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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Bruno de Carvalho está de férias na Costa Rica, com ou sem a namorada, sob o pretexto de inaugurar uma academia do Sporting na cidade de Alajuela, perto de San José. Deixando a ideia que ainda anda em plena campanha eleitoral, concedeu uma entrevista à Rádio Actual, através da qual "vendeu" mais do seu usual mesmo que há muito nos habituou:
«Desde que aqui cheguei que já ganhei dois pontos face aos rivais (empates do Benfica e FC Porto), por isso tenho de ficar mais duas semanas para chegar a outra classificação.
Não quero um Sporting diferente, quero o Sporting que aprendi a amar e a respeitar. Somos um clube com uma história monumental apesar das coisas não estarem a correr da forma que queremos ao nível do futebol. Estamos aqui a procurar jogadores que possam dar consistência a um plantel que tem de vencer muitas vezes. Nos últimos 15 anos não vencemos e isso não é o Sporting, temos tradição muito grande a nível nacional e internacional. Em 110 anos não vi um presidente preocupado com a nossa identidade. Queremos voltar a ser o topo em Portugal, somos o clube mais eclético do mundo, como já fomos, depois avançar para as conquistas europeias. Queremos formar jogadores. Queremos descobrir talentos, não somos um clube rico, não há em Portugal a mesma força de Espanha, Inglaterra ou Alemanha.
Estudávamos a Costa Rica há vários anos porque é um país que tem jogadores com muito talento. Nestes casos, é crucial encontrar pessoas que têm uma filosofia parecida com a nossa, pois estamos a falar não só na formação de jogadores, como também na formação de homens. Nesse sentido, Bryan Ruiz e Joel Campbell contribuíram para conhecermos o lado humano e a verdade é que são excelentes homens e profissionais».
Nada drasticamente de errado com as suas declarações e até nos surpreendeu ao admitir que as "coisas" não estão a correr bem ao nível do futebol. Quatro anos de mandato, o maior investimento na história do Sporting, tanto na compra de activos como no que diz respeito ao significativo acréscimo que a folha salarial sofreu, e apenas uma Taça de Portugal de registo, conquistada por um treinador que ele demitiu prontamente, pela... ousadia.
Com o terceiro lugar praticamente assegurado, o Sporting estará já a preparar a época de 2017/18, sob a suposta nova estrutura para o futebol. Veremos o que será feito nos próximos meses, mas uma coisa parece clara: com a equipa actual a jogar ao nível que se tem visto nas últimas semanas, não se irá longe, mesmo com os rivais a atravessar fases pouco promissoras. Dito isto, não devemos subestimar a mestria do melhor treinador do Planeta e arredores, devidamente secundado pelo presidente Bruno de Carvalho, que nos brindou com a promessa de assumir uma parte ainda mais activa na superintendência do futebol. Proposição que nos deixa "mais" tranquilos...
Na vitória de ontem da Costa Rica sobre os E.U.A., por 4-0
Os jogadores do Sporting Bryan Ruiz e Joel Campbell ‘estragaram’ este domingo a festa de inauguração do Estádio do FK Krasnodar, ao marcarem e serem decisivos no triunfo da Costa Rica sobre a Rússia por 4-3.
Ruiz esteve nos três primeiros golos, aos 22, 29 e 45+2 minutos, tendo sido o autor do segundo, com um grande remate de fora da área, enquanto Campbell, que substituiu o companheiro de equipa aos 70, decidiu o jogo, aos 90+2.
São golos como este que Bryan Ruiz precisa de começar fazer pelo Sporting.
Costa Rica continua a ser a sensação do Mundial 2014 ao vencer a Grécia nas grandes penalidades e assegurar lugar nos quartos-de-final da competição, pela primeira vez na sua história. No próximo jogo, que terá lugar em Salvador no dia 5 de Julho, o adversário será a Holanda.
Fico sempre satisfeito por ver o "underdog" triunfar, com um sabor especial neste caso, por ter afastado a Grécia.
Costa Rica é um pequeno país da América Central com cerca de 4,5 milhões de população e desnecessário será dizer que a sua participação neste Mundial em curso mereceu pouca ou nenhuma atenção até recente. Apareceu na fase final no Brasil integrado no Grupo D, com a Itália, Inglaterra e Uruguai, selecções que registam entre elas nada menos do que 7 títulos Mundiais. As hipóteses, à raiz, de Costa Rica até pontuar nesta fase de grupos, eram mínimas se algumas, diriam tanto os peritos como os adeptos, em geral.
Quem não tem acompanhado a competição - se é que há alguém - e olhar para a classificação do Grupu D não irá acreditar o que está à vista: Costa Rica lidera com duas vitórias em dois jogos - 3-1 sobre o Uruguai e 1-0 sobre a Itália - e já está apurada para a fase seguinte, enquanto que a Inglaterra já foi eliminada e na terceira e última jornada a Itália e o Uruguai irão lutar pela sobrevivência.
A única outra presença de Costa Rica numa fase final do Campeonato de Mundo sucedeu em 1990, ano em que venceu a Suécia e a Escócia, sob a liderança técnica de Bora Milutinovic, acabando eventualmente por ser eliminada pela República Checa. Curiosamente, fez ontem precisamente 24 anos que a Costa Rica derrotou a Suécia, por 2-1, para avançar no então Mundial na Itália.
Ontem, na Arena Pernambuco, sob temperaturas a rondar os 29 graus e 70 por cento de humidade - apesar de tudo muito melhor do que espera Portugal em Manaus - os costa-riquenhos derrotaram a poderosa Itália, por 1-o, resultado que até poderia ter sido mais dilatado caso o árbitro não tivesse fechado os olhos a uma flagrante grande penalidade contra os "Azzurri", estava o marcador ainda em branco.
Diz Gianluigi Buffon - o lendário guarda-redes italiano - que já não existem "Cindarelas" no futebol, especialmente no Campeonato do Mundo, mas ele próprio será o primeiro a admitir, decerto, que esta performance de Costa Rica estava longe das previsões dos seus adversários e... do Mundo.
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