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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Lamentavelmente, não obstante ser o melhor marcador da Liga portuguesa, Fredy Montero continua a não merecer a confiança do seleccionador José Peckerman, que conta com os avançados Radamel Falcão (Mónaco) - Muriel (Udinese) - Jackson Martinez (FC Porto) - Carlos Bacca (Sevilha) e Teo Gutiérrez do River Plate, para os dois jogos particulares que a Colômbia realizará na Europa com a Bélgica e a Holanda em Novembro.
Curiosamente - ou talvez não - entre os defesas convocados surge um nome muito bem conhecido no Sporting... Santiago Arias (PSV) !
Antes de escrever este breve texto consultei o dicionário da língua de Camões para ter a certeza que o meu conceito do que consta um "saldo" era certeiro: «sortimento de certa mercadoria para ser vendida por preço inferior ao que lhe tinha sido atribuído primitivamente.»
Vamos então a contas: Schaars custou 1,350 milhões de euros e foi vendido este sábado por 600 mil euros (estimativa), dos quais 225 mil serão para o Sporting pelos seus 37,5 por cento do passe. Isto é aplicável somente à transacção directa, já que a direcção anterior recebeu uma verba (não divulgada) pela alienação a dois fundos, dos restantes 62,5 por cento.
Arias custou 920 mil euros e foi vendido por um milhão de euros (estimativa), dos quais 460 mil euros serão para o Sporting pelos seus 46 por cento do passe. Isto também é somente aplicável à transacção directa, já que 100 mil euros foram recebidos pela alienação de 4 por cento. Na data do comunicado à CMVM, os direitos económicos de Arias foram avaliados em 2,5 milhões de euros.
Conclusão: na transacção directa entre o Sporting e o PSV Eindhoven, o Sporting terá recebido 685 mil euros líquidos pelos dois jogadores que inicialmente custaram 2,270 milhões de euros. Isto representa o negócio, os factores que levaram às transferências são argumentos laterais.
«Começa a ser difícil prever qual será a nossa equipa. Schaars é um jogador internacional holandês de classe, dotado de uma capacidade técnica acima da média, capaz de fazer várias posições (MC, MD e até LE), com forte personalidade dentro e fora do campo. Uma coisa é certa, a vir alguém será inferior.
Mas não deve vir. No plantel actual as soluções naturais são Adrien e João Mário, mas Dier deverá ser o titular (embora concorde que a sua posição natural é de DC). Mas Adrien também pode sair. Há pois uma nítida redução qualitativa. Como o Rui diz, passamos de megalomania (Schaars, Elias, Izmailov, só para citar alguns) para uma equipa B reforçada, pelo menos nalgumas posições.
Vamos ver o decurso da pré-época. A questão do LD é para mim a mais intrigante. Arias caberia perfeitamente nos planos desta direcção. Não vejo, sinceramente, vantagem nenhuma na sua venda. Mas tendo saído, então concordo com a ideia atribuída ontem por um diário desportivo a Leonardo Jardim: precisamos de um lateral direito.
Também muitos talvez não tenham a noção do que vai implicar a saída de Bruma. Além de condicionar a venda dos extremos que temos (para manter a qualidade só Jeffrén poderia sair, quando o maior encaixe pode ser feito com Capel) Bruma oferecia uma coisa que os outros extremos não oferecem: jogo interior e golo. Um pouco como Cristiano Ronaldo no Real Madrid (comparação meramente exemplificativa). Dado que Montero não é um jogador de área, temos aqui alguns problemas.
Conclusão: do meu ponto de vista só há espaço para a saída de um extremo, continuamos sem um verdadeiro 10 (mas Labyad ou André Martins podem fazer o lugar), precisamos de um lateral direito e idealmente de um ponta-de-lança com características diferentes de Montero. Mas o mais previsível é que saiam Labyad, Jeffrén, Capel e Adrien. A ser verdade a redução qualitativa será grande. De megalomania para miserabilismo.
Dado que o Sporting continua a ser Sporting vejo o futuro difícil. E claro, digo sempre, não foi nada disto que foi prometido. Mas cá estaremos para ver o que sucede. Se estiver enganado de bom grado darei o braço a torcer. Entretanto vou renovar a Gamebox. Sou do Sporting, não sou deste ou daquele presidente.»
* Leitor: AM
Os valores das transferências de Stijn Schaars e Santiago Arias não foram revelados pelos dois clubes, por conseguinte, o cenário que aqui se apresenta é baseado numa computação de cálculo.
Partindo do principio de que o que foi noticiado na Holanda é correcto, os jogadores foram vendidos em pacote por 1,600 milhões de euros. Para os efeitos deste meu cálculo, atribuo 600 mil a Schaars e um milhão a Arias.
a) Schaars: Baseado no comunicado que o Sporting enviou à CMVM em Outubro de 2011, o jogador custou 1,350 milhões por 100 por cento do seu passe. Pelo RC do Sporting em 31 de Dezembro de 2012, o clube detinha 37,5 por cento do seu passe que, dos acima referidos 600 mil euros corresponde a 225 mil euros. É sabido que 37,5 por cento foi alienado ao fundo "Quality Football Ireland Limited", mas a verba não foi revelada. Os restantes 25 por cento seriam da pertença do "Sporting Portugal Fund" ou da "Holdimo" que, entretanto, após a reestruturação financeira, poderão ou não terem sido recuperados pelo Sporting.
Um aspecto do contrato penso que identifico correctamente: a sua compra ao AZ Alkmaar foi por 850 mil euros e 500 mil euros correspondem ao prémio de assinatura faseado em pagamentos ao longo dos seus três anos de contrato. As dificuldades que foram referidas nas negociações entre o jogador e o Sporting, referem-se ao balanço do prémio de assinatura que era para ser pago ao longo da época de 2013/14, do qual o jogador não esteve/estava disposto a abdicar.
b) Arias: Baseado no acima referido comunicado à CMVM, o jogador custou 920 mil euros (clube não é revelado) por 50 por cento do seu passe. Pelo mesmo RC, o Sporting detinha 46 por cento do seu passe que, dos acima referidos um milhão de euros corresponde a 460 mil euros. É sabido que 4 por cento foi vendido ao "Sporting Portugal Fund" por 100 mil euros que, após a reestruturação financeira, poderão ou não terem sido recuperados.
E, salvo o Sporting esclarecer a contenda - algo pouco ou nada expectável - estas são as contas possíveis. De qualquer modo, mesmo existindo algumas diferenças, é por demais evidente, como já aqui indiquei, que este negócio com o PSV teve como objectivo único reduzir o número de activos no plantel e baixar a folha salarial, por muito difícil que seja compreender a transferência de Arias, pela sua juventude, potencial, um salário que não deveria ser elevado e, após a cedência de Miguel Lopes ao Lyon, Cédric Soares ficar como o único lateral direito na equipa principal.
Nota: Para eliminar rumores sem fundamento, informa-se que o salário de Santiago Arias era 300 mil euros brutos ao ano, ou seja 25 mil mensal.
Tudo indica que o jovem Santiago Arias vai acompanhar Stijn Schaars na viagem para a Holanda e o PSV Eindhoven, numa medida que só pode ser interpretada como uma redução de corpos e da folha salarial. É evidente que é prematuro comentar valores uma vez que nada é ainda oficial, mas não passa de pura fantasia esperar que o negócio possa vir a valer 4 milhões de euros como indica o Record, sendo mais plausível os 1,8 milhões citados pelo jornal O Jogo. Seja qual for a verba, vai ser modesta, especialmente considerando que o Sporting só detém 37,5 por cento do passe de Schaars e 46,0 por cento do de Arias.
Mas a questão mais pertinente até se centra em uma outra disposição: o Sporting vai fazer a época com somente Cédric Soares como opção a lateral direito, depois da saída também de Miguel Lopes ? Parece que vamos de um extremo ao outro, de três para um, e sem garantias de rendimento, por promissor que Cédric seja. A dispensa de Arias surpreende precisamente por isto e por ele ter vindo a ser considerado como uma forte aposta para o futuro. Aquilo que o presidente e os administradores da SAD pensam não é grande mistério, gostaria de saber, no entanto, o parecer de Leonardo Jardim, já que não acredito de modo algum que ele fique entusiasmado pelo reduzido leque de opções à sua disposição.
Segundo a imprensa holandesa, o PSV Eindhoven e o Sporting estão a negociar a transferência de Stijn Schaars - algo que já consta há algum tempo - e, surpreendentemente, também Santiago Arias. Declarou Marcel Brands, director desportivo do PSV: «A situação actual passa principalmente por um acordo entre o Stijn e o Sporting. O Sporting tem nova direcção e o clube está com problemas financeiros, então a questão é: será que vamos conseguir resolver a situação através de acordos de pagamento ?» É possível que o "acordo" a que o director do PSV alude passe por prémios pagáveis ao jogador pela sua transferência do AZ Alkmaar há duas épocas e dos quais ele não estará disposto a abdicar.
No Sporting do momento é de admitir tudo, mas não faz grande sentido que depois da saída de um lateral direito - Miguel Lopes - se vá negociar outro e ficar apenas com Cédric Soares, em princípio, em condições de assumir a posição. Esperamos que seja notícia sem fundamento.
Adenda: O empresário de Arias garantiu, entretanto, que não recebeu qualquer proposta pelo jogador.
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