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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Pelo que é possível apurar pelos comentários nos espaços noticiosos, os adeptos do clube de Carnide não estão inteiramente satisfeitos com a nomeação de Pedro Proença para o clássico do Dragão, especialmente depois de Jorge "Azia" Coroado ter vindo a público arrasar o árbitro: "Ele gosta de passear a brilhantina pelos relvados portugueses. É só isso que ele faz".
A apreciar o que o incontornável papagaio Rui Gomes da Silva tem vindo a apregoar, até era de pensar que a escolha agrada aos encarnados mas, aparentemente, a preferência recai sobre o apitador João Capela. Nem dá para imaginar porquê !!!
Ironizou Pinto da Costa: "Se aqui aparecer um qualquer Capela nem vou ver o jogo... "
O apitador Capela - o tal do jogo limpinho e que continua a ser limpinho do dia 19 de Abril - tendo cumprido a pena pelos seus pecados durante duas semanas, já foi hoje nomeado para apitar o jogo desta quarta-feira entre o SC Braga B e o Santa Clara da II Liga e, pelo notório historial do futebol português, é de esperar vê-lo novamente nas duas últimas jornadas da I Liga. Justiça desportiva no seu esplendor !
O árbitro que proporcionou uma vitória «limpinha» ao clube de Carnide sobre o Sporting, foi alvo de fortes elogios por Pedro Henriques, ele próprio antigo árbitro internacional e actual comentador televisivo: «Gosto muito do João Capela, é talvez o árbitro que em Portugal melhor conhece as leis em termos teóricos, é uma pessoa íntegra, honesta e com um sentido de competência muito grande. Já tive oportunidade de dizer que acho que não foi um desempenho completamente bem seguido, há dois lances de grande penalidade por marcar. E quando assim é os árbitros não se sentem felizes nem realizados. O João Capela já terá analisado o jogo e terá tirado as suas ilações.»
Palavras muito simpáticas de Pedro Henriques mas nada convincentes. Diz ele que Capela não teve um «desempenho completamente bem conseguido»; não sei o que seria, na sua consideração, um desempenho desastroso, para um juiz que assinala sistematicamente só para um lado ao longo dos 90 minutos e que deixa por assinalar não duas, mas sim quatro grande penalidades e as expulsões de Maxi Pereira e Matic.
É impossível aceitar que foi apenas um dia infeliz para Capela, pela gravidade dos erros e por terem sido todos em detrimento do Sporting. Ele pode ser o homem mais honesto do mundo, mas aquele seu desempenho na Luz deixa muitas dúvidas sobre a sua pessoa. No final das contas, veremos qual o preço que o Sporting pagou pela suposta competência, integridade e honestidade deste apitador.
O Sporting apresentou um processo formal de reclamação na Federação Portuguesa de Futebol sobre a arbitragem de João Capela, no último dia permitido para o efeito - sexta-feira - e antes de tomar conhecimento do relatório do observador Luis Ferreira. Pelas informações disponíveis, a reclamação foi acompanhada por um vídeo destacando os lances mais polémicos do «derby». Veremos, então, o parecer do órgão federativo, mas uma coisa é certa: o jogo e os três pontos estão perdidos e agora só poderemos esperar que haja algum sentido de justiça ao que concerne os principais pecadores. Pelos antecedentes, não será prudente manter muito optimismo.
Apesar da irrefutável evidência, a comunicação social desportiva e afins tem vindo a lidar com a actuação de João Capela no "derby" da Luz de luvas brancas, com o evidente intuito de minimizar danos e fazer esquecer o que não deve ser esquecido. Muito do que se tem lido e ouvido faz referência a erros cometidos pelo árbitro mas, logo de seguida, vem um "mas", sempre um "mas". Os exemplos são muitos, mas para o efeito transcrevo parte de um comentário da autoria do antigo árbitro e actual comentador televisivo Pedro Henriques:
«João Capela teve uma noite difícil com tomadas de decisão ao nível das áreas, onde nem sempre decidiu bem. É justo e admissível que o critiquem ao nível da competência e do desempenho, "MAS" merece o respeito e a consideração, pelo ser humano digno, honesto, íntegro e com carácter que eu sei que é. Casos de jogo no dérbi, foram cinco e todos ao nível das áreas. Ficaram duas grandes penalidades por assinalar, nomeadamente ao minuto 8, numa falta cometida por Maxi Pereira sobre Capel e ao minuto 88, quando Maxi Pereira com o braço impediu a progressão de Viola no interior da área.»
Para completar o branqueamento, Pedro Henriques ainda sublinhou o mérito de João Capela por «deixar jogar» e «dar fluidez ao jogo». Além das outras faltas para grande penalidade que o comentador menosprezou, ainda ficaram diversos outros lances por salientar, além da vertente disciplinar. A parte que Pedro Henriques evade, é o facto de Capela só ter deixado jogar para um lado e de os lances de maior impacto no jogo terem sido todos ajuizados em detrimento do Sporting. Igualmente pouco convincente é o argumento de defesa sobre honestidade e integridade. Seria aceitável se os erros tivessem sido equilibrados, mas não foram, portanto essa tese cai num vazio obscuro.
Mas este é o estado das coisas no futebol português. João Capela estará uma ou duas jornadas sem apitar e depois regressará como se nada fosse. Quem foi prejudicado terá de continuar a lidar com os prejuízos.
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