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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Um artigo desta quinta-feira da autoria de Carlos Rodrigues Lima, da Revista Sábado.
Depois de meia hora de terror na Academia do Sporting, em Alcochete, os grupo de cerca de 50 adeptos, que terá agredido jogadores e equipa técnica, partiu-se: uns abandonaram as instalações pela entrada principal, outros saltaram a vedação. Uns "6 ou 7", porém, mantiveram-se dentro da Academia. Alguns minutos após a fuga da maioria, o segurança que se encontrava na portaria recebeu uma chamada de Ricardo Vaz, elemento do Gabinete de Apoio aos jogadores, dizendo-lhe para "deixar entrar nas instalações um veículo de marca BMW de cor azul(…), sendo que essa viatura foi buscar os líderes das claques".
Isto mesmo consta do depoimento prestado pelo segurança da empresa "2045", a que a SÁBADO teve acesso, na madrugada de 16 de Maio à GNR do Montijo. Ouvido como testemunha dos factos que ocorreram na tarde do dia 15, terça-feira, o segurança, porém, afirmou não ter retido a matrícula do carro que foi à Academia "resgatar" os tais líderes, afirmando apenas se recordar da letras "TT" na placa.
Ora, segundo outro depoimento, o do director operacional da Academia de Alcochete, Ricardo Gonçalves, os tais líderes a que o segurança se referia eram "Fernando Mendes e o BA, que não estariam integrados no grupo de indivíduos, mas supostamente estariam na retaguarda". à GNR, Ricardo Gonçalves contou que ambos lhe disseram que condenavam o que se estava a passar, que não era aquele o objectivo, que apenas queriam falar com os jogadores". Tal como a SÁBADO já tinha adiantado, os tais líderes da invasão à Academia não foram detidos. Aliás, depois de ter sido agredido no balneário, o treinador Jorge Jesus procurou protecção junto de Fernando Mendes, que se encontrava no exterior.
As declarações prestadas por Ricardo Gonçalves à GNR revelam ainda outro pormenor: o director da Academia de Alcochete foi avisado pelas 16h55 de terça-feira por Bruno Jacinto, oficial de ligação entre o clube e as claques, que "a Juve Leo" ia a "caminho da Academia para falar com a equipa". "Ao ser informado da situação e por terem existido antecedentes no final do jogo com o Marítimo", Bruno Jacinto afirmou ter contactado o comandante do posto da GNR de Alcochete. Bruno Jacinto declarou ter reconhecido, além dos já mencionados Fernando Mendes e B.A, o "Bocas", "Alan", "Valter" e o "Ucraniano".
Ricardo Gonçalves afirmou ainda ter-se apercebido que os principais alvos do grupo foram os jogadores Rui Patrício, Acuña e William Carvalho, dizendo ter estranhado o facto de um dos elementos do bando ter utilizado um cinto para as agressões. "A testemunha achou a atitude de um dos indivíduos que se encontrava no grupo um pouco diferente da habitual forma de agir dos elementos da Juv Leo, fazendo este indivíduo o uso de um cinto de mão, o que é uma forma de actuação típica dos elementos da claque No Name, até porque o indivíduo parecia não conhecer a testemunha", lê-se, ao contrário dos restantes.
Questionado sobre esta, pelo menos, aparente falta de lógica no que descreveu, Ricardo Gonçalves adiantou à GNR que "muitas vezes nestas situações é usual elementos de claques adversárias juntarem-se à claque rival, não pela cor clubística, mas por serem do mesmo bairro". O director operacional da Academia declarou ainda ter presenciado uma agressão ao treinador Jorge Jesus: um dos indivíduos do grupo agrediu Jesus com um murro na cabeça/face.
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