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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
António Maia, antigo adjunto do Director das instalações desportivas e sociais do Sporting, lembra situações insólitas que ocorreram no velho Estádio José Alvalade:
«Um espaço destes, amplo e muitas vezes vazio, presta-se a situações por vezes insólitas. Sei que houve alguns abusos de natureza sexual mas eu nunca vi nada. Digo que sei porque, no meu tempo, os porteiros eram mesmo do Sporting e por isso tudo se sabia. Depois a segurança passou para a responsabilidade de uma empresa privada e as coisas passaram também a ser diferentes.
Diziam-me que era frequente ver um casal, na casa dos vinte anos, ir para os degraus mais altos do topo sul. Acho que tinham lá "quarto" alugado. Parece estranho mas, se alguém estiver deitado lá em cima, não é visto cá de baixo. Também é verdade que, na altura, hvia pouco cuidado na verificação de pessoas. Não havia aquela rigidez que há hoje. As pessoas entravam e podiam muito bem dizer que iam para a ginástica que ninguém controlava. Havia sempre uma ou duas portas abertas para a bancada central e no topo sul. Era fácil ! Os porteiros começaram a desconfiar daquele casal e como na altura nós já tínhamos câmaras, apanharam-nos. Foram lá buscá-los e eles nunca vieram para cá.
Lembro-me de outro casal que ia ali para a zona dos camarotes e um porteiro caçou-os. Eu até perguntei ao porteiro, "então e você apanhou-os mesmo em flagrante ?" Disse-me que sim. Dei-lhe uma palmada nas costas e disse-lhe, com um sorriso, "é pá, você é mesmo um empata f... ! Deixava-os estar e ia só no fim pá !»
Do livro Estórias d'Alvalade por Luís Miguel Pereira
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