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À beira de um ataque de nervos

Naçao Valente, em 12.03.19

 

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Na  nossa vida todos temos que fazer opções, desde as mais comezinhas do quotidiano, até às mais importantes sobre o que chamamos de destino, até as que têm influência no rumo das sociedades, como as escolhas políticas.

 

Enquanto sócios de colectividades desportivas, também temos que participar na escolha dos nossos dirigentes. No último acto eleitoral do Sporting, uma maioria de votos elegeu, de acordo com as normas em vigor, o dr. Frederico Varandas. De entre as alternativas considerei que não era a melhor. Não por falta de seriedade e de competência, mas por uma série de atitudes, na minha perspectiva criticáveis, e que já abordei noutros textos.

 

Varandas é agora o presidente eleito. Deixando de lado alguns erros desnecessários, quero salientar o contexto em que teve que actuar. Encontrou um clube numa situação caótica. Quase sem tesouraria, com dívidas a pagar a curto prazo, a amortização de empréstimo que já tinha sido adiada, uma perda de muitos milhões em activos, do que se recuperou apenas uma parte.

 

Drake Wilson, no post "O Sporting que nos escondem", afirmou que Varandas não podia resolver de um dia para o outro, problemas com trinta anos - considero que até serão mais - que ficaram por resolver pela última Direcção. Foram antes escondidos ou mascarados. Digamos que durante o referido mandato, os sócios estiveram anestesiados, com "Prozac". Viveram numa ilusão, estavam felizes e não sabiam porquê.

 

Quando o "Prozac" acabou e se caiu na verdadeira realidade, chegou a depressão. Agora os adeptos que estavam imbuídos de uma atroz falsa felicidade, estão à beira de um ataque de nervos. Qualquer insignificância,  é transformada num caso de vida ou de morte, e num motivo para auto flagelação.

 

Nem tanto ao mar nem tanto à terra. Varandas no seu estilo 'low profile' tem estado a pôr a casa em ordem. E enquanto não concluir esta enorme tarefa é de uma absurdidade total fazer exigências impossíveis, nomeadamente a uma equipa de futebol que perdeu metade dos melhores titulares.

 

O adepto que deixou de estar "prozaciado" quer tudo ao mesmo tempo, porque só olha para a árvore e não para a vasta floresta. A sua árvore, o futebol profissional, só terá êxito, quando toda a floresta estiver de boa saúde. Enquanto não se perceber isto e se continuar a criar um clima de guerrilha interna permanente, com os dirigentes e entre associados, o Sporting continuará em permanente instabilidade como está há mais de trinta anos.

 

Já ficou provado que o "Prozac" não é a solução. A solução ou as soluções exigem uma grande dose de realismo e racionalidade. Exigem união em redor da Direcção, embora sem seguidismos cegos. Exige-se que a deixem fazer o seu trabalho com tempo e serenidade, e que este seja avaliado, sem demagogias e palpites inconsistentes, baseados na ignorância.

 

Que os ditos 'brunistas' lobotomizados continuem a sua campanha contra o Clube, é um assunto estritamente da psiquiatria . Que os sportinguistas o façam, é difícil de entender. Se continuarmos por este caminho, de "prozaciados" ou de adeptos à beira de um ataque de nervos, daqui a mais trinta anos continuamos a ter a mesma discussão.

 

Quem é sportinguista e gosta realmente do Sporting não pode estar permanentemente a criar instabilidade, muito menos num período muito complicado, e contra uma Direcção com meio ano de mandato. 

 

P.S.: A histeria que por aí vai a propósito dos resultados do futebol merece o seguinte esclarecimento, porque a memória é curta. Nos últimos dez anos o Sporting só disputou o primeiro lugar até ao fim apenas uma vez, em 2015/2016. No momento em que escrevo, está a oito pontos do primeiro lugar. Nas últimas épocas na 25ª jornada (com excepção da época atrás referida) estava a oito pontos ou mais, com equipas mais fortes e o dito melhor treinador. Concretamente, na época de 2016/2017 acabou a dez pontos do primeiro e em 2017/2018 a doze pontos. Que raio se passa?

 

publicado às 02:33

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