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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Considerações de Carlos Xavier, antigo capitão do Sporting, em entrevista a Record, sobre a ausência de João Palhinha e as possíveis opções ao dispor de Rúben Amorim:
"Rúben Amorim já o afirmou: não joga o Palhinha, jogará outro, que estará ao nível que se exige. As caraterísticas do João Palhinha poucos têm, neste momento encaixava em qualquer equipa de 'top' europeia, consequentemente, o Sporting não ficará tão forte defensivamente, mas ainda tem outras armas. O Rúben até pode mudar qualquer coisa no sistema e reforçar o meio-campo, mas por norma é muito fiel às suas ideias e quer ter sempre três jogadores na frente.
O Ugarte é mais Palhinha, é capaz de se assemelhar mais. É um jogador de recuperação de bolas, se bem que também consegue jogar e é forte tecnicamente. O Bragança é mais técnico, de controle de bola, faz jogar os colegas. É um jogador de último passe. Tem a vantagem de, se recuperar a bola, conseguir jogar rápido na frente, o que pode apanhar o Benfica em contrapé. Acredito que o Amorim quererá um jogador com as caraterísticas do Palhinha, por isso o Ugarte pode levar vantagem.
Matheus Nunes está muito mais forte tácticamente do que na última época. Transporta a bola e faz desequilíbrios, mas também recupera atrás. Pode vir a despontar ainda mais.
Mas...
Pela forma como eles têm vindo a jogar nos últimos dois anos, aposto sempre de caras no Sporting!".
Esta entrevista teve lugar há dois ou três dias, salvo erro, e nessa altura Carlos Xavier ainda não tinha conhecimento da provável ausência de Sebastián Coates. Não sei se este novo factor influenciaria a opinião do antigo capitão.
NOTA: À hora da publicação deste post, os diários desportivos já sairam e não reportam qualquer novidade sobre a situação de Coates, desconhecendo, ainda, os resultados dos testes PCR da equipa do Sporting.
No entanto, e sem ser surpresa alguma, a CMTV já revela que todos os jogadores do Benfica testaram negativo.
Ainda há quem (não) acredita em milagres!?!
John Toshack treinou o Sporting em 1984-85 quando Carlos Xavier e Oceano faziam parte do plantel. Em 1991, depois de se ter sagrado campeão espanhol pelo Real Madrid em 1990, o treinador galês regressou à Real Sociedad e os seus primeiros pedidos de reforços foram os dois jogadores leoninos. Assinaram por três temporadas, sendo a primeira vez que dois portugueses jogaram juntos numa equipa estrangeira.
Ambos conseguiram grande destaque no clube basco. Oceano chegou a ser capitão de equipa e faz parte da história dos “donostiarras” por ter marcado o último golo no mítico Estádio de Atocha frente ao Tenerife, em 13 de Junho de 1993. Em 1992 recebeu o prémio do Don Balón, como um dos melhores jogadores daquele ano numa votação feita pelos treinadores. No final da segunda época, o Barcelona pretendeu contratá-lo para o “Dream Team” de Cruijff, chegou a assinar um contrato com cláusula de confidencialidade, mas a Real Sociedad não permitiu a saída. Carlos Xavier também deu nas vistas jogando como número 10, um lugar adequado à sua qualidade técnica e visão de jogo.
Oceano e Carlos Xavier regressaram ao Sporting treinado por Carlos Queirós no Verão de 1994. O primeiro tinha 31 anos e o segundo 32 anos, e possuíam a experiência e o currículo certo para equilibrar a juventude de Figo, Peixe, Sá Pinto, Costinha, Nelson, Capucho e Nuno Valente com a maturidade de Balakov, Marco Aurélio, Naybet, Vujacic, Valckx, Iordanov e Juskowiak. O regresso dos dois jogadores foi bem-sucedido e, nomeadamente, alinharam nos jogos da conquista da Taça de Portugal, em 1994-95, e da Supertaça, em 1995-96. Oceano ainda voltou a ser o capitão de equipa durante quatro épocas.
Carlos Xavier, antigo capitão do Sporting CP, em entrevista à Agência Lusa, teceu algumas considerações sobre a final da Taça de Portugal entre Sporting e FC Porto:
O pensamento óbvio das duas equipas é ganhar, mas o FC Porto, por não ter ganho o campeonato, sentirá que tem mais obrigação de vencer.
Neste momento, vejo um Sporting mais confiante e ambicioso, a medir forças com um FC Porto mais cansado.
O factor psicológico pode pesar um pouco no caso do FC Porto, sobretudo se as coisas não correrem bem. Já o Sporting, está com o moral mais em cima, já ganhou a Taça da Liga e sabe que, depois do que viveu há um ano, esta seria uma vitória importantíssima.
Apoio a tomada de posição do presidente Frederico Varandas, ao pedir "um árbitro com coragem". O ideal era um árbitro inglês, que não conhecesse ninguém. O que se passou no Dragão, há uma semana, foi incrível. O apelo de Frederico Varandas é justificado.
Acredito que este pode ser novamente o ano do Sporting".
Benfica 1 Sporting 2 - Abril 1986
Carlos Xavier: "Um dérbi é sempre um jogo de resultado imprevisível, que é vivido com um estado de espírito diferente. Neste caso, o Benfica sabe que não pode perder, depois de ter ficado de fora das outras competições todas, enquanto o Sporting entra mais tranquilo. Mas, seja qual for a posição da equipa, há sempre aquele gosto de ganhar ao rival".
Benfica 1 Sporting 2 - Abril 1986
Carlos Xavier: "Um dérbi é sempre um jogo de resultado imprevisível, que é vivido com um estado de espírito diferente. Neste caso, o Benfica sabe que não pode perder, depois de ter ficado de fora das outras competições todas, enquanto o Sporting entra mais tranquilo. Mas, seja qual for a posição da equipa, há sempre aquele gosto de ganhar ao rival".
O antigo «capitão» do Sporting, Carlos Xavier, adianta algumas considerações sobre o momento que a equipa atravessa, assim como sobre o ansiosamente esperado embate entre rivais no dia 3 de Janeiro:
"O Sporting está no caminho certo. Têm de jogar sempre com esta atitude e esta vontade (jogo com o União da Madeira), se quiserem conquistar algum título. Os jogadores estão com muita vontade de ganhar alguma coisa e que passa obviamente pelo campeonato... O Sporting transpira futebol.
Já trabalham com o treinador há algum tempo, que é suficiente para sentirem as ideias do técnico e as maneiras de jogar. E nota-se realmente que o Sporting tem uma equipa que flui e transpira futebol. Acho que deve manter a sua base no mercado de Inverno.
O dérbi é um jogo capital para as ambições das equipas. Para o Benfica tem uma importância maior, por estar fora de praticamente todas as competições. O Sporting, no momento que atravessa, tem equipa suficiente para chegar à Luz e ganhar".
Foi uma boa intervenção (discurso de Bruno de Carvalho) porque o que se passou foi inadmissível. Quando se ganha, quando se perde, não há que apontar o dedo a nenhum. É o grupo e nele estão todos envolvidos, o plantel, a direcção também. Claro, que quem joga são os jogadores e quem os põe a jogar é o treinador, por isso, a responsabilidade é um pouco mais deles do que dos outros.
Vai ser uma época chave para Jorge Jesus. Foram dois anos já, o passado muito bom e este que corre medíocre. Para o que vem é para ganhar alguma coisa, com certeza. Estou a falar do campeonato. O Sporting não pode continuar com uma seca de títulos como já teve no passado e da qual está a voltar a aproximar-se.
Têm de vir jogadores com capacidade de ajudar, que façam a diferença. Porque na equipa B temos muitos e bons, que fazem provavelmente melhor do que os que vieram este ano.»
Carlos Xavier, antigo capitão do Sporting, em declarações à Rádio Renancença.
Sem ser surpresa alguma, o "derby" de Lisboa mexe com todos que acompanham o futebol português, especialmente numa altura em que ambos vêm de derrotas na Liga dos Campeões e disputam a liderança no Campeonato Nacional.
Eis três antigos jogadores do Sporting, Benfica e FC Porto, com perspectivas distintas sobre a partida de domingo:
Carlos Xavier - Sporting
«Não acredito que o Sporting entre sobre brasas no derby. Penso ao contrário. Alguém vai ter de pagar a despesa, e que seja o Benfica. Este jogo surge na melhor altura porque, depois da eliminação europeia, os jogadores vão dar tudo para colocar o Sporting na liderança do campeonato.
Este projecto, que junta Bruno de Carvalho e Jorge Jesus, vai para dois anos e o Sporting não conseguiu conquistar o título. O espírito e a confiança dos adeptos não são os mesmos e um eventual fracasso pode complicar-lhes a vida».
Rui Águas - Benfica
«Esta participação europeia do Sporting é realmente um fracasso, com uma eliminação mais do que inesperada. Se a juntarmos a um fracasso com um rival, e que iria repor a diferença pontual anterior entre os dois, é uma digestão problemática.
Esta não foi uma jornada feliz para as duas equipas de Lisboa. O Sporting é o mais penalizado, porque acabou fora da Europa e joga fora de casa. Juntando essas realidades à vantagem do Benfica, o Sporting está numa posição menos privilegiada. Reconheço um ligeiro favoritismo ao Benfica, pela jornada europeia, pela situação pontual e por uma maior regularidade exibicional e pontual, mas é um jogo que se ganha ou perde por pouca coisa».
Jaime Magalhães - FC Porto
«Espero que o FC Porto possa ser o maior beneficiado do duelo em Lisboa, mas, em primeiro lugar, o FC Porto tem de ganhar o seu jogo com o Feirense. Depois, esperar que as duas equipas não vençam. O empate seria bom para o FC Porto, porque, assim, com a sua vitória e o empate das outras equipas, vai buscar dois pontos a cada uma. E isso já era muito bom.
As duas equipas vêm feridas no seu orgulho com derrotas nestes últimos jogos. O Sporting nem vai à Liga Europa e o Benfica acabou por passar com mérito próprio. Neste prisma, e do meu ponto de vista, o Benfica parte como favorito. O Sporting está mais ferido do que o Benfica, mas continua a ser forte. Tem feito excelentes jogos, mas quando a bola não entra há sempre grandes dificuldades. Todos os jogos que têm feito têm demonstrado ter uma grande equipa».
«O que aconteceu em Guimarães é impensável para uma equipa que é candidata ao título. O Adrien e William são pedras basilares da equipa, são os dois jogadores que comandam a estratégia defensiva e ofensiva da equipa. Mas, num plantel com qualidade, a equipa não pode depender de um jogador ou dois. O Adrien é a voz de comando da equipa, sem ele, é totalmente diferente, para pior. Os reforços estão a demorar tempo para se ambientarem e, em Guimarães, houve uma desconcentração total, um relaxamento total que não pode acontecer numa equipa que quer ser campeã.
Estou preocupado pela forma como o Sporting tem perdido pontos. Em Guimarães, os jogos são sempre difíceis, mas, a ganhar por 3-0, o Sporting não podia empatar o jogo. Uma oportunidade excelente para ganhar e sofreu três golos, tal como já tinha acontecido em Vila do Conde, com o Rio Ave. Algo está mal e penso que tem a ver com as constantes mexidas na defesa. E depois, porque há um jogador que não tem capacidade para o jogar no Sporting, o Zeegelaar. Faz faltas constantemente, não faz um corte nem consegue uma antecipação».
Carlos Xavier
Como já aqui referimos, será excessivamente simplista apontar o dedo à defesa, quando nós bem sabemos que uma equipa defende em bloco e não apenas com os jogadores mais recuados no terreno.
Carlos Xavier sublinha o que está à vista sobre Marvin Zeegelaar, muito embora Schelotto também não satisfaça ao nível que é desejado e necessário, mas isto não obstante, insisto na tese que algo não resulta com o sistema defensivo que Jorge Jesus tem montado esta época e que este será a real causa do excesso de golos sofridos.
Salvo erro, há onze anos (2005/06) que o Sporting não sofria 9 golos à sétima jornada, e parece que tudo começou com o desaire em Madrid. Nos últimos cinco jogos, são 10 os tentos sofridos no total, todos registados nos últimos 20 minutos das partidas - 6 deles surgiram nos derradeiros 5 minutos - o que espelha as dificuldades evidenciadas para segurar resultados.
Instado a comentar a posição do Sporting de momento na tabela classificativa, tanto quanto ao «derby» da próxima jornada como no que diz respeito ao campeonato, em si, Carlos Xavier adiantou uma observação curiosa... ou talvez não:
«Como diz um amigo meu, tenho mais medo do FC Porto a quatro pontos do que do Benfica a um. É sempre uma equipa a temer, de um momento para o outro consegue recuperar pontos. Ficou evidente na Luz, poucos previam que o FC Porto iria ganhar ao Benfica e conseguiu-o.
O Sporting ainda tem de ir ao Dragão e a Braga, chegar a esses jogos com uma vantagem descansada seria o ideal.»
Que seria um cenário ideal chegar ao jogo com o FC Porto e ao último da época, com o SC Braga, com alguma margem de conforto, é por de mais evidente, mas parece-me discutível que a equipa portista nesta altura seja mais temível do que o Benfica, uma vez que os "encarnados" têm vindo a dar indicações de terem atingido um bom nível de estabilidade competitiva, enquanto o FC Porto ainda se encontra num processo de adaptação à mudança de treinadores e tem sido pouco convincente em campo.
«Depoir de conhecer as opções de Jorge Jesus, já estava a contar com um resultado negativo e agora até admito a hipótese de ele vir a optar por uma equipa secundária para o jogo da segunda mão, mas é um grande risco.
Temos plantel com jogadores com categoria suficiente para poder fazer frente em todas as competições, mas não é essa a opinião de quem está no comando. Não sei quais são os propósitos ou intenções, mas desde o início foi assumido que o Sporting ia só lutar pelo título.
Preferia que o Sporting lutasse em todas as frentes e não optar só por uma, sob pena de a temporada ser um rotundo fracasso, caso a estratégia de Jorge Jesus não surta o efeito desejado. Se o Sporting não conseguir ser campeão é uma época perdida, mas acredito que será campeão. Está focado no campeonato e tem plantel para isso. Não pode é perder pontos com as equipas pequenas como tem perdido.
A contestação dos adeptos a Gutiérrez é natural. É um jogador que está mal fisicamente e que não rende quando não joga com outro ponta de lança ao lado dele.»
O parecer de Carlos Xavier, antigo «capitão» do Sporting. Nem todos pensam da mesma maneira, preza-me verificar.
«Depois do último jogo em que a equipa teve de recuperar de uma desvantagem em casa, nota-se que está em crescendo e a melhorar os seus níveis de agressividade. O Sporting vai à Luz com o moral em cima. Em termos de desgaste físico o Benfica poderá apresentar-se em piores condições, devido ao jogo de hoje com o Olympiakos. Mas nestes derbies o cansaço é superado pela motivação.
Sabemos que o resultado que o Benfica trouxer de Antenas poderá pesar na atitude da equipa no próximo sábado. O Sporting sabe que vai ser difícil mas não pode actuar com receio. Não há vencedores antecipados.»
«A mim agrada-me que joguem os melhores jogadores. Que estejam concentrados e não cometam erros como frente ao FC Porto. Naquela posição (central) tenho preferência pelo Dier, gosto mais da sua maneira de actuar do que a do Maurício.»
- Carlos Xavier -
Observação: Declarações do antigo jogador leonino aos microfones da Antena 1. Considerações significativamente lógicas e sensatas quanto ao embate de sábado, no Estádio da Luz, a contar para a 4.ª eliminatória da Taça de Portugal. Apesar do jogo de hoje do Benfica, não considero que desgaste físico venha a ser um factor no jogo seguinte, dado a profundidade do plantel encarnado. Como Carlos Xavier diz, e bem, o resultado será o que mais poderá "pesar" na atitude da equipa benfiquista.
Identifico-me perfeitamente quanto à sua preferência por Eric Dier sobre Maurício. Tal como ele, considero o jovem inglês o melhor jogador entre os dois, não obstante a meritória voluntariedade do central brasileiro desde que chegou ao Sporting e o menor nível de forma do primeiro em tempos mais recentes. É verdade que Dier se lesionou durante a pré-época, mas já passaram cerca de quatro meses, negando essa disposição como factor. Foi convocado para todos os jogos oficiais do Sporting, salvo o jogo da Taça contra o Alba. Na primeira jornada, frente ao Arouca, não entrou em campo; jogou 5 minutos contra a Académica e 33 contra o Benfica; pela lesão de Marcos Rojo foi totalista nos dois jogos frente ao Olhanense e Rio Ave - não estando muito bem neste último - vieram de seguida o SC Braga e o Vitória de Setúbal em que o Eric não saiu do banco: não foi convocado contra o Alba e não chegou a entrar em campo no Dragão; por fim, voltou a ser titular neste último jogo contra o Marítimo. Depois de estar mais de um mês sem jogar pela equipa principal, alinhou os 90 minutos em dois jogos da equipa B, contra o Sp. da Covilhã, no dia 23 de Outubro, e o Académico de Viseu no dia 28 de Outubro.
Não se tem verificado o mesmo entusiasmo, a mesma atitude agressiva do jovem jogador que já demonstrou ser um excelente profissional e, até provas em contrário, não considero desajustado concluir que esta disposição se fica a dever a dois factores primordiais: a pressão que lhe tem sido exercida para prorrogar o seu vínculo contratual além de 2016 - situação ainda indefinida - e a sua desilusão perante a expectativa de que a titularidade na equipa principal era sua para perder. Com tudo isto, não sinto grandes dúvidas que no sábado contra o Benfica, Leonardo Jardim vai chamar Maurício novamente.
«Os jogadores sentem o apoio da Direcção e que têm um presidente atento à situação do plantel. Não acredito que se sintam pressionados pela presença de Bruno de Carvalho, pois devem aplicar-se ao máximo em todas as situações. É o jogo mais importante até ao final da época e dá alento para o resto da temporada. Só uma vitória mantem a esperança de chegar às competições europeias, caso contrário a situação fica muito complicada.»
- Carlos Xavier -
Observação: Não vejo que o problema do Sporting se centre no presidente cessante não ter andado «atento ao plantel». Além do mais, tinha pessoas em função directa com a equipa, o que não acontece com Bruno de Carvalho, por enquanto, já que Virgílio Lopes tem estado com os juniores, assim como Abel Ferreira e Inácio está onde bem sabemos. Quem mais existe na estrutura?... O acompanhamento ao perto por um presidente tem muito que se lhe diga - pró e contra - mas, desde já, não vejo de bons olhos a sua presença no balneário no início e no final dos jogos e poucos são aqueles treinadores que toleram isso. Contrário ao que Carlos Xavier afirma, este jogo com o SC Braga é importante, mas não mais do que os mais recentes que o Sporting realizou e ainda dos seis que ainda faltam para completar o calendário: Moreirense, Benfica, Nacional, Paços de Ferreira, Olhanense e Beira-Mar. Todos são de igual importância pelos pontos em disputa, sendo verdade que com cada vitória alcançada, a confiança competitiva da equipa aumenta. Se se conseguir derrotar o SC Braga, é um passo importante em frente, mas será negado se não se vencer os outros.
«A fraca qualidade de alguns jogadores é notória. A equipa não consegue construir ocasiões de golo e, nas poucas vezes que cria, não concretiza. A falta de confiança é gritante e a qualidade não é a melhor. Não há jogadores que sintam a camisola do Sporting. Não há mística, estão ali a passar o tempo. É estranho o que se está a passar no Sporting, mas é tudo fruto do mau planeamento da época.»
- Carlos Xavier -
Observação: É por de mais óbvio que concordo com a sua opinião sobre o «mau planeamento da época», já que desde a pré-época que venho a insistir nesse ponto, da responsabilidade de Sá Pinto, Duque e Freitas, sobretudo do treinador. Quanto ao resto da sua análise, esperava um pouco mais de profundidade, considerando de quem vem. Reconhece a «gritante falta de confiança» mas logo de seguida sublinha a falta de qualidade, deixando omisso a juventude do plantel que, pela falta de confiança, sente imensa dificuldade em atingir patamares superiores. Evoca «sentir a camisola», consideração inerente aos seus tempos e à sua geração, mas inexistente no futebol moderno, onde o mais que se pode esperar e exigir é brilho e profissionalismo. Compreendo a sua referência a «mística» mas esta não existe em nenhum dos grandes em Portugal. Há sentido de organização e liderança de estrutura - o caso do FC Porto - e o mais elevado rigor de conduta, dentro e fora do relvado, mas não mística.
Até concordarei que este Sporting, em situação estável, necessita de dois ou três jogadores de maturidade competitiva para injectar o extra à equipa que não se verifica agora, mas entendo que existe amplo talento no plantel actual. Estou cansado de escrever sobre a produção ofensiva e as causas da sua ineficácia, nada de novo neste contexto.
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