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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Agostinho Cá fez parte importante da sua formação na Academia de Alcochete (entre os 16 e os 19 anos), mas no Verão de 2012 transferiu-se para o Barcelona B, juntamente com Edgar Ié. O clube catalão superou a concorrência do Inter de Milão e pagou 2,5 milhões de euros pela contratação dos dois jovens jogadores.
Em 2012, Agostinho Cá era um médio muito promissor, internacional sub 17 e sub 19, e que se tinha destacado no torneio NextGen Series, que seria substituído pela prova UEFA Youth League. Jogava a médio defensivo, exímio recuperador de bolas e com grande inteligência posicional, foi alcunhado de “Deschamps” e comparado a Makelelé. No Sporting foi campeão nacional em 2011-12 e fez parte de uma das melhores gerações de futebolistas formados em Alcochete, juntamente com João Mário, Bruma, Iuri Medeiros, Carlos Mané, Ricardo Esgaio, Rúben Semedo, Tiago Ilori, Tobias Figueiredo e Alexandre Guedes, entre outros.
O contrato de Agostinho Cá terminava em 2013 e não quis renovar com o Sporting. Paulo Rodrigues, o seu empresário, andava numa roda viva anunciando clubes interessados no jogador. Falava, como se fosse a coisa mais natural do mundo, em Barcelona, Juventus, AC Milan, Inter e Atlético Madrid. O futuro era dourado, de certeza. No entanto, no Barcelona B em 2012-13 realizou apenas quatro jogos incompletos, foi emprestado ao Girona para jogar onze minutos e na época seguinte voltou a ser cedido, desta vez ao Lleida Esportiu, mas nunca jogou. Esteve sem clube durante alguns meses, chegou a fazer testes no Parma, em 2017 foi para o Stumbras, da Lituânia, e em 2018 para o Cova da Piedade. No sábado reparei no nome dele na ficha de jogo com o Sporting sub 23.
Agostinho Cá tem 25 de idade e ainda está a tempo de conseguir algum destaque como futebolista. Mas, se nos recordarmos do tempo em que o nome dele era associado ao de Deschamps e de Makelelé, percebe-se o que pode acontecer a jovens jogadores e a pais com as cabeças cheias de promessas aliciantes de carreiras de sonho e camiões carregados de dinheiro. É que eles eram apenas jovens promessas do futebol, e esqueceram-se disso.
Comentamos esta notícia cautelosamente por se desconhecer se corresponde à realidade. Há dias que anda a circular a informação que o Sporting estava interessado em recuperar Agostinho Cá - o jovem da sua formação que optou por não renovar e acompanhou Edgar Ié na transferência para o Barcelona há cerca de um ano - e hoje o jornal "O Jogo" noticia que o assunto foi conversado entre os dois clubes, mas que o emblema da Catalunha recusou a cedência por empréstimo.
Sendo ou não verdade, quere-me parecer que a ideia não faz sentido algum, dadas as circunstâncias e o número de jovens que o Sporting tem na equipa B e ainda alguns mais recém-graduados dos juniores à espera de oportunidade de subir à equipa principal. Ou é pura especulação jornalística, a par do muito que se lê diariamente, ou, então, obedece a uma estratégia cujos benefícios não são aparentes.
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