Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O Sporting Clube de Portugal promoveu, esta segunda-feira, o 'VAR Future Challenges', um webinar (seminário através da internet) que reuniu vários especialistas internacionais para auscultar os problemas e debater possíveis soluções para uma melhor utilização da ferramenta que chegou para ficar no futebol: o videoárbitro (VAR).
O Clube Leonino reuniu um painel diverso de oradores constituído por figuras ligadas à arbitragem, como Paddy O'Brian e Nigel Owens, árbitros internacionais de râguebi (modalidade com a sua muito própria versão do VAR, designada TMO – Televison Match Official), Keith Hackett, antigo árbitro inglês de futebol, e ainda Greg Barkey, árbitro da MLS (Liga Norte-Americana de futebol), bem como personalidades em representação de organizações de grande relevo no futebol europeu, como Gijs de Jong, secretário-geral da Federação Holandesa de Futebol, Alexander Ernst e Jochen Dree, da Federação Alemã de Futebol, Helena Pires, da Liga Portugal e também José Fontelas Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
Pode ler aqui, algumas das considerações em debate.
_______________________________________________
Em nota separada, mas ainda relacionada com a conferência do SCP, José Fontela Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem da FPF admite abrir as comunicações entre árbitro e videoárbitro em tempo real, mas sublinha que é preciso "tempo, treino e aprendizagem" para dar esse passo:
"Neste momento é muito difícil colocar em prática as comunicações em tempo real. No futuro, esta é a forma de dar maior transparência e credibilidade ao VAR. Precisamos de tempo, treino e aprendizagem. Talvez se no início colocarmos uns 'clips' nos média, só para os adeptos perceberem bem que não há ali quaisquer segredos, para as pessoas perceberem bem como trabalhamos com o VAR. Temos muito trabalho para fazer nesta área. A nossa opinião, neste momento, é que precisamos de muitas horas de treino antes de podermos dar este passo".
Treino e aprendizagem para quê? Para ensaiar os discursos? Parece-me que o componente principal é do foro tecnológico. A partir desse ponto é apenas fazer o que fazem agora, com a distinta diferença que toda a conversa será pública. Por outro lado, até é de admitir que é precisamente isto que será muito inconveniente e exige ser bem treinado.
Ainda, a explicação de Fontela Gomes para as decisões erradas do VAR:
"As pessoas que estão no VAR sofrem pressão para tomar a decisão certa. Há situações de interpretação, o que para um é claro em termos de erro, para outra pessoa não é. O stress e a pressão são os principais problemas que levam a decisões erradas do VAR. Temos de treinar muitas horas e educar a implementação do VAR. Não temos de mudar muito as leis de jogo. Algumas ligeiras mudanças".
Stress e a pressão são "os principais factores"?... Acho que Fontela Gomes deve puxar mais pela sua imaginação para dar uma explicação/justificação mais coerente e realística.
Excelente dia de debate esta sexta-feira no Camarote Leonino com os nossos estimados leitores a contribuirem com as suas variadas opiniões em três posts que abordam três temas diferentes, cada um com mais de 50 comentários:
- Ponte de ligação aos leitores (55 comentários)
- Bruno Fernandes não vai jogar na Premier League (51 comentários)
- Reflexão do dia (52 comentários)
Este tipo de ocorrência é causa para grande satisfação, nomeadamente pela elevação do debate, mesmo tendo presente uma ou outra expressão mais acesa, como aliás é natural.
Parabéns aos nossos leitores !
José Maria Ricciardi e João Benedito defrontaram-se esta quarta-feira à noite em mais um debate para as Eleições que terão lugar no dia 8 de Setembro.
José Maria Ricciardi
"Concordo que todos nós temos os nossos pontos de vista, temos de saber respeitar e apresentar os nossos argumentos e deixar à consideração dos sócios.
O Sporting, ao longo dos tempos, a sua fragmentação tem vindo a aumentar. Foi muito desenvolvido nos últimos tempos, pela direcção que teve... Costumo dizer que o maior adversário do Sporting temos sido nós próprios. Temos de saber reconhecer isso.
No meu entendimento já tivemos belíssimas equipas, jogadores e treinadores... e não ganhámos. Acho que esta fragmentação também se transmite à equipa, ao balneário. Tenho falado a muitos que já foram campeões nacionais, que me disseram que na altura havia união. Ou conseguimos, como achamos que podemos, voltar a isso, ou corremos o risco - e não quero vir com mensagens negativas - de ficarmos arredados de uma realidade que se está a transformar num fosso, entre os que conseguem ir às provas europeias e os que não. Não temos mais tempo para isso. Temos de ter um clube com coesão. Estamos aqui e achamos que podemos fazer isso.
É um dos aspectos mais decisivos para o futuro do Sporting."
João Benedito
"Já disse várias vezes, tivemos esta clivagens entre croquetes, Brunistas e outras definições... Somos todos sportinguistas, sócios e adeptos! É importante que este clima deixe de existir. Aculturou-se este clima de ódio entre nós próprios. Esta situação irá deixar de existir depois das eleições.
Não vamos gastar um único cêntimo nas redes sociais para potenciar o relacionamento hostil entre os nossos adeptos. Queremos cativar toda a gente a estar no Sporting, com opiniões divergentes. As pessoas têm naturalmente ideias e formas de actuar diferentes, mas debatamos aquilo que são as ideias e projectos e que sejam tidas em conta. Temos é de perceber quando estamos a prejudicar o Sporting e quando nos estamos a beneficiar a nós próprios. Temos de identificar formas de ajudar o Sporting. A estratégia tem de falar a uma só voz, institucional".
Se o leitor não assistiu ao debate na Sporting TV, referimos esta extensa reportagem do jornal Record.
Mais um debate entre candidatos à cadeira da presidência do Sporting - José Maria Ricciardi e Frederico Varandas - que aqueceu e muito e acabou por ser uma quasi-arena de troca de acusações.
José Maria Ricciardi:
"O Dr. Varandas quer ser uma espécie de presidente-treinador e ainda não percebeu que o presidente não é treinador nem adepto como o Bruno de Carvalho, com o qual está cada vez mais parecido.
Ele gostaria de ser treinador, até tirou o curso, tal como Bruno de Carvalho, e acha que pode desautorizar o treinador e discutir com os jogadores. Se continuar assim vai ter os mesmos resultados que Bruno de Carvalho.
O Dr. Varandas só diz barbaridades e espero que os sócios não o elejam, senão o Sporting acaba (...) Passa a vida a dizer mentiras e é totalmente desconhecedor da situação financeira da SAD.
Um apoiante meu, o Victor Espadinha, chama-o de Bruno Varandas. Ele devia convidar Bruno de Carvalho para a sua comissão de honra.
Entra sempre a ofender sobre a vida pessoal. Seja um homenzinho que pelos vistos não é e cinja-se aos assuntos do Sporting. É uma pessoa com problemas de carácter graves.
No ataque à Academia Sporting fechou-se à chave no gabinete e apareceu a rir-se. Tinha tanta influência sobre os jogadores que não impediu nenhuma rescisão. Não tem qualquer condição para ser presidente do Sporting".
Frederico Varandas:
"O Dr. Ricciardi diz que não precisa de perceber do 'core' do clube, mas eu acredito numa liderança em que se domine a estrutura do futebol. É fundamental conhecer a casa das máquinas. O organigrama do Dr. Ricciardi prova que ele não percebe do assunto.
A idade, para mim, não conta, ao contrário do que o Dr. Ricciardi insiste. Andei na escola de Oficiais do Exército e liderar é um dos pilares. Como militar recebi louvores e considerações por servir o país, coisa que o Dr. Ricciardi nunca saberá o que é.
O Dr. Ricciardi passa um terror sobre a situação financeira e parece que só ele é que tem a solução. Ele não tem noção do que é o Sporting e passa a vida em boatos, difamações e calúnias.
Mais uma vez tive que passar por isto [acusações] pelo Sporting, mas não me interessa. O que me preocupa é um candidato destes poder ser presidente do clube. José Maria Ricciardi desce baixo e, hoje [domingo], desceu ainda mais baixo. O que disse sobre o ataque à Academia é do mais baixo que há. É de uma absoluta falta de decência".
Devo esclarecer que não assisti ao debate e limitei-me a extrair estas afirmações dos sites noticiosos. Espero que corresponda à realidade dos factos, mais vírgula menos vírgula.
A título de curiosidade, dei uma olhadela no meu "velho" espaço da blogosfera, coisa que já não fazia há muitos meses, e fiquei deveras pensativo. Verifico que o seu administrador anda a fazer com Frederico Varandas o que fez durante anos com Bruno de Carvalho, até ter chegado a hora da penitência, claro. Vale o que vale, mas obriga-me a reflectir.
Apenas assisti a parte do debate que foi realizado ontem à noite na Sporting TV, entre os sete candidatos à presidência do Sporting no acto eleitoral de 8 de Setembro. Há quem diga que se ouviu mais bocas do que ideias, mas decerto que houve algum aproveitamento.
Há todo o interesse em saber a opinião dos nossos leitores, desejando, no entanto, que essa opinião seja construtiva e objectiva, simpatias pessoais não obstante.
Vejo-me ainda muito longe de tomar uma decisão definitiva, mas por tudo aquilo que li e ouvi e se tivesse que fazer uma declaração de apoio hoje, a minha escolha talvez fosse Fernando Tavares Pereira.
Parece-me, entre todos, o mais sensato e sincero, sem vaidades, desinteressado e com um registo de grande sucesso na sua vida. Tem um plano muito concreto sobre o que pretende para o Sporting e como levar as suas ideias a concretização.
- Fernando Tavares Pereira quer arrumar a casa em termos financeiros no Sporting, que tem um passivo de 400 milhões, tem empréstimo obrigacionista para pagar em Novembro e até ao fim do ano terá de pagar 100 milhões de euros. Que vai fazer uma limpeza total na Academia.
- João Benedito garante que André Cruz (director desportivo) podia antecipar situações como a de Matheus Pereira. Muito daquilo que se fala das questões financeiras, têm de passar por uma participação activa por parte dos sócios. Pede a todos que não deixem de pagar quotas, comprar gameboxes e merchandising do clube.
- Rui Jorge Rego confirma Roberto Carlos como director desportivo e garante Paulo Lobo como presidente da SAD.
- José Maria Ricciardi acusa Frederico Varandas de andar a esconder Godinho Lopes como apoiante e clama que tanto o médico como João Benedito não têm capacidade de liderança.
- Pedro Madeira Rodrigues volta a referir Ranieri e insiste que uma equipa para o futebol com este treinador, Delfim, Mariano Barreto e Marco Aurélio oferecem garantias de ser campeão.
- Dias Ferreira diz que ao chegar ao Sporting não vai fazer como fazem no Governo; mandar tudo embora. Terá de avaliar o trabalho de quem está no Clube e tomar decisões sem fazer nenhuma revolução.
- Frederico Varandas, além de acusar Ricciardi de amadorismo e de não perceber nada de futebol, clama que tem de longe o coordenador para o futebol com mais conhecimento de todos e nas modalidades uma pessoa com muita experiência. Que o papel de um líder é saber rodear-se bem. Diz que o ambiente no futebol tem sido envenenado e 'abatotado' e exige ser rectificado.
***A ordem dos candidatos não tem significado algum.
Uma das questões que foi abordada no debate de ontem à noite foi a liderança técnica de José Peseiro pós-acto eleitoral de 8 de Setembro.
Como apenas assisti a parte do debate, não sei se todos os candidatos se pronunciaram neste sentido. Não encontrei declarações de José Maria Ricciardi e Frederico Varandas.
Pedro Madeira Rodrigues: "Penso sempre em termos de médio/longo prazo. Antes de avançar tinha de ter salvaguardada duas situações: a equipa para o futebol e a estabilidade financeira. Com todo o respeito por José Peseiro, não o vejo como treinador a médio prazo. Para os próximos três anos, eu tenho o Claudio Ranieri. Tem um perfil à Sporting. Tem garra e experiência e isso é incontestável. Agradeço ao Peseiro por ter aceite a equipa nesta altura. Peseiro não se enquadra no perfil. É um bom treinador e uma óptima pessoa, mas não acredito que seja um treinador de futuro."
Fernando Tavares Pereira: "É importante que haja estabilidade. Foi escolhido pela Comissão de Gestão (CG) e o trabalho dele é ganhar. Se isso acontecer, porque não continuar? O passado é terrível para nós no futebol. O que pretendemos e que o Sporting ganhe títulos e seja grande. Deus queira que este ano consigamos ganhar. Neste momento e para a situação que o clube atravessa, devíamos ter todos bom-senso e não transmitir uma imagem de desunião."
Dias Ferreira: "Não posso dizer que vou contratar A ou B. Nesta altura, a pior coisa que se pode fazer é dizer a alguém que se vai embora e que vai para lá outra pessoa. A mim só é relevante quem lá está a fazer um bom trabalho. Tomarei as minhas medidas. Temos até ao mês de Janeiro para fazer retoques na equipa relativamente aos jogadores. Estamos numa situação especial e não iremos fazer nenhuma revolução. Ranieri não é treinador para o Sporting."
Rui Jorge Rego: "José Peseiro será o treinador. [A continuidade] não é a história. Tem contrato com o Sporting de um ano com mais um de opção. Não se pode fazer um contrato de três meses e por isso a Comissão de Gestão fez bem ao dar a possibilidade de escolha ao futuro presidente do SCP. José Peseiro conseguiu duas vitórias em dois jogos."
João Benedito: "Sobre o treinador: estar neste momento ou vir com um novo treinador, a palavra que tem de ser passada no balneário por Peseiro sai descredibilizada."
Assisti ao debate de ontem à noite na CMTV, em que participaram José Maria Ricciardi, Dias Ferreira, Pedro Madeira Rodrigues e Rui Jorge Rego, mas não me vou alongar em comentário. Estamos em Agosto, a vasta maioria dos nossos leitores estão de férias e participação em debate, no blogue, nesta altura, será necessariamente limitada. Aliás, já verifiquei que neste momento milhares recorrem diariamente ao Facebook para assim fazerem uma leitura do que publicamos.
Começo por lamentar a ausência de três candidatos. Compreendi a tomada de posição inicial de João Benedito, muito embora nada seja missão impossível. Frederico Varandas fez mal em recuar - opção estratégica -, e desconheço as razões de Fernando Tavares Pereira.
Este primeiro encontro entre candidatos serviu sobretudo para um apuramento inaugural de ideias. Muito terá de ser aprofundado da parte de cada candidato até ao dia de os sportinguistas irem às urnas. Não se trata, portanto, de alguém ter vencido ou perdido esta primeira ronda e até seria um erro limitar a análise a esse enquadramento. A bem dizer, o real vencedor foi o Sporting.
Uma questão que veio a debate por sugestão de Dias Ferreira, foi da votação ir a uma segunda volta, alegando que não vê nada nos actuais Estatutos impeditivo desse processo. Os outros candidatos não aprovaram a ideia, nomeadamente por não ser especificamente reconhecido estatutariamente. Também me parece que não é.
Em termos gerais, ficou a ideia, entre estes candidatos, que a candidatura a atacar é a de José Maria Ricciardi. Se é por ser a mais temida ou se existem outras razões, é obviamente muito subjectivo. De qualquer modo, acho que a manifestação pública de ideias é sempre positivo e que contribui para a decisão final de 8 de Setembro.
Na minha opinião, os próximos debates exigem um melhor moderador.
O primeiro debate entre candidatos às eleições do Sporting vai ser esta noite na CM TV. Cinco dos homens que concorrem à presidência do clube de Alvalade vão estar no Capitólio, em Lisboa, para um confronto de ideias, onde também haverá participação de sócios leoninos, que terão a possibilidade de fazer algumas perguntas aos intervenientes.
Frederico Varandas, Pedro Madeira Rodrigues, José Maria Ricciardi, Dias Ferreira e Rui Jorge Rego são os candidatos que estarão no debate, que será conduzido pelos jornalistas José Carlos Castro e Mariana Águas. Temas como futebol, modalidades e finanças, entre muitos outros, estarão em cima da mesa e cada candidato poderá explicar os seus planos caso seja eleito no dia 8 de Setembro.
O debate está marcado para iniciar pouco antes das 21 horas e a emissão irá prolongar-se durante três horas, até à meia-noite.
Ausentes, portanto, Fernando Tavares Pereira e João Benedito. Este último afirmou que está disponível para debates, mas só após a aceitação final das candidaturas. E talvez tenha razão. Só esta quarta-feira é que foram apresentadas as candidaturas de Dias Ferreira, Tavares Pereira e Rui Jorge Rego, havendo agora um período de 48 horas para a sua aceitação. Qualquer debate devia poder contar com todos os legítimos candidatos.
A análise de qualquer aspecto da realidade é subjectiva. Está condicionada pela selecção dos factos, pela sua interpretação e pela subjectividade do analista, em função do seu posicionamento político e ideológico. Este caso concreto, o debate entre Pedro Madeira Rodrigues (lista A) e Bruno de Carvalho (lista B) insere-se na formulação enunciada. Por isso, as apreciações sobre o debate, estão subordinadas pelo juízo pré-determinado, que cada qual tem dos intervenientes. Não escondendo a minha predilecção por Madeira Rodrigues, procurarei, no entanto, usar a imparcialidade na avaliação da prestação dos candidatos, com a certeza que não conseguirei ser neutro.
Em sentido lato, a primeira leitura que faço do debate, é que os opositores eram portadores de um guião que pretendiam cumprir. Madeira Rodrigues, partindo de uma posição de desvantagem, pelo facto de ser menos conhecido no universo sportinguista, e por estar do lado de fora da fortaleza, ocupada pelo seu adversário, teve de utilizar uma estratégia de ataque constante, procurando centrar a sua investida nas zonas mais fracas da muralha. Daí que se concentrasse na questão do futebol profissional, o tema mais apetitoso para o adepto, e dele procurasse tirar vantagens, para enfraquecer Bruno de Carvalho. Focou os maus resultados desportivos, as contratações erradas, a equipa técnica tremendamente cara. Esta estratégia, colocou Bruno de Carvalho à defesa, procurando limitar os danos. Além disso, usou algumas armas inovadores, como a coordenação para o futebol. Espera-se agora a apresentação do seu treinador.
No guião de Bruno de Carvalho estava, à partida, a defesa de uma posição privilegiada, sem arriscar, sem pôr um pé em falso. A ideia foi fazer-se de peixe morto para se poder manter à tona. Contrariando a sua própria natureza belicista, conteve a agressividade, escudou-se atrás da sua muralha, que o intruso queria ocupar. Refugiou-se na obra feita, na solidez do edifício, na construção de novas ameias. Acentuou o recurso a apoios mediáticos, muitos deles com ligações ao repudiado passado, com especial enfoque para Ricciardi, uma espécie de Rasputine do Sporting, cuja presença perpassou pelo debate. Salientou o pavilhão, a salvação da bancarrota, números e mais números, gráficos e mais gráficos, na minha opinião de reduzida eficácia.
Para cumprir o seu guião, o ainda presidente foi instruído para se focar nos aspectos positivos, para manter uma imagem de urbanidade, chegando a afirmar, que num próximo mandato se irá resguardar mais, leia-se ter uma actuação mais discreta, sem voltas olímpicas por exemplo. Nesta área, Madeira Rodrigues, porque não tem as mesmas armas, e porque é candidato fora da muralha, limitou-se a questionar os dados apresentados, não podendo, em concreto ir muito mais além. Apesar disso, ainda conseguiu causar algum embaraço com o assunto pavilhão, alegando que estará pago com o dinheiro da Doyen. Quanto aos investidores, Madeira Rodrigues, não pode concretizar, enquanto candidato, o que só a um presidente compete. Pode-se discordar do seu projecto ou da concretização de algumas propostas, porque elas existem.Para bom entendedor..
Em conclusão, os dois contendores foram cumprindo os guiões previamente estabelecidos. Pelo facto, foi um debate morno, com algumas picardias, pouco significativas. Pedro Madeira Rodrigues fez o que tinha que fazer e penso que conseguiu alguns ganhos. Manteve o adversário à defesa e abriu algumas brechas. Para aqueles que consideram a fortaleza inexpugnável, é talvez altura de começarem a ter alguma modéstia. Foi o único que teve a coragem de desafiar o poder instalado, depois de constatar que mais ninguém avançava, surpreendeu-me e surpreendeu os observadores. O seu principal problema é a escassez de tempo, mas creio que está a mostrar que tem uma nova visão para o clube, fibra, competência e condições para assumir a sua presidência. Assim queiram os associados.
Assisti ao debate desta noite entre Bruno de Carvalho e Pedro Madeira Rodrigues e, como não pode deixar de ser, tenho uma opinião muito própria sobre a "performance" dos dois candidatos à presidência do Sporting.
Creio que só com o passar de mais algum tempo é que será possível verdadeiramente avaliar o impacte - se algum - deste evento e das posições assumidas pelos acima referidos. Não me surpreenderá vir a verificar que a maioria daqueles que têm vindo vindo a apoiar fervorosamente o ainda presidente do Sporting não mudaram de opinião, nomeadamente porque não estão e nunca estiveram receptivos a ouvir e a reflectir sobre proposições salvo as de Bruno de Carvalho.
Com isto dito, vamos deixar este espaço para debate livre entre leitores sobre o evento desta quinta-feira. Não é nossa intenção activar a moderação do blogue, condicionado a intervenções impróprias que possam surgir.
Em consideração da hora tardia, continuaremos o debate esta sexta-feira, se possível, com mais algumas informações que sejam entretanto disponibilizadas.
Carlos Severino - "Madeira Rodrigues estava em desvantagem perante um homem que quis assumir-se como presidente e não como candidato. Acabou por ser desigual e ainda por cima com um moderador que só o interrompeu, não fazendo o mesmo com Bruno de Carvalho. Mesmo assim ganhou, bateu-se bem, com linguagem de líder contra um egocêntrico, um ilusionista sempre a querer mostrar ter feito um trabalho fantástico quando nem sequer foi campeão".
Aguiar de Matos - "Falaram muito, mas disseram muito pouco. Madeira Rodrigues surpreendeu-me pela forma como estava preparado para atacar Bruno de Carvalho. Foi muito acutilante e Bruno de Carvalho estava com um ar absolutamente preocupado. Não foi um debate esclarecedor. Não pormenorizaram situações que esperava que fossem mais bem definidas quanto a objectivos futuros. Madeira Rodrigues pode ter captado mais uns votos e Bruno de Carvalho atrasou-se".
Subtil de Sousa - ""Para mim, nem sequer era necessário que este debate tivesse existido, porque a minha opinião iria sempre manter-se. Pedro Madeira Rodrigues não apresentou nenhuma proposta concreta e fala de Bölöni para coordenar o futebol jovem. Seria lindo um estrangeiro a fazer esse trabalho!... Não me disse nada e do Oriente virá de camelo com certeza, porque os petrodólares não se vêem. Bruno de Carvalho ganhou claramente, porque foi sempre mais concreto".
Gonçalo Nascimento Rodrigues - "Aprofundou-se muito pouco o clube. Deveria ter havido mais cuidado a abordar os temas. Os assuntos que realmente importam deviam ter sido debatidos com mais profundidade. Isso era importante para o esclarecimento cabal dos sócios. É importante discutir-se ecletismo e o que se pretende de futuro para o Sporting. Falou-se muito pouco de futuro. Este clube tem 110 anos de história, vai ter outros 110 e temos de falar de forma sustentável".
Bruno de Carvalho - "Fui provocado o debate todo mas acho que consegui passar o nosso programa. Temos uma situação sustentável e em crescendo financeiramente e desportivamente temos um projecto sólido. Os resultados não estão a aparecer mas não se analisam as coisas dessa forma. As pessoas sabem que o trabalho está a ser bem realizado. Foi um debate em que [Pedro Madeira Rodrigues] levantou muitas suspeitas, poucas ideias, muitas perguntas, muitas dúvidas. Um candidato à presidência do Sporting, mais do que dúvidas, deve ter ideias e projectos".
Pedro Madeira Rodrigues - "Acho que foi completamente esclarecedor. Um projecto passado, que não tem futuro, contra um projecto futuro e ganhador. Tive a confirmação de que estamos muito perto da vitória. (...) Tive sensação, ao longo do debate, que ia dizendo coisas novas, ideias, propostas. Eu ia dizendo coisas e ele ia-se repetindo, naquele estilo de auto-elogio. Pegando em papéis para disfarçar a sua incapacidade de falar por si só. Esteve em perda durante o tempo todo. Quando o fui cumprimentar estava triste e abatido. Disse-lhe para ter força e ele disse algo de mal sobre o meu projecto. Tem todo o direito de acreditar. Mas eu saí muito confiante e revigorado".
No café que eu frequento, onde se reune diariamente um grupo de amigos para tomar o pequeno-almoço e discutir as últimas do mundo da bola, foi hoje criado um "pool" relativamente ao debate desta noite, em que o desafio é o seguinte:
Quantas vezes vai Bruno de Carvalho referir-se a si próprio na terceira pessoa ?
O vencedor não levará fortuna alguma, mas será mais do que suficiente para convidar a "patroa" a ir jantar a um bom restaurante. Se não tiver "patroa", pode convidar a vizinha do lado.
Deixo o mesmo desafio ao leitor...
Grande expectativa em torno deste debate entre os dois candidatos à presidência do Sporting. De Bruno de Carvalho já sabemos o que esperar, não surgirão novidades sobre a sua postura e habilidade para vender a banha da cobra, as muito propagandeadas e pouco ou nada explicadas 111 medidas. Em linha com o seu carácter, o foco da noite será desvalorizar Pedro Madeira Rodrigues e enaltecer a sua pessoa, como aliás é seu hábito.
A grande dúvida recai sobre o candidato de oposição e a sua capacidade para transmitir as suas ideias de forma convincente. Já tivemos ocasião de verificar que não é um orador exímio e este enquadramento é sem dúvida alguma uma novidade para ele.
O primeiro e... último debate entre Bruno de Carvalho e Pedro Madeira Rodrigues está marcado para 23 de Fevereiro e será transmitido em directo na Sporting TV. A data foi proposta pela mesa da Assembleia Geral e reuniu consenso nas duas candidaturas, isto depois de ter falhado uma primeira tentativa de acordo. Faltam apenas acertar questões de detalhe, nomeadamente a duração do debate e a possibilidade de serem convidados jornalistas dos três canais generalistas para participarem na moderação.
Do que já não há dúvidas é de que o frente-a-frente terá lugar no próximo dia 23, acontecerá na estação do Clube e será o único desta campanha eleitoral a opor os dois candidatos ao Conselho Directivo, a despeito do natural interesse e dos pedidos de outros órgãos de comunicação social, entretanto recusados. A multiplicação de debates, verificada em eleições anteriores, principalmente em 2011, foi tida como contraproducente e prejudicial à eficiência da mensagem. Um duelo é, agora, considerado suficiente para esclarecer os sportinguistas, numa etapa decisiva da corrida à presidência.
Sinto curiosidade em saber qual dos dois candidatos, caso a decisão não tenha sido de mútuo acordo, recusou a realização de mais debates por ser "prejudicial à eficiência da mensagem". Parece-me um argumento à lá Bruno...
Não sei se Pedro Madeira Rodrigues fez bem ao aceitar que o debate tenha lugar na Sporting TV e, ainda pior, se os moderadores vão ser actuais funcionários do Clube, ou seja, vassalos de Bruno de Carvalho.
Se ainda existiam dúvidas sobre a qualidade de liderança de José Couceiro, o debate desta noite serviu de esclarecimento, de uma vez por todas. É o único dos três candidatos - se é que se pode levar a sério Carlos Severino como candidato - que demonstra saber do que fala e, porventura de maior importância, falar do que sabe, realistíca e honestamente. Surgiram diversas tentativas de o calar durante o debate, em concerto, tanto por Carlos Severino como por Bruno de Carvalho, deixando a ideia que não convem, especialmente ao último, que as diversas matérias problemáticas do momento sejam abordadas de forma clarividente.
Na área de superior importância, o futebol, desde o conceito e estrutura da formação ao profissional, é por de mais transparente que Bruno de Carvalho não tem mais do que uma vaga noção quanto ao tanto que será necessário levar a cabo para viabilizar a recuperação do Sporting. Atirou nomes de pessoas para o ar - caso de Freitas Lobo - que além de ter competência discutível para um cargo que até não foi definido, afirmou ontem que rejeitou o convite do candidato. Como já é conhecido, Bruno de Carvalho evocou Virgílio Lopes e Augusto Inácio sem o mínimo de indicação das funções que irão desempenhar. Acima de tudo, a sua mais irrisória apreciação - na tentativa de desculpabilizar a sua não existente ligação à modalidade, em qualquer enquadramento - foi, sem dúvida alguma, esta: «Experiência no futebol não é importante, porque nem todas as experiências são positivas.» Alguém deveria dizer isso a José Mourinho, porque é óbvio que ele não se deixou afectar por algumas das suas experiências menos positivas e ainda consegue ser considerado um dos melhores, se não o melhor treinador do mundo.
Entre outras questões, o debate serviu para confirmar - contrário a informações que têm vindo a circular, que Bruno de Carvalho, tal como José Couceiro admitiu logo a partir do primeiro dia, vai ser um presidente remunerado. Outra contenda em que há desacordo entre os principais candidatos, é que Bruno de Carvalho pretende passar o passivo de 120 milhões da SAD para o clube e José Couceiro, com lógica e razão do seu lado, opõe-se veemente a essa hábil manobra. Ainda ao que o futebol concerne, não é claro se em referência à sua pessoa ou ainda a outras da sua equipa, Bruno de Carvalho entende que «não há risco em envolver pessoas no futebol que não têm experiência de gestão de futebol.» Uma consideração que, de certo, terá deixado a audiência pasmada.
José Couceiro foi bastante explícito quanto à estrutura de futebol sob a sua liderança, como aliás sempre foi, e, esta noite, confirmou o antigo futebolista e dirigente sportinguista, Pedro Barbosa, como o elo de ligação entre a equipa profissional e a sua pessoa, como líder da SAD. Em resumo, repito, José Couceiro exibiu toda a serenidade, estabilidade e sentido de conhecimento e confiança pela forma como se apresenta como potencial presidente do Sporting Clube de Portugal. Entendo que não há margem para dúvidas quanto a isto, pese a demagogia, militância e outras «démarches» em curso, na tentativa de vender ilusões aos sportinguistas.
Nota: Lamenta-se o tempo de antena que foi desperdiçado pela participação de Carlos Severino, com disparates em cadeia.
«Ao longo deste tempo o Sporting tem alterado constantemente a sua liderança. Por isso as lideranças são o que são. A chave dos sucessos ou insucessos está aqui, a meu ver. E enquanto os sportinguistas não entenderem isto e se auto responsabilizarem, sócios incluídos, os ciclos virtuosos convertir-se-ão sempre em ciclos viciosos.»
«O Sporting precisa de uma estratégia. Não é só dizer que se vai apostar na formação. O Sporting precisa de apostar na Academia, de ter um recrutamento bom, o que implica um scouting bom. O que é fácil é chegar com dinheiro e comprar jogadores. Tem de haver identidade dentro da equipa.»
«Só deverá ter conversa com Jesualdo Ferreira quem for eleito, mas estamos satisfeitos com a evolução recente. Quando formos eleitos vamos ter uma conversa, mas há confiança nele. Ele também tem de mostrar vontade em ficar e fazer parte do projecto. Temos alterado constantemente as lideranças e é preciso estabilidade. Treinador tem de ter estabilidade.»
Não presumo falar pelos sócios indecisos, mas penso que a serenidade de José Couceiro, a forma como encara o momento do Sporting com os pés bem assentes na realidade, lhe terá valido um parecer favorável daqueles que, porventura, ainda hesitavam entre a sua candidatura e a de Bruno de Carvalho. Foi um debate relativamente equilibrado com Bruno de Carvalho menos interventivo do que se esperava, quase deixando a ideia de que terá decidido que quanto menos falar melhor. Carlos Severino não merece muito comentário, já que é um candidato totalmente fora da equação. Aqueles que já optavam por José Couceiro sentir-se-ão reforçados pela sua postura no diálogo que ocorreu em Alvalade e a falange de apoio a Bruno de Carvalho não vacilará, minimamente, da campanha que está em curso já há dois anos.
Confirmou-se o que já se suspeitava quanto à dependência do Sporting na banca, indiferente de quem vier a ser presidente, muito embora seja evidente pelo seu conforto em encarar a contenda, que José Couceiro tem fortes garantias de apoio nesse sentido. Bruno de Carvalho recusou-se, por diversas vezes, a nomear a origem do seus recursos financeiros, inclusive de investidores, e, na realidade, nenhum dos candidatos adiantou dados concretos que possam ser profundamente avaliados neste contexto.
Penso que pela complexa e espinhosa situação financeira e as limitadas soluções à mão, passou-se tempo de mais a discutir essa temática e muito pouco na estrutura do futebol. Isto, assente na premissa que a recuperação global do Sporting terá forçosamente de ter o seu ínício nessa área.
Estes debates já deviam ter sido realizados há muito mais tempo porque servem para obrigar os candidatos a explanar aspectos dos seus planos ainda não devidamente clarificados. É discutível se este primeiro encontro alcançou esses objectivos, mas terá servido de plataforma para um debate muito mais emotivo na próxima quinta-feira.
Os candidatos Carlos Severino e José Couceiro participaram ontem num debate a dois em Mafra, organizado pelo Núcleo Sportinguista local, onde foram convidados a esclarecer as suas posições relativamente às suas principais ideias para o futuro do Clube. Segundo as informações, a audiência não era numerosa, mas muito interessada e participante, apresentando diversas perguntas aos candidatos.
A sessão encontrou um ponto comum nas críticas a Bruno de Carvalho por andar a esconder-se da participação em debates televisivos. Isto vem ao encontro das informações - com conhecimento de causa - que me foram dadas já há uns dias e reiteradas mais recentemente. Contrário ao que tem propagado por outros meios, Bruno de Carvalho tem vindo a impedir a realização deste fórum de diálogo entre candidatos por recear que «in loco» e com confrontação directa, a sua imagem de vendedor da «banha da cobra» venha a ser confirmada perante uma audiência nacional. Atrevo-me a sugerir que a sua viagem a Moçambique esta semana, a (simulado) pretexto de «estabelecer contactos com possíveis parceiros económicos» serve uma estratégia cuidadosamente elaborada em que um dos objectivos é impossibilitar a realização de debates. A sua zona de maior conforto é enunciar a sua demagogia através da comunicação social e perante pequenos aglomerados de sócios e adeptos sportinguistas, onde nunca lhe será exigido respostas difíceis para a resolução dos problemas do Sporting.
A exemplo da entrevista hoje publicada no Jornal do Sporting - ao qual facultámos o acesso aos leitores no prévio post - as mesmas 30 perguntas foram apresentadas aos três candidatos:
P: Sendo todos defensores da aposta na formação, como será possível conciliar essa aposta com a ambição de conquistar títulos ?
BdC: Sim, sem dúvida. É necessário incutir uma nova mentalidade vencedora, rigor e ambição, muito querer, organização e uma liderança competente e forte.
P: Haverá alterações à estrutura do nosso futebol de formação e qual o papel da Academia no seu projecto ?
BdC: A Academia terá um papel reforçado, bem como a aposta na formação e as alterações decorrem do modelo enunciado em pergunta anterior.
Duas perguntas directas e claras com respostas demagogicamente bem adornadas mas sem explicação concreta alguma. E, em resposta à segunda, refere o entrevistador - e o leitor - à primeira, ficando todos a saber o mesmo, absolutamente nada.
Se estou a ser excessivamente crítico com esta minha análise, agradeço que me apontem onde estou equivocado.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.