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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Bastou as reclamações públicas de dois dos personagens mais credíveis da sociedade e do futebol português - João Gabriel e Pedro Guerra - para a Comissão de Instrução e Inquéritos (CII) da Liga abrir um inquérito disciplinar ao já chamado "jogo da mala", a expressão utilizada para designar os alegados pagamentos de incentivos a algumas equipas para vencerem adversários que estão na luta pelo título.
E para acentuar a credibilidade da circunstância, a informação está a ser divulgada pelo muito "encarnado" Correio da Manhã. Em suma, estão reunidas as condições e os respectivos ingredientes para mais uma novela "Made in Portugal".
A primeira referência surgiu no último domingo, quando João Gabriel, palrador oficial do Benfica, escreveu no Twitter "O jogo da mala segue para a Madeira", numa alusão a alegados incentivos extra ao Marítimo para travar os "encarnados".
No dia seguinte, foi a vez de Pedro Guerra, director da BTV e paineleiro da TVI, a garantir que o V. Guimarães tinha um prémio de 350 mil euros para não perder na Luz.
Esta prática é proibida pelo regulamento disciplinar, que prevê multas entre os 12.750 e os 25.500 euros aos clubes prevaricadores. Os dirigentes que sejam condenados por esta infracção, são suspensos de três meses a um ano. Os jogadores que aceitem essas recompensas, têm uma multa de 2.550 a 12.750 euros.
A Comissão de Instrução e Inquéritos (CII) da Liga decidiu arquivar os inquéritos relativos às denúncias do Sporting sobre as ofertas do Benfica aos árbitros. Eis o teor da decisão:
Infelizmente o Futebol Português parece continuar a querer ser reconhecido na Europa como um excelente formador de talentos, uma nação com Clubes de dimensão europeia mas um dos países com piores práticas de futebol.
O Sporting Clube de Portugal irá recorrer da decisão hoje conhecida e não serão estas tomadas de decisão, que prejudicam gravemente o futebol, que irão demover o nosso Clube, em todas as instâncias necessárias, para a penalização de quem comete actos como os ora mencionados (relembramos que se trata da oferta de 1120 jantares por época a árbitros, delegados e observadores) e para a modernização, credibilização e dignificação do Futebol que, decisões como esta ou a criação de conceitos inexistentes como o de “dolo sem intenção”, não permitem.»
Dando seguimento ao nosso post desta manhã, em que referimos a Assembleia Geral Extraordinária da Liga de Clubes a realizar esta quarta-feira, é agora do conhecimento público que os os 16 clubes da I Liga e seis da II Liga que estiveram representados, aprovaram a continuidade da Comissão de Instrução e Inquéritos e mandataram a Direcção liderada por Pedro Proença para nomear o novo presidente da Comissão.
José Mendes, presidente da Assembleia Geral da Liga, explicou que foi hoje decidido "mandatar a Direção da Liga no sentido de escolher um novo nome ou não" para presidir à Comissão, acrescentando que "se não houver unanimidade na escolha de um novo nome, mantém-se a pessoa que actualmente preside à Comissão de Instrução e Inquéritos, a jurista Cláudia Santos."
Salvo alguma dúvida sobre a continuidade de Cláudia Santos a liderar o organismo, precisamente o que era esperado acontecer nesta Assembleia Geral, muito embora seja lógico depreender que foi um tema muito debatido, dado que os membros da Liga presentes estiveram reunidos mais de seis horas.
Neste momento, não existem indicações sobre a participação dos presidentes dos três "grandes".
Na Assembleia Geral extraordinária da Liga que se realiza esta quarta-feira, é esperado que Sporting e Benfica votem contra a extinção da Comissão de Instrução e Inquéritos (CII), questão há muito tempo colocada na agenda pelo FC Porto, assim como contra o afastamento da actual presidente da CII, Cláudia Santos.
A CII - um dos poucos órgãos considerados verdadeiramente independentes da vontade dos clubes - só poderá ser extinta no decorrer da época se reunir a unanimidade dos votos dos sócios, o que não será permitido, espera-se, pelos dois rivais de Lisboa.
Qual é o objectivo do FC Porto ?... Tão simples como transparente: com a extinção do CII, os seus poderes passam para o novo Conselho Jurisdicional da Liga, liderado por Américo Esteves, próximo do FC Porto, ou para o Conselho de Disciplina da FPF, presidido por Herculano Lima, que também é próximo do clube do Norte, tal como Santos Guerra, líder do Conselho de Justiça.
A motivação do FC Porto é assente no número de decisões da CII em que o clube foi condenado com penas que depois foram atenuadas pelo Conselho de Disciplina ou pelo Conselho de Justiça. Um desses casos foi o atraso na Taça da Liga, em 2013/14 (jogo contra o Marítimo). A CII determinou que os portistas agiram "dolosamente e com intenção de causar prejuízos a terceiros" - Sporting, que jogava à mesma hora - e aplicou a pena de derrota, pelo que o Sporting continuaria na competição. O FC Porto recorreu para o CD, que alterou a pena de derrota para multa de 383 euros. O Sporting recorreu para o CJ, que manteve a sanção do CD frisou que tinha havido "dolo" no atraso da partida, mas sem intencionalidade.
Dois outros exemplos:
- Na época de 2012/13, a CII condenou o FC Porto com derrota e subtracção de pontos por ter utilizado três jogadores numa partida da Taça da Liga menos de 72 horas depois de terem jogado na equipa B. O CD da Federação absolveu o clube.
- Em 2013/14, o FC Porto foi condenado pela CII com a interdição do Dragão (1 a 3 jogos) por desrespeito a uma ordem da PSP. O Conselho de Disciplina da FPF revogou a pena e apenas multou um director portista em 170 euros.
Assim funcionam os corredores do poder do futebol português e não é a gritar às quatro paredes nem a dar entrevistas 24/7 que esta situação maligna vai ser rectificada. Neste caso concreto da Assembleia Geral de hoje, a união de votos do Sporting e Benfica é decisiva.
A acreditar no que está a ser noticiado hoje, a Comissão de Instrução e Inquéritos da Liga (CII) decidiu abrir um processo de inquérito, na sequência da denúncia de Bruno de Carvalho em relação a uma alegada abordagem do Benfica no sentido de conciliar interesses desportivos entre os dois clubes.
Depreende-se, portanto, que o presidente do Sporting poderá ser chamado a comprovar a substância dessa abordagem que ele divulgou publicamente, através da sua página de Facebook.
Poderá não ser, necessariamente, uma nova frente de guerra - com tantas em curso é difícil manter conta - mas sim mais uma etapa associada ao corte de relações institucionais com o clube da Luz.
Num outro milieu, que não o futebol português, até seria um processo lógico e exigível, mas tendo em consideração o muito do que sucede cá em "casa", não deixa de ser curioso o que é que a CII pretende apurar com este inquérito e, mais intrigrante ainda, as consequências das suas eventuais conclusões.
Não me surpreendeu, minimamente, que a Liga viesse a público responder às declarações de Bruno de Carvalho, durante a Gala Stromp, que teve lugar ontem à noite. Isto, porque pensei precisamente o mesmo ao ler as referidas declarações, em que o principal escopo da crítica do presidente do Sporting é o Executivo da Liga e, muito em especial, o seu presidente, Luís Duque, que nada têm a ver directamente com a esfera de actividade e autoridade da Comissão de Instrução e Inquéritos, que tem uma função independente.
O comunicado da Liga acentua precisamente esta premissa. Conforme já aqui escrevi, a decisão da CII é criticável, por razões várias, mas aproveitar o ensejo, como Bruno de Carvalho fez, para atacar Luís Duque, não é minimamente produtivo nem benéfico para o Sporting. Acaba por ser apenas mais uma das muitas frentes de guerra instigadas pelo líder leonino.
Era preferível que Bruno de Carvalho dirigisse a sua contestação à CII e, porventura, para permitir uma melhor compreensão do relevante processo, explicasse em mais detalhe a substância da queixa que foi apresentada pelo Sporting e que a CII entendeu arquivar, por alegada falta de provas.
Sem ser surpresa alguma, a Comissão de Instrução e Inquéritos das Competições Profissionais de Futebol (CII) surgiu com a "música" já repetida vezes sem conta a "defender" a verdade desportiva que existe no futebol português, decidindo arquivar a participação apresentada pelo Sporting, pela não utilização de Kléber, por parte do Estoril, quando defrontou o FC Porto.
«A CII recebeu a 12 de Setembro de 2014 a participação do Sporting Clube de Portugal - Futebol SAD por factos atinentes à não utilização do jogador Kléber Laube Pinheiro no jogo disputado a 11 de Setembro de 2014, entre a Estoril Praia - Futebol SAD e a Futebol Clube do Porto, Futebol SAD. Foi feito registo da participação e a mesma foi arquivada por inexistência, neste momento, de indícios de qualquer ilícito disciplinar.»
Imagine agora o leitor que "lado do disco vai tocar" caso o Sporting tenha participado ou vá participar a não utilização de Miguel Rosa e Deyverson, por parte do Belenenses, diante o Benfica.
Não imagino qual seja a solução para este estado das coisas, salvo desarraigar o sistema moralmente (se for só isso) corrupto, que domina o futebol português. A questão que fica no ar é como conseguir tão monumental empreendimento e quem o vai fazer ?
A comunicação social desportiva portuguesa surge nesta tarde de domingo a alimentar a hipótese de poder haver um processo aberto por parte da Comissão de Instrução e Inquéritos (CII) da LFPF para a averiguação da causa que levou a equipa do FC Porto a apresentar-se em campo atrasada para o embate com o Marítimo no Dragão.
Segundo uma "fonte oficial da LFPF", no caso de ter havido intenção deliberada por parte da equipa portista de atrasar o jogo, os dragões podem vir a ser punidos com a derrota no jogo e consequente perda de pontos. No caso de se determinar que não houve dolo, a punição a aplicar pode ser apenas uma multa.
Pela mesma "fonte" foi divulgado que a equipa da Madeira "chegou ao campo à hora combinada", ao contrário da equipa nortenha: "Os delegados foram buscar a equipa que estava atrasada e esse atraso pode configurar uma das situações: ou se trata de um caso sem dolo ou houve uma intenção deliberada".
A Comissão de Instrução e Inquéritos, criada em 2012, funciona no seio da LFPF, de forma independente e autónoma, com competências para instaurar processos disciplinares ou de inquérito, dirigir os mesmos, deduzir arquivamento ou acusações e, neste último caso, sustentá-las perante o órgão decisório disciplinar, ou seja, o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol.
Recorde-se que o FC Porto empatou o jogo com o Marítmo aos 85', através de Carlos e Eduardo, e avançou no marcador pela grande penalidade executada por Josué aos 90+4', o golo que valeu o apuramento à equipa portista, sobre o Sporting, para as meias-finais da Taça da Liga frente ao Benfica.
Curiosamente, ou não, em parte alguma que eu tenha verificado, é apontado os exactos minutos de atraso do começo do jogo no Dragão, havendo referência a apenas a "alguns minutos". Por tudo quanto é possível apurar, terão sido 4 ou 5 minutos. Há quem argumente que esse atraso poderia ter sido recuperado ao intervalo, mas isso implicaria punir a equipa do Marítimo que não tem nota de culpa no incidente. Por outro lado, também poderá ser argumentado que houve alguma ingenuidade ou inexperiência do Sporting porque, partindo do princípio que tinham pessoas responsáveis a acompanhar o jogo no Dragão, poderiam ter atrasado, por alguns minutos, o seu regresso ao relvado após o intervalo.
Ainda segundo a Agência Lusa, que contactou o Sporting para saber se o Clube iria apresentar um protesto formal sobre o atraso do outro jogo, uma fonte oficial remeteu-se apenas para as declarações de sábado do presidente.
Considerando o todo da contenda e os cenários laterais associados ao futebol português, vou esperar por qualquer decisão... sentado !
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