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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
A propósito das candidaturas à presidência da Liga, Bruno de Carvalho surgiu a descarregar tudo, ou quase tudo, que lhe vai na alma sobre o estado geral do futebol português. Não me vou dar ao trabalho de publicar as suas extensas declarações - disponíveis aqui -, mas em abono da verdade, não obstante a minha menor simpatia pela pessoa, não deixo de lhe reconhecer a razão quando afirma que há um processo de "manipulação" em curso que visa entregar o trono da Liga a quem, indubitavelmente, está disponível para servir determinados interesses e não o todo do futebol nacional.
É por de mais evidente que as estruturas do futebol luso exigem uma transformação radical para que a transparência de processos e a verdade desportiva venham e se mantenham ao de cima. Não acredito de modo algum que este objectivo seja concretizável através dos nomes que já vieram a público declarar a sua receptividade à liderança, muito embora, diga-se, o real poder hoje em dia reside com a Federação Portuguesa de Futebol e não com a Liga de Clubes.
Com tudo isto sob consideração, entendo que seria muito mais importante o Sporting assumir apoio a uma candidatura e fazer tudo ao seu alcance para projectar essa pessoa. Até admito que possa ser essa a intenção e que a ausência de qualquer manifestação nesse sentido se deva meramente a uma questão de timing. Contudo, pelo que bem conhecemos da "casa", não creio que Bruno de Carvalho impressione seja quem for com sua oratória analógica, recorrendo a adjectivação pouco abonatória - para ser simpático: "cata-ventos" - "circos" - "incendiários" - "bombeiros" - "trampa" - "autoclismo" - "ânus".
Afirmou ainda o presidente do Sporting que o candidato ideal terá que ter "um autoclismo muito grande para limpar um futebol que está conspurcado". Imagino as gargalhadas por aqueles que são alvos óbvios desta analogia, mas sem um candidato bem apoiado que ofereça condições para enfrentar e rasurar este estado das coisas, as gargalhadas serão sempre dos mesmos.
Adenda: Até parece que sou advinha !... Bruno de Carvalho não teve de esperar muito; Jorge Nuno Pinto da Costa foi o primeiro a dar gargalhadas, como aliás já era de esperar.
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