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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Merlim, Dieguinho e Cavinato - UEFA Champions League
Nuno Dias e Paulo Luís no primeiro treino da equipa no Cazaquistão
O Astana Arena, o segundo maior estádio do Cazaquistão, com capacidade para cerca de 31 mil espectadores, piso sintético e tecto retráctil. Considerando os 20 graus negativos locais, é evidente que o tecto estará fechado para o jogo de quinta-feira com o Sporting. Consta que a lotação está muito perto de esgotada.
O jogo é histórico para o Astana, uma vez que é a primeira vez que o clube disputa os 16 avos da Liga Europa.
Almaty Arena - Cazaquistão
O Kairat Almaty, do Cazaquistão, vai organizar a fase final da Taça UEFA de futsal, que vai decorrer entre 27 e 30 de abril, e na qual o Sporting é um dos quatro participantes.
O anúncio foi feito pelo Comité Executivo da UEFA, após a reunião de sexta-feira em Nyon, e tornou o clube cazaque no único a organizar por duas vezes uma fase final da prova, depois de já o ter feito em 2011, edição em que o Sporting perdeu a final por 5-2 com os italianos do Montesilvano.
Ao contrário dessa fase final, que decorreu no Palácio dos Desportos de Baluan Sholak, em Almaty, será na recém-inaugurada Almaty Arena, com capacidade para 12 mil pessoas, que vão decorrer os quatro jogos.
Para além do Kairat e do Sporting vão também estar presentes o detentor do troféu europeu, o Ugra Yugorsk, da Rússia, bem como o por três vezes campeão Inter Movistar, onde alinha o português Ricardinho.
Desde que o novo formato foi introduzido, em 2006/07, as cidades anfitriãs foram Múrcia (Espanha), Moscovo (Rússia), Ekaterinburgo (Rússia), Lisboa (Portugal, duas vezes), Almaty (Cazaquistão), Lleida (Espanha), Tbilisi (Geórgia), Baku (Azerbaijão) e Guadalajara (Espanha).
Fundamentar uma opinião acerca de um assunto, baseando a autenticidade de tais factos, perante informações disponibilizadas apenas por órgãos ou meios sociais, sem a devida investigação do seu conteúdo, pode assumir-se como erro constrangedor à realidade dos factos, quando os mesmos carecem de conhecimentos aprofundados à causa.
A equipa FC Kairat Almaty, do Cazaquistão, venceu em Lisboa a sua segunda taça UEFA de Futsal, batendo na ocasião o Barcelona em 2015. Se me recordo, em 2011 vencemos esta equipa, garantindo lugar na final que viríamos a perder com o Montesilvano.
As relações de cortesia existentes entre direcções dos clubes desportivos, são de salutar. O desporto para além da componente competitiva intrínseca, serve para aproximação dos povos, pessoas e diferentes culturas. Porém, nem sempre tal conciliação será desejável. A dimensão internacional do Sporting, que envolvida no seu ecletismo, também lhe “obriga” à condição de fair-play, não podendo de igual modo ser manchada ou mesmo conectada com organizações, instituições ou países cujos seus interesses questionáveis, não sejam compatíveis aos princípios de um clube sério.
A República do Cazaquistão sempre desejou apresentar-se ao mundo como uma ligação entre as duas maiores super-potências globais: os Estados Unidos e a Rússia. Um país membro das Nações Unidas, membro OSCE, membro EAPC, membro CIS, membro SCO, que procura dar a conhecer ao mundo uma virtude pouco identificada por quase todos os países desenvolvidos. Conforme terá sido referido no anterior texto, convêm relembrar que não se trata de um país democrático, mas sim uma ditadura, desde 1991.
Pelos vistos, o Sporting não pensa do mesmo modo.
Vejamos então o caso sobre um diferente prisma. Em 2005, o instituto internacional World Bank considerou o Cazaquistão, a par de países como a Líbia, Angola e Paquistão, como um dos países mais corruptos do mundo. Se pretendermos uma abordagem mais recente, podemos pesquisar os rankings do World Economic Forum. Outro problema, bem grave, é a péssima imagem que contribui juntos dos restantes países asiáticos, nomeadamente pela produção e distribuição de narcotráfico internacional, sendo mesmo, após a queda da União Soviética, o maior transitário do ilegal produto pelo continente.
A instituição alemã Transparency Internacional, numa escala de 0 a 10, atribui a nota 2,2 como indicador de que este se trata de um país altamente evitável no que respeita tanto a relações internacionais ou mesmo troca de interesses comerciais e institucionais. Os cerca de 7000 km de distância serão suficientes para que o mundo, as marcas e as instituições com quem o Sporting lida, possam fechar os olhos sobre o assunto. Que péssima imagem o Sporting Clube de Portugal passa ao mundo nesta correlação de interesses… comuns?
Isto é o que o nosso clube tem a dizer sobre o assunto:
“O Sporting é um clube de dimensão mundial e tem de ter parceiros, expandindo a sua marca aos quatro cantos do Mundo”.
Sim, correcto. Mas no Cazaquistão?
A ingenuidade, ou a irresponsável ignorância, ao que parece, assolou o Sporting. Não será de admirar, entre outros exemplos, a falta de soluções de patrocínio de camisolas no início de temporada. Ou a falta de investidores.
A República do Cazaquistão é o nono maior país do planeta. Embora considerado o 61º país mais populoso do mundo, com cerca de 17 milhões de habitantes, a sua densidade populacional cifra-se por meros seis habitantes por km2. Governado pelo regime ditatorial de Nursultan Nazarbaev desde Dezembro de 91, até aos dias de hoje, tornou-se num país reconhecido negativamente pela comunidade internacional, na observação de constantes perseguições a qualquer tipo de oposição política.
Não obstante, a incomum diversidade cultural desta nação torna-a um exemplo de estudo: mais de 130 diferentes etnias, em que o islamismo assume-se como a religião dominante, abrangindo 70% de toda a população, quedando-se o cristianismo assumido por 26% dos seus habitantes.
Embora distante da Europa e longe do conhecimento público dos países desenvolvidos, o Cazaquistão apresenta um próspero nível económico, essencialmente fundamentado pela exploração dos recursos naturais como o petróleo. Tal condição permitiu este país tornar-se na maior e mais forte economia de toda a Ásia Central, onde se incluem as seguintes nações: Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão e o Uzbequistão.
NOTA: Se não entendeu a razão do título, irá compreender no próximo Post.
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