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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Baltazar Pinto, ex-presidente do Conselho Fiscal e Discplinar do Sporting, teceu várias considerações em entrevista que concedeu ao jornal Record, entre as quais esta que não será muito bem recebida em todos os cantos de Portugal:
"Este ano a melhor equipa não ganha, nem pode ganhar
quando o sistema está montado".
Alguém terá dito algures que "As verdades podem ser nuas - mas as mentiras precisam de estar vestidas". Não há nada "vestido" nesta afirmação de Baltazar Pinto.
A contestação a Frederico Varandas subiu de tom nas últimas semanas, nomeadamente depois da eliminação na Liga Europa diante dos austríacos do LASK Linz, com um ou dois movimentos a pedirem a destituição do actual presidente do Sporting.
Perante este cenário, Baltazar Pinto, presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar, elogiou o trabalho da Direcção e aponta às eleições de 2022 para uma mudança de rumo, se assim os sócios quiserem:
"Peço-lhes que tenham calma e respeito por quem ganhou as eleições. Falta muito pouco para haver novas eleições, um ano e meio (até Março de 2022). É um processo complexo. Nessa altura os sócios poderão votar nos candidatos que acharem melhores. Mas até lá aguardem.
A Direcção está a fazer um bom trabalho. Apanhou o Sporting CP numa altura crítica, muito má. Eu tenho lá as contas, sei bem o que se passa. Além do mais, para mim, há uma outra coisa muito importante, como juiz do Supremo Tribunal de Justiça: eu só lá estou porque são pessoas muito honestas. São pessoas honestas que não tiram nada ao Sporting e que dão o melhor que podem.
Não sei sinceramente se outra Direcção faria melhor. Não há milagres. A menos que um indivíduo venha por aí com um saco de dinheiro, o que não é crível".
O presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar do Sporting, Joaquim Baltazar Pinto, falou abertamente sobre a eliminação do Sporting no playoff da Liga Europa, aos pés do LASK Linz, após a derrota por 4-1, em Alvalade. Baltazar Pinto referiu mesmo que dentro do Clube há muito gente a desejar o pior.
"É uma tristeza. Para mim que não estava por dentro, não sabia que ia encontrar isto. O Sporting não precisa de inimigos, matam-se todos uns aos outros, entre aspas, lá dentro. E não falo da Juventude Leonina. O Sporting é uma estrutura altamente complexa que só agora me estou a aperceber, porque só lá estou há dois anos.
Nem sei o que se pode fazer ali. Enquanto, no FC Porto e no Benfica estão todos unidos. Há muita gente, muita mesmo, que está sempre desejosa que o Sporting perda", começou por dizer em declarações à Antena 1.
O dirigente foi ainda mais longe e usou um termo comparativo algo surpreendente.
"Estou a ler um livro engraçado que me faz lembrar o Sporting. O livro é do Artur Pérez-Reverte e o autor escreve sobre a história de Espanha, onde diz que os espanhóis passam o tempo todo a gladiarem-se e a matarem-se uns aos outros e no Sporting CP passa-se, exactamente, o mesmo. E não há sequer quem resolva, isto acontece independentemente de quem lá esteja", destacou.
Já sobre um hipotético cenário de eleições antecipadas no Sporting, Baltazar Pinto diz que não faz qualquer sentido, numa altura destas.
"Não sou da Direcção, mas falta só um ano e meio para voltar a haver eleições, por isso não faz sentido nenhum haver eleições agora. Quando chegar a altura, os sócios votam na pessoa que acharem ser a melhor para o cargo, mas para já não vale a pena adiantar esse cenário", referiu.
Relativamente à derrota com os austríacos do LASK Linz, o presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar afirmou que não é razão para a saída do treinador, Rúben Amorim.
"Há uma conjuntura muito difícil, independentemente da contestação à Direcção, que foi o surto de Covid-19, até o treinador foi infectado. Fisicamente, o Sporting não estava em condições. Neste momento, o Sporting não tem suficiente capacidade física para aquela equipa. Creio, até, que se defrontasse um dos maiores rivais, Benfica ou FC Porto, neste momento, que aconteceria o mesmo".
Reportagem de Luís Magalhães, Record
ADENDA
Entretanto, apareceram aqui uns quantos a fazer campanha pré-programada de oposição. Vieram bater à porta errada porque daqui em diante não terão mais essa oportunidade.
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