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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Albano Narciso Pereira nasceu no Seixal em 21 de Dezembro de 1922. Para comemorar o centenário do nascimento do atleta, o Núcleo do Sporting do Seixal tem levado a cabo um conjunto de actividades, nomeadamente com a apresentação de ontem da biografia do inesquecível Albano dos "Cinco Violinos", da autoria de Alexandre Belo Ribeiro.
Sendo um livro sobre o futebolista Albano, o melhor extremo-esquerdo da sua geração e o primeiro jogador a envergar a camisola leonina com o nº 11, é também uma obra sobre o futebol enquanto grande competição desportiva popular, numa altura em que ainda não possuía a dimensão mediática e global da actualidade. Por essa razão, revela também os quadros mentais e culturais próprios da sociedade portuguesa nas décadas de 40 e 50 do século XX.
Uma leitura que se impõe, uma oferta de Natal que se recomenda!
Albano Narciso Pereira
Na galeria dos grandes jogadores do Sporting, Albano Narciso Pereira é um dos símbolos aglutinadores das diferentes gerações de adeptos leoninos e ocupa um lugar de destaque na narrativa histórica sobre as glórias passadas do Clube. O seu currículo é significativo. Por ter integrado a mítica linha avançada dos “Cinco Violinos”, mas também pelo número de jogos com a camisola sportinguista, os golos que marcou, os títulos que conquistou e os admiráveis feitos desportivos. E pelo seu indesmentível fair-play e a paixão com que se entregou ao futebol.
Franzino e tecnicista, rápido e criativo, com um drible curto, mas imprevisível, Albano foi um extremo-esquerdo que possuía uma percepção do jogo feita de génio e de versatilidade. Realizava cruzamentos para a grande área adversária com régua e esquadro, como fazia com mestria e em velocidade o transporte da bola para efectuar um remate repentino e colocado à baliza. Para muitos, ele era o mais talentoso dos “Violinos”. Fernando Peyroteo fez-lhe um elogio invulgar: “Nada fazia em força, mas em jeito. Tudo era feito de uma maneira leve e suave.”
Albano vestiu a camisola verde e branca entre 1943 e 1957, participou em 334 jogos oficiais e marcou 160 golos (Wiki Sporting). Conquistou oito vezes o título de Campeão Nacional, quatro vezes a Taça de Portugal e três vezes o Campeonato de Lisboa, para além da Taça Império e da Taça O Século. Foi internacional em 15 jogos. Despediu-se do futebol em 29 de Junho de 1957, sendo distinguido em 1998 com o Prémio Stromp na categoria Saudade.
Albano Narciso Pereira, nascido a 22 de Dezembro de 1922 no Seixal. Pelo seu passe, o Sporting pagou ao Barreirense a exorbitância (à época) de 20 contos. Uma excelente aplicação de capital, atendendo a que acabava de descobrir uma das peças fundamentais de uma das mais brilhantes máquinas futebolistas que pisou os relvados (e pelados) portugueses. Albano, um extremo que ficou com uma ligação tão forte ao Sporting, que muito poucos são aqueles que podem rivalizar com o seu currículo. Efectuou 443 jogos, marcou 252 golos, foi campeão nacional oito vezes, ajudou a conquistar quatro Taças de Portugal e foi internacional 15 vezes.
Estreou-se na equipa principal em Setembro de 1943, mas só passado quatro anos se uniu aos quatro companheiros - Jesus Correia, Vasques, Peyroteo e Travassos - que iriam marcar uma época interna no clube sem paralelo: a era dos "cinco violinos".
Era um jogador que alternava os grandes momentos de forma com outros de algum apagamento, mas tudo lhe era perdoado pelos admiradores quando conseguia colocar em campo as suas melhores qualidades: uma velocidade fora de normal, uma alegria contagiante e uma capacidade de improvisação notável. Albano foi um "baixinho" que fez história e massacrou literalmente a paciência dos seus grandes rivais da época, como os possantes defesas do Belenenses, imortalizados como "Torres de Belém". Jogou até onde as forças o deixaram. Mesmo após o Sporting o ter presenteado com uma festa de homenagem, em Julho de 1957, continuou ligado ao futebol, no Seixal, a sua terra natal.
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