale acusar o carácter e o profissionalismo das pessoas… vale tudo e mais alguma coisa.
Se quiserem dizer que a minha equipa joga mal, que as substituições são mal feitas, que o plano de jogo foi mal elaborado eu aceito, são as regras. Mas colocarem em causa o carácter, o profissionalismo e a dignidade dos meus jogadores, da minha equipa técnica, do meu presidente e dos nossos adeptos, isso não aceito.
Com este ruído, o que me apetecia fazer aqui hoje era ficar em silêncio. O futebol precisa de silêncio. Mas se não dissesse nada alguém iria ocupar esse espaço com mais polémica. Lamento que só nalguns casos se lembrem que por detrás de um profissional está um homem. Mas isto ainda está longe do fim".
Abel Ferreira, treinador do SC Braga, em conferência de imprensa
Abel Ferreira, na conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Santa Clara, ainda com referências à final four da Taça da Liga e, em especial, ao jogo com o Sporting:
Teme que o pós-jogo do Braga-Sporting possa beliscar a sua imagem?: "Não preciso de mostrar nada. Sei como funciona o futebol. A minha mensagem foi clara, o conteúdo está lá todo e não vou mexer no que foi dito. As pessoas de bem trabalham bem, de forma séria, são competentes e querem aprender. Foi isso que aconteceu nesse jogo e perceber que temos de fazer muito mais golos. Tudo o que planeámos foi feito e o que controlámos também. O resto não vou estar a repisar. Quando falo, falo sem clubismos, falo a verdade. É sempre possível melhorar".
Arbitragem de Manuel Oliveira contra o Sporting: "Conhecem o árbitro que nos apitou a meia-final e sabem o que aconteceu com o Moreirense. Tudo na vida serve para aprender. Houve uma final que tem de ser elogiada, com três grandes equipas. Preferiram olhar para a forma e não para o conteúdo. Tudo na vida vem para nos ensinar. A todos".
O dicionário da língua de Camões indica que um "sorriso amarelo" é um sorriso que é forçado, que se faz para esconder desconforto ou contrariedade.
Abel Ferreira, na conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Vitória de Setúbal para a Taça da Liga, foi confrontado sobre a forma simpática como se despediu de Rui Vitória depois do 6-2 da Luz.
Eis o que ele teve para dizer sobre isto:
"Sabem o que é um sorriso amarelo? Não me ajoelho nem choro nas derrotas, como também não regozijo nas vitórias. Uma das minhas caraterísticas é ser simpático, ainda que respeite a opinião de toda a gente, sobretudo as pessoas que não me conhecem".
Pronto... o episódio que foi muito comentado nas redes sociais após o desaire minhoto está agora devidamente explicado. Uma simples questão de "sorriso amarelo".
Seria fútil perdermos mais tempo e energia com conjecturas adicionais. Parece-me, no entanto, que o treinador do SC Braga, para quem não tem a memória curta, tem uma simpatia muito selectiva.
Ficamos atentos aos próximos sorrisos amarelos !
Abel Ferreira, treinador do SC Braga, comentou em conferência de imprensa, esta sexta-feira, o recém-estudo do Observatório do Futebol que aponta a Liga portuguesa como o campeonato europeu com menos tempo útil de jogo:
"Temos a tendência para elogiar o que é de fora e para dizer que a galinha da vizinha é melhor do que a minha. A Liga portuguesa tem 45 minutos de tempo útil. A Liga inglesa, considerada a mais competitiva, tem 50 minutos de tempo útil. O futebol português facturou 330 milhões na última época, fico triste quando vejo pessoas darem 'porrada' nele. Não é por acaso que vendemos treinadores e jogadores.
Os pobres cada vez têm menos e o os grandes cada vez têm mais. Se querem mais tempo de jogo e competitividade, sejam mais equilibrados nas distribuições das receitas. Por que razão querem fazer a Superliga Europeia? Se distribuírem melhor os rendimentos, as ligas serão mais competitivas e haverá mais gente nos estádios. Temos o melhor jogador de sempre, os melhores dirigentes e o melhor empresário. A Suécia tem agora o melhor campeonato só por ter o maior tempo útil de jogo?".
Na conferência de imprensa de antevisão ao jogo, Jorge Jesus sentiu a necessidade de se desviar do seu foro técnico para acusar o SC Braga de ter montado uma "estratégia" fora das quatro linhas para, supostamente, assegurar uma qualquer vantagem para o desafio deste sábado.
Por sua vez, Abel Ferreira, treinador arsenalista, optou por ignorar essa linha de discurso do técnico leonino:
“Os meus pais e os meus falecidos avós ensinaram-me a respeitar toda a gente. É um dos pilares da minha liderança. Onde eu me sinto preparado é para competir dentro das quatro linhas. Eu quero que os meus jogadores gastem as energias no que eu controlo e eles controlam. Não há mais nem menos responsabilidade nestes jogos. Temos seis vitórias seguidas no campeonato e queremos continuar a aumentar este número".
Instado a comentar o momento agitado que se vive no futebol português, Abel Ferreira teve isto para dizer:
"Confesso que estou preocupado. A minha responsabilidade social é muito grande, o meu lugar obriga-me a ter cuidado com o que digo e com o que falo. Errei muitas vezes e errei feio, custa-me ver o que se escreve”.
Acho que Abel fez bem em evitar comentar questões que na realidade não dizem respeito a treinadores, algo que escapa o raciocínio de Jorge Jesus. Além d o mais, contrário ao que o treinador do Sporting alegou, quem iniciou esta polémica na praça pública foi Bruno de Carvalho e não António Salvador.
Foi o presidente leonino que deu umas "bocas" à sua maneira sobre contas pendentes com o SC Braga, sabendo ele - presume-se que sabia - que a grande dívida a satisfazer entre os clubes era do Sporting. Tanto assim é, que logo a seguir ao comunicado bracarense, esse pagamento, ainda relacionado com a transferência de Rodrigo Battaglia para Alvalade, foi efectuado. Contudo, a polémica continua e ficamos com a ideia que persistirá, indiferente do resultado desta noite.
O jogo deste sábado é muito importante para os dois clubes, mas talvez mais para o Sporting. Uma vitória permitirá continuar a alimentar a possibilidade de chegar ao título, fazendo frente, em simultâneo, à disputa com o Benfica para o segundo lugar.
Com o recém-anúncio da UEFA sobre o aumento dos prémios para a Champions na próxima época, cada vez mais se torna imperativo para os 'grandes' portugueses a qualificação para a prova, disposição que só os primeiros dois lugares no campeonato facultam.
"Vai ser uma competição nova e temos poucos dados que nos permitam dizer que pode substituir a tão competitiva II Liga. Na minha opinião, não devíamos perder esta vertente competitiva que a II Liga dá às equipas B. Com os sub-23 há a possibilidade de um sub-19 poder competir um patamar acima. Os sub-23 são mais um estágio para o seu crescimento. Acho os sub-23 uma excelente ideia, mas continuaria com as equipas B. Há aqui uma boa oportunidade, mas se a decisão depender de mim eu continuava com a equipa B".
Abel Ferreira - treinador do SC Braga
Com o passar dos dias, verifica-se um vasto leque de opiniões sobre a continuidade das equipas B na II Liga e a anunciada nova Liga para os sub-23.
Por ser um enquadramento complexo, estranha-se cada vez mais o anúncio, porventura prematuro, do Sporting, em acabar com a sua equipa B.
Um exercício, em que vamos ter em conta o seguinte cenário para o efeito de debate:
Treinador A - ele treina uma equipa que vai no 4º lugar do campeonato com tiques de grandeza, fruto de um plantel que, segundo o presidente que nele manda e paga os salários a toda a gente, é o melhor que o clube teve na última década, ao ponto de o comparar ao que, há seis anos, chegou à final de uma Liga Europa, um feito importante na vida que se vive em Braga. O que talvez seja verdade, porque nessa equipa a que António Salvador repete elogios, há Xadas, Ricardo Horta, Danilo, Vukcevic ou Ricardo Ferreira, tipos que facilmente caberia no plantel de um dos grandes.
Treinador B - ele treina a equipa que é mesmo grande, tem mais dinheiro, mais opções e milhões para gastar, que bem gastou para estar em 2º lugar e andar a mostrar boa imagem na Liga dos Campeões, onde não ganha pontos mas colhe vitórias morais contra equipas maiores, bem maiores. O Sporting tem Dost, Bruno Fernandes, Gelson, Coates e Acuña, tipos tão bons que são sempre titulares e jogam sempre, evidência que este treinador gosta, com cautela, pois com tanto jogo e exigência eles “acabam por rasgar”. Palavras dele.
Se fizermos o A+B, uma soma em que os treinadores também chamam grande um ao outro e o A até diz do B que “é o melhor treinador dos últimos 15 anos” do Sporting, a que conclusão chegamos ?
Nota: Adaptação parcial de um texto de Diego Pombo, jornal Expresso.
... Esta, uma das afirmações de Abel Ferreira em entrevista à Rádio Renascença, esta quinta-feira, referindo que Bruno de Carvalho terá aprendido com os erros do passado em relação à sua decisão de não demitir Marco Silva.
«O que aconteceu comigo, a uma escala mais reduzida, foi o que ia acontecendo com o Marco Silva. O presidente aprendeu que o eu posso, eu mando e eu quero não funciona no futebol. (...) Fui uma escolha da Direcção anterior e disse tudo o que tinha a dizer na cara do presidente. Disse ao presidente, que gostava de ter sido demitido cara a cara, como deve ser demitido um treinador, quando não atinge os objectivos. Não foi o caso, porque superámos a classificação do ano anterior e metemos jogadores na equipa A a contribuir de forma directa. Foi uma honra e um prazer servir o Sporting durante quase dez anos.»
Não deixo de admitir que fui surpreendido por esta entrevista de Abel Ferreira, pelo timing e pelo conteúdo, muito embora essa do "eu quero, eu posso, eu mando", não seja novidade alguma. Ainda segundo Abel, questionou Bruno de Carvalho sobre as razões que motivavam o seu despedimento e não obteve resposta satisfatória.
Adenda: A Sporting SAD (não o presidente) emitiu um comunicado a relatar o que terá ocorrido pela saída de Abel Ferreira do Sporting. Circunstâncias várias que, a confirmarem-se, o antigo treinador não mencionou na entrevista que concedeu à Rádio Renascença. Não comentámos no post a essência das declarações de Abel - salvo a frase citada - e não comentamos agora as explicações apresentadas pela SAD. Na realidade é um não assunto e até é interessante verificar toda esta atenção por parte da SAD (presidente). Não deixo de acreditar, como tenho vindo a insistir desde o primeiro dia, ainda durante a campanha eleitoral, que Abel Ferreira era o notório 3.º elemento da equipa de Bruno de Carvalho, cujo nome, inexplicavelmente, nunca foi revelado.
Através de comunicado, a rescisão contratual de Abel Ferreira foi finalmente anunciada pela Sporting SAD, confirmando, ainda, que o comando técnico da equipa B foi entregue a Francisco Barão, que na época passada exerceu a função de adjunto.
Fica assim confirmado o que já era do conhecimento público, situação que não me merece mais apreciação neste momento, além do artigo publicado aqui no Camarote Leonino há dias, que, estranhamente - ou talvez não - mereceu muito pouco comentário por parte dos leitores.
Como o resultado não agradou à comunicação social "encarnada", o jogo acabou por ser denominado o derby dos "remendos". Dá para imaginar a adjectivação, caso o resultado tivesse sido diferente. Para Roderick Miranda foi "um bom treino", e ainda bem para ele que assim tivesse sido pela arbitragem na primeira parte, caso contrário teria visto o balneário antes do intervalo.
No outro lado do "remendo": «Quem assistiu ao jogo ficou agradado com a exibição e estou orgulhoso pela forma como colectivamente encarámos o jogo, sem medo de errar. É bom que as pessoas percebam o contexto das equipas B, é preciso crescer, errar, sofrer.»
O leitor está errado... não é Bruno de Carvalho a falar mas sim Abel Ferreira, que dá boas indicações de já estar bem doutrinado no novo discurso caseiro. Alguém que alerte o treinador que as pessoas já tinham um conceito real da função da equipa B muito antes de ele lá chegar e esperamos que faça um melhor trabalho com esta do que fez com os juniores.
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