Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
João Pereira surgiu no Estádio da Luz a envergar a braçadeira do Sporting. Estaria Coates, o primeiro capitão, fora do onze? Nada disso: tinha dado – explicou Amorim já na sala de imprensa – autorização para que a braçadeira rodasse pelos mais experientes. Ontem foi o lateral-direito, de 37 anos, e no encontro com o Marítimo, deixou escapar o treinador, a homenagem pode recair sobre Antunes, lateral-esquerdo também já veterano, com 34 primaveras.
A explicação de Rúben Amorim:
"O João Pereira foi alguém que nos deu muito durante a época; que soube o lugar dele; que, com muitos títulos, portou-se como um exemplo e eu acho que é mais importante do que o recorde. É mais importante o João Pereira ser capitão; é mais importante, no próximo jogo, o Antunes ser capitão do Sporting, porque pedi autorização ao Coates. Eu sou o treinador, mas ele é o responsável".
Em publicação nas redes sociais no final do jogo, João Pereira comentou a braçadeira:
"Hoje perdemos a possibilidade de acabar o campeonato invictos, pagámos o preço de uma primeira parte menos conseguida. Sei que não há vitórias morais, mas sinto-me honrado por poder capitanear uma equipa que mesmo a perder 4-1 no início da segunda parte conseguiu voltar ao jogo e disputá-lo até ao último minuto. Só uma verdadeira equipa de campeões consegue reagir assim. Parabéns a todos pelo esforço e dedicação com que honram esta camisola".
Justo e merecido reconhecimento tanto a João Pereira como a Vitorino Antunes. Ambos, com poucos minutos de jogo ao longo da época - 204 e 471 minutos, respectivamente -dedicaram-se ao colectivo de alma e coração e dignificaram a camisola do Sporting CP.
Será justo fazer um ponto prévio. Com este texto, não é minha intenção comprometer e/ou criticar Adrien Silva e William Carvalho, por quem eu nutro muita admiração e respeito como atletas do Sporting.
Vejamos primeiro o que ambos tiveram para dizer à Sporting TV, sobre o já muito conhecido incidente do balneário em Chaves, pela visita do presidente Bruno de Carvalho após o embate com a equipa da casa. Fundamentalmente foi isto:
Adrien Silva: "Após um resultado que ninguém queria, o presidente, tal como tinha prometido, foi ao balneário mostrar a sua insatisfação. Enquanto capitães, entrámos em diálogo e nada mais. A equipa nunca deixou de estar motivada. A frustração pelos resultados está sempre presente, porque em cada momento que os resultados não aparecem é um mau momento. Nenhum profissional quer isso».
William Carvalho: "O presidente foi ao balneário, mostrou a sua insatisfação pelo resultado e houve um diálogo normal, em que o ouvimos. De certeza que terça-feira vamos entrar em campo e conseguir um bom resultado».
O discurso expectável de dois líderes da equipa. O que ocorreu no balneário, deve ficar no balneário, muito embora isso nem sempre aconteça. Essa é a posição clara dos dois atletas e eu acho muito bem.
Contudo, tenho de fonte fidedigna que o incidente foi muito mais "pontiagudo" e que a conduta do presidente não foi limitada a apenas "mostrar a sua insatisfação", ou, pelo menos, não a manifestou em termos dignos de recomendação.
A tensão elevou-se imenso pela fraseologia de imputação de culpas de Bruno de Carvalho, quase ao ponto da situação atingir extremos inimagináveis. Além do inevitável impacte nos jogadores, o incidente não deixou Jorge Jesus insensibilizado.
Não vou divulgar mais detalhes e é escusado abordar a identificação da fonte. Muito além desta, quem conhece as instalações do Estádio Municipal de Chaves - conheço bem - sabe que há fácil acesso auditivo e até visual na área dos balneários. O incidente em questão não decorreu totalmente sem testemunhas, pelo menos em termos parciais.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.