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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Bruno de Carvalho pretendeu iludir a realidade desde o primeiro dia na presidência do Sporting e frequentemente até conseguiu levar a água ao seu moinho. Mas, o esgotamento do modelo de gestão e o seu cansaço físico e emocional levaram-no a uma fuga para a frente, acelerando o processo que o levaria à destituição em Assembleia Geral. Por estar prestes a ser pai, em 5 de Abril de 2018 decidiu não acompanhar a comitiva leonina a Madrid numa eliminatória para a Taça UEFA.
Depois desse jogo, na sua página de Facebook, Bruno de Carvalho criticou a equipa e avaliou o desempenho de alguns atletas. No dia seguinte, Rui Patrício e William Carvalho publicaram nas redes sociais um texto que depois viria a ser partilhado pela maioria dos jogadores. Criticaram as declarações do presidente e apelaram à união do plantel.
Em 18 de Abril, na partida com o Paços de Ferreira no Estádio de Alvalade, Bruno de Carvalho abandonou o campo com dores agudas nas costas, ouviu um coro ensurdecedor de assobios e viu lenços brancos nas bancadas. Os jogadores comemoraram a vitória todos juntos no relvado e chegaram a fazer uma volta olímpica. A divisão do presidente com os jogadores e os adeptos sportinguistas revelar-se-ia irreversível.
No mês seguinte terminou tudo da pior maneira. Em 12 de Maio, Bruno de Carvalho garantiu numa entrevista ao jornal Expresso que “para ter sucesso, a primeira coisa a fazer é criar fama de maluco. Depois é só mantê-la”. O presidente do Sporting pretendeu garantir assim a toda a comunidade leonina de que não era maluco, apenas se armava em maluco. Mais três dias e aconteceu o impensável: cerca de cinquenta indivíduos de cara tapada, armados com cintos, bastões e facas invadiram a Academia de Alcochete. Foi o fim para ele.
Aconteceu há dois anos no nosso Clube. Nada está perdido, mas estão demasiadas coisas comprometidas.
De vez em quando temos de rir um pouco com certas questões que nos aparecem, só para suavizar os ânimos, face aos intensos debates que ocorrem aqui no Camarote Leonino.
Ao que consta, o ex-presidente destituído decidiu responder a Octávio Machado, que na CMTV afirmou, a propósito da vitória do Flamengo e de Jorge Jesus na Libertadores: "era isto que queríamos fazer no Sporting, mas houve um monstro que se meteu no nosso caminho", ou palavras para o efeito.
"O Octávio Machado, numa cena ternurenta na televisão, acabou por elogiar aquilo que Jorge Jesus tinha acabado de conquistar dizendo qualquer coisa como 'era isto que queríamos fazer no Sporting, mas depois veio o monstro'. Houve tanta gente a fazer-me esta pressão, que vou dar a minha opinião.Ele talvez esteja a referir-se ao monstro que todas as manhãs infernizava os ouvidos do Jorge Jesus e fazia com que ele, em vez de se preocupar com os treinos ou com o clube, perdesse o seu dia a pensar em teorias de conspiração que esse monstro lhe passava todas as manhãs. Talvez fosse esse monstro. Ou então talvez se refira ao monstro que foi afastado do Sporting e que Jorge Jesus não fez questão nenhuma que voltasse. Ou então ao monstro que permitiu o reencontro de Jorge Jesus com Luís Filipe Vieira, para depois de vários encontros e conversas terem chegado a um acordo que ninguém sabe qual foi. E com esse acordo aconteceu aquela coisa espantosa e milagrosa, que foi o Benfica ter desistido da indemnização que teria a receber de Jorge Jesus.Creio que Octávio Machado se enganou. Não foi um monstro que se intrometeu no caminho, mas sim vários monstros. Não sei dizer todos os que foram, mas há um que tenho a certeza: era anão, de estatura e de moral, e bêbado."
Entretanto, Octávio Machado voltou à carga:
"É bem verdade, sou um monstro, basta olhar para o meu currículo. Acredito que estas declarações tenham partido de um sonho, que gostaria que tivesse acontecido, e de uma reflexão ao espelho. Como demonstrou dificuldades financeiras, se ele tiver interesse em assistir às sessões em Monsanto, podemos fazer uma colecta para que possa apanhar um Uber ou um táxi".
O Ministério Público (MP) acusa o ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho de ter conhecido e incentivado o ataque à equipa de futebol, na Academia de Alcochete, segundo o despacho de acusação.
De acordo com a investigação do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, Bruno de Carvalho, Nuno Mendes, conhecido por Mustafá, líder da claque Juve Leo, e Bruno Jacinto, oficial de ligação aos adeptos à data dos factos, "conheciam o plano delineado" pelos restantes arguidos e não só não tentaram demovê-los, como ainda os incentivaram.
No total, há 44 arguidos no processo que investiga o ataque de 15 de Maio, mais quatro do que tem sido noticiado. Destes, 38 estão em prisão preventiva e seis sujeitos a termo de identidade e residência, nomeadamente, Bruno de Carvalho e Mustafá, que foram detidos no domingo e libertados ontem, com obrigatoriedade de se apresentarem diariamente às autoridades e com caução de 70 mil euros. O MP pede o prolongamento das medidas de coação.
O Ministério Púbico considera que os primeiros 41 arguidos agiram mediante um plano "previamente traçado" e cumpriram os objectivos de "criar um clima de medo e terror" junto de jogadores e equipa técnica, de agredi-los com tochas, cintos, paus e bastões e de "privar os ofendidos de liberdade" enquanto decorriam as agressões.
A acusação defende que "os 41 primeiros arguidos quiserem criar um ambiente de pânico e sofrimento físico e psicológico nos ofendidos (...) e impedir os jogadores da equipa principal de futebol de participar noutras competições, designadamente no jogo da final da Taça de Portugal, face às lesões de que foram vítimas e ao estado emocional em que se encontravam", e acusa o então presidente 'leonino' de estar a par do plano.
"Bruno Jacinto, Bruno de Carvalho e Nuno Mendes conheciam o plano delineado pelos restantes primeiros 41 arguidos e determinaram-nos à prática dos crimes de ameaça, ofensa à integridade física e sequestro", lê-se na acusação conduzida pela procuradora Cândida Vilar.
O Ministério Público diz que estes três arguidos "nada fizeram para impedir a prática de tais actos violentos (...), tanto mais que durante as reuniões em que estiveram presentes criticaram sucessivamente os jogadores, potenciando um clima de violência (...) que se foi instalando no seio da claque Juve Leo e no subgrupo Casuals" contra a equipa.
"... A actuação reiterada de todos os arguidos de registo revela um manifesto desprezo pelas consequências gravosas que provocavam nos ofendidos, sendo manifesto que os princípios e valores, pelos quais se regem os arguidos, revelam desrespeito pela vida, dignidade e profissão dos jogadores, os quais, apesar de serem atletas de alta competição, foram tratados durante meses como maus profissionais (...) pelo ex-presidente do clube, o arguido Bruno de Carvalho", acusa o Ministério Público.
A investigação acrescenta que havia há anos uma cultura de intolerância e que "Bruno de Carvalho manifestava sentimentos de desprezo contra todos os jogadores da equipa principal, designadamente contra Rui Patrício e William Carvalho", dois dos nove jogadores que rescindiram contrato com o Sporting alegando justa causa após o ataque à Academia.
Bruno de Carvalho, Mustafá e Bruno Jacinto estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, 19 de ofensa à integridade física qualificada, 38 de sequestro, um de detenção de arma proibida e crimes que são classificados como terrorismo, não quantificados. Mustafá está também acusado de um crime de tráfico de droga.
Aos primeiros 41 arguidos, que participaram directamente no ataque, o MP imputa-lhes a co-autoria de crimes de terrorismo, 40 crimes de ameaça agravada, 38 crimes de sequestro, dois crimes de dano com violência, um crime de detenção de arama proibida agravado e um de introdução em lugar vedado ao público.
O destituído ex-presidente e Mustafá, líder da Juve Leo, saíram hoje em liberdade, sujeitos a apresentações diárias às autoridades, no âmbito da investigação ao ataque à Academia de Alcochete, anunciou o Tribunal do Barreiro.
Em comunicado divulgado pelo Juízo de Instrução Criminal do Barreiro, foi determinado, além das apresentações diárias aos órgãos de polícia criminal, o pagamento por cada um dos arguidos de uma caução de 70 mil euros.
No total, o ex-presidente está indiciado por 57 crimes: um de terrorismo, 20 de sequestro, 20 de ameaça agravada, dois de detenção de arma proibida, 12 de ofensa à integridade física qualificada e dois de dano com violência. Mustafá está indiciado pelos mesmos crimes de Bruno de Carvalho, acrescido de um de tráfico de droga.
O juiz Carlos Delca declarou que o Ministério Público não apresentou provas suficientes dos crimes que são apontados aos dois arguidos, com excepção da droga que terá sido apreendida a Mustafá nas buscas à Juve Leo.
Apesar de, no comunicado divulgado aos jornalistas, serem referidos riscos como o perigo de fuga, perturbação do inquérito, continuação da actividade criminosa e ameaça à ordem pública, o juiz optou por mandar os arguidos em liberdade.
Adenda: O Ministério Público pondera a hipótese de recorrer da decisão de libertar o ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho tomada esta quinta-feira pelo juiz de Instrução do Tribunal do Barreiro.
"O Ministério Público encontra-se a analisar a decisão com vista à tomada de posição sobre eventual interposição de recurso", disse fonte oficial da Procuradoria-Geral da República, questionada pela Lusa.
É de admitir que haverá especialistas do foro psiquiátrico que consigam explicar as acções destes adeptos. Confesso que é algo que não está ao meu alcance, salvo em termos muito pouco convidativos.
"Ele ainda é o meu presidente. Eu não posso falar de inocência quando uma pessoa não fez nada. Qual é o crime pelo qual ele está aqui? Eu não sei"... disse uma apoiante.
Usei o termo "adeptos", sem compreender de que, ou de quem, são verdadeiramente adeptos. Do Sporting Clube de Portugal não são, de certeza absoluta.
Bruno de Carvalho constituirá sempre uma dolorosa lição para os sportinguistas e uma seta certeira dirigida ao coração do Sporting. Agiu com a conivência dos órgãos sociais e de uma claríssima maioria dos adeptos. Foi destituído numa concorrida Assembleia Geral realizada em 23 de Junho de 2018, mas, mais do que a revolta dos associados, foi a loucura irracional e o desvio da realidade que conduziu à destituição do presidente. De outra forma ele ainda estaria sentado na cadeira do poder.
Durante cinco anos o Clube foi governado num clima de absoluta insanidade. O discurso de registo, propagandístico e autocentrado, teve uma extraordinária capacidade destrutiva e paralisante. De facto, a mistura explosiva de propaganda e culto da personalidade com o autoritarismo, a incompetência e o autismo do presidente colocou o Sporting em risco como nunca se verificou na sua história centenária. O caos organizado inicial evoluiu para uma forma de caos desorganizado.
A gestão de Bruno de Carvalho produziu estilhaços que vão permanecer durante muito tempo. No fim de contas, não há memória de alguma tirania que tenha terminado bem e que no fim tenha alcançado verdadeiro sucesso. No Sporting, finalmente, isso é cristalino para (quase) todos nós.
Bruno de Carvalho está indiciado de 56 crimes na sequência da investigação ao ataque à Academia de Alcochete, a 15 de maio, que no domingo resultou também em buscas na casa do ex-presidente.
O Maisfutebol e a TVI tiveram acesso ao mandado de detenção que detalha todos os crimes pelos quais Bruno de Carvalho responde.
Dois crimes de dano com violência, 20 crimes de sequestro, um crime de terrorismo, 12 crimes de ofensa à integridade física qualificada, um crime de detenção de arma proíbida e 20 crimes de ameaça agravada.
Recorde-se que Bruno de Carvalho foi detido para interrogatório no domingo, tendo pernoitado no posto da GNR de Alcochete, e que será ouvido no Tribunal do Barreiro na terça-feira de manhã.
O presidente destituído apresentou-se no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP), por iniciativa própria, esta quinta-feira, para prestar declarações em relação à investigação sobre o ataque na Academia em Alcochete que despoletou a rescisão de nove jogadores.
O seu advogado, José Preto, confirmou, em declarações à imprensa, que o ex-presidente não foi ouvido e que lhe foi entregue um requerimento para prestar declarações em breve. Este aproveitou o ensejo para reiterar que não é arguido no processo:
"Vim para mostrar minha disponibilidade. Quando for preciso falar, eu vou. Não tive conhecimento absolutamente nenhum a não ser quando me vieram avisar no escritório do que tinha acontecido, e fui para a Academia. Só soube depois do ataque acontecer".
Não tendo sido notificado para comparecer, deveras estranho que se tenha apresentado e ainda acompanhado pelo seu advogado, alegadamente com o intuito de "pôr tudo a pratos limpos". Fica a ideia que a iniciativa (jogada) deve obedecer a uma qualquer estratégia. Isso, ou o seu estado de ansiedade é tão intenso, que não lhe permite esperar pelo decorrer normal do processamento. Possível, mas mais improvável.
Não podemos afirmar que a decisão proferida pelo Tribunal é uma surpresa, mas também reconhecemos que se vive num Mundo em que o imprevisível é frequentemente possível.
A providência cautelar interposta pelo presidente destituído e Alexandre Godinho - que pretendia anular a deliberação da Assembleia Geral de destituição, realizada a 23 de Junho, por alegadas irregularidades - foi chumbada pela juíza Susana Cabaço.
A ‘providência das providências’, como é considerada, chegou a ser utilizada por Bruno de Carvalho para, a 17 de Agosto, reclamar de volta a presidência, sob o argumento de que o parecer do juiz lhe era favorável. O ex-presidente não queria que o Sporting fosse ouvido mas o tribunal entendeu que o Clube tinha o direito de contestar, como veio a suceder.
Na resposta, que constou de 265 pontos, a Comissão de Gestão defendeu que o regresso do ex-presidente teria "consequências ruinosas", nomeadamente perda de investidores e patrocinadores; os leões alertaram ainda para a "relação tóxica" do antigo presidente com o plantel e para o perigo de saída dos jogadores que rescindiram e aceitaram voltar, casos de Bas Dost, Bruno Fernandes e Rodrigo Battaglia.
A juíza Susana Cabaço, no despacho da decisão, concluiu que:
"Os requerentes não alegam factos concretos referentes ao dano considerável, limitando-se a tecer conjecturas e considerações sobre tal de forma absolutamente conclusiva.
O que mais se impõe aos requerentes é a invocação de factos concretos de onde se retire a existência de dano apreciável na manutenção da deliberação social perante a demora do processo de impugnação dessa mesma deliberação e não os benefícios gerados por essa mesma suspensão.
Grande parte do requerimento interposto refere-se a conflitos no Sporting, sem interesse ou relevância para a providência cautelar. Pelo exposto, declaro nulo todo o processo".
As custas remetidas para Bruno de Carvalho e Alexandre Godinho.
Não era minha intenção jamais voltar a referir este indecoroso personagem, mas ele recusa desaparecer do universo sportinguista e os media insistem em dar-lhe o protagonismo que ele procura incessantemente.
Esta segunda-feira, o presidente destituído voltou a insistir na ilegalidade do acto eleitoral e que vai avançar com a sua defesa na Justiça.
Em comunicado emitido juntamente com Alexandre Godinho, ex-vogal do Conselho Directivo, salienta que a realização das recém-eleições foi "um acto que não devia ter acontecido, por ser precedido de várias ilegalidades, comprovadas pelos Tribunais, o que se afigurou, desta forma, como um grave desrespeito pela Democracia".
"Os ex-dirigentes garantem que não deixarão de lutar até às últimas consequências, não travando nenhum processo até verem reposta a sua dignidade profissional e honra como Cidadãos e Sócios do Sporting Clube de Portugal. Contudo, os antigos Dirigentes do CD, mostram-se disponíveis para com a dignidade reposta, obter os necessários consensos em prol dos superiores interesses do Sporting Clube de Portugal e da união de todos os Sócios", lê-se no comunicado.
Quão ridículo este lunático fazer referência a respeito e dignidade, características que lhe são completamente alheias. Mas a parte mais irrisória é a sua evocada disponibilidade para "obter os necessários consensos em prol dos superiores interesses do Sporting Clube de Portugal e da união de todos os Sócios".
Por outras palavras, está receptivo a negociar um qualquer acordo com o Sporting para repor a sua dignidade !?!
Como é possível repor aquilo que nunca existiu ?
A expulsão deste lunático figurante já peca por tardia!
Hoje, numa manifestação de desespero de quem já não respeita nada nem ninguém, o ex-Presidente destituído pelos sócios deu uma nova prova da permanente irresponsabilidade com que intervém ilegal e abusivamente na vida do Sporting Clube de Portugal, lançando a confusão e semeando a divisão no Clube.
Invocando os mesmos documentos com que na passada sexta-feira ilegalmente pretendeu usurpar funções que comprovadamente não são suas, hoje permitiu-se enviar durante o dia cartas a bancos com os quais o SCP mantém relações comerciais, nas quais, na qualidade abusivamente invocada de Presidente do Conselho Directivo do SCP, se permitiu pressionar os referidos bancos para impedir que as contas bancárias do SCP continuem neles a ser movimentadas pelos órgãos do Clube legitimamente em funções.
Esta desesperada iniciativa não obteve sucesso, tendo as referidas entidades bancárias recusado participar nesta tentativa de fraude.
Atendendo à gravidade destes factos, a Comissão de Gestão do SCP decidiu:
1 - Participar criminalmente do ex-Presidente destituído pelos sócios junto do Ministério Público por fraude e usurpação de funções;
2 - Participar à Comissão de Fiscalização estes factos para os efeitos tidos por convenientes.
Lisboa, 20 de Agosto de 2018
A Comissão de Gestão do Sporting Clube de Portugal
Foi William Shakespeare que disse:
"As palavras são como os patifes desde o momento em que as promessas os desonraram. Elas tornaram-se de tal maneira impostoras que me repugna servir-me delas para provar que tenho razão".
O princípio do muito que está para vir!
Por diversas vezes ao longo do consulado brunista abordei a questão das dívidas do Sporting. E falei, entre outras, das dívidas ao Fisco e à Segurança Social. Comentadores houve que, repetidamente, puseram em causa a minha afirmação, destratando-a e considerando mesmo que se tratava de uma "invenção".
Hoje, afastado que está o tiranete que protagonizou a mais agonizante "noite" da história do Sporting, começam-se a descobrir as verdades acerca da "gestão maravilha" da dupla Bruno/Carlos. As dívidas existiam e eram colossais! E a notícia refere-se apenas à ponta do icebergue que já foi descoberta. Muitas mais gavetas estão por abrir!
As hienas que por aqui andavam já não riem mais! Pobre Sporting!
No passado dia 23, o Sporting pela mão dos seus sócios, mostrou ao País que nada nem ninguém se sobrepõe às instituições. A Mesa da Assembleia Geral chamou os sócios a pronunciarem-se e eles acorreram de forma exemplar. Deste chamamento, resultou a destituição da Direcção num acto puro de Sportinguismo onde se destituiu com mais de 70% dos votos, uma direcção que 4 meses antes tinha tido o aval dos sócios em quase 90% dos votos naquela que até à data era a AG mais concorrida de sempre. A conclusão imediata é que os sócios do Sporting dão mais valor à ética, aos comportamentos e aos valores morais do que aos homens que os lideram.
Alguns actores da cena Sportinguista, dizem que o que se passou é passado e agora é tempo de olhar para o futuro, quiçá, por não quererem ser relembrados que no recém-passado juraram vassalagem aos destituídos, no entanto e pese embora eu não seja pessoa de recalcamentos, sou da opinião que ainda há assuntos do passado para serem discutidos e relembrados, pois eu não sou a favor das “acções esfregona” (esquecer tudo), sou sim a favor da responsabilização pelos actos praticados.
Ontem falava-se em auditorias forenses bem como outras acções, no entanto, não nos podemos esquecer que neste preciso momento já existe em andamento um processo liderado pelo CFD e é sobre esse processo que me vou focar hoje, uma vez que dele podem surgir efeitos de consequência imediata para o Sporting.
Que processo é este?
O que está em cima da mesa, é uma queixa promovida por sócios (tiveram de ser 10 no mínimo), contra a Direcção destituída (em funções ao momento da queixa). Este tipo de queixa está prevista nos Estatutos e cabe ao CFD dar-lhe seguimento.
O que aconteceu até agora?
Segundo é do meu conhecimento, um grupo de sócios entregou ao CFD uma queixa contra a Direcção por incumprimento dos Estatutos e dos deveres de sócio. Com a queixa na mão e tendo a mesma sido fundamentada, foi enviado à Direcção um pedido de pronunciação, ou seja, o CFD pediu à Direcção para se explicar e contar a sua versão dos factos. Esse pedido foi ignorado pela Direcção, uma vez que, os membros directivos não reconheciam sequer aquelas pessoas como constituintes de qualquer órgão em funções. Não havendo contra-argumentação, ao CFD não coube outra opção que não a validação da queixa promovida pelo conjunto de Sócios, e dado os factos nela explanados, resultou a suspensão imediata de todos os envolvidos.
Ao CFD coube ainda a tarefa de informar os sócios em apreço e estes têm 10 dias úteis para contestar a decisão.
O que se vai passar agora?
Depende. Se os sócios visados não contestarem a decisão do CFD, a mesma será efectivada e o CFD deverá pronunciar-se acerca do tempo de suspensão a cada um dos visados, sendo que, se a suspensão for superior a 1 ano, passaremos a falar de expulsão de sócio. Se os sócios visados contestarem a decisão do CFD, então o CFD terá de analisar o conteúdo da contestação, fazer ou não novas averiguações e por fim decidir sobre a manutenção da suspensão e se sim, qual o prazo da mesma.
Mas BdC pode mesmo vir a ser expulso?
SIM. Ao contrário do que muitos pensam, os Estatutos são a Pedra Basilar de qualquer instituição. A importância dos Estatutos é tão grande para uma instituição, como a Constituição é para um País e se num País não se podem fazer Leis que desrespeitem a sua Constituição, numa instituição não se podem fazer regulamentos internos que firam os Estatutos. Eles são o topo e nada nem ninguém, isoladamente, está acima deles.
Mas o que fez BdC para desrespeitar os Estatutos?
Seria mais fácil perguntar, o que não fez, mas vamos a factos. Estabelece o artigo 21º dos Estatutos os deveres dos sócios, sendo que alguns são óbvios quanto ao flagrante delito por parte do sócio BdC, tais como:
Se dos deveres de sócio, BdC, teve dificuldade em os fazer-se cumprir, dêmos uma olhadela ao artigo 28º que nos indica claramente que “São punidos disciplinarmente os sócios que cometam alguma das seguintes infracções:
BdC, consegue coleccionar um número assinalável de actos que se revertem em infracções, sendo que o mais incrível é que ele consegue estar sob alçada de TODAS as alíneas de infracções. TODAS.
Ok, mas isso é motivo para expulsão de um sócio?
Dizem os Estatutos que as sanções (os castigos) aplicáveis podem ser: a admoestação, a repreensão registada, a suspensão e a expulsão, sendo que a sanção dependerá da gravidade dos actos. No entanto, os Estatutos também dizem que “As sanções deverão ser especialmente agravadas quando as infracções tenham sido praticadas por membros dos órgãos sociais em exercício de funções”.
No caso de BdC, temos um sócio em funções num órgão social, que dos 9 deveres de sócio incumpre em pelo menos 6, e que das 4 infracções sancionáveis previstas nos Estatutos, efectuou múltiplos actos puníveis por TODAS. Se isto não for motivo para expulsão, então o que teria um sócio de fazer para ser expulso? E note-se, aqui não se trata de gostar ou não do sócio BdC, aqui trata-se de cumprir ou não o que está plasmado no documento que é Pedra Basilar do Sporting.
E BdC ainda pode fazer alguma coisa?
Pode. BdC em caso de expulsão pode apelar à Assembleia Geral e solicitar que se vote ou não a sua expulsão, cabendo uma vez mais a palavra final aos sócios.
E as eleições? BdC pode ou não ir a votos a 8 de Setembro?
Depende. Ninguém neste momento pode dizer com clareza SIM ou NÃO. Existem demasiadas variáveis, desde logo, é preciso primeiro conhecer a decisão do CFD, depois saber se BdC vai ou não contestar e mesmo contestando é preciso saber se a MAG quer ou não fazer alguma AG antes das eleições. Como eu disse, demasiadas variáveis e neste momento é tudo especulações.
Como nota final gostaria de dizer o seguinte. Existem vários sócios a dizer que BdC deve ser derrotado em eleições e eu compreendo esses argumentos, pois são uma tomada de posição mostrando que não têm medo perante o populista BdC. Houve até quem dissesse que só sendo derrotado em eleições se pode acabar com o “fantasma” de BdC. Uma vez mais, a um candidato eu até compreendo esse discurso, em especial antes da AG de destituição, MAS não pode ser. O Respeito pelos Estatutos é FUNDAMENTAL e se houve alguém, populista ou não, que os incumpriu então tem de se submeter ao julgamento dos mesmos. Um sócio só porque é popular não pode ter tratamento distinto. Não expulsar BdC apenas e só para o deixar ir a eleições, seria um desrespeito aos Estatutos e a todos os sócios que estão sob alçada dos mesmos. Não expulsar BdC é dar-lhe a importância que ele já não tem!
PS: Em relação às eleições de 8 de Setembro, acredito que BdC não irá estar presente nas mesmas por 2 motivos: 1º ele não se quererá sujeitar a novo enxovalho publico, pois são cada vez menos os seus apoiantes (com o post de ontem “matou” mais uns quantos); 2º porque por essa altura ele já estará debaixo de fogo de outros juízos, nomeadamente juízos civis e quiçá, criminais.
Numa carta de suposta despedida, via Facebook, para não variar, o ex-presidente manda umas quantas alfinetadas àqueles que ele apelida de "ilustres inúteis" - muitos dos quais que foram seus acérrimos apoiantes -, embora a minha parte favorita seja a sua afirmação que eu transcrevo no título do post. Bruno de Carvalho a ser igual a si próprio até ao fim. Mas que figura tão triste e desprezível:
"Mas orgulho... perdi todo quanto vejo que afinal o Clube que eu amava, que quis transformar num Clube popular, de e para o povo, de e para os adeptos, de e para os sócios... afinal nunca deixou de ser um Clube de Viscondes com sempre com os mesmos a dominar: os Stromps, os Leões de Portugal os Cinquentenários, os Ricciardis, os Casquilhos, as Isabeis Trigo Miras, as Margaridas Caldeiras da Silva, os Abrantes Mendes, os Barbosas da Cruz, os José Pedro Rodrigues, os Sobrinhos, os Dias Ferreiras, os Barrosos, os Sampaios, os Zé Eduardos, os Seixas, os Severinos, os Vascos Lourencos, os Roquettes, os Godinhos, os Dias da Cunha os Rogério Alves, os Jaime Marta Soares... Enfim... um Clube de Ilustres Inúteis mas que realmente mandam.
E esqueçam os associados pois NUNCA vão mandar neste Clube... Vão ser sempre fantoches desta elite que só permite entrar quem se render aos seus interesses.
Não, não vou regressar para as bancadas. Não, não vou mais vibrar com as vitórias. Foram 46 anos de um amor intenso mas que vim a descobrir que não era o que eu pensava, que não me identifico minimamente com os seus falsos princípios e falsos valores e que me andava a trair.
Não vou impugnar a AG apesar de todas as ilegalidades cometidas. Não quero fazer parte de um conjunto de cretinos que não valem o ar que respiram. Não me quero mais aproximar de uma elite bafienta e mal cheirosa que sempre dominou o Sporting Clube de Portugal!.
Que tamanha ingratidão e injustiça... Mas que fiquem com o Clube que eu fico com a minha dignidade e princípios que nunca deixei cair apenas para me manter no poder. Aos sportinguistas as minhas desculpas por mesmo nesta hora não conseguir ser hipócrita e vos mentir. Vocês não contam para nada neste SCP que é de Viscondes...".
Há mais nesta carta quase sem fim, mas depois de cinco anos de tanto Bruno de Carvalho, já chega. Agora, creio, é uma questão de esperar pelo muito que ainda não sabemos. Talvez ainda leve algum tempo a "desembrulhar", mas haverão "surpresas" - ou talvez não, para quem, como eu, há muito que insiste que não temos conhecimento de metade.
Quase que fico desapontado por não ter mencionado o Camarote Leonino, como aliás fez em várias outras ocasiões. Também para nós foi uma luta intensa que durou mais de cinco anos, até quase à exaustão. Houve dias em que eu nem sequer consegui dormir, tal o nível de desgaste após lidar com o exército de energúmenos e restantes 'soldadinhos da falange' que o apoiavam cegamente.
Não é surpresa alguma, que quase todos desapareceram deste espaço, muito embora eu não duvide, minimamente, que nos continuam a visitar assiduamente. Honestidade e hombridade de admitirem que erraram não é com eles. Nada que eu não esperava...
P.S.: Ah, sim... pede desculpa por nesta última hora não conseguir mentir. Mais palavras para quê ?
Peca quem apressa o Hóspede que não quer partir,
como quem o detém quando este já está a partir.
O Hóspede deverá ser bem tratado se ficar,
e não deverá ser impedido de partir se assim o desejar.
por Homero, o culpado.
Por vezes, questiono-me que entidade sobrenatural terá o Sporting perturbado ao longo da sua centenária odisseia, que tão reiteradamente condene este Clube a crises, convulsões e outras metafóricas maldições tão frequentes. Na nossa elementar sinceridade, é inquestionavelmente um grande Clube, mas persistentemente condenado a um palco institucional patético. Por vezes, o Sporting consegue ser uma corporação demasiado complexa para o talento humano… seja qual for o talento. Essa complexidade, prende-se não com as diferenças entre a “eleita” e a “putativa”, mas com a própria natureza do Clube.
O Sporting é o quê?
Comecemos pelos tais 3,5 Milhões de Adeptos que o Sporting tem. Podiam ser 6 Milhões, mas na origem procurou-se um caminho distinto, que invariavelmente fez do Sporting o que o Sporting é. A formação Social e Desportiva, o Ecletismo, as conquistas nas Modalidades, Moniz Pereira, Aurélio Pereira, 5 Violinos, são alguns símbolos da génese do Sporting que não sucederiam, pela doutrina, se o Sporting seguisse o caminho popular dos 6 Milhões. Este Sporting, envolto numa concepção de elite, (e não de elites), perdeu porém, a partir da década de 70 o comboio competitivo na sua principal modalidade, o Futebol. Nada de novo, portanto.
Dentro deste universo de 3,5 Milhões de Adeptos do Sporting, existem partidários de uma espécie de doutrina reformista, embrionada num emergente burguesismo sem conteúdo, que surgiu na Lisboa pós-revolução. Essencialmente novos-ricos, filhos de famílias influentes ou até operários órfãos de representatividade social, estes multiplicaram-se com ideologias revolucionarias sem substância ou aplicabilidade na vida social ou profissional. Introduziram-se no Sporting como puderam, ou conforme o grau académico ou influência lhes permitiu, e difundiram dentro do Clube as suas frustrações, a sua instabilidade pessoal, em formato de militância. Começou com os negócios de Jorge Gonçalves e com a problemática empregabilidade dos filhos de João Rocha, fundadores de uma claque – os primeiros a tentarem convergir o Sporting em ideais pessoais. Aqui, encontramos o ponto onde o Sporting começa a mudar, para pior.
Supõem-se tratarem-se de sportinguistas, pois muitos são Sócios e acompanham frequentemente o Clube. Mas involuntariamente odeiam o Sporting e a sua genética leonina. Foram os primeiros a confundir o Sporting que existia – que não lhes servia – com o Sporting que desejariam ter, mas não tinham. Para disfarçarem a falta de intelectualidade, lançaram a primeira golpada no Sporting – confundir os princípios de elite (e não elitista) de um Clube, como causa ao seu insucesso. O Sporting "não ganhava no Futebol pela ala financeira”, foi um termo usado por demasia já na década de 80. Estes actores, Gonçalves e referidos refractários, trouxeram problemas de contabilidade, e pior, abriram o Sporting a aproximações políticas. Gonçalves com o PSD na ocasião, Juventude Leonina com a extrema-direita. Fiquemos por aqui em relação a este tema, por ora.
Quem tomou realmente o Clube de assalto?
Estes, e aqueles que descendem dos seus exemplos revolucionários sem causa, valorizam o Sporting como “Clube diferente”, mas odeiam o Clube por não ter 6 Milhões de Adeptos. Vangloriam-se da importância das nossas Modalidades, apenas como contrapeso à cólera que lhes desperta a ausência de títulos na principal, o Futebol. Estes Adeptos, como representação do clientelismo que tomou progressivamente o Clube de assalto desde os referidos exemplos, utilizam o Sporting como ascendente a particulares interesses sociais, profissionais, e até mesmo políticos. O Sporting, como o próprio é, não lhes interessa. O que lhes interessa, é ter uma fórmula para ganhar no Futebol e, por conseguinte, obterem representatividade para futuras aventuras.
Como referi, alguns alcançaram as claques, como as conhecidas militâncias de extrema-direita que posteriormente provocaram cisões dentro da Juventude Leonina e geraram novos grupos de apoio… ao Sporting / interesses políticos? Outros, como Presidentes, alcançaram o voto popular com a premissa de romper com o passado, mas curiosamente nenhum deles constituiu melhores bases para o futuro. Do Sporting servem-se, lá está, como clientes, onde desejam viver uma série de experiências que lhes permitam descobrir e usar os seus talentos, aprender, e posteriormente engajarem-se na vida. O que procurou Sousa Cintra? O que procurou Luís Duque? O que procurou Santana Lopes? O que procura Mário Machado? E finalmente, o que procura Bruno de Carvalho? Estes vivem somente, de recrutamento alheio, como trampolim. Um antagonismo ao circo institucional do Sporting? Naturalmente que não, porque o Circo só não o vê quem não quer.
A emulação de um falhado
Bruno de Carvalho é, no meu entender, uma das maiores fraudes que surgiu no Sporting. Num artigo publicado a 30 de Abril deste ano no Diário de Notícias, intitulado “A verdade sobre a situação financeira do Sporting”, porventura redigido em parceria com Nuno Saraiva e que só recentemente o li, são abordadas questões de natureza financeira, uma espécie de Magnum Opus sofista. Numa linguagem intangível e abstrata, confunde matérias nunca relacionáveis – renegociação da dívida bancária com aumentos de posição accionista (desculpe??) –, responsabilizando o reequilibro da situação financeira pelo crescendo do sucesso desportivo (nas Modalidades, suponho?), não esquecendo a pérola “crescimento sustentado de todas as linhas de receitas comerciais…” – “crescimento sustentado de receitas” é algo que nunca calculei existir. Trata-se possivelmente do “grito do ipiranga” da Economia de Marx, uma mudança total de “paradigma”, ou simplesmente pavor em morrer afogado em dinheiro. Deu-me, por alguns segundos, vontade de rir.
Se o referido artigo teve Bruno de Carvalho como autor, Carlos Vieira é um péssimo professor. A demissão automática do segundo seria tão óbvia como a falta de cultura do primeiro.
Depois, as aparições televisivas. A benevolência que Bruno de Carvalho crê como serviço público, através de um discurso somente estéril e incorpóreo, revela-se, perante toda a sociedade como um degradante préstimo intelectual. Quando acordamos, percebemos que já não nos lembramos da pergunta nem percebemos a resposta, qual retórica golpada de quem não tem solução para os problemas criados por si. Bruno de Carvalho destruiu o seu próprio projecto desportivo, desmembrou a equipa de Futebol, transformou o Sporting num conflito à sua imagem – no fundo, a maior face do clientelismo onde os interesses particulares são sempre superiores aos interesses do Clube. O Sporting pós 25 de Abril quase sempre existiu como veículo de interesses de Presidentes, sendo a presidência de Bruno de Carvalho a que mais suspeitas levanta. Que currículo tinham Gonçalves, Sintra, Santana e Carvalho (alguns exemplos) para ocuparem a Cadeira no Sporting? Eram todos clientes profissionais! Por vezes, os Adeptos mereciam uma providência cautelar.
Mas por um lado, agradeço a Bruno de Carvalho a lição que nos deu a todos. Demonstrou que no Sporting existem dois Clubes, duas facções, duas vertentes de pensamento, que como em quaisquer nações ideologicamente distintas, dia algum se conciliarão. Ele simplesmente escolheu o seu lado, como qualquer cliente escolhe o fruto do seu prazer. Muda de Treinador como quem muda de telemóvel. Cria grupos privados de Whatsup para se unir aos Atletas e publicações públicas de Facebook para os destruir. Permite a convivência de grupos de destabilizadores com Jogadores da qual resulta o maior êxodo desportivo alguma vez visto em Portugal. Promove um sucesso económico encoberto até a CMVM proibir um simples empréstimo obrigacionista que põe a descoberto a falta de liquidez, levando a PWC a assumir perante o órgão regulador a ameaça da continuidade da operacionalidade do nosso Clube. Tudo isto é criminoso. Para mim é o resultado óbvio do que sucede quando o Cliente... se torna Presidente.
Mais do que nojo, tenho pena daquilo no qual o Sporting se tornou.
Os antigos costumavam utilizar uma expressão... “e ele há lá coisas do arco-da-velha”, sempre que se queriam referir a algo inusitado, extraordinário ou que lhes causasse perplexidade. Pois bem, eu nestes dias trouxe de volta essa expressão ao meu vocábulo e tenho-a repetido frequentemente, tal o número de vezes que tenho ficado perplexo, quase sem palavras.
Neste momento perguntarão os leitores; o que raio causará tal perplexidade?
Pois bem, é ver um homem feito, no auge dos seus 46 e perto dos 100kgs, dar cambalhotas atrás de cambalhotas, dias e dias seguidos, numa actuação constante e sem pausas. Um autêntico artista de circo que actua no centro do palco, e à sua volta, um conjunto de macaquinhos amestrados, ora aplaudindo, ora imitando os brilhantes exercícios de ginástica. Extraordinário!
Bruno de Carvalho passou um mês a gritar para quem o quisesse ouvir, a escrever para quem o quisesse ler, que a MAG (demissionária ou não) não existia. Insistiu e bracejou, convocou inúmeras vezes a comunicação social a Alvalade, para repetir o mesmo de sempre, que a AG do dia 23 era ilegal, que não ia existir, que era uma fantochada, um encontro de sócios sem significado, enfim, algo a que os verdadeiros Sportinguistas não deveriam dar importância.
Disse-o ele alto e a bom som, do centro da sua arena. E os macaquinhos… imitaram-no.
Confrontado com a justiça, não vergou. A acreditar nas suas pérfidas palavras, fez sim foi o favor de permitir que o encontro ilegal de sócios do dia 23 se realizasse. Daria todos os meios para satisfazer os caprichos de um único sócio, mas os verdadeiros Sportinguistas que não se preocupassem, pois a agora já chamada AG do dia 23 era ilegal, sem valor, desprovida de significado, tanto mais que no dia 18 iriam cair tantas e tantas providências cautelares que terminariam de uma vez por todas com esta brincadeira.
Disse-o ele alto e a bom som, do centro da sua arena. E os macaquinhos… imitaram-no.
Dia 18 chegou e com ele o auge do espectáculo… as cambalhotas intermináveis do Bruno e seus macaquinhos.
De um momento para o outro, a Assembleia Ilegal que não ia existir, que não passava de uma fantochada e de um encontro de sócios sem valor, passou a ser tema central… importância fulcral que levou mesmo à necessidade de iniciar uma campanha como se de eleições se tratassem, e há falta de melhor, reciclam-se expressões de campanha brasileira para dar mote à palhaçada.
Os macaquinhos aplaudem, excitam-se perante tão extraordinária cambalhota.
Os dias passam… e apesar da certeza que a AG do dia 23 não se vai realizar, graças às providências cautelares interpostas pela extraordinária Mestre Catedrática de Direito (não foi nenhum taberneiro porque isto do Direito não é para todos) a campanha continua e até se tem tempo de convocar um debate para discutir assuntos acerca de uma AG ilegal, que não se vai realizar. Um frente a frente, tendo como convidados uns sócios que assumem putativas funções.
E os macaquinhos aplaudem, excitam-se e alguns até ejaculam… felicidade… perante tão extraordinária cambalhota.
E eu, sentado no meu camarote, perplexo porque afinal o Artista e seus macaquinhos levam a sério algo que não se vai realizar, algo que é ilegal e desprovido de valor, e repito vezes sem conta “e ele há lá coisas do arco-da-velha”!
Para Bruno de Carvalho, em comunicação o que importa é a versão e não o facto. Por isso, ele próprio, ou através de agências especializadas como a YoungNetwork Group e a WL Partners, apregoa massivamente a sua versão ficcional dos acontecimentos, confundindo a veracidade do que se passou, sempre com a finalidade de fazer duvidar dos factos, mesmo verificáveis, que lhe são inconvenientes.
Depois, a divulgação e amplificação propagandista através das redes sociais possibilitam que as suas “fake news” façam o seu caminho. Como diria Sun-Tzu, “toda a guerra é baseada no engano”.
Agora, o seu discurso casuístico, propagandístico e autocentrado perdeu eficácia, pois em Bruno de Carvalho tudo é táctico e a prazo, e o caos que gerou no Sporting trouxe-lhe grande descrédito.
Quando ele se queixa e recorre a expressões como “golpada” e “putativa comissão de gestão”, chama “ratos e cobardes” e “vendilhões do templo” a antigos membros do Conselho Directivo ou garante que “se eu quiser não há Assembleia Geral nenhuma” já não é amplificado como anteriormente se verificava. Se afirma que “vivem todos à nossa custa, até na Áustria”, a propósito de uma contratação falhada, o melhor que ele consegue é um olhar de comiseração. A sua linguagem básica e ordinária tornou-se cansativa e intolerável.
No sábado, 23 de Junho, realiza-se a Assembleia Geral de destituição e é essencial que os sportinguistas acorram em elevado número. Na verdade, ele fará tudo e mais alguma coisa que lhe permitirem, sem qualquer outra finalidade que não seja a sua preservação pessoal.
Numa carta entregue à Comissão Fiscalizadora nomeada por Jaime Marta Soares, o Conselho Directivo declarou que “não reconhece a V. Exas. nenhuma legitimidade para o exercício das funções de que se arrogam estar investidos (…)”. Há palavras que possuem um significado antigo para que sejam entendidas por todos: Bruno de Carvalho fechou-se num “bunker” e só sai de lá quando for expulso.
O Conselho Directivo (CD) do Sporting Clube de Portugal tem um carácter colegial. No Artigo 56º (Competências do Conselho Directivo) dos seus Estatutos estabelece-se que:
“1- O Conselho Directivo é o órgão colegial de administração do SPORTING CLUBE DE PORTUGAL e tem a função geral de promover e dirigir as actividades associativas, praticando os actos de gestão, representação, disposição e execução de deliberações de outros órgãos, que se mostrem adequados para a realização dos fins do SPORTING CLUBE DE PORTUGAL ou para a aplicação do estabelecido nestes estatutos.”
Na realidade, no Artigo 55º (Composição do Conselho Directivo) e em todas as alíneas do ponto 2 do Artigo 56º especifica-se aquilo que compete ao CD, enquanto órgão social colegial de administração. O Presidente do CD é invocado por razões que decorrem do funcionamento do órgão, porque as competências residem no colégio do CD. No Artigo 57° (Funcionamento do Conselho Directivo) estabelece-se que “não pode reunir sem que esteja presente a maioria dos seus membros em efectividade de funções e as suas deliberações são tomadas pela maioria dos votos dos membros presentes”. Portanto, tem de existir quórum para se efectuar a reunião e as deliberações são tomadas por maioria.
No entanto, uma das propostas de alteração que Bruno de Carvalho pretende fazer aprovar na suposta Assembleia Geral de 17 de Junho consiste precisamente em ser-lhe atribuído o poder de “indicar para o preenchimento de vagas outros sócios efectivos A (...)”. Como já foi referido anteriormente, de acordo com a filosofia dos Estatutos do Sporting, esse poder pessoal de nomeação seria uma anomalia, contraditória com os princípios vigentes. Transportando a situação para o nível do nosso país, dir-se-ia que seria inconstitucional.
Por alguma razão os legisladores sportinguistas optaram por estabelecer um “órgão colegial de administração”. Na sua sapiente cautela pretenderam evitar que candidatos a ditadores se apoderassem dos destinos do Clube. Esta questão é absolutamente relevante, pois do seu rigoroso cumprimento decorre a democraticidade do Sporting.
Notas:
1 - Trata-se de uma ideia peregrina. Os sócios votam numa determinada lista de nomes para o CD mas, ao fim de algum tempo, o presidente pode escolher outras pessoas para o integrarem porque os suplentes já não chegam para manter o quórum.
2 - Ontem ao fim da tarde quando comecei a escrever o texto deste post estava convicto de que Bruno de Carvalho iria forçar a realização de uma Assembleia Geral em 17 de Junho. Quando o terminei de escrever, cerca de duas horas depois, perante a vertiginosa sucessão de acontecimentos, ocorreu-me de que essa AG não acontecerá. Mesmo assim, este post mantém a sua validade. Na verdade, Bruno de Carvalho possui o mérito de ter mostrado aos sportinguistas a importância de existirem mecanismos estatutários que defendam a democraticidade no nosso Clube.
Bruno de Carvalho através da Comissão Transitória da Mesa da Assembleia Geral (CMTAG), por si constituída e empossada, convocou uma Assembleia Geral Ordinária (AG) para 17 de Junho de 2018. Convém recordar que esta CMTAG não está prevista estatutariamente e que o tribunal considerou que Jaime Marta Soares “é, efectivamente, o Presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting Clube de Portugal em pleno exercício de funções”. Portanto, apenas ele tem competência para convocar uma AG. Como é sabido, existe uma providência cautelar com a finalidade de evitar a prática de uma gravíssima ilegalidade. Estou convicto de que o tribunal vai decidir em tempo útil sobre o carácter ilegítimo e nulo desta AG, ainda que Bruno de Carvalho procure impor a sua realização, como afirmou ontem no noticiário da TVI24.
Na realidade, à margem dos princípios estatutários, Bruno de Carvalho pretende reforçar o seu poder enquanto presidente do Conselho Directivo, ao mesmo tempo que procura limitar o poder dos sócios do Clube. Para isso, apesar de não possuir capacidade para tal, desconvocou a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) de 23 de Junho e impediu o reconhecimento das assinaturas dos subscritores. Mesmo perante uma decisão do tribunal que lhe é adversa, continua a afirmar que a AGE destitutiva não se realizará.
A Assembleia Geral de 17 de Junho constitui um momento importante da estratégia de Bruno de Carvalho para a subversão da democracia sportinguista. No terceiro ponto da ordem de trabalhos propõe a revisão de determinados artigos dos estatutos do Clube, mas não revela no que consistem essas alterações. Verifica-se que os artigos sujeitos a revisão tratam de cessações de mandato e renúncias de membros de corpos sociais eleitos, das competências do presidente do Conselho Directivo e da dissolução do Sporting. Isto é, sem olhar a meios, Bruno de Carvalho procura adaptar as disposições estatutárias aos seus interesses estratégicos de reforço do seu poder unipessoal. Mas isso nunca lhe será permitido, pelos sportinguistas e pelos tribunais.
Quando chegou à presidência do Sporting, Bruno de Carvalho disse, numa entrevista à SIC:
“No dia em que o Bruno de Carvalho presidente começar a trazer as suas emoções para dentro do Clube, começar a trazer opacidade para dentro do Clube, começar a pensar que é o maior da cantadeira, começar a não ligar ao que é o maior património do Sporting que são os sócios, começar a ter atitudes completamente lesivas para o Clube, o cidadão e sócio Bruno de Carvalho vai pegar no presidente Bruno de Carvalho e vai metê-lo imediatamente fora do Clube.”
Perante a evidente ausência de pudor e dignidade do cidadão e sócio Bruno de Carvalho, compete aos sócios do Sporting levar a cabo a expurgação do lunático personagem do Clube.
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