Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O comunicado do Sporting assinado por Nuno Saraiva é exemplar no que se refere a uma estratégia antiga utilizada na área da Comunicação: baralha e volta a baralhar para evitar esclarecer sobre o que os adeptos pretendem conhecer. Na realidade, não se fica a saber o que quer que seja para além do que já se sabia anteriormente. Mistura algumas banalidades com meias verdades. Não mente, mas também não esclarece.
Bruno de Carvalho está obcecado com as eleições para os órgãos sociais em 2017 e procura garantir uma maior base de apoio. Receia que a sua base de apoio tradicional não chegue para lhe garantir a vitória eleitoral. Agora, procura desesperadamente apagar clivagens que criou entre sportinguistas e pretende pôr uma pedra em cima de um erro estratégico: o seu modelo de abordagem às auditorias com ameaças aos quatro ventos de recurso aos tribunais.
Em 2013 e 2014 o presidente do Sporting dizia com pretensa ironia que “se calhar o Sporting é clube mais azarado do Mundo se tudo o que de mal lhe aconteceu foi azar". Afinal, ninguém foi para a prisão, a montanha pariu um rato e Bruno de Carvalho, em determinado momento, entendeu que o melhor era meter o assunto numa gaveta através de um “Tribunal Arbitral” interno. Isso permitir-lhe-ia lavar as mãos como Pilatos. Levou o assunto a uma Assembleia Geral para se conseguir livrar dele.
No fim de contas, seria por aqui que se deveria ter começado, visando resolver os problemas dentro do Clube. Agora poderá ser tarde. Mas, inebriado com a vitória eleitoral, Bruno de Carvalho sucumbiu à tentação de surgir como que um super-herói que com uma espada e uma belíssima voz rouca que de modo intrépido iria meter na ordem e castigar os “maus” sportinguistas que tinham dirigido o Clube com doses industriais de egoísmo e de ganância.
Leão Zargo
Na minha opinião a constituição desta Comissão é uma aberração. Primeiro acusam-se os visados sem serem ouvidos. Depois chamam-se a uma Comissão para serem ouvidos à posteriori. É como dar a oportunidade a um condenado sem direito a defesa, de se pronunciar sobre a sua condenação.
Primeiro divide-se a família sportinguista. Depois procura-se uni-la numa espécie de "lavagem de roupa suja", onde os inquiridos têm que se sujeitar a perguntas colocadas por membros da Comissão, onde se incluem representantes das ditas claques.Mas que é isto? A justiça não pertence aos Tribunais quando há indícios de práticas ilícitas? Se não as há o assunto não deve ser encerrado? Neste caso o que se pretende? Criar uma espécie de Tribunal Privado? Voltamos à justiça feudal?
Apesar das justificações dadas no Comunicado eu não consigo entender o sentido que isto tem. Numa determinada vertente faz-me lembrar um certo programa televisivo chamado "perdoa-me". É verdade, primeiro atira-se a pedra, a seguir bate-se na mão (ou no peito). Enfim, e parafraseando um ditado, em versão adaptada, "quanto mais se mexe na porcaria, mais ela incomoda as narinas". Não há necessidade. Deixem-se as feridas sarar. E o tempo é o melhor remédio.
Nação Valente
"Se havia a queixa dos antigos dirigentes de não terem sido ouvidos esta é a forma de dar resposta a esse anseio demonstrado e de fomentar cada vez mais a união e solidez da família sportinguista em torno de um projecto de crescimento e grandeza que é por todos vislumbrado."
Se pudesse categorizar todo este cenário sórdido de hipocrisia promovido pela Direcção do Sporting, classificava-o simplesmente como:
Nojento...
Drake Wilson
Já referi aqui em vários escritos que Bruno de Carvalho projecta a imagem - através das suas acções e tomadas de decisão - de ser o tipo de homem que não olha a meios para atingir fins, por vezes com o Sporting a sair beneficiado, outras vezes prejudicado. Deixou essa sua característica bem vincada no processo que o levou ao trono de Alvalade e, desde essa data, com o poder entre mãos, temos amplo conhecimento de vários incidentes de cariz nebuloso que só servem para acentuar esta realidade.
A Auditoria de Gestão não foi mais do que uma "caça às bruxas", visando, sobretudo, apontar culpabilidades a dirigentes do passado e, eventualmente, enaltecer a sua pessoa. Porventura por não ter produzido o efeito desejado e com a campanha eleitoral em curso, Bruno de Carvalho sentiu-se inspirado a criar esta Comissão para ouvir - na realidade julgar - antigos presidentes do Sporting. Que haja quem esteja disposto a subjugar-se a esta indignidade, é inacreditável.
Nuno Saraiva, ou qualquer outro responsável do Sporting, pode vir com os comunicados que desejar, porque só os mais ingénuos, ou em alguns casos, os mais devotos ao "Sporting é nosso outra vez", é que acreditarão que este processo é algo menos do que um Tribunal popular, através do qual é pretendido o "linchamento" dos presidentes em questão.
Que elementos das claques, entre outros "comendadores", venham a constituir a Comissão, é apenas um acto carnavalesco do mais baixo nível, só possível pela iniciativa de um narcisista como Bruno de Carvalho.
Mas não deixamos de reconhecer que tudo isto é de pouca consequência para a maioria de sportinguistas. Desde que vejam a bola rolar ao domingo e os resultados sejam agradáveis, tudo está perfeito no Mundo.
Rui Gomes
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.