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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Caldeira e o nervoso da estreia
O Sporting contratou Manuel Caldeira ao Lusitano de Vila Real de Santo António no Verão de 1950. O jogador, com 23 anos de idade, já possuía bastante experiência como defesa direito, e os leões precisavam de reforçar o seu sector recuado que acusava alguma veterania. Constou que terá recebido 100 contos de “luvas”, uma quantia significativa para a época.
A estreia oficial verificou-se num Benfica - Sporting para o Campeonato Nacional, no Jamor, em 17 de Setembro de 1950. Caldeira era um jogador enérgico, destemido, que não virava a cara à luta, muito seguro de si, mas naquele derby as pernas tremiam-lhe como varas verdes e suava abundantemente. Como dava sinais de nervosismo e ansiedade, o capitão de equipa, o guarda-redes João Azevedo, perguntou-lhe se havia algum problema. “É medo, senhor João, é medo”, respondeu-lhe o algarvio. O Sporting venceu por 3-1 e o novo leão fez uma exibição muito positiva, ficando aprovado no exame.
O medo passou-lhe depressa. Manuel Caldeira vestiu a camisola leonina em 217 jogos oficiais durante nove temporadas e conquistou o título de Campeão Nacional por cinco vezes. Participou em 4 de Setembro de 1955 no Sporting - Partizan de Belgrado, o primeiro encontro para a Taça dos Clubes Campeões Europeus. Em 2003 foi distinguido com o Prémio Stromp na categoria Saudade.
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