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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Uma pergunta recorrente no universo do Sporting é qual a razão por que estamos tantos anos sem ganhar a principal prova do nosso calendário nacional, o campeonato. Após uma consulta rápida, verifiquei que a partir de 1960 o clube tem o seguinte palmarés: anos sessenta 3 campeonatos, anos setenta, 2 campeonatos, anos oitenta 1 campeonato, anos noventa, 1 campeonato, na primeira década do século XXI, 1 campeonato e na segunda zero campeonatos.
Decerto que esta curva descendente não se deve a uma única razão. Há diversos factores que explicam esta evolução. Depois do desaparecimento progressivo da equipa conhecida como os cinco violinos, não houve competência e capacidade para a renovar, com a mesma qualidade. Pelo contrário, o SLB conseguiu nos anos sessenta reunir um plantel, onde jogavam os melhores atletas que existiam em Portugal. Deste modo, hegemonizou os anos sessenta e setenta. A partir dos anos oitenta começou o domínio do FCP.
Apenas uma análise bastante aprofundada, pode explicar esta contínua perda de plantéis com capacidade para lutar de igual para igual com os rivais. Mas de uma forma geral, com a profissionalização do futebol como indústria, que movimenta muito dinheiro, os êxitos desportivos são sinónimo de mais receitas e vice-versa. Nesse sentido, o Sporting entrou num ciclo vicioso negativo recorrente, onde a conquista regular de títulos, não permitiu alavancar meios financeiros, para lutar com as armas dos adversários. Por outro lado, também não é despiciendo considerar, as influências no comportamento das arbitragens pelos rivais.
Mas queria nesta abordagem focar-me num aspecto que considero importante: a divisão entre adeptos. E se nos anos sessenta ela não é assim muito visível, até porque ainda se conseguiram três títulos em dez possíveis, a partir das décadas seguintes, o divisionismo foi aumentando. E se com João Rocha e Sousa Cintra ainda se notou alguma tolerância, com os outros presidentes, começou a tolerância zero, e começaram a cair como baralhos de cartas.
O aumento de poder dos adeptos, especialmente concentrado no poder das claques, foi responsável pela constante boicote de decisões que prejudicaram a estabilidade do Clube. Este poder exagerado atingiu o seu zénite na presidência populista de Bruno de Carvalho. A grande divisão entre adeptos provocada pela Direcção, ostracizando todos os críticos, atingiu níveis deveras inimagináveis, e instalou um ambiente que continuou para além do brunismo, muito por culpa dos seus apaniguados.
O divisionismo interno tornou-se endémico. Não é possível, seja em que clube for, ganhar campeonatos com uma guerra fratricida permanente, que se transfere das bancadas para dentro do campo. Sem unidade e apoio aos nossos atletas não se vão ganhar campeonatos. A condição financeira ajuda mas não é determinante. Veja o que aconteceu no período do brunismo. Alto investimento no futebol, com o treinador português mais caro, e que se traduzia apenas a conquista de uma Taça da Liga. Não refiro a conquista de uma Taça de Portugal, porque aconteceu antes do período de deslumbramento.
Em suma, para se efectuar a transformação de um Clube perdedor, no futebol profissional, a um clube vencedor, tem de deixar de ser um saco de gatos. Tem de se canalizar a luta para os adversários, com determinação e humildade. Para além das muitas razões que se possam associar aos fracassos, a da falta da unidade interna é fundamental. No entanto, nesta fase, estou seriamente pessimista. Basta seguir as redes sociais quando o Sporting não ganha para tirar esta conclusão.
P.S.: Envergonha ler a página de Facebook do Sporting CP, com adeptos a insultar-se. Os brunistas desaparecidos enquanto o Sporting ganha, saem da sua clausura aos milhares, sempre que há um resultado desfavorável.
A UEFA tem um plano para garantir que as competições de futebol são "decididas no campo" e retomar os campeonatos no verão, segundo uma carta a que a agência noticiosa Associated Press teve esta quinta-feira acesso. A missiva vem assinada pelos líderes da UEFA, Aleksander Ceferin, da Associação Europeia de Clubes (ECA, na sigla inglesa), Andrea Agnelli, e da Associação de Ligas Europeias (EL), Lars-Christer Olsson.
No documento, enviado aos membros daqueles organismos, é elencada uma vontade de "recomeçar o futebol nos próximos meses, com condições ditadas pelas autoridades públicas de saúde", numa resposta à Liga belga, que recomendou o término da temporada 2019/20 com as actuais classificações a serem declaradas finais.
O futebol e o desporto estão suspensos de forma generalizada pelo continente europeu, e no mundo, devido à pandemia de Covid-19, que levou à paralisação das competições ao longo do mês de Março.
A UEFA tem vários grupos de trabalho a tentar encontrar soluções para trazer de volta a competição depois do término planeado, que seria no final de Junho, sendo que o Euro2020 de selecções foi já adiado para 2021. "O trabalho [destes grupos] é agora encontrar cenários que incluam os meses de Julho e Agosto, incluindo a possibilidade de as competições UEFA recomeçarem após a conclusão das ligas domésticas", pode ler-se na carta.
Assim, será necessária "uma gestão conjunta de calendários" para evitar "sobrecarregar" o período de tempo destinado ao arranque da próxima temporada, esperando-se que um plano final seja escolhido "idealmente em meados de Maio". "É da maior importância que mesmo um evento disruptivo como esta pandemia não impeça as nossas competições de serem decididas em campo, de acordo com as regras definidas, e que todos os títulos sejam atribuídos com base em resultados", pode ler-se.
Na Bélgica, que admitiu terminar a época, uma decisão que cabe à assembleia-geral da Liga marcada para 15 de abril, o Club Brugge lidera com 15 pontos de avanço para o Gent, segundo, mas poderá ficar de fora da Liga dos Campeões. "Uma vez que a participação em competições UEFA é determinada pelos resultados desportivos conseguidos no final de uma época doméstica completa, um término prematuro lançaria dúvidas sobre o cumprimento desta condição", acrescenta a missiva.
Assim, fica a cargo do organismo de cúpula do futebol europeu "avaliar a legitimidade dos clubes de serem admitidos a competições europeias em 2020/21".
Reportagem Agência Lusa
A reunião desta terça-feira entre a UEFA e os 55 representantes das federações está a ser aguardada com grande expectativa. Em discussão estarão decisões quanto ao Euro'2020, o formato para concluir as competições europeias e a uniformização de critérios para definir quem são os campeões, quem sobe e quem desce.
Há nesta altura muitíssimas dúvidas e inúmeros rumores, mas esta segunda-feira o jornal espanhol As adianta que, relativamente aos títulos nacionais, a UEFA já tem uma posição.
De acordo com o diário, a UEFA "é partidária que o título seja atribuído a quem liderava no momento em que cada respectivo campeonato foi suspenso caso as competições não voltem".
Ao que consta, contudo, a UEFA ainda acredita que os campeonatos podem ser finalizados "porque o mais que provável adiamento do Euro'2020 deixaria datas livres para fechar o calendário, embora sempre dependente do tempo que demorar a controlar a pandemia de coronavírus".
A reunião com representantes de clubes, ligas e jogadores está agendada para as 9:00 (10:00 horas locais), seguido do encontro às 12:00 (13:00) com as 55 federações, incluindo a Federação Portuguesa de Futebol.Durante a tarde, às 13:00 (14:00 horas locais), o Comité Executivo da UEFA também se reúne.
Enquanto que a UEFA não tem jurisdição para intervir nas provas nacionais, em discussão estará o adiamento do Euro para 2021, muito embora esse agendamento possa vir a colidir com a Liga das Nações da FIFA.
Quanto à Liga dos Campeões e Liga Europa, as duas competições podem ser dadas como terminadas, sem qualquer vencedor.
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