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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Eugène Delacroix, Cabeça de Leão, s/d
Aguarela sobre papel, Museu do Louvre, Paris, França
O pintor romântico francês Eugène Delacroix revelou um enorme fascínio por animais selvagens e pintou-os durante toda a sua carreira artística. Ainda jovem, e durante a fase da sua formação, desenhou estudos de cavalos sob a influência do seu amigo Gericault. Desenvolveu posteriormente uma forte atracção por desenhar e pintar grandes felinos expostos na feira de Saint-Cloud, que frequentava na companhia de Antoine-Louis Barye, e recorrendo ao Museu de História Natural. Ambos os artistas visitavam e estudavam ao vivo estes imponentes animais.
Provavelmente, Eugène Delacroix pintou esta aguarela - Cabeça de Leão - a partir de um dos seus desenhos que apresenta fortes semelhanças com dois estudos de Antoine-Louis Barye conservados na Escola de Belas Artes de Paris. Neste caso, os dois artistas teriam desenhado lado a lado o mesmo animal.
Sobre um rápido traçado de grafite, Eugène Delacroix aplicou o seu pincel sobre o motivo com notável domínio da técnica, alternando entre o uso rápido da ponta do pincel e a lenta pressão das cerdas, a fim de modular com largas manchas de castanho e ocre o pêlo e o focinho do animal que surge de um fundo escuro de intensidade variável. Libertando-se em grande plano desse matiz de sombras, a cabeça do leão, cuja juba é sublinhada por longas pinceladas de ocre vivo, impõe-se como uma aparição, tanto ameaçadora como majestosa.
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