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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Estava a tentar evitar escrever outro texto sobre esta já cansativa temática, mas parece que não me faço compreender respondendo apenas aos comentários dos leitores.
A decisão da CAP foi óptima para o Sporting, em diversos aspectos, mas só por si nada resolve, já que não creio que o Clube esteja em muito melhor posição hoje, em contexto, do que estava quando o todo do processo começou. A validade do contrato do jogador até Junho de 2014 foi reconhecida, mas isto não altera a disposição de que salvo haver um entendimento entre as partes para renovação, Bruma ficará livre em Janeiro para assinar por quem desejar e poderá sair em Julho a custo zero.
Esta disposição, na minha opinião, é a única realidade que confronta o Sporting neste momento, tendo este como alternativa a transferência do jogador até ao fecho do mercado daqui a uma semana. Como empregado do Clube, era de facto o dever de Bruma apresentar-se ao serviço esta segunda-feira e as explicações dadas pelo seu empresário e tutor, Catio Baldé. são inaceitáveis. Dito isto, dado as circunstâncias excepcionais do caso, não vejo esta ocorrência como crucial para o quer que seja, uma vez que a lógica e o bom senso indicam que teria sido prudente dar início ao processo de reintegração convocando uma reunião entre as partes a fim de esclarecer posições e definir o rumo a seguir.
A decisão da CAP terá reforçado a posição negocial do Sporting no imediato mas, para o efeito, é necessário que o Sporting se disponibilize para negociar. Desconheço as comunicações que terão havido entre o Sporting e o jogador desde que a decisão foi anunciada, mas se nada surgiu da parte do Clube e os dirigentes ficaram apenas à espera para ver a reacção do jogador, foi mais um erro de cálculo e já tiveram a devida resposta.
O futebol é uma indústria e este caso do Bruma é, sobretudo, um negócio. Como em qualquer outro negócio, é preciso diálogo para permitir um entendimento e para haver diálogo exige-se, no mínimo, dois intervenientes com as "cartas" em cima da mesa.
Adenda: Uma declaração clarividente de Bruma, especialmente perante as alegações sobre a sua "incapacidade intelectual": «O Sporting pressionou-me para deixar o empresário Pini Zahavi, e eu, achando que era esse o grande obstáculo, rescindi com ele. Depois queriam que fizesse o mesmo com Catio Baldé e o meu advogado Bebiano Gomes. Percebi que estavam mais preocupados com empresários do que em resolver a situação.»
Recorde-se que exactamente o mesmo foi tentado pelo Sporting em relação a Tiago Ilori, que recusou. Será que vamos agora também acusá-lo de "incapacidade intelectual" ?
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