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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Nos meus textos neste blogue fui opositor a BdC. Sempre disse e continuo a dizer que não tinha e nunca terá perfil para dirigir uma instituição como o SCP.
Quando chegou à presidência, o Clube tinha mais de cem anos, com um grande currículo de vitórias nacionais e internacionais. Estava, há muito, implantado em todo o território, com milhões de adeptos, com um grande estádio, uma escola de formação e centenas de filiais. Esse senhor não acrescentou nada de essencial.
Quem merece ser lembrado e elogiado são os seus fundadores, sem os quais o Sporting não existia. Quem merece ser elogiado são as suas Direcções que ao longo de décadas o transformaram de um Clube de bairro, num Clube de âmbito nacional e internacional.
Bruno de Carvalho foi um fenómeno de populismo como há muitos exemplos ao longo da história. Capacidade discursiva para manter as massas iludidas, como se fosse o salvador da pátria, adulado e seguido cegamente.
Posto tudo isto, e em relação à sua queda, os factos mostram que apenas se deve à sua incompetência racional e emocional. Não foi ele que sempre disparou para dentro contra atletas e treinadores? Não foi ele que criou órgãos ilegais para se manter o poder? Não foi ele que se recusou a ir a uma AG legítima? Não foi que conseguiu virar contra si cerca de 70% dos votantes, que antes o tinham apoiado? Antes era bons sportinguistas e depois passaram a ser todos sportingados?
Podem escrever mil e um comentários sempre a repetir o mesmo, e a insultar quem não é seguidor de religiões, brunistas ou outras. Com toda a modéstia não têm razão. O Sporting Clube de Portugal sempre foi dos sportinguistas e continuará a ser. Nunca mais poderá é ser de uma qualquer facção.
Texto de Nação Valente
Publicado o Relatório Semestral, tem esta direção sido questionada por algumas questões, nomeadamente acerca do negócio Rui Patrício e suposta divida à Gestifute.
Vamos a factos.
Antes de 2013, o Sporting encetou uma série de negociações e renovações com jogadores, utilizando para isso 3ªs empresas que investiram dinheiro em proporções que o Sporting não conseguia. Podemos agora questionar a ética por trás da intervenção destas empresas, mas temos de ter plena consciência de que à época este era um procedimento legal e comummente utilizado por aqueles clubes que não tinham dinheiro para investir e num momento em que a banca tinha fechado as torneiras do crédito.
Assim, os clubes viram nestas empresas o acesso viabilizado a dinheiros que não tinham e as empresas viram aqui oportunidades de negócio milionários.
Os saudosistas pela Direcção de BdC, gostam de abanar a bandeira a dizer que foi ele que liderou uma guerra contra os Fundos e Empresas 3ªs, no entanto não dizem que BdC apenas se tornou contra os Fundos quando tentou “passar a perna” a um desses Fundos, numa ação que custou milhões ao SCP. Falo aqui da Doyen e na sacanice que a direcção de BdC fez (ou tentou fazer).
Para além da situação com a Doyen Sports, aquando das renovações de Adrien Silva e Rui Patrício em 2016, o Sporting (ou BdC) tentou afastar a Gestifute do processo de forma unilateral, excluindo-a dos seus direitos como se nada fosse. Foi utilizada a exacta mesma estratégia que para com a Doyen, com consequências que podiam ter sido semelhantes.
Esta distinta “sacanice” foi feita à vista de todos e ainda hoje me pergunto como é que as autoridades fiscalizadoras, bem como a PWC que audita as contas do SCP, nunca se referiu ao seguinte facto:
Até 31-12-2015 o SCP indicava que possuía 65% dos direitos económicos de Rui Patrício e 50% dos de Adrien Silva. No 1º semestre de 2016, por via das renovações de contrato, o Sporting adquiriu a percentagem que cada um detinha (17,5% e 30% respectivamente) e anunciou o Sporting à CMVM que passou a deter 82,5% dos direitos económicos de Rui Patrício e 80% de Adrien Silva (o restante dos passes dos 2 jogadores seriam da Gestifute).
Acerca dos dois referidos jogadores, nunca mais houve comunicações à CMVM, nem foi feita referência em qualquer relatório e contas, NO ENTANTO, após Junho de 2016 o SCP passou a reflectir nos seus documentos que detinha 100% dos direitos económicos destes dois jogadores SEM evidenciar qualquer contingência a favor da Gestifute pelos direitos que a mesma detinha. Incrível esta “contabilidade” criativa…
No Mundo do “faz de conta” em que BdC vivia, tudo isto era muito bonito, até ao dia em que a realidade lhe bateu à porta e esse dia foi aquando da negociação de Rui Patrício. Nesse dia a Gestifute terá pedido um acerto de contas que consistiria em 20% de 29,5M€ da venda de Adrien Silva e 17,5% da venda de Rui Patrício, o que daria 9,05M€ (5,9M€ + 3,15M€), mais de metade do valor a que estava a ser vendido Rui Patrício.
Com a saída de Bruno de Carvalho do Clube, as negociações tornaram-se mais “simples” e Rui Patrício, à semelhança do que Adrien já havia feito, abdicou de valores que tinha a receber do Sporting por forma a facilitar as negociações e a Gestifute, por forma a não se envolver em litígios aceitou receber 4.459K€ ao invés dos pouco mais de 9M€ a que tinha direito.
Ao contrário do que os “alucinados” pela anterior Direcção querem fazer crer, as dividas à Gestifute eram evidentes e mesuráveis e este foi MAIS UM problema que BdC deixou para os outros resolverem...
...no entanto a Direcção de Varandas também não está a conseguir sair com a imagem “limpa”, pois segundo este relatório semestral existe um valor de 1,5M€ (e não 2M€ como tem sido divulgado) por justificar. Zenha, com visível embaraço, disse que este valor era referente a um protocolo com o Wolves para o Sporting entrar no mercado Chinês. Uma justificação que além de não ser convincente, levanta mais questões do que deu respostas e se Varandas não quer começar a deixar “pontas soltas” é bom que ele ou alguém da sua Direcção venha a publico clarificar esta situação sob pena de perder já a transparência que tanto apregoou durante a sua campanha eleitoral.
Nota final:
Porquê o título “Dores que ainda Doyen”?
É uma simples alusão ao facto de que um processo infantil, liderado por mentes infantis, pode fazer sofrer o Sporting muito para além do tempo expectável… Toda esta confusão com a Gestifute arrastou-se no tempo por causa do processo Doyen… e mais… à custa da infantilidade de BdC, o SCP ainda tem neste momento mais de 2M€ penhorados na UEFA, dinheiro que neste momento faz imensa falta à tesouraria de Alvalade. Os “alucinados” podem não querer acreditar, mas o Sporting CP vai demorar muito tempo até recuperar definitivamente do efeito Bruno de Carvalho.
A meu ver Bruno de Carvalho já está morto para o SCP e honestamente tenho assuntos de maior relevância que gostaria de abordar, no entanto, ele por ora ainda é assunto no SCP dado que nem a sua situação se encontra definitivamente resolvida, nem alguns adeptos o deixam morrer em paz dando-lhe o seu suporte.
Não vou aqui falar das suas incontáveis mentiras, não vou falar da sua arrogância, da sua personalidade egocêntrica, dos esquemas, da falta de ética, dos comportamentos… nem sequer me vou meter a falar das suas hérnias, psicopatias e das causas daquilo que me parece ser uma midríase bilateral.
Não vou falar das suas incríveis e notórias incapacidades enquanto líder, nem da sua evidente incompetência enquanto gestor… vou até abster-me de discutir o porquê, de para mim, ele não ser Homem nem homem, quanto muito apenas “omem”.
Do que venho falar então?
De 2 aspectos singelos, mas de vital importância para quem quer ocupar qualquer posição de destaque, seja no SCP, seja no Clube de Chinquilho do Huambo (futura cidade refúgio de BdC).
Timing
“A arte da Guerra” de Sun Tzu é mais que um tratado militar, é um conjunto de filosofias e ideias que são aplicáveis transversalmente a muitos aspetos das sociedades passadas e actuais. Apesar das ideias escritas terem já cerca de 2500 anos, as mesmas revelam-se de uma actualidade acutilante e por isso ainda hoje “A arte da Guerra” é um livro (O Livro) de referência para Líderes e Gestores.
O timin (momento em que se atua) é um desses factores que separam os bons generais dos maus generais… BdC é um péssimo general… o seu timing sempre foi benéfico para os seus inimigos e prejudicial para o seu exército.
Não necessito viajar muito no tempo para relatar incontáveis momentos em que BdC revelou um péssimo timing, basta-me apelar a que pensem nas inúmeras vezes que o SLB esteve sob o foco dos holofotes acusatórios e em sua salvação veio BdC. Até agora, em que já não é presidente, continua nesta errática forma de estar, e ainda esta semana quando o caso dos emails prometia voltar a agitar águas dadas as novas publicações, lá veio o salvador da imagem do SLB montar o seu circo às portas de Alvalade e trazer todo o protagonismo à sua figura.
Os que o rodeiam
Vamos fazer um exercício de imaginação difícil, quase impossível: vamos imaginar que BdC é uma pessoa honesta.
Neste exercício que vos proponho BdC não mente e até é um gestor competente que fez renascer o SCP em 2013.
Assim fosse e até se poderia supor que BdC teria condições para ser Presidente, mas não, é que ele possui um “defeito” enorme… não sabe escolher pessoas.
A acreditar em BdC, então temos uma realidade em que TODOS o traem, TODOS estão a actuar contra o SCP, TODOS têm uma agenda própria, TODOS fazem parte de um esquema maior para destruir o SCP… Quando digo TODOS, falo de treinadores, médicos, jogadores, directores, falo dos seus braços direitos, das suas ex-mulheres e até daqueles que ainda há 1 mês, com ele apareciam nas TV’s a dar juras de amor eterno.
O problema maior?
É que todos foram escolhidos por BdC.
Por muito bom que BdC seja (somente neste nosso exercício de imaginação), ele tem efectivamente este problema e isso é indesmentível, assim, se BdC SEMPRE falhou na escolha de pessoas então é lógico pensar que as pessoas que agora o rodeiam nesta candidatura, mais tarde ou mais cedo, irão TRAI-LO e por consequência irão trair o SCP e juntar-se ao “esquema maior” que quer a destruição do SCP.
A todos os defensores de BdC, a todos os que mesmo não sendo seus defensores ainda lhe dão espaço para respirar, eu pergunto: Como se pode supor sequer que BdC desse um bom Presidente se não possui qualquer sentido de timing e apenas se sabe rodear por quem quer destruir o SCP?
Desconfio que esta é uma questão que nem o próprio BdC conseguirá responder.
Termino a minha lista de frases marcantes do Bruno Carvalho, desde que assumiu a presidência do Sporting. Foi um exercício no qual me lembrei de muita coisa que aconteceu nestes 3 anos e no fim fico ainda mais triste com a possibilidade (que é bem real) de termos ainda mais anos disto:
Janeiro
“Ai esses ingratos disseram isso? Vou-lhes meter um processo para eles verem o que é bom”
Sobre os sócios que ousaram criticar (alguns excessivamente é verdade) o auto-proclamado “Salvador do Sporting” publicamente, tendo-lhes sido lançado um processo por difamação, obviamente com recurso a meios do clube.
Fevereiro
“Eu não te prometi nada”
Em resposta a uma série de impropérios que lhe foram dirigidos por Jefferson depois de lhe ter mentido (uma tendência clara ao longo dos 3 anos) sobre a possibilidade de transferência para a Ucrânia. Ao Sporting esta situação valeu a ausência dele em jogos decisivos da Liga Europa e do campeonato. Quem não respeita não se dá ao respeito.
Março
“Vou provar que a contratação de Shikabala não foi um erro”
Já com este vergonhoso processo a arrastar-se sem se saber do paradeiro do jogador há meses. No fim perdemos pouco dinheiro mas termos tido no nosso clube um jogador que simplesmente desapareceu é inaceitável e fomos “bombos da festa” durante muito tempo e com razão.
Abril
“Ó meu filho da ….”
Palavras em resposta a ofensas de um idoso adepto do Valongo a que se seguiu uma corrida "à valente" para junto deste, tendo-se gerado um ambiente de pânico no pavilhão emprestado ao Sporting. Atitude irresponsável e que pôs em causa a integridade física de mulheres e crianças que faziam parte das poucas dezenas de adeptos do Valongo.
Maio
“Que Belfodil me foram arranjar”
A tendência para a ordinarice na continuação da lista extensa de contratações fracassadas que elencou em Dezembro, lembrando publicamente a Marco Silva que eram essas com que podia contar. Mais tarde soubemos todos porquê.
Junho
“Um ataque ao Presidente é um ataque ao Sporting”
A confusão que faz entre ele e o Sporting é o que de pior o Bruno Carvalho trouxe para o nosso clube e quanto mais tempo cá estiver mais tendência isto terá para acontecer até termos um clube completamente novo, à má imagem dos nossos rivais de hoje. Eu não quero apoiar o Sporting Clube de Carvalho.
Julho
“De borla não sairá” e “Ainda tem um ano de contrato e não vai querer ter um ano complicado”.
Ao referir-se a Carrillo um ano antes do fim do contrato deste. Até por estas frases publicas se vê que esta situação foi tão mal negociada / antecipada. Carrillo não só saiu de borla, como até foi para o Benfica e nem nos ajudou nesta época. Temo só de pensar na euforia da apresentação publica de Carrillo na Luz (então se forem campeões nem quero cá estar) e se a isto se juntar a provável ida de Marco Silva para o Porto acho que no próximo ano vou-me irritar sempre que ler noticias desportivas.
Agosto
“A prostituição é igual no continente e nas ilhas”
Em referência ao Presidente do Marítimo e a mais uma das várias negociações falhadas, neste caso a de Danilo (óptimo jogador português com quem muito provavelmente teríamos passado à fase de grupos da Champions pois substituiria com sucesso William que estava lesionado). É verdade que teremos alguma razão neste caso mas depois acabamos por a perder com este tipo de linguagem.
Setembro
“Não me deixem cair, porque eu caio de facto. Sou pai, tenho duas filhas, tenho de sustentar a minha família … se quiserem melhorar o Sporting, não peçam às pessoas para virem trabalhar de borla.”
A explicar a razão porque está tão obcecado com a sua reeleição e, se possível, perpetuação em Alvalade. Esta frase foi dita no contexto da duplicação do seu ordenado aquando da apresentação duns resultados positivos que se veio depressa a provar resultaram de "engenharia financeira".
Outubro
“És gordo e não tens família”.
Não foi exactamente isto que ele disse ao Pedro Guerra mas apenas a ideia – meteu referência a bancos de suplentes e filhas e não consegui encontrar a citação exacta. Nesse programa vi que o nível do Bruno Carvalho ainda conseguia descer mais baixo do que imaginava.
Novembro
“Desde que cheguei ao Sporting fiquei com fama de vigarista”
Coitado do nosso clube - a culpa dessa fama é mesmo do Sporting?
Dezembro
"O poder faz-nos oscilar, faz-nos enevoar os olhos e a mente"
Podia ser em relação a ele, mas é em relação a Pedro Proença cuja eleição para a Liga ajudou a promover, mas parece que depois depressa se arrependeu. Mais uma prova do amadorismo que reina em Alvalade e como não temos qualquer peso nos órgãos que decidem. Hoje a esse nível vivemos apenas do que conhecem Jesus e Octávio que no passado tanto beneficiaram do sistema.
Janeiro 2016
“Só não dei um chuto no cu do árbitro porque ele podia gostar”
Numa Assembleia-Geral onde revelou toda a sua falta de nível e ainda teve mais tarde o desplante de desmentir na televisão ter dito esta frase (e provavelmente até passaria num detector de mentiras).
Fevereiro 2016
“O que seria do Sporting sem mim?”, “Eu salvei o Sporting” e “Já mostrei aos sportinguistas que há poucos impossíveis”
Mais frases bem reveladoras de quem ele se julga e do que ele julga dos sportinguistas. É pena que os resultados não acompanhem o que diz e, não basta estarmos melhores no que no tempo de Godinho ou um só um bocado piores no que no tempo de Dias da Cunha / Soares Franco.
Março 2016
“ …”
Silêncio completo no fim do jogo que perdemos com o Benfica junto com um olhar perdido de desespero e de desistência, que é tudo menos o que um líder podia revelar nesse momento.
PS Depois de ver ontem orgulhoso a nossa formação (toda pré-Cravalho) a dominar a nossa selecção e com muita pena que isto não se repita já nas selecções dos escalões inferiores (porque será?) agradeço em particular ao nosso trio do meio campo ser superior a jogadores que vieram para lhes tirar o lugar como Aquilani, Bruno Paulista, Dramé, Heldon, King, Magrão, Mamadu Candé, Rossell, Ryan Gauld, Sacko, Shikabala, Slavchev, etc. Que grande lata o Bruno Carvalho chamar a si o mérito da nosso formação que já esteve muito bem nas últimas décadas mas que começou a baixar de nível com Godinho Lopes, situação que se agravou com Bruno Carvalho / Virgílio.
O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) aplicou penas de suspensão a Bruno de Carvalho e Luís Filipe Vieira, respectivamente, presidentes do Sporting e Benfica.
O líder "encarnado" é castigado com 23 dias de suspensão, tocando 19 ao presidente leonino. Em causa estão críticas de ambos às equipas de arbitragem dos encontros Benfica-Rio Ave e Sporting-Tondela, a contar para o campeonato da Primeira Liga desta época.
Bruno de Carvalho foi particularmente duro para com a prestação do bracarense Luís Ferreira, após o empate consentido pelo Sporting diante do Tondela (2-2), a 15 de Janeiro deste ano.
«Vi um penálti que não era. Vou lembrar os sportinguistas que nos arbitrou Sporting B-Benfica B em Rio Maior, que foi o primeiro jogo que eu fui ver. Inventou expulsões. Foi dos piores árbitros que já vi a apitar. E veio parar à Primeira Divisão. Eu vi o que a comunicação social viu. Continuamos com joguinhos de pressão. O Sporting sai daqui com menos um jogador, com menos dois pontos e é isto semana, após semana, após semana, após semana, após semana... Quem não quiser ver isto ou é ceguinho ou não sabe ver futebol. Temos que ir assistindo a isto. Ainda tem o desplante de expulsar uma pessoa? O Sporting à frente incomoda. Vou dizer uma coisa ao Vítor Pereira e aos senhores da comunicação social só vai unir mais o Sporting. E não tem nada que ver com entrar bem ou mal. Quem vir o contrário não sabe o que vê e andam a brincar ao futebol. Vítor Pereira já ultrapassou o limite do ridículo. Fui expulso mas não fui eu que cometi um erro infantil».
Quanto ao caso de Vieira, que é ainda punido com uma multa acessória de 1.020 euros, a prestação da equipa de juízes liderada pelo portuense Manuel Oliveira na recepção ao Rio Ave mereceu duros reparos da parte do presidente das águias, na "zona mista" da Luz, a 20 de Dezembro de 2015, após o triunfo do Benfica sobre os vila-condenses (3-1).
«Gostava de ver amanhã (segunda-feira), nas manchetes dos jornais desportivos, o título roubo em letras bem grandes. Vocês, jornalistas, viram bem o que se passou hoje na Luz. E o mais estranho é que o líder dos árbitros é o mesmo da última época. Escrevam a verdade, não tenham receio. Vocês viram o que se passou na semana passada na Madeira. Ficaram dois penáltis por marcar contra o FC Porto, o segundo dos quais absolutamente escandaloso. Não sei se são os 'vouchers' ou se alguns jornalistas são convidados por esses clubes para alguns almoços e jantares. Repito. Nós estamos atentos e espero que vocês, jornalistas, também estejam».
Como bem sabemos, estas suspensões são fundamentalmente simbólicas, dado que os efeitos pragmáticos são quase nulos, salvo, porventura, no que diz respeito a Bruno de Carvalho, por o impedir de ir para o "banco" que ele tanto adora.
"Internacionalmente ninguém sabia quem era o Sporting !" (antes de Carvalho chegar, claro...)
Bruno Azevedo de Carvalho, hoje na RTP 3
Em primeiro lugar, permitam-me esclarecer o que é mais óbvio: não sou advogado de defesa do conselheiro leonino Rui Barreiro e discordo veemente do rumo que o presidente do Sporting pretende seguir, nomeadamente a realização de uma Assembleia Geral, apenas e tão só para poder confrontar num fórum do seu inteiro conforto e confiança, um solitário sócio que discorda de algumas das suas tomadas de decisão. Na realidade, acho isto ridículo e até um abuso do seu poder como líder do Conselho Directivo.
Tenho vindo a ler os comentários dos leitores, a maioria dos quais manifestam apoio à decisão de Bruno de Carvalho e sublinham que foi Rui Barreiro que exigiu a convocação de uma Assembleia Geral. Inclusive, também foi aqui referido que ele teria iniciado uma recolha de assinaturas para esse fim. Assente na informação que chegou à praça pública, pelas declarações do conselheiro leonino - mais recente no dia 22 de Dezembro - isso não corresponde à verdade.
Rui Barreiro fez apenas uma chamada de atenção para a necessidade de os sócios serem clarificados quanto à decisão do TAS no caso Doyen, entre outras considerações. Sugeriu, neste contexto - e repito, sugeriu - que essa clarificação podia ser dada numa Assembleia Geral, numa reunião do Conselho Leonino ou numa reunião do Conselho Directivo.
Já li duas versões desta falsa premissa e não tenho dúvidas algumas que a alegada exigência sobre a realização de uma reunião magna não é mais do que a interpretação dos respectivos autores.
Mas mesmo admitindo que essa AG venha a realizar-se, há uma outra importante consideração que Bruno de Carvalho deixou omissa, por razões que só ele poderá explicar. O TAS limitou-se a divulgar uma ideia geral da sua decisão e deixou claro que o teor do acórdão é preservado no segredo de Tribunal, uma vez que as partes não consentiram à sua divulgação. Não sabemos se o Sporting gostaria ou não de ver o acórdão completo publicado, mas consta que a Doyen não consente. Até nem dá para compreender a razão desta sua opção, uma vez que a decisão do Tribunal lhe é favorável e nada de consequente pode adiantar sem ser confrontada pelo Sporting.
Reitero o que já aqui deixei claro em comentário: acho tudo isto um autêntico desperdício de dinheiro, tempo e de recursos humanos, pela discórdia de uma única pessoa, mesmo que essa pessoa tenha o apoio não revelado de outros. É sem dúvida alguma importante que este caso da Doyen seja clarificado, mas, na minha opinião, o que preocupa Rui Barreiro não é a decisão em si, uma vez que o principal já é do domínio público, mas sim as suas consequências para o Sporting e, sobretudo, o plano de acção do presidente para satisfazer a obrigação imposta pelo Tribunal.
Seja através de uma reunião do Conselho Leonino ou, como até já sugeri, via um debate livre na Sporting TV, é possível encontrar uma solução sem a realização de uma Assembleia Geral. Esta, a acontecer, poderá contar com a participação de poucas centenas de sócios, a maioria dos quais afecta a Bruno de Carvalho. Os restantes milhares de sportinguistas, milhões até, ficam no escuro à espera de informações em segunda e terceira mão.
Comunicado do Presidente do Conselho Directivo
do Sporting Clube de Portugal
No momento em que os mais variados responsáveis do Sporting Clube de Portugal vieram a público realçar a importância da unidade de todos os Sportinguistas em torno do projeto comum para se atingirem os principais objetivos definidos para esta época, e em vésperas de mais um jogo de enorme relevância, o associado Rui Barreiro volta a aparecer, em público, a procurar desestabilizar o nosso Clube com críticas, tornando clara a sobreposição dos seus interesses pessoais aos superiores interesses do Sporting Clube de Portugal.
É, de facto, um período de grande unidade aquele em que vivemos mas foi sempre claro que, por poucos que sejam, nunca deixarão de existir um conjunto de "sportinguistas" que recordam, aparentemente com saudade, um Sporting Clube de Portugal falido, conformado, apático, derrotado e abatido que, ainda assim, era o seu garante financeiro e social e de muitas outras famílias.
Nunca, com esta Direção, no Sporting Clube de Portugal se esconderá ou procurará calar o som de uma voz díspar, mesmo que muito isolada, pois prezamos o direito à opinião e a que a mesma seja ouvida.
E assim o será, novamente, apesar do lamento de que sejam sempre escolhidos, com rigor calculista, os momentos de suposta dificuldade do Clube que, aparentemente, dão alento a estes detractores.
O mesmo já havia acontecido em vésperas do ultimo Sporting Clube de Portugal-Benfica para a Taça de Portugal, em que aquele dirigente, assumindo a posição dos nossos rivais e um papel claro de "testa de ferro" de críticos que não se conformam com o rumo de credibilidade, confiança e espírito ganhador da nossa equipa, surgiu a dar voz a questões que nunca colocou nos órgãos próprios do nosso Clube, onde até hoje, assim como os que o acompanham na sombra, quase sempre estiveram ausentes.
Mas, nesta altura, em que se deveria celebrar uma das características mais marcantes do ADN Sportinguista que é a coesão para enfrentar as adversidades, o dito associado volta a não encontrar melhor programa para servir a sua agenda que não seja dar um passo para o lado e chamar sobre si as atenções sugerindo que o Clube deveria convocar uma Assembleia Geral.
Uma Assembleia Geral como a de 17 de Janeiro de 2015 a que o associado em causa não estando ou não expressando a sua posição, assim como quem o acompanha sem dar a cara, como são seus hábitos e costumes e na qual, por iniciativa da actual Direção, foram debatidos com os Sócios assuntos com a maior relevância , relacionados com os fundos, o "caso" Doyen, as relações com os empresários, a empreitada do Pavilhão etc, numa reunião marcada pela enorme afluência de Sócios e pelo apoio esmagador às decisões da Direção em todos estes temas. Relembramos que na referida Assembleia Geral todos estes temas foram detalhadamente apresentados explicando a razão de cada decisão, as suas virtudes e eventuais consequências.
É tradição cultural do Sporting Clube de Portugal, retomada por esta Direção, promover a livre discussão e exposição das mais diversas opiniões: é delas, da honestidade com que são apresentadas e da deliberação que sobre as mesmas os Sócios tomem que se faz o caminho da Maior Potência Desportiva Nacional.
Foi nesse sentido, que todas as principais decisões que têm estado em destaque sobre a vida do Clube, desde as diferentes medidas que possibilitaram a reconhecida recuperação financeira e desportiva realizada ao longo destes últimos dois anos, todas estas matérias, foram amplamente discutidas, analisadas e aprovadas pelos órgãos próprios do Clube, sendo curioso que na altura e perante os Associados não fossem postas em causa essas decisões.
Só que nunca esta Direcção se furtou ao diálogo ou se esquivou ao confronto saudável de opiniões. Se o associado Rui Barreiro frequentasse as Assembleias Gerais do Clube ou se fizesse ouvir a sua voz no Conselho Leonino talvez muitas das questões que coloca com tão ousada galhardia na comunicação social já tivessem tido resposta no local certo. Mas apesar, e repete-se, de todas as questões levantadas já terem sido objeto de discussão e análise em anteriores reuniões, entende mesmo assim a Direção do Sporting Clube de Portugal, optando por não fugir dos assuntos, nem obrigar os associados a recolher assinaturas e dinheiro para se fazerem ouvir, decidir:
1 - Solicitar de imediato ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral, que convoque para o próximo mês de Janeiro uma Assembleia Geral para abordar todos estes temas e outros de interesse para o Clube, convidando expressamente o associado Rui Barreiro a estar presente, para, de acordo com os estatutos, poder apresentar e discutir as questões que até ao momento só tem lamentavelmente levantado junto dos Órgãos de Comunicação Social;
2 - Solicitar ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral que nessa Assembleia Geral seja devidamente acautelada a reserva de tempo tida como necessária pelo associado Rui Barreiro, para que apresente detalhadamente as suas críticas, análises, ideias e propostas concretas, libertando o mesmo associado do constrangimento inerente às habituais intervenções de apenas três minutos por Sócio, concedendo-lhe o tempo que este julgue conveniente.
Por último, e fazendo novamente um convite que tem sido habitual antes de todas as Assembleias Gerais mas infelizmente nunca acedido pelos seus destinatários, esperamos que seja esta Assembleia Geral aproveitada por aqueles que comunguem dos propósitos do associado Rui Barreiro para estarem presentes, darem a cara e fazerem ouvir a sua voz no local próprio. É altura de passar de reuniões em cafés/restaurantes, de comícios privados e de páginas de Facebook ou blogues, para darem a cara perante os Associados, deixando de utilizar meros "testas de ferro", podendo os mesmos finalmente conhecer as pessoas e as suas ideias.
Lisboa, 28 de Dezembro de 2015
Bruno de Carvalho, Presidente do Conselho Directivo do Sporting Clube de Portugal
Com tanto de tão enorme importância que Bruno de Carvalho tem entre mãos, a sua preocupação recai sobre a voz solitária de um conselheiro leonino que o critica ?
Muito além do há longo reconhecimento que o presidente do Sporting não lida bem com críticas à sua pessoa, um cínico diria - contrário ao que ele próprio afirmou há poucos dias - que já está preocupado com o próximo acto eleitoral. Daí, o já tradicional e estéril convite para uma Assembleia Geral, fórum inteiramente sob o controlo do PMAG e onde ele se sente perfeitamente à vontade para manipular e intimidar eventuais vozes de discórdia.
O mesmo cínico também diria que este extenso Comunicado, além de visar silenciar o conselheiro leonino em questão, tem o duplo objectivo de desviar atenções do mais importante, especialmente se considerarmos os vários eventos de dias recentes.
Uma vez que ele faz referência específica a blogues, entre outros, e até já não é a primeira vez que o Camarote Leonino é citado por nome, que fique aqui claro, de uma vez por todas, que ninguém nos vai silenciar e que continuaremos a criticar sempre que entendermos que há justa causa para o efeito.
Até parece que Bruno de Carvalho pretende silenciar tudo e todos !!!
O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) decidiu suspender Bruno de Carvalho por 30 dias, na sequência da sua expulsão no final do jogo com o Boavista, no Bessa, a 26 de Setembro, para a I Liga.
Uma vez que já cumpriu 20 dias de suspensão, logo na abertura do processo disciplinar, como medida preventiva, o presidente do Sporting terá apenas de concretizar os restantes 10 dias de castigo. Para além da suspensão mínima neste tipo de casos, Bruno de Carvalho terá ainda de pagar uma multa de 765 euros.
Segundo consta, não vai recorrer da punição.
Fiz um esforço para ler a última entrevista (mais uma !) do Bruno Carvalho e deixo aqui algumas notas que queria destacar:
1. A obsessão com o Benfica
Quase metade da entrevista foi à volta deste tema. O Bruno Carvalho insiste em falar dum tema que é tudo menos prioritário para os sportinguistas que querem acima de tudo novidades sobre o seu clube.
2. A possibilidade de saídas fundamentais em Janeiro
Fiquei muito pouco descansado com a situação do William Carvalho e do Adrien. A explicação adiantada para a não renovação destes contratos e para a renovação doutros “ renovámos com os que estavam a ficar emocionalmente afectados com a não-renovação” é demasiado básica. O jurar a pés juntos que não sai ninguém: “Janeiro zero saídas” só faz levantar mais a duvida vindo de quem diz num dia o mesmo e o seu contrário.
3. A insistência em novas contratações e os erros nas “contratações cirúrgicas”
Parece que Schelotto “é uma mais valia” ao contrário da esmagadora maioria das mais de 40 contratações da era Carvalho que em Janeiro ainda vão aumentar. Será que podemos acreditar? Em Janeiro vamos emprestar algumas das “contratações cirurgicas” que há muito andavam a perder tempo no Sporting e a fazer-nos perder dinheiro. O mais grave aqui é vermos o principal responsável por muitos erros e dinheiro desperdiçado a este nível não se arrepender e desculpar a contratação de "Slavchevs" com a anterior incapacidade financeira do Sporting. Não houve aqui o mínimo “mea culpa”.
4. A não aposta na Liga Europa e o papel de Jorge Jesus
Comparar o jogo do berlinde com a Liga Europa é muito triste e diz muito da falta de cultura leonina. Dizer que o Jorge Jesus “é a cereja no topo do bolo” da estrutura é de rir e imagino não cairá muito bem no próprio. Depois tentou compensar este disparate com muitos elogios, situação que a certa altura ficou quase confrangedora tal o nível de "graxa".
5. Sempre em campanha eleitoral
A necessidade de se elogiar e criticar quem o antecedeu já é um clássico, imagine-se agora com o Sporting em 1º lugar e com os “resultados magníficos que temos feito” onde andará aquele ego ? Ficámos por exemplo a saber que Slimani passou a ser importante para a equipa e a ter um comportamento exemplar depois de “chamado à pedra” pelo Bruno Carvalho. Isto é que é liderança !
Deixo para o fim a frase que mais retive: “já mostrei aos sportinguistas que há poucos impossíveis”. Sim, como ter alguém com este perfil “lampiónico” como Presidente do Sporting.
Nota: A entrevista completa está disponível no blogue dos nossos amigos do A Norte de Alvalade.
Um assiste aos jogos no banco porque procura o protagonismo mediático e não quer ir para a bancada. O outro, foge ao protagonismo mediático e por não querer ir para a bancada assiste aos jogos no balneário.
Por onde andam os presidentes dos clubes portugueses de futebol que ocupam os seus devidos lugares ?
É uma decisão muito pessoal. Creio que a irei manter. É o local onde me sinto melhor, onde posso estar mais à vontade. Ainda estou a pensar como será nos jogos em casa. Fora, garantidamente, estarei no banco.
Não deixa de haver muito ego e vaidade à mistura, mas Bruno de Carvalho até foi ironicamente honesto com a sua consideração sobre ocupar lugar no banco. Especialmente fora de Alvalade, não se quer sujeitar a algumas ondas audíveis menos agradáveis e, sobretudo, alguma timidez/incómodo em se sentar na bancada próximo de alguns outros presidentes. No banco tem protecção absoluta.
Está tudo explicado.
Bruno de Carvalho emitiu mais um comunicado/mensagem dirigida aos sportinguistas em geral. Entre as muitas questões que aborda, refere o despedimento de Marco Silva:
(...) Todavia, ao trabalhar com Marco Silva, vi-me involuntariamente envolvido num conjunto de episódios em que este demonstrou, no nosso entendimento, falta de respeito para com o Clube e para a estrutura que com ele trabalhava. Não está em causa o treinador, cujas qualidades técnicas não se colocam em causa, mas sim as circunstâncias pessoais que naquelas ocasiões nos deixaram revoltados e desapontados, de forma extremamente grave.
Eu até agradeço a explicação, ciente de que "as circunstâncias pessoais" deixaram Bruno e mais alguém não anunciado "revoltados de forma extremamente grave". Ainda bem que a situação gravosa não impediu o treinador de liderar a equipa à conquista da Taça de Portugal. Enfim, melhor seguir em frente...
O comunicado/mensagem está disponível aqui.
P.S.: Em comunicado separado, foi divulgado que Bruno de Carvalho prestará declarações aos Órgãos da Comunicação Social, hoje às 20h00, no Auditório Artur Agostinho no Estádio José Alvalade.
Adenda: São exactamente 20h10 e Bruno de Carvalho acaba de confirmar que Jorge Jesus é o novo treinador do Sporting. Não aceitou perguntas da media.
Antes de mais, não posso se não reiterar pela enésima vez que este homem é mesmo insaciável pelo holofote mediático. Por muitas voltas que se queira dar, é uma realidade irrefutável !... O «Record» publicou há escassos dias uma entrevista sua de cerca de dez páginas, anteontem esteve perante as câmaras do "Jornal da Noite" da SIC e, esta quinta-feira., concedeu outra entrevista - sim, mais uma - à BBC.
Contudo, algo de excepcional ocorreu que eu só posso atribuir ao facto de hoje ser Sexta-feira Santa: Bruno de Carvalho teceu algumas considerações sobre as recém-alterações da UEFA relativamente à distribuição de prémios para as provas europeias e eu até concordo com muito do que afirmou. Faz-me lembrar o slogan da Adidas "Impossível é nada" !
Recomendo que os leitores tomem nota do dia, hora e minuto desta rara ocorrência. Atrevo-me a sugerir que Bruno de Carvalho até terá capacidade para demonstrar bom senso e equilíbrio de raciocínio quando não está a tentar embelezar a sua imagem e a propagar os seus feitos.
De qualquer modo, o que ele disse sobre esta temática faz sentido, embora não veja a solução que ele sugere no horizonte. Os interesses são muitos e poderosos.
As suas considerações sobre "São sempre os mesmos clubes a ganhar" podem ser lidas aqui.
Foi na segunda-feira, salvo erro, que comentei que estranhava dois dias consecutivos sem entrevistas de Bruno de Carvalho, mas não se fez esperar. Quarta-feira, e aparece o presidente do Sporting em frente das câmaras do "Jornal da Noite" da SIC. É uma realidade inegável e, aparentemente, incorrigível, que este líder leonino não consegue manter-se distanciado do holofote mediático - quase como a conduzir uma campanha eleitoral permanente - e, mais vezes do que é recomendável, a fazer declarações que eram melhor evitadas, pelo menos em público, já para não evocar as contradições.
Bruno de Carvalho abordou diversos temas mas, para o efeito deste texto, limito-me a transcrever os seus comentários sobre Marco Silva e os objectivos da época:
O Marco Silva tem ainda mais três anos de contrato. Mas todos nós estamos dependentes de tudo, ele também está dependente assim como eu. Mas as nossas metas são impossíveis de não serem cumpridas.
Houve a polémica com ele mas que foi terminada rapidamente devido à minha intervenção. Na nossa vida temos de saber sempre melhorar a nossa maneira de ser, de pensar, de entender. Todos temos de aprender a evoluir. Eu evoluí muito no Sporting nestes dois anos. Tudo o que se passou entre mim e o Marco são situações para serem resolvidas e foram resolvidas bem dentro do Sporting. É bom relembrar que, com todo o respeito, treinar o Estoril não é o mesmo que treinar o Sporting. Mas tenho a certeza que ainda vai dar muitas alegrias ao Sporting.
Mais uma vez, com timing "impecável", e no local "próprio", a deixar a mensagem que o futuro de Marco Silva em Alvalade ainda está por definir, dependendo inteiramente - depreende-se - da concretização das chamadas "metas", que serão, indubitavelmente, a conquista da Taça de Portugal e o segundo ou terceiro lugar na Liga, não é bem claro qual, uma vez que o presidente ainda ambiciona a posição cimeira.
Achei muita piada à sua afirmação que a polémica em torno do treinador foi terminada "rapidamente" e graças à sua intervenção. Ainda, dentro do mesmo falso enquadramento, que a situação foi resolvida "bem dentro do Sporting".
Vamos lá ver... ele é que foi a real causa da polémica, ele é que surgiu no Facebook com a já notória mensagem, ele é que decidiu demitir o treinador só para depois recuar no seu propósito, ele é que comunicou confidencialidades a José Eduardo e mandatou o mesmo a "incendiar a fogueira" em antecipação do linchamento, mas, agora, na sua óptica, o diferendo foi resolvido por mérito da sua pessoa !??... Dizer que é incrível, é dizer muito pouco.
Ainda não satisfeito com esta desconjuntura oratória, sentiu a acrescida necessidade de enviar mais um recado a Marco Silva, lembrando-o, perante o País, que ele já não é treinador do Estoril Praia.
Ficamos cientes que era mesmo este tipo de incentivo que o grupo "necessitava" nesta tão importante recta final da época !
Em antecipação de alguns comentários, deixo desde já bem claro que este texto não visa a defesa de Marco Silva, por si, mas sim críticar a oratória do presidente do Sporting, que seria de igual modo apropositado com qualquer outro treinador.
Fiz este fim de semana o sacrifício leonino de ler a entrevista do Bruno Carvalho ao Record. Não percebi bem a vantagem para o Sporting do “timing” esta entrevista, mas conclui, no fim de a ler, que teve a ver com o facto de "festejarmos" 2 anos da sua entrada no clube e a possibilidade de auto-promoção pessoal depois de muito tempo calado. Confesso nunca antes ter ouvido falar em anos de eleição num clube, excepto quando este mesmo Presidente festejou o 1ª ano. Depois de ler a entrevista percebi que estamos a deixar de ser um clube desportivo para sermos uma espécie de partido gerido por políticos cujo principal interesse, assumido nesta entrevista, é a reeleição.
Estávamos fartos de gestores e agora temos políticos com frases feitas a dar ideia que também percebem de gestão pois “há mais de 20 anos que gere”??!!. Não tenho visto televisão mas parece que para festejar os 2 anos de mandato tivemos, à politico, inaugurações com pompa e circunstância dum pavilhão que vai ser inaugurado mesmo antes das próximas eleições ... há coincidências que só os políticos percebem.
Do pouco sumo que teve uma entrevista bem aborrecida ainda assim destacaria uns pontos:
1. O auto-elogio de sempre – até no caso Jefferson tentou mostrar o grande gestor de “valores” que é, sendo que como todos sabem numa instituição bem gerida, esta situação de desrespeito para com um Presidente nunca chega a acontecer;
2. A arrogância – represento 3 milhões de pessoas?? Essa é mesmo de político! O Presidente do meu clube desportivo não pode dizer que me representa, não lhe dei esse mandato. Também li algures que os adversários “tremem” com ele. Mais uma boca “lampiona” de quem não sente / conhece a cultura leonina.
3. A falta de noção - diz que desde a sua eleição é que os sportinguistas apoiam as equipas. Queria lembrar-lhe que nunca deixámos de o fazer e é por isso que somos uma grande massa adepta. Outro momento de falta de noção foi dizer que, depois de tanto disparate que tem dito, se “arrepende de muitas coisas que não disse”.
4. O amadorismo – refere que ainda não teve tempo para começar a preparar a próxima época. Como vi noutro blog estamos mesmo em presença do nosso “fox-catcher”. Fala várias vezes numa reunião que se vai fazer um dia destes quando calhar. É este tipo de gestão desportiva que explica o fracasso da grande maioria das mais de 30 contratações e incapacidade de segurar algumas das pérolas da formação (agora parece que virou a política de renovações mas foram dois anos muito negativos neste aspecto). Quanto ao caso Carrillo confessou que o vai vender, baixando depressa o seu valor de mercado. E já tenta receber louros pelo alegria que nos dá por ele não ir para os rivais. Um político não diria melhor.
5. O feitio bem complicado – percebe-se que a relação com o Marco Silva está bem tremida – em relação a ele está tudo ok mas diz que apenas “acredita” que da parte do Marco a questão de Dezembro tenha ficado bem resolvida. Confirma assim as sérias duvidas que eu já tinha. Ele sabe o que a eventual saída do Marco Silva no fim da época representa para a sua ambição de reeleição, pelo que sei tudo fará para o manter. Pelo sim pelo não, aproveita nas entrelinhas para ”obrigar” Marco a ganhar a Taça de Portugal e a qualificar-se para a fase de grupos da próxima Liga dos Campeões e terá assim o álibi caso a corda parta do lado do treinador.
6. A benevolência – qual César já lhe passou a birra e anunciou que já podemos jogar para o ano com a melhor equipa na Taça Lucílio Batista. Obrigado Carvalho!
7. O optimismo – está convencido ainda vai provar que a contratação do Shikabala não foi um erro. Depois da maior humilhação que um jogador terá feito ao nosso clube acredita que um dinheirinho qualquer ainda vai provar a bondade da sua contratação. Quando fala em valores na entrevista deve ser a isto que se refere.
8. O zigue-zague – começa por ser taxativo quando diz que só vendemos William por 45 M €, depois se calhar não, só um bocadinho abaixo “algo que nos permita ter a compreensão desse valor!??”, afinal talvez ainda mais abaixo “podemos querer investir noutro tipo de jogadores e para isso é preciso dinheiro”. Estou perdido! E depois de extemporaneamente cortar com quase tudo o que era contratação da era Godinho como um dos actuais titulares da selecção brasileira que bem falado muito jeito nos teria dado estes anos, já recebe Rubio e Labyad de braços abertos.
9. Quem manda é ele … e o plantel – não resisto a citar esta pérola do Bruno Carvalho a falar de teto salarial “sabemos que há jogadores que o próprio plantel percebe e aceita com base na sua importância. Outros não. Os que não aceitar, resolvemos de uma determinada forma.” Afinal não temos um tirano mas sim um verdadeiro democrata tipo PREC 1975!
10. O formador – diz que a formação está bem e o Virgílio é um mouro de trabalho! Assim sendo e conhecendo o grande currículo do Virgílio nesta área já não temos que nos preocupar com o que se está a passar naquela que, apesar de tudo, era uma das melhores Academias do mundo.
Pelos vistos, muitos adeptos ficaram preocupados com o aperto de mão entre Bruno de Carvalho e Luís Filipe Vieira, na despedida de Pedro Proença. Mas não há causa para alarme !... Perante a muito esperada explicação que agora surgiu, podem todos ficar tranquilos: "foi um aperto de mão no plano institucional" !
Este termo nunca me constou, mas há razão para acreditar que sou eu que não estou devidamente actualizado. Aliás, aceito perfeitamente a explicação, especialmente quando complementada por este comentário de Pragal Colaço, conhecido sócio benfiquista:
«Foi dois homens que se cumprimentam e não amuam, são duas pessoas com muita categoria.»
Não tive ocasião de consultar o meu vizinho, mas sei que ele diria: "No comment !"
O processo que foi desencadeado por declarações feitas na "Sporting TV" por Bruno de Carvalho, em que criticou Pinto da Costa, Jorge Jesus, o Benfica, a arbitragem e a Liga, foi arquivado pela Comissão de Instrução e Inquérito da Liga Portuguesa, considerando esta que "o contexto do conflito em que declarações foram prestadas por comportamentos de todos os envolvidos e uma certa agressividade inerente a domínios como o público, o laboral ou o desportivo deve até certo ponto ser tolerada."
Nenhuma das partes visadas apresentou queixa, facto que também ajudou a justificar o arquivamento do processo.
Cuidado com este tipo de decisão, porque na próxima "dão" em dupla dose !
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