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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O Sporting Clube de Portugal informa que celebrou hoje (ontem) protocolos com dois Grupos Organizados de Adeptos (GOA): Juventude Leonina e Brigada Ultras Sporting.
O protocolo regula o relacionamento entre o SCP, a SCP SAD e os GOA durante a época desportiva de 2022/2023, estabelecendo os termos e as condições da concessão de apoios técnicos, financeiros e materiais aos referidos GOA. Em conformidade com o que está estipulado na Lei n.º 39/2009, o protocolo vincula a permanência dos GOA nas Zonas com Condições Especiais de Acesso e Permanência de Adeptos (ZCEAP).
Os GOA obrigam-se a desenvolver a sua actividade e a apoiar as equipas e os atletas do SCP e da SCP SAD em conformidade com os Estatutos e os Regulamentos do SCP, a Lei n.º 39/2009 e a demais legislação nacional e internacional sobre a violência associada ao desporto, bem como a regulamentação desportiva aplicável.
Os GOA assumem ainda a obrigação de promover e incentivar o espírito ético e desportivo junto dos seus membros e dos demais associados do Clube, participando nos espectáculos desportivos sem recurso a quaisquer práticas violentas, racistas, xenófobas, ofensivas ou que perturbem a ordem pública ou o curso normal, pacífico e seguro da competição e de toda a sua envolvência, nomeadamente, nas suas deslocações e nas manifestações que realizem dentro e fora de recintos.
O protocolo promove ainda a aquisição de Gamebox destinadas às ZCEAP em condições favoráveis para os membros dos GOA com a sua situação de quotização devidamente regularizada perante o Clube, em substituição do regime previsto no acordo anterior que previa a partilha das receitas das quotas de Sócios do Clube que fossem também sócios dos GOA.
O Clube e a SAD comprometem-se, por seu lado, a apoiar a deslocação dos GOA no âmbito dos jogos a serem disputados pela equipa principal de futebol profissional na qualidade de visitante, assim como na devida preparação e implementação de coreografias e ainda na disponibilização de um espaço físico para a prossecução da actividade dos GOA.
A vigência do protocolo estará sempre condicionada ao cumprimento por parte dos GOA dos deveres legal e regulamentarmente impostos.
Não há guerra contra as claques. Estas continuam a existir. Houve, de facto, um diferendo com duas claques, Juventude Leonina e Directivo XXI, que se tornaram na guarda pretoriana da anterior Direcção.
Depois de eleita a nova Direcção, foram estas claques que iniciaram uma guerra contra a mesma, como oposição organizada, visando derrubá-la. A Direcção reagiu e teve de deixar claro, que não são estas que dirigem o Sporting, como vinha acontecendo. O seu papel está definido. Compete-lhes apoiar a equipa e não apoiar ou desapoiar presidentes.
O problema é que estas duas claques deixaram de respeitar a essência do espírito, com que foram criadas. Se quiserem respeitar esse espírito, creio que a Direcção contará com elas, como com as outras.
Texto da autoria de Nação Valente
Numa página de Facebook do Sporting encontrei este comentário/pergunta de um leitor que se identificou como Tiago Alves:
"Podem explicar porque não permitiram a sócios do Sporting entrar no estádio por terem cachecóis alusivos a claques? Não estamos a falar de adeptos, estamos a falar de sócios com quotas e gameboxes pagas".
Acho esta questão intrigante, embora admita que desconheço se é factual, e se é, qual a explicação que terá sido dada pela Direcção.
Ainda referente à entrevista de Frederico Varandas à Revista E do Expresso, o presidente apontou o dedo a um problema que se arrastou ao longo dos anos e que se agravou por culpa da última Direcção:
"... Fizeram das claques a sua Guarda Pretoriana para se perpetuarem no poder. E as claques apoiavam incondicionalmente a Direcção em troca de dinheiro e tentavam calar alguém sempre que criticasse essa Direcção. Esta estratégia de dirigir o Clube, que se agravou com a ex-Direcção, além de ser uma vergonha, era sobretudo estúpida: criaram um monstro que no fim se virava sempre contra a própria Direcção. (...) Essa claque achava que mandava no Sporting: demitia direcções, treinadores e passou a invadir e agredir atletas. Custasse o que custasse, teria de acabar".
O Direcção do Sporting vai avançar com acção judicial contra a Juventude Leonina e Directivo Ultras XXI. As claques, recorde-se, não abandonaram os espaços que ocupam no Estádio José Alvalade.
Os responsáveis leoninos exigiram por duas vezes a estes grupos organizados de adeptos que abandonassem os respectivos espaços nas imediações do Estádio, mas em ambas as ocasiões receberam respostas negativas, uma vez que os dois GOAs, que não renovaram o protocolo relativo à época de 2020/21 - ao contrário da Torcida Verde e Brigada Ultras XXI - defendem que as áreas não pertecem ao Clube.
Assim, prossegue o diferendo entre as partes, e sem acordo à vista, caberá agora à Justiça a resolução do mesmo.
“Neste momento existem 25 grupos organizados de adeptos (GOA) registados, com um total de cerca de 3.000 membros registados. Se contabilizássemos os três GOA suspensos pelos seus promotores, o total de membros filiados ultrapassaria os 5.000 elementos”, explicou a Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto (APCVD).
Os GOA cujo registo se encontra oficialmente suspenso na APCVD, por “requerimento ou por indicação do promotor”, são a Juventude Leonina (Sporting), o Directivo Ultras XXI (Sporting) e a Associação de Adeptos do Desportivo das Aves – 1930 – Força avence (Desportivo das Aves).
Em Fevereiro 2019, a APCVD tinha revelado que o Sporting CP era o clube com mais elementos registados nas suas quatro claques organizadas: Juventude Leonina (1.632), Diretivo Ultras XXI (709), Torcida Verde (358) e Brigadas Ultras (238), tendo duas delas, entretanto, sido suspensas.
Na lista revelada hoje, SL Benfica, Moreirense, Portimonense e Paços de Ferreira são os clubes da I Liga de futebol que não têm qualquer grupo organizado de adeptos registado, enquanto equipas como FC Porto, Sporting, Sporting de Braga ou Vitória de Setúbal apresentam mais do que um grupo.
Existem ainda 5 GOA de clubes da II Liga e 3 de equipas que disputam o Campeonato de Portugal, equivalente ao terceiro escalão, registados.
Reportagem MadreMedia/Lusa
As claques como grupos organizados, e constituídos por jovens, têm a sua origem nos anos sessenta. O seu objectivo era apoiar as equipas, dando-lhes motivação na sua acção em campo. Agiam por amor ao clube e nada recebiam para além da satisfação de participar e receber bons resultados desportivos.
As claques evoluíram acompanhando os tempos, mas evoluíram no pior sentido. Passaram de grupos de adeptos que davam, com generosidade, o seu apoio, para grupos subsidiados, como uma espécie de animadores profissionais, que começaram a extravasar o motivo para que foram criadas. São hoje um contra-poder que se arroga a intervir na gestão do próprio clube, pressionando decisões dos dirigentes.
Enfeudadas no Sporting Clube de Portugal à Direcção que foi destituída, tornaram-se na sua guarda pretoriana. Com a queda dessa Direcção, assumiram-se como oposição aos novos dirigentes eleitos, ao ponto de irem para os jogos criticar e insultar o Presidente, à boleia de maus resultados negativos. A situação atingiu tal dimensão, que Varandas teve de agir com firmeza, tomando as medidas, impopulares, que se exigiam.
Passados meses,Varandas mantém a mesma firmeza mas está só. Os presidentes de outros clubes, que de forma clara ou até encapotada, se servem das claques, nas quais se apoiam, como um grupo que utilizam para a luta contra os adversários, assobiam para o lado. E enquanto estas não se virarem contra a sua autoridade não irão mexer uma palha. Deste lado, não pode esperar Varandas qualquer solidariedade.
O poder político foge do mundo do futebol e da sua irracionalidade como o diabo da cruz. Tem medo de meter-se com gente que se apoia em milhões de adeptos, que enquanto tal, consideram os dirigentes do seu clube, como cidadãos acima da lei, inatacáveis e dispostos a guerrear em seu nome. Deste lado, tirando umas promessas vãs de alguns governantes de segunda linha, Varandas dificilmente terá qualquer apoio.
Os vários acontecimentos de comportamento selvagem de adeptos, utilizando artefactos pirotécnicos proibidos num jogo de futebol, trouxe para a actualidade, um assunto que é transversal a todos os clubes. Esta violência gratuita não tem a ver com rivalidade, e devia preocupar a sociedade. O poder político ao mais alto nível, devia ser pressionado para agir de forma drástica. A escumalha, para usar as palavras de Varandas, não pode continuar impune a espalhar o medo pelos recintos desportivos.
Como é possível que os dirigentes desportivos vejam os seus adeptos a causar distúrbios num jogo que devia acontecer dentro das quatro linhas e não tome nenhuma medida, para além de algumas lágrimas de crocodilo? No combate a esta situação Varandas está só, mas está no bom caminho. A indústria do futebol agradece num país que se quer civilizado.
Nota: título utilizado na coluna de opinião do Director de Record.
Parece absolutamente incompreensível que o Sporting Clube de Portugal – dispondo da tecnologia necessária – não descubra, identifique e recorra aos seus seguranças e à PSP para, de imediato, expulsar e deter esses vândalos cretinos e desordeiros, responsáveis pelos distúrbios e o clima tenebroso que fomentam no estádio ou no pavilhão do nosso Clube - desafiando ostensivamente as clamorosas reacções condenatórias da generalidade do público presente.
Na realidade, só passam por não ser mais que bandos de delinquentes, perturbadores do espectáculo desportivo, criadores de um ambiente deveras intolerável, irritante, revoltante e assustador. Contribuindo fundamentalmente para o afastamento das pessoas dos estádios – causando, por conseguinte, avultados prejuízos financeiros ao Sporting.
Recorrem a cânticos insultuosos, tarjas com mensagens ofensivas e despropositadas, explosivos, chamas e destruição de cadeiras, lançamento de tochas incandescentes para o relvado e sobre os jogadores, densa fumarada intoxicante – afectando gravemente crianças, idosos, pessoas com problemas respiratórios e, obviamente, os próprios atletas em jogo (como é possível colocar dentro do estádio todo esse perigoso material? Não existe controlo algum?).
Enfim, uma autêntica e infame sabotagem ao nosso Clube promovida por essa gentalha indesejável e destrutiva, que deve ser policialmente denunciada, banida para sempre de recintos desportivos e judicialmente forçada a pagar integralmente os volumosos danos causados pelos seus actos criminosos, assim como as indemnizações e coimas impostas pelas instâncias oficiais.
Porque não adoptar o bom exemplo da Juventus? Como noticiado, na sequência de uma denuncia do clube de Cristiano Ronaldo, a polícia de Turim deteve, no passado Setembro, 40 elementos da claque mais radical da agremiação, entre os quais dez dos seus líderes, acusados de prática chantagista por ameaças, provocarem nas bancadas, durante os jogos, cenas desordeiras e violentas e de entoarem cânticos insultantes se não recebessem um número específico de privilégios, incluindo bilhetes gratuitos, que seriam, de seguida, vendidos no mercado negro…
Caros sportinguistas, o que é que este caso nos faz lembrar?
Texto da autoria de Leão da Guia
A evolução é uma constante, mas não é linear. Faz-se de avanços e recuos, de progressos e de retrocessos. Um clube de futebol sendo o mesmo que foi criado, é outro, no contexto em que se insere, no presente. O Sporting que conhecemos há cinquenta, anos ou mais, é hoje outro Sporting.
Os grupos de adeptos organizados (GOA) com o intuito de apoiar o Clube, no contexto de competição nasceram durante a presidência de João Rocha. Criados por pessoas jovens que pretendiam, em conjunto, levar alegria para o estádio e estimular a motivação dos atletas. Um princípio louvável.
Esses grupos conhecidos, como claques, já não existem, com as características com que foram organizados. Tal como o futebol, que passou de um espectáculo desportivo, no qual os jogadores inicialmente nem sequer eram totalmente profissionais, para uma indústria profissionalizada e geradora de muito dinheiro, as claques transformaram-se em grupos quase profissionalizados e financiados pelos clubes.
Esta mudança atraiu para esses grupos o oportunismo que faz parte da sociedade. Logo chegaram jovens, muito mais pelas benesses do que pela paixão clubística. Começaram a institucionalizar-se como uma forma de poder marginal, interferindo nas decisões das instituições oficiais, sem que para isso tivessem competência ou legitimidade.
No Sporting, estes notórios grupos ganharam bastante mais relevância, sobretudo durante o consulado da anterior Direcção, de quem receberam mais apoios financeiros, a troco da fidelidade a quem lhes distribuía as suas regalias.
Com a eleição da actual Direcção em 2018 e através de um novo protocolo, foram-lhes reduzidos alguns privilégios. Foi como entrar dentro de um vespeiro. A partir do momento em que os resultados do futebol começaram a ser negativos, voltaram-se contra quem lhes tinha retirado poder.
A declaração de guerra aos órgãos eleitos, tomou proporções inimagináveis. Convencidos que através deste caminho a derrubariam, não olharam a meios para o conseguir. Saiu-lhes o tiro pela culatra. A Direcção, após ter lidado com a situação com punhos de renda, percebeu com o que estava a lidar e não hesitou em tomar decisões drásticas.
A Direcção assumiu essa luta sem tibiezas. E houve (e há) quem dissesse que era uma boa oportunidade para se olhar com total realismo, para a influência negativa desses grupos, de uma forma geral. Mas quem pensava que outros grandes clubes apoiariam essa luta enganou-se redondamente.
As direcções tanto do Benfica como do FC Porto assobiaram para o lado. As suas claques estão controladas e, neste momento, ao serviço, dos seus dirigentes. Não sei se têm essa consciência, mas fizeram mal. Embora controlados, estes grupos, são como uma bomba que num momento adequado podem rebentar-lhes nas mãos.
O Sporting, neste âmbito está sozinho. Mas ainda havia a esperança que o poder político aproveitasse a situação para intervir, como lhe compete. Quem está atento à realidade que nos rodeia sabia que os políticos nem assobiariam para lado nenhum. Ficariam calados como ratos. A última coisa que querem é meter-se no atoleiro que é o futebol profissional, e muito menos enfrentar esse Estado dentro do Estado que são os grandes clubes desportivos. Também nesta área o Sporting está sozinho.
Em tempos idos, erradicar o sistema feudal com os seus privilégios não foi fácil, mas houve quem tivesse coragem para o fazer. Creio que no mundo do futebol isso ainda é mais difícil. Os clubes controlam através das paixões que o desporto gera, as consciências de muitos milhões de pessoas, podendo usá-las como tropa de choque contra os poderes instituídos. Por outro lado... minam com os seus agentes as próprias instituições, num comportamento de corrupção difícil de erradicar. É preciso muita coragem.
O Sporting está sozinho na luta quanto a esse poder paralelo, que são as claques, e que trazem para o desporto violência. Está sozinho mas está no caminho certo, nele deverá continuar, porque a pior derrota é a que resulta de quem desiste de lutar.
P.S.: Com "Alcochete" ainda por enterrar, brada aos céus, como continuam a surgir "minis alcochetes", como se tem vindo a verificar. A evolução da humanidade no capítulo da estupidez, vai de vento em poupa.
Luís Filipe Vieira participou no sábado nas celebrações do 37º aniversário dos ‘Diabos Vermelhos’, a mais antiga (não) claque do Benfica. O presidente dos encarnados esteve no Centro Cultural Dr. Magalhães Lima, em Lisboa, e teve como acompanhantes os jogadores Samaris e David Tavares.
A participação de dirigentes e atletas encarnados nestas festas são recorrentes. Aliás, no ano passado, o próprio Vieira já havia estado nas comemorações do 36º aniversário dos DV. Em 2017, coube ao vice-presidente Fernando Tavares e ainda a Svilar e Jardel associarem-se à festa dos adeptos.
A presença de Vieira acontece no final de uma semana marcada por duas decisões judiciais favoráveis às águias, uma das quais que anulou a realização de jogo à porta fechada, por alegado apoio a claques ilegais.
Um cínico questionaria o termo "claques ilegais". Se elas não existem, como é que podem ser consideradas ilegais?
A Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto, fez esta terça-feira um comunicado sobre a suspensão das claques Juventude Leonina e Directivo Ultras XXII.
Face à divulgação de notícias que dão conta de que as claques "Juventude Leonina" e "Directivo Ultras XXI" deixaram de ser reconhecidas pela Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto (APCVD) como grupos organizados de adeptos (GOA), tornando-se ilegais, importa a esta Autoridade corrigir e esclarecer:
1- É obrigatório o registo dos grupos organizados de adeptos junto da APCVD, de acordo com a Lei n.º 39/2009 - de 30 de Julho - na sua actual redacção, que estabelece definitivamente o regime jurídico da segurança e combate ao racismo, à xenofobia e à intolerância nos espectáculos desportivos. O incumprimento do referido registo veda liminarmente a concessão de apoios por parte dos promotores do espectáculo desportivo (n.ºs 1 e 2 do artigo 14.º).
2- De acordo com o previsto na mesma Lei, o promotor que atribua qualquer tipo de apoio a um grupo organizado de adeptos, está obrigado a manter "um registo sistematizado e actualizado dos filiados no mesmo" – n.º 1 do artigo 15.º, o que viabiliza a atribuição dos apoios "técnicos, financeiros e materiais concedidos a grupos organizados de adeptos" (n.º 3 do artigo 14.º) – e que, por sua vez, "são objecto de protocolo com o promotor do espectáculo desportivo".
3- O registo pode ser suspenso pelo promotor do espectáculo desportivo, como previsto no n.º 3 do art.º 15.º, sendo que, nos termos do n.º 4 desse mesmo artigo, aquando da dita suspensão o promotor do espectáculo desportivo cessa a concessão total de apoios ao grupo organizado de adeptos e informa a APCVD, de imediato e de forma documentada, justificando as razões da sua decisão.
4- Cumprida a formalidade da respectiva comunicação à APCVD, de forma documentada e justificada, esta Autoridade actualiza o estado do registo relativo aos respectivos GOA.
5- Se a suspensão perdurar pelo período de um ano, o promotor terá a obrigação de anular o registo, comunicando-o, de forma documentada à APCVD, nos termos do nº 5 do art.º 15.º.
6- Neste contexto, o Sporting Clube de Portugal comunicou à APCVD, no dia 29 de Outubro de 2019, de forma documentada e justificada, a suspensão do registo dos grupos organizados de adeptos "Juventude Leonina" e "Directivo Ultras XXI".
Assim, tendo sido cumprida a formalidade que a Lei estabelece, resultante da decisão de um clube, não cabe à APCVD emitir qualquer juízo ou autorização, mas sim actualizar a situação dos registos dos respectivos GOA.
Importante ainda esclarecer que, por imperativo legal, enquanto vigorar a suspensão do registo, encontra-se liminarmente vedada a concessão de todo e qualquer apoio aos grupos organizados de adeptos alvo da suspensão de registo por parte dos respectivos clubes.
A Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto
Viseu, 12 de Novembro de 2019".
A determinado momento da segunda parte do jogo com o V. Guimarães, com o marcador em 2-0, as claques entoaram um já habitual cântico de contestação a Frederico Varandas, o que levou à reação de praticamente toda a restante plateia de Alvalade, que respondeu com uma forte assobiadela. 'Silenciados' pelos restantes adeptos, os elementos das claques terminaram o momento de contestação.
Ainda, em comunicado emitido ao final da noite, o Sporting CP condenou a utilização de artefactos pirotécnicos no encontro com os minhotos, nomeadamente uma tocha que no decurso da primeira parte foi lançada para junto de Renan:
"A Sporting Clube de Portugal Futebol SAD lamenta profundamente que tenha sido atirada uma tocha para o relvado para junto do guarda-redes Renan e que tenham sido usados fumos no sector A16. É um comportamento que viola a lei e os regulamentos e que, uma vez mais, penaliza o Sporting Clube de Portugal em razão das multas que, uma vez mais, terão de ser pagas pelo Clube."
A Direcção do Sporting enviou duas notificações a cada uma das claques, contra as quais assumiu um diferendo público quando emitiu um comunicado a resolver o protocolo entre as partes, para que abandonassem as respetivas sedes.
A Juve Leo, assim como o Directivo XXI, terá cinco dias para abandonar a emblemática Casinha, que fica do outro lado da estrada do estádio de José Alvalade, um espaço que pertence à Câmara Municipal de Lisboa, mas que o Sporting garante ter sido cedido ao Clube.
Já o 'quartel-general' do Diretivo XXI está situado junto à Porta Maratona, bem dentro do estádio.
Estes espaços, em princípio, serviam, como arrecadações para os materiais que as claques levam para os estádios, sendo também um ponto de concentração para os adeptos em dia de jogo.
Estes dois grupos já tinham perdido alguns benefícios na partida desta quinta-feira, frente ao Rosenborg, a contar para a Liga Europa. Nenhuma das claques conseguiu entrar com bandeiras, faixas e outros adereços para a Curva Sul – local onde se juntam as quatro claques do Clube.
Isto representa o passo seguinte da Direcção do Sporting rumo a um objectivo evidente: esvaziar as claques mais poderosas de Alvalade.
O futebol sempre coexistiu com determinadas formas de violência. Em Portugal há notícias de distúrbios desde a década de 1920. A própria linguagem futebolística possui algo de agressivo (ataque, vitória, derrota) e o desporto substituiu os torneios medievais ou várias outras demonstrações de força e de valor. Mas, tudo isso, o futebol foi capaz de integrar e sublimar pela extraordinária dimensão humana, estética, cultural e atlética que decorre de um desporto praticado por grandes jogadores.
Nos dias de hoje a violência no futebol adquiriu outra dimensão e coloca-se a um outro nível da pulsão agressiva aceitável em seres humanos. É algo teorizado, organizado e planeado que não decorre essencialmente da paixão e da emoção do jogo, mas que resulta da incorporação de valores de identidade exacerbados e estereotipados que predispõem para o confronto e surgem associados ao ódio e à vontade de estabelecer outras regras que estão para além daquelas que decorrem da organização social e desportiva.
O que acontece nesta altura no Sporting decorre desta “thick solidarity” (R. Giulianotti) potenciada por um conjunto de particularismos que resultam da especificidade e da história recente do Clube. Uma espiral de violência e um sentimento de impunidade que permitiram os crimes praticados na Academia de Alcochete e a acção recorrente violenta, abusiva e inaceitável que visa intimidar e ameaçar atletas e membros dos órgãos sociais democraticamente eleitos. A decisão de revogar os protocolos celebrados com a Juventude Leonina e com o Directivo Ultras XXI revela-se correcta e adequada às circunstâncias. As claques existem unicamente para apoiar o Sporting.
O Sporting nunca se limitará a um universo de pensamento único e monolítico, é o mais plural e diverso de todos os grandes clubes portugueses. Essa é também a sua força, mas pode ser a sua fraqueza. O Clube necessita em absoluto, momentânea e publicamente, de ser capaz de superar as divergências e de reforçar a unidade, não cedendo espaço a falsos e meteóricos profetas que, com uma estratégia de poder, pretendem dividir ainda mais, puxar ainda mais para baixo. Não é desejável nem possível uma unanimidade crédula e acrítica, mas com humildade e sabedoria temos de colocar o Sporting como a prioridade absoluta.
O Sporting Clube de Portugal e a Sporting Clube de Portugal - Futebol, SAD informam que, na presente data, revogaram, com efeitos imediatos, os protocolos celebrados, no passado dia 31 de Julho, com a Associação Juventude Leonina e com o Directivo Ultras XXI - Associação.
Esta resolução é determinada em virtude da escalada de violência que ontem culminou com tentativas de agressões físicas a dirigentes e a outros adeptos do Sporting Clube de Portugal.
Regista-se também o incumprimento sistemático, por aqueles Grupos Organizados de Adeptos (GOA), das diversas obrigações que para si resultam dos referidos protocolos, nomeadamente a obrigação prevista na cláusula 3.1., mediante a qual “O GOA obriga-se a que os responsáveis dos GOA, os Sócios SCP dos GOA ou simpatizantes cumpram a lei (nomeadamente a Lei n.º 39/2009 de 30 de Junho, na redacção resultante da Lei n.º 52/2013, ou outra que venha a suceder-lhe), os Estatutos do SCP e os Regulamentos, no respeito das Instalações Desportivas do SCP e das pessoas e bens e o disposto no presente protocolo”, de que são exemplo as multas suportadas pelo SCP e SCP - Futebol, SAD por comportamento dos adeptos.
Mas, mais importante ainda do que estes factos, a resolução é determinada por aqueles GOA terem vindo a faltar sistematicamente no apoio devido aos atletas do Sporting CP, nomeadamente da equipa principal de futebol, razão primeira da celebração dos referidos protocolos. Com efeito, a única razão de fundo para a celebração dos protocolos é permitir aos GOA as melhores condições para o apoio aos atletas das equipas do Sporting CP; e, faltando esse apoio, falta, naturalmente, a razão de ser da vigência do protocolo.
O SCP e a SCP - Futebol, SAD cumpriram integralmente os protocolos; e esperavam da Associação Juventude Leonina e do Directivo Ultras XXI - Associação igual cumprimento integral.
O Sporting Clube de Portugal é uma instituição centenária, que sempre fez o seu trajecto no respeito do Desporto e que não pode compactuar com comportamentos violentos, contrários à lei e que apenas contribuem para o afastamento dos restantes Sócios e adeptos dos recintos desportivos. O Sporting Clube de Portugal rege-se pelos seus princípios e não abdicará deles, por muito difícil que seja alterar hábitos e privilégios antigos e sem qualquer justificação dentro do Universo Sportinguista.
Procurámos, com o máximo de abertura possível e pensando exclusivamente no apoio às nossas equipas, reformatar a relação que vinha sendo mantida com os nossos GOA e reformulámos os protocolos de relacionamento, reduzindo benefícios e aproximando os membros dos GOA dos direitos e obrigações dos demais Sócios do Sporting Clube de Portugal.
O futuro do Sporting CP define-se inevitavelmente nas decisões que tomarmos hoje e há coisas que já não podem ser toleradas, menosprezadas e que temos de enfrentar com coragem e lucidez. Não decidir será causador de maiores danos para o destino do Clube.
O presente do Clube é também uma consequência do seu passado. Os crimes cometidos em Alcochete e que se traduziram no maior ataque desportivo, financeiro e humano ao Sporting Clube de Portugal estão na memória de todos e a História não se apaga. Foram dezenas de milhões de euros de prejuízos, danos reputacionais inestimáveis para a imagem, nome e marca Sporting CP. Foi a página mais negra da História do Sporting Clube de Portugal e resultou num impacto muito negativo para o bom nome do Clube, infelizmente com consequências que perduram e dificultam a relação do SCP com outros clubes, dirigentes, agentes, jogadores e treinadores. Mas o que aconteceu tem de servir para que se retirem ilações, e devemos, no limite, aprender com essa tragédia. Aprender implica não repetir os erros do passado e não tolerar as tentativas de repetição como o ocorrido na mais recente invasão à garagem em Alvalade. E com que intuito? Mais agressões, mais rescisões, mais perdas.
Uma claque, seja ela qual for, tem uma função: apoiar as equipas do Clube. Se é usada para outros fins, se ameaça Sócios nos estádios, recintos e assembleias gerais, se usa a violência física ou verbal contra atletas, treinadores, técnicos, dirigentes e outros Sócios, se essa violência é gratuita ou patrocinada, se essa violência é espontânea ou instigada, se acha que está acima dos outros Sócios, se ataca e desvaloriza o Clube e o seu bom nome, se causa prejuízos de milhões de euros ao SCP, se faz com que o Clube pague centenas de milhares de euros em multas, se é notícia pelos piores motivos, se nem sequer apoia o Sporting Clube de Portugal, se faz com que os atletas sintam que “jogamos sempre fora”, então não está a servir o Sporting Clube de Portugal, então não está a desempenhar a função para que foi criada.
Por fim, está ainda em dívida a segunda prestação relativa à regularização da bilhética de 2018/2019, vencida em 9 de Outubro passado, facto que origina, nos termos da Lei, o vencimento automático de todas as demais prestações previstas no Anexos aos Protocolos.
Assim, decidiu o Sporting Clube de Portugal, a bem dos seus Sócios, atletas, dos seus profissionais, dos superiores interesses desportivos e financeiros do Sporting Clube de Portugal, e do seu futuro, terminar, com efeitos imediatos, o protocolo existente com quem violou dolosamente e conscientemente obrigações desse mesmo protocolo, com quem violou os estatutos do Sporting Clube de Portugal, com quem violou a lei da República Portuguesa, com todas as consequências que daí advirão.
Esta é uma questão muito séria, não exclusiva do Sporting Clube de Portugal, e que a partir dum certo momento terá de ser tratada pelo Estado Português. A violência no desporto e os meios de combate à mesma não são uma questão que o Clube deva tratar sozinho. Mas esta não é também uma questão somente do Estado Português, porque a violência no desporto preocupa, e muito, as mais altas instâncias do Futebol Mundial – UEFA, FIFA. Em inúmeros Estados Europeus, nomeadamente em Inglaterra, houve coragem para lidar, combater e erradicar a violência dos estádios e recintos desportivos.
Esta questão é demasiado séria... Apelamos que, não obstante divergências legítimas, independentemente de críticas que sejam justas e que reconhecemos, apesar de protestos e críticas razoáveis e pertinentes da massa associativa que humildemente aceitamos, haja o maior sentido de responsabilidade. Apelamos ao mais elevado sentido de Estado para quem quer verdadeiramente o bem-estar do Sporting Clube de Portugal. Apelamos ao mais profundo e genuíno Sportinguismo de todo e cada Sócio do Sporting Clube de Portugal. Esta é uma questão estrutural para o presente e futuro do Sporting CP e não meramente conjuntural.
Apelamos a todos os sócios do Sporting CP para que não se faça demagogia com este tema e para que não haja nenhum tipo de oportunismo político em torno desta questão. O Sporting Clube de Portugal não merece isso. Nenhuma divergência com qualquer Direcção ou dirigente justifica uma alta traição ao próprio Clube numa questão desta gravidade. Este é um problema que, a bem de todos, a bem do Sporting Clube de Portugal e até do Futebol Português, tem de ser resolvido.
Esta Direcção enfrentou condições muito difíceis e a nossa missão é – apesar do contexto pós-Alcochete, apesar do que fizeram de mal, de muito mal ao Sporting Clube de Portugal – a de entregar o Clube num estado melhor, bem melhor, do que aquele que recebemos. Essa é a nossa missão.
Dissemos e reafirmamos que nunca, mas nunca, nos faltará a coragem para protegermos e defendermos o Sporting Clube de Portugal seja do que for, seja de quem for.
E apesar das ameaças, da coacção, das injúrias, dos insultos, apesar dos riscos, apesar de tudo, consideramos que temos todos, mas todos, de enfrentar este problema que se arrasta e que se agrava a cada dia que passa, esperando uma regeneração, um novo rumo, da parte de quem quer realmente apoiar o Sporting Clube de Portugal.
Esta é uma questão em que os Sócios e adeptos do Sporting Clube de Portugal devem estar verdadeiramente unidos. É altura de dizer basta. É altura de tomar uma posição. E a única posição possível é a de defender o Sporting Clube de Portugal.
Hoje, lamentando profundamente este desfecho, escolhemos o Sporting Clube de Portugal.
O Sporting CP é de todos. Viva o Sporting CP!
Pelo Sporting CP e pela Sporting CP - Futebol, SAD
Estou plenamente convicto, há muito, de que a esmagadora maioria dos sportinguistas apoia firmemente a Direcção no seu possível propósito de banir radical e definitivamente de associados e de todas as instalações do Clube essa indesejável gentalha, cujo constante e condenável comportamento desordeiro tem provocado crescente mal-estar e indignação de todos os que - no estádio ou no pavilhão - têm pleno direito a assistir pacificamente às variadas actividades do Sporting, para além de incomensuráveis danos financeiros e de repercussão.
Lamentavelmente, a agora tão mal-afamada (dentro e fora do país) Juve Leo tornou-se gradualmente presa fácil de arruaceiros, delinquentes e afins (alguns até com cadastro criminal), estratégica e astuciosamente infiltrados na própria claque, usando-a como única actividade 'profissional', explorando parasiticamente o Sporting Clube de Portugal - gozando das inadmissíveis, injustificáveis e generosas benesses (incluindo bilhetes grátis, viagens, estadias, acesso directo aos jogadores e técnicos, etc.) concedidos pelo psicopata charlatão, tardiamente destituído, em troca de serviços pessoais de milícias protectoras do alucinado ditador.
São, pois, estes ditos órfãos do 'brunismo' que, saudosos das suas muitas infames regalias - e contando com a vergonhosa conivência da media sem escrúpulos - espalham e fomentam os ridículos espectáculos desordeiros que se têm verificado e que visam atacar o Sporting e os seus legítimos dirigentes. Não nos deixemos iludir...
Texto da autoria do nosso leitor/colaborador Leão da Guia
Apesar de já ter abordado este tema no post "A alma do Sporting" onde contestava que essa alma residisse nas claques, a abertura de uma nova discussão leva-me a acrescentar o seguinte:
Vi neste debate muitos leitores pedir a extinção dos grupos organizados. Do ponto de vista legal não sei se isso será fácil, uma vez que estes existem como fazendo parte da estrutura orgânica do Clube.
O facto é que têm vindo, desde há alguns anos a ganhar poder, arrogando-se o direito de intervir, de forma paralela, na gestão do Sporting. Durante a anterior Direcção esse poder foi amplificado, como forma de se criar um grupo que funcionasse como um extensão do poder legal, visando sobretudo aproveitá-lo como uma força de mão do presidente, que atingiu a sua plenitude no processo que terminaria com o caso "Alcochete".
As regalias que esta Direcção lhes retirou, serviram de motivação para voltarem a assumir-se como um grupo de bloqueio ao serviço da Direcção destituída, o que nunca deixaram de ser de uma forma velada.
Os resultados da época anterior que ficaram acima das expectativas, calaram estes grupos que mantiveram alguma descrição forçada. A forma como começou esta época, deu-lhes oportunidade de aparecerem como pontas de lança da oposição brunista, que continua a acreditar que pode regressar a breve prazo ao Sporting.
Neste momento, o seu objectivo é derrubar a Direcção em funções, e provocar eleições onde aparecerá um novo salvador. O advogado golpista Trindade Barros já anda a dizer, com todas as letras, que esse salvador será o destituído.
Por isso, tudo indica, por parte das claques, sobretudo da Juve Leo, a contestação será contínua, mesmo que a prestação da equipa seja melhor. Deste modo, a questão neste momento não é nada fácil de resolver. Penso que caberá aos adeptos que são a maioria, "silenciá-los", dentro e também fora de campo. A liberdade de expressão não pode significar libertinagem, que parece já estar a prejudicar o Clube com sanções.
O Sporting não pode estar refém de arruaceiros.
"As claques são a alma do Sporting"
Fernando Mendes (ex-jogador e comentador)
As claques entraram no Sporting com a constituição da Juve Leo, fundada pelos filhos do Presidente João Rocha, nos anos de 1976. Mais tarde foram surgindo outras claques como a Torcida Verde, os Directivo Ultra XXI e a Brigada Ultras Sporting.
Alma deriva do termo latim 'anima', com significado literal do que anima. A um nível mais abrangente também significa o espírito das coisas. Por isso, quando se fala da alma do Sporting estamos a falar do que está para lá do que é mensurável, do que está entranhado na sua história secular, que não está apenas nos aspectos materiais, mas num conjunto de simbologias pautadas muitas vezes por aspectos com contornos quase religiosos.
Atribuir às claques, que entraram na vida do Clube setenta anos depois da sua fundação é de uma grande ligeireza e nem ao diabo deve lembrar. A alma do Sporting, a sua mística, é paralela ao seu nascimento e é-lhe dada pela matriz fundadora, aprofundada pelos adeptos (fiéis clubísticos) que o vivem como uma componente importante das suas vidas. E esta adoração atingiu o seu zénite nos anos de 1930, 1940 e 1950, com os rituais abrilhantados pelo som dos violinos.
Muito mal servido estaria o Sporting CP quanto à questão da alma, se esta residisse nas claques. Estas, não são mais do que pequenos grupos organizados, uma minoria que não representa os milhões de adeptos atribuídos ao Clube, estes sim a sua verdadeira alma. São eles, com a sua fidelidade muitas vezes até silenciosa, que mantiveram e mantêm o Sporting vivo, independentemente de melhores ou piores resultados desportivos.
Mas convém fazermos uma distinção entre estes grupos designados como claques. Alguns desempenham a sua missão de apoio com determinação e alegria, e por aí se ficam. Outros, dos quais salienta-se a actual Juve Leo, que se afastou dos princípios dos seus fundadores, e se transformou num grupo composto por indivíduos sem formação cívica, e sem quaisquer valores éticos. Não fazem parte seguramente da alma do Sporting.
A Juve Leo, com os privilégios que foram recebendo de vários dirigentes, constituíram-se como uma força poderosa, apesar de minoritária. A sua capacidade de influenciar o poder, governando de fora para dentro, teve um percurso cada vez mais decisivo. Fizeram cair treinadores e presidentes ao longo dos anos, com a sua influência a ser ainda muito mais reforçada pela Direcção cessante, que a arregimentou, pondo-a ao seu serviço, como uma tropa de choque. Tendo-lhe sido retirado privilégios pela Direcção actual, não espanta a sua oposição cada vez mais agressiva, à nova Direcção.
A questão do papel das claques tem que merecer reflexão. Não podem ter mais privilégios que os restantes associados. Se querem estar nos jogos juntos como apoiantes das equipas, com os seus rituais que estejam. Não podem é continuar a ser uma força de bloqueio a Direcções legitimamente eleitas pelos sócios. Estas recebem mandato para exercer o poder legitimamente, e devem exercê-lo sem pressão da rua. O poder paralelo não está previsto nos Estatutos, e isso tem que ficar claro, custe o que custar.
Ao contrário do que diz o comentador Fernando Mendes, a alma do Sporting são todos os sportinguistas, os que estão no estádio e os que vivem o Clube por todo o Mundo. Quando a alma do Sporting residir nas claques, é sinal que o Sporting deu a alma ao criador. Apenas restam almas penadas.
"O Sporting Clube de Portugal informa que outorgou um protocolo de cooperação com os grupos organizados de adeptos (GOA) Juventude Leonina, Torcida Verde, Directivo XXI e Brigada Ultras Sporting que regulará o essencial da relação entre o Clube e os seus GOA, nomeadamente os apoios concedidos, se e enquanto estes se mantiverem legalizados.
O Sporting Clube de Portugal informa que o modelo de cooperação instituído inverte o paradigma de relacionamento anterior, sendo agora exigido aos GOA o pagamento de quotas do Clube e dos bilhetes [para os jogos] para os seus membros, contrariamente ao regime anterior, assente na atribuição de convites.
Os apoios concedidos contemplam a atribuição de descontos na aquisição de Gamebox, bem como outros apoios a conceder casuisticamente, nomeadamente em deslocações e coreografias.
O Sporting CP regista e agradece o empenho e os contributos de todos os GOA na alteração do modelo de cooperação, que permite a adopção de um modelo mais justo para com os Associados do SCP e que, no espírito e cumprimento do protocolo e da Lei – a presente e a futura – permitirá ao Clube continuar a apoiar os GOA para que estes continuem a apoiar o Sporting Clube de Portugal".
Carrinhas do Directivo Ultras XXI, claque do Sporting, foram este domingo vandalizadas na Luz, durante o jogo de andebol com o Benfica. As imagens mostram mesmo vidros partidos em algumas viaturas e a sigla dos No Name Boys escrita a vermelho, assim como referências a Marco Ficcini e ao very light que matou um adepto leonino na final da Taça de Portugal de 1996.
Fonte do Sporting criticou a inércia da polícia pelo facto de as viaturas, naquele momento, estarem num local à guarda das forças de segurança. De resto, não se registaram quaisquer confrontos entre adeptos durante a partida.
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