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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Nesta rubrica, o leitor tem a oportunidade de apreciar - e se entender, criticar as notas (0-6) que eu atribuí aos jogadores do Sporting e a outros intervenientes do jogo com o SC Braga da 2.ª jornada da Liga BWIN, que resultou numa vitória do Sporting por 2-1. Golos de Jovane Cabral (40') e Pedro Gonçalves (50').
Passagem em Braga com distinção e ainda não foi desta que o treinador dos bracarenses conseguiu enganar Rúben Amorim, vitória personalizada da melhor equipa em campo, melhor organizada, mais destemida e muito focada no objectivo dos 3 pontos. Pena a tremenda infantilidade do Matheus Reis que, ao ser expulso, deixou a equipa reduzida a dez elementos e quase deitava tudo a perder. Valeu o guarda-redes espanhol que com duas espantosas defesas ajudou a agarrar a vitória e evitar o que seria uma tremenda injustiça e desilusão se o Braga tivesse conseguido empatar nesse período.
DESTAQUE - JOVANE CABRAL - 5.5 - Um golaço com soberba execução técnica, a assistência ao golo de Pedro Gonçalves e meia dúzia de arrancadas pela esquerda que provocaram o alerta na defesa do Braga, foi o suficiente para ser decisivo na vitória da equipa. Teve contudo um mau arranque no início da partida, falhando os primeiros passes que quase comprometeram os colegas da defesa, mas foi-se recompondo e entrou depois bem no jogo até à sua substituição.
ANTÓNIO ADÁN - 5.5 - Deu espectáculo, só foram 4 paradas extraordinárias que vão seguramente tirar o sono na noite de hoje ao Yuri Medeiros, Abel Ruiz, Fábio Martins e Al Musrati. Ter um guarda-redes com esta categoria pode-se sonhar sempre o que se quiser, aquele tiraço do "6" do Braga a morrer nas suas mãos daquela forma, como se nada tivesse passado, deixou-nos sem palavras.
RICARDO ESGAIO - 4.5 - Irrepreensível a anular as jogadas do veloz Galeno e sem levar qualquer cartolina amarela. Fantástico o cruzamento para entrada fulgurante do Jovane de cabeça que deu o primeiro golo. A vida do Pedro Porro não vai ser nada fácil esta época. Transformou-se num senhor jogador, de facto é muito bem vindo.
GONÇALO INÁCIO - 4 - Já consegue ser imperial em todas as suas acções, apresenta uma evolução notável na leitura do jogo e dos espaços; está já de pedra e cal naquela posição. Quase que fazia o segundo golo, mas o cabeceamento foi ligeiramente ao lado. Na parte final do jogo já com a equipa em inferioridade numérica e com tantas trocas à esquerda, ele e os colegas defesas tiveram mesmo que se agarrar uns aos outros, porque num ápice o jogo complicou-se e ficou feio.
SEBASTIÁN COATES - 4.5 - Até à expulsão do Matheus Reis foi comandante e imperador, nunca dando grande azo aos avançados do Braga, geriu sempre muito bem os espaços nas suas costas, entre a linha de toda a defesa e o Adán. Já está melhor fisicamente e começa de novo a ser um problema para os adversários no jogo aéreo, principalmente nas bolas paradas. Levou um amarelo porque o Fábio Martins é também um grande jogador e foi mais rápido.
ZOUHAIR FEDDAL - 4 - Fez uma boa exibição, muito forte na antecipação e nunca temeu ter que usar o físico pela garra, também já está com mais capacidade física mas não se livrou de andar também aos papeis naqueles minutos finais após a expulsão do colega que abriu todo aquele espaço à esquerda perto de si e que o Braga estava a tentar aproveitar para entrar.
RÚBEN VINAGRE - 4 - Outra excelente exibição de um jovem jogador que está a mostrar muita qualidade e coragem. É rápido e inteligente a defender e sabe muito bem subir pelo seu corredor com critério, personalidade e segurança. Está a provar que estamos muito melhor nas laterais que na época passada.
JOÃO PALHINHA - 4 - Foi de novo um leão incansável em todas as zonas do terreno. Ainda não atingiu a sua melhor condição física, mas já ganha a maioria dos lances por antecipação, cada vez mais posicionalmente entrosado com o Matheus Nunes. Falta sim uma melhor ligação dos dois com o Pedro Gonçalves, aparecem ainda por vezes demasiado afastados em momentos que deviam estar mais juntos.
MATHEUS NUNES - 5.5 - Marcava um golo e teria nota máxima. Mas que excelente jogo fez o Matheus Nunes! Cada vez melhor a segurar a bola, irrequieto, espontâneo, aguerrido e veloz. Já usa a cabeça para executar bons lançamentos nos espaços vazios à distância. É um joker naquele meio campo, tem magia e é um gosto vê-lo naquelas arrancadas que faz levando os adversários a correr atrás dele.
PEDRO GONÇALVES - 4 - O suspeito do costume na hora de finalizar com um soberbo remate seco e colocado que não deu hipóteses ao gigante guardião da baliza do Braga. Não fez uma primeira parte brilhante, vai com certeza trabalhar uma melhor ligação com o Matheus Nunes e o João Palhinha que irá ajudar para que se desgastem menos. Terá que recuar no terreno mais vezes e entrar assim de forma mais constante no jogo.
PAULINHO - 3.5 - O menos notado na frente do ataque da equipa, mas trabalhou bastante e teve participação na movimentação com várias trocas de bola na excelente jogada que lançou à esquerda o Jovane e que acabou no segundo golo marcado pelo Pedro Gonçalves. Com a expulsão, tudo mudou e ele foi um dos sacrificados para o treinador refrescar a equipa.
NUNO SANTOS - 3 - Teve uma entrada ingrata, levava a missão de manter a pressão alta na saída dos defesas do Braga e esperar uma bola que entrasse no seu espaço, mas viu a equipa ficar reduzida a dez elementos pouco tempo depois e foi forçado a alterar o seu plano e ter que ocupar posições mais recuadas.
MATHEUS REIS - 1 - Incompreensível o número de erros que este jogador continua a cometer do tipo Borja versão 2. Que tremendo disparate o primeiro amarelo e depois ainda é displicente naquela entrada quando já está admoestado. É imperdoável, sacrificou a equipa a momentos de sofrimento que não merecia e pôs em risco a vitória e os 3 pontos. São estes tipos de "acidentes" que podem depois marcar uma época. Terá forçosamente que repensar a sua forma de actuar e alcançar outro tipo de tranquilidade.
TIAGO TOMÁS - 2 - Entrou e minutos depois o Braga fez o seu golo e tudo mudou. O ataque da equipa do Sporting desapareceu e o Tiago andou à deriva sem quaisquer efeitos práticos nas suas acções até ao apito final.
PEDRO PORRO - 2.5 - A substituição do Rúben Vinagre com a expulsão do Matheus Reis baralharam todo aquele lado esquerdo e com isso toda a organização defensiva da equipa. Num só jogo o lado esquerdo conheceu três elementos, quando o Rúben Amorim deslocou o Ricardo Esgaio para lá e fez entrar o Pedro Porro para a direita. O Pedro cumpriu como pôde naquela confusão e em momentos de grande sacrifício de todos.
MANUEL UGARTE - 2 - Estreou-se de leão ao peito, mas a sua entrada a cinco minutos do final foi mera estratégia para incomodar a dinâmica de jogo do Braga que estava em claro crescimento.
RÚBEN AMORIM - 5.5 - Preparou mais uma vez muito bem o jogo e tornou ainda mais infeliz o Carlos Carvalhal, que perde já 5 vezes seguidas com o Sporting. Naturalmente viu a equipa chegar aos dois golos de vantagem com superioridade bem notável, mas aquela traição do Matheus Reis quase que levava tudo a perder. Foi todavia um novo e grande desafio para ele, vir a ser obrigado a colocar três jogadores diferentes no lado esquerdo da defesa. Reagiu muito bem às incidências que provocaram a expulsão e manteve a equipa unida, quiçá tenha recuado em excesso.
CARLOS CARVALHAL - 4 - Preparou melhor a equipa que no jogo anterior da Supertaça, mas até à expulsão e em igualdade numérica a sua equipa raramente incomodou a defesa do Sporting, que controlou sempre a partida e o resultado. Depois da expulsão e com o espaço que se abriu no lado esquerdo da defesa do Sporting foi com tudo por aí, colocou toda a sua artilharia em jogo, conseguindo ainda reduzir com um golo e nos instantes finais levou a incerteza no resultado, mas no final ganhou com toda a justiça a melhor equipa.
LUIS GODINHO (Árbitro) - 5.5 - Excelente actuação, técnica e disciplinarmente. Foi correcto e justo nas suas decisões, quiçá na primeira parte deveria ter mostrado o cartão amarelo mais cedo, o Raul Silva andou a pedi-lo. Corajoso a não se deixar ir na manha dos jogadores em faltas que eram de facto inexistentes. Tem tudo para se tornar um bom árbitro de momento que não tenha no VAR os podres da arbitragem portuguesa.
HUGO MIGUEL (VAR) - 4 - Decidiu correctamente quando foi chamado a intervir, principalmente na validação do golo do Jovane. Ficaram só algumas duvidas no lance entre o guarda-redes do Braga, Matheus e o Coates.
O Sporting e o Braga defrontam-se amanhã para a 2ª jornada da 1ª Liga. Em 2020-21, na Pedreira, os leões venceram por 1-0 com um golo de Matheus Nunes a 9 minutos do fim da partida. Gonçalo Inácio viu o segundo amarelo logo aos 18 minutos, mas os companheiros de equipa organizaram-se, sofreram em conjunto, e conquistaram, com muito estorço, a vitória. Foi um jogo de enorme intensidade competitiva e com alguns momentos mais quentes de ambos os lados, mas de tal forma épico que os sportinguistas se convenceram que o título já não fugia. Foi na 29ª jornada do Campeonato.
Amanhã, na Pedreira, a partida é de elevado grau de dificuldade, o nosso futebol tem de ser positivo e jogado com paixão, energia e inspiração. A final da Supertaça revelou isso mesmo. O Campeonato está na sua fase inicial e cada ponto a mais ou a menos é precioso para a moral da equipa. Candeia que vai à frente alumia duas vezes. Grão a grão enche a galinha o papo. Se jogar como equipa grande, o Sporting é capaz de vencer em qualquer campo. Há algum tempo, Rúben Amorim sublinhou a importância de “assumir o jogo com empenho e jogar com arrogância positiva”. Nem mais!
Na fotografia, Matheus Nunes marca o golo solitário no Braga 0 - Sporting 1 disputado em 2020-21.
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