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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Muito embora a publicação deste post seja minha, o texto é da autoria de Desert Lion que, pela sua indisponibilidade de momento, não teve ocasião para o publicar directamente. Aproveito o ensejo para informar que o meu colega de blogue deverá publicar a sua análise sobre o mais recente Relatório e Contas durante a próxima semana, missão exigente que envolve umas boas horas de trabalho.
*** Parece-me evidente que o Sporting tem um problema. Ou melhor, terá até mais do que um problema, mas tem um que dá mais nas vistas do que outros. Investidos mais de 20 milhões de euros na última época e meia, ainda nenhum jogador destas novas contratações ganhou lugar na equipa titular devido à inequívoca valia individual, ou seja, os que estão a jogar só estão a ocupar esses lugares porque as suas alternativas anteriores sairam ou nem sequer existiam.
São quatro os jogadores contratados pela actual Direcção que jogam a titulares no Sporting:
-No centro da defesa Maurício e Sarr, que apenas jogam porque as melhores alternativas para aquela posição foram vendidas ou saíram por vontade própria, como foram os casos de Ilori, Dier e Marcos Rojo;
- Na lateral esquerda Jefferson, que preenche uma lacuna óbvia no plantel e nunca teve concorrente para a sua posição;
- Slimani, que veio para o lugar de Ricky van Wolfswinkel, que era o único ponta de lança do Sporting e foi vendido no "extertor de morte" da anterior Direcção.
No que toca ao centro da defesa a situação é, na minha opinião, quase desastrosa. Nenhum dos nossos dois centrais sabe dominar uma bola, nenhum sabe sair a jogar, as falhas de posicionamento são constantes e a velocidade de ambos deixa muito a desejar... Na lateral esquerda Jefferson tem sido o único para aquele lugar, mas com claríssima queda de rendimento desde o último Natal. E no ataque, se é certo que Wolfswinkel falhava clamorosas oportunidades, a verdade é que quem veio para a sua posição não representou qualquer acréscimo de qualidade.
Todos sabemos como foram mal construídas as equipas de Godinho Lopes, especialmente na segunda época. Mas o que se fez foi procurar remediar isso com uma quantidade enorme de jogadores de valia duvidosa. Não acredito que possamos ser campeões apenas reforçando a equipa B (a qual, nem assim tem feito resultados por aí além...). Não se deveria ter feito como era preconizado pelo próprio elenco directivo actual: contratar uma mão cheia de jogadores de qualidade para entrarem directos no onze e reforçar a formação, deixando crescer na B as nossas jovens promessas para as lançarmos gradualmente na equipa principal ? Porquê a alteração de estratégia face ao prometido na campanha eleitoral e a súbita necessidade de contratar 30 jogadores, em apenas ano e meio de gestão ?
O Sporting tem como obrigação ser terceiro classificado e não se deslustrar nas Taças e na Champions - o que acredito que consiga fazer. Mas, na minha opinião, deveria mudar as suas regras no que toca a contratações e salários. Mais qualidade, menos quantidade. Se calhar alguns salários mais elevados, compensados por uma menor profundidade de plantel. Poderíamos sofrer uma quebra a meio da época devido a castigos, lesões e cansaço ? Podia acontecer ou não - basta ver o que fizeram os miúdos da formação quando puxados por Jesualdo Ferreira para salvarem o Sporting. Mas pelo menos tínhamos alguns jogadores a sério, a darem-nos boas exibições, pontos nas competições em que estamos integrados e a valorizarem-se no mercado internacional. Assim, como estamos, não temos nada: se o que se contrata é para ficar na equipa B, gastou-se o dinheiro na mesma, desmotivaram-se os jovens valores da formação e não se tirou proveito algum em termos competitivos.
Os anteriores presidentes do Sporting foram qualificados, sempre, de barata tonta para baixo, por parte dos mesmos comentadores que aqui afirmam ser inaceitável que a estratégia de Bruno de Carvalho seja qualificada assim.
O Bruno fartou-se de atacar as anteriores Direcções por não conseguirem ter influência suficiente para realizarem uma limpeza nas cúpulas de poder do futebol português. Ora agora o Bruno também foi posto de lado quando tentou mudar alguma coisa. Mas claro que os outros eram umas baratas tontas porque não conseguiam esse objectivo; já o Bruno é genial, porque tendo os mesmos resultados dos anteriores, foi um "valentão" e mndou ums bocas mal educadas na televisão !
Aliás, eu nem quero imaginar o que os de sempre viriam dizer se as mesmas palavras fossem proferidas pelo António Dias da Cunha ou pelo Filipe Soares Franco - suspeito que vinha logo a conversa de já passar da hora de almoço ou coisa semelhante. Mas como foi o Bruno, então as afirmações foram de grande nivel enquanto parte de uma estratégia de altíssimo nível, só ao alcance de um verdadeiro iluminado.
Não há espiríto crítico, só facciosismo militante, e não vale muito esperar mais do que isto...
Nota: Texto da autoria de Desert Lion em forma de comentário ao post "O percurso errático de uma barata tonta".
Nos últimos posts que publiquei, muitos comentadores têm vindo a acusar-me de divisionista, bota-abaixista e outros adjectivos ainda menos simpáticos. Em resposta as estas considerações, que não só não considero justas, como ofendem o meu Sportinguismo de mais de 40 anos, gostaria de deixar este “personal disclaimer”. Acabou por resultar um pouco longo e, por tal, peço, desde já, a compreensão dos nossos leitores.
Fui mais um dos muitos Sportinguistas, que durante muito tempo nem se incomodou em ir votar nas AG’s. Pura e simplesmente deixei andar, como muitos de nós fizemos. No entanto, nas eleições de há cinco anos atrás, algumas pessoas em que confio alertaram-me para o mal que andaria a corroer o Sporting e que nos levava a ter déficites financeiros permanentes e resultados desportivos pouco relevantes. Esse mal era, diziam-me, a Banca. A Banca estaria a sugar o sangue ao Sporting, com a conivência de alguns dos Directores do Clube, que partilhariam uma fatia desse bolo.
Voluntariei-me pois, para participar numa campanha eleitoral que tinha como grandes objectivos mudar as pessoas que lá estavam (a “linhagem” ou os “lambuças”, como agora lhes chamam) e realizar uma aprofundada auditoria de gestão ao Clube/SAD. Nas urnas, a generalidade dos Sportinguistas pronunciou-se contra nós (por exemplo, o actual presidente, apoiou e votou com a “continuidade”). Mas ter apoiado essa campanha fez-me estudar a situação do Clube/SAD. O que identifiquei foi uma muito má gestão desportiva, que provocava os tais déficites financeiros permanentes. Descobri ainda, para minha total surpresa, que os Bancos eram os melhores aliados do Sporting. Estiveram sempre no apoio a todas as necessidades que fomos tendo, cobrando taxas de juro muito abaixo do que era o verdadeiro risco das operações de financiamento (se algum leitor quiser aprofundar esta matéria, veja por favor a pag. 123 do último R&C, onde constam as condições de financiamento da SAD antes da reestruturação).
Nas eleições seguintes, estávamos perante duas escolhas potencialmente vencedoras: Godinho Lopes ou Bruno de Carvalho. Ambas eram escolhas de risco. Ambas se propunham aumentar muito os gastos de investimento e salariais do plantel, tendo em vista a criação de um ciclo virtuoso: ganhos desportivos -> maiores receitas (Champions League, bilheteira, TV, etc...) –> valorização e venda de activos (jogadores) - > compra de jogadores mais valiosos -> mais sucesso desportivo, etc, etc. No caso de Godinho Lopes tal far-se-ia com adicional recurso à Banca; no caso de Bruno de Carvalho através de um fundo que iria disponibilizar 50 milhões de euros, ficando pois titular da grande maioria do passes, mas obviamente com comparticipações do Sporting aos níveis da aquisição de alguma percentagem nesses mesmos passes e do pagamento dos salários e outras despesas dessas novas estrelas.
Sendo os objectivos de ambos os contendores a criação de uma gestão desportiva que nos levasse ao sucesso, acabei por me decidir pelo apoio ao Godinho Lopes. Ele trazia um homem para a gestão do futebol – Luís Duque - que, numa época anterior de investimento forte, nos permitiu vencer o Campeonato Nacional. Confiei que a gestão desportiva seria melhorada e o tal ciclo virtuoso, que ambos os candidatos prometiam, seria mais facilmente alcançado como quem já o tinha feito antes. Infelizmente enganei-me e as consequências estão à vista. É evidente que essa gestão falhou clamorosamente. O investimento foi feito sem critério, não houve coragem nas decisões a tomar e tudo isto se traduziu num descalabro que saiu muito caro ao Sporting, comprometendo-lhe, ainda mais, um futuro que já era bastante negro, depois das gestões de FSF e de JEB.
Chegamos então ao último acto eleitoral. Das duas alternativas em campo, a minha preferência pessoal ia para José Couceiro. Prometia uma equipa de gente que conhecia a Academia, o que adicionado ao seu conhecimento do futebol a nível internacional, poderia fazer a diferença no que toca à gestão desportiva do Sporting. Do outro lado estava Bruno de Carvalho. Este último tinha entusiasmado as gerações mais jovens do Sporting, aquelas que estávamos a perder devido as gestões desastrosas dos últimos anos. Na minha análise final entendi que haveria um risco claro de ruptura no Clube, caso BdC não ganhasse. O desinteresse dos mais jovens poderia ser a lapide na campa do Sporting. Se perdêssemos o que de mais valioso temos – a aderência de milhões de sócios e simpatizantes – perderíamos tudo, até porque todo o resto já estava altamente comprometido. Optei, assim, por votar na lista de BdC para a Direcção. Pareceu-me a opção que melhor defenderia o Clube de uma potencial “guerra civil”, que achei que poderia vir a acontecer caso ele não vencesse desta vez.
Mas não foi por ter votado em BdC que o passei a considerar algum santo de obra imaculada. Sei que existem falhas passadas. Prometi a mim próprio manter-me atento e vigilante, na limitada medida das minhas capacidades, quanto ao que esta gestão iria fazer no Sporting, pois já não há margem para mais erros. O Rui Gomes deu-me a oportunidade de o fazer publicamente através do blogue dele. Muito lhe agradeço a atenção e gabo a paciência. Aliás, muito louvo o Rui pelo elevado nível de entendimento democrático que mantém no Camarote Leonino. Ele soube que eu votei no BdC – porque eu lho referi claramente -, mas acolheu-me neste seu blogue sem quaisquer problemas ou restrições. Ao contrário de outros lugares, aqui não se fala pela voz do dono. Aqui, cada um tem direito à sua opinião.
Em conclusão, quero que fique claro que uma análise crítica dos actos de gestão não quer dizer que queira deitar abaixo uma Direcção - que, como já referi, até ajudei a eleger. E muito menos quer dizer que defenda a anterior. Quer dizer apenas que me preocupo com o Clube e o quero ver bem gerido. Não acredito em apoios acefalos e seguidismos fanáticos. Assim, pela parte que me toca, penso que só posso contribuir deixando um compromisso de isenção e lisura na análise, seja na crítica ou no apoio, ao que se vai fazendo no nosso glorioso Sporting Clube de Portugal.
Capítulo IV - Do que gostei
- Gostei do abandono das ideias peregrinas de separar a componente física da direcção técnico-táctica e de ter apenas 20 jogadores na equipa
principal. Mostra que o Presidente sabe ouvir e não insistiu em soluções que fariam pouco sentido. Não é vergonha dizerem-se algumas asneiras enquanto se está a aprender; mau é quando não se sabe dar o braço a torcer perante quem sabe. A separação do Departamento de Preparação Física foi esquecida. Leonardo Jardim arredondou, entretanto,o número de jogadores para 20 mais 2 guarda-redes. E veremos como ficarão as contas finais, perante a esperada resolução final dos casos pendentes.
- Gostei da contratação de Leonardo Jardim. Parecia o melhor técnico disponível , para a situação que nos encontrávamos e está a prová-lo. E é sportinguista, o que não valendo muito em campo, não deixa de tocar os nossos corações. Tem-se mostrado calmo e sabedor. Não inventa muito. Soube compreender o particular enquadramento do Clube e adaptar-se a isso. Tem um discurso realista e frontal e não anda sempre na comunicação social a dar nas vistas. Agradava-me se fosse técnico para ficar uns bons anos no Sporting. Fazia-nos falta o nosso Ferguson.
- Gostei da aposta na nossa juventude, quer a que andava emprestada, quer a que já tínhamos dentro de casa. Há ali muito valor e vontade. Sente-se motivação e querer, o que nos empurra para a frente dentro do campo e galvaniza sócios e adeptos. Teremos de ter paciência quando estes jovens falharem, porque de certeza que vai acontecer. Cabe a nós, sportinguistas, não deixar a chama cair e puxarmos por eles para que se voltem a levantar depois de cada tropeção.
- Gostei muito de metade das contratações. Maurício, sem deslumbrar, é útil e faz o papel de raivoso que muitas vezes é necessário na defesa. Jefferson tem feito aquele corredor com uma garra como só o Insúa fazia. Piris e Vítor acredito que trarão mais competição por lugares em que ficámos carenciados de soluções válidas. Slimani ainda não teve oportunidade de mostrar muito, mas penso que será uma mais-valia para aqueles jogos mais difíceis, em que Montero esteja desaparecido dentro do autocarro do adversário. Quanto a Montero, bom, nem vale a pena dizer muito: tem classe pura e está a jogar com uma confiança impressionante para quem só agora chegou !
- Gostei dos jogos de apresentação (Real Sociedade e Fiorentina) e do início do campeonato fulgurante. Gostei de voltar a ver o Sporting no topo da tabela quando abro um qualquer jornal desportivo. Vejo ali muito trabalho de Treinador, um corpo organizado e batalhador, com alguns talentos individuais entusiasmantes. Adrien, William, Montero... brilhantes. Golos e muito apreciável futebol. Muita crença, muita vontade de jogar a bola. O grande Patrício na baliza (a propósito, gostei muito que ele o Capel ficassem). Foi pena não se ter ganho ao Benfica, mas fica para a segunda volta...
- E por falar neles, e só para terminar, estou a gostar muito de ver a crise de Braga e Benfica. O Braga que já andava com tiques de quem fez o que nunca fez, ou tinha o que nunca teve, está agora a voltar à Terra. A equipa foi desconstruída e parece que não se está a querer reconstruir. Melhor assim. Calha a todos. Já o futebol do Benfica está, como me dizia um amigo benfiquista, num acelerado processo de Peseirização. Também eles estiveram para ganhar tudo e não ganharam nada. Este é o refluxo da maré. Ainda bem. É deixá-los assim, andando aos trambolhões enquanto torram os milhões e nos deixam passar para a Liga dos Campeões !
Texto da autoria de Desert Lion
Capítulo II - Do que gostei
- Gostei da reestruturação financeira. Quem não tem cão caça com gato e foi o que a nova Direcção fez. Ameaçou não pagar e, aproveitando a
fraqueza estrutural dos nossos credores (BCP e BES estão com graves prejuízos que não podem deixar agravar mais), conseguimos um acordo que nos permitiu sobreviver, se bem que limitados e dentro de baías extremamente curtas.
- Gostei que tivesse avançado a redefinição de meios - incluindo meios humanos - do Clube e da SAD. Apesar de não ter sido feito nos moldes que me pareciam mais adequados, houve coragem de reestruturar e mexer com hábitos e direitos adquiridos, o que é de louvar.
- Gostei da reestruturação informada das actividades amadoras - contra a qual antes batalhei e do aqui faço um mea culpa. O Presidente referiu que as diminuições de orçamentos estariam em linha com o que os outros grandes iriam fazer e, tanto quanto fui lendo, parece que se confirmou. Foi pois bem pensado e estrategicamente correcto reduzir or orçamentos quando a concorrência também o faz, não desperdiçando os muitos escassos meios de que vamos dispondo.
- Gosto do tratamento que temos tido por parte da comunicação social. Apesar das inúmeras e desnecessárias entrevistas e das "fugas de informação" despropositadas e de ética muito duvidosa, os jornais desportivos estão a tratar-nos muito melhor. Talvez aqui o dedo dos políticos que fazem parte destes Órgãos Sociais, ou talvez seja pura admiração pelo novo Presidente por parte dos jornalistas. Seja o que for, está a resultar, e isso interessa muito na mudança de percepção que vai sendo transmitida sobre o Clube.
- Estou conquistado pelo novo entusiasmo trazido pela nova Gestão, juntos dos sportinguistas em geral. Apesar de eu não ser adepto deste novo estilo de liderança, há que reconhecer que "pegou" junto da grande maioria dos "Leões" poresse país fora. É essencial recuperar as pessoas para o Clube - essa é, aliás, a nossa maiorforça. E se este estilo de dono da verdade com voz de falsete com pronúncia queque que o vai fazer, o melhor talvez seja deixar andar...
Capítulo III - Do que não gostei
- Não gostei do despedimento de Jesualdo. é um treinador valoroso e um homem sério que, colocado numa situação particularmente difícil com a que vivíamos a meio da época passada, conseguiu dar a volta e devolver alguma dignidade ao Clube. Não gosto de ver sair pessoas que fazem coisas boas pelo Sporting e penso que devemos uma palavra de agradecimento ao Professor. Pegou numa equipa em cima da "linha de água", física destroçada e com problemas de salários em atraso e quase só contando com os "miúdos" da B, acabou por nos colocar à beira da Europa.
- Não gostei das guerras com os empresários. Falarei um pouco mais sobre isto já a seguir ao comentar as contratações, mas eram desnecessárias estas cambalhotas todas na comunicação social. Até porque, no final do dia, lá se negociou com o Zahavi a ida do Ilori para o Liverpool (como ele sempre quis) e com o Catio Baldé a ida do Bruma para o Galatasaray (como ele pretendia).
- Não gostei das saídas de Ilori e Bruma. Acho que são jogadores de eleição, do que o interesse de diversos clubes europeus é prova. A ida do Bruma poderia ter sido evitada com algum investimento (talvez 2 milhões), um para o Catio Baldé, outro para o Bruma em salários ao longo de um ano), a ida do Ilori(ainda com 2 anos de contrato), com algum convencimento. Estou convicto que seriam 2 milhões que se traduziriam em 10 milhões ou mais, no final desta época. Para além de que trariam outras ambições a um plantel com poucos verdadeiros valores individuais. É claro que tenho de perceber que esta Direcção não tinha esse dinheiro para gastar. E, mais do que isso, tinha obrigatoriamente de fazer estas receitas para cumprir com os Bancos. Mas tal não me impede de me sentir desagradado com a repetição da situação do Sporting de sempre: mal aparece alguém a dar algum valor às nossas "pérolas", lá são vendidas prematuramente e abaixo do que poderiam vir a valer.
- Não gostei que não haja soluções para os jogadores problemáticos. Escrevo antes de saber o que acontecerá a Jeffrén, Labyad. Evaldo e Bojinov. Mas a verdade é que o mercado já fechou e para aqueles cuja situação está resolvida - Pranjic, Boulehrouz, Onyewu - a solução não foi diferente da preconizada já antes por Duque/Freitas: os famosos cheque e vassoura.
- Não gostei da renovação de Salomão. Nem a entendi. Aliás, acho que ninguém entendeu porque é que este jogador teve direito a mais 5 anos de contrato e a vida garantida até aos 29 anos, nunca tendo provado nada em lugar algum. Terá a ver porser um jogador de Jorge Mendes e terá sido esta a forma mais económica de apaziguar um desaguisado com esse empresário ? Não sei. Há-de haver aqui razões que a própria razão desconhece...
- Não gostei da venda de Arias baratucho, incluído no "pacote" Schaars. Só vi um jogo dele, mas tinha-me agradado. Terá sido o PSV a impor esta aquisição para ficar com o Schaars ? Se assim foi, e consideradas as opções que tiveram de ser feitas a nível salarial, tenho de compreender.
- Não gostei de metade das contratações efectuadas. Cissé, Magrão, Hugo Sousa e Welder nada vieram acrescentar às equipas do Sporting. Este novo Everton ainda estamos para ver, mas não me parece que o Corinthians o libertasse assim. se visse nele grande futuro. Dir-me-ão que não há dinheiro, o que é totalmente verdade, mas por isso mesmo é que devemos ser ainda mais criteriosos no que vamos buscar fora. Se é para ir buscar quem não acrescenta, mais ale valorizarmos os que já temos em casa.
Texto da autoria de Desert Lion
Capítulo I - Do que não gostei
- Não gostei das promessas vazias, quer de disponibilidades de Tesouraria, quer de investidores para aumentos de capital. Como aqui tínhamos
dito, não havia ninguém que, na situação anterior, se aventurasse a ventilar a SAD com os valores necessários. E o único que, de algum modo, o fez - o Sr. Sobrinho - bem como os outros que ainda o poderão fazer a curto/médio prazo (sindicato de entidades com ligações ao BES/KPMG ou seja, ao anterior Conselho Fiscal), tinham sido caracterizados pelo actual Presidente como "indesejáveis".
- Não gostei da declaração de que o terceiro homem do futebol era ele - o Presidente. Depois de todo o suspense criado em volta do misterioso personagem, afinal nunca existiu nenhum terceiro elemento.
- Não gosto deste marasmo de indecisão quanto à tão reclamada Auditoria de Gestão. Afinal, tanto barulho para nada... Acreditem quando digo que, se o Conselho Fiscal assim o quisesse, em dois meses teria organizado e posto em marcha esta Auditoria. Aparentemente não haverá vontade - ou será competência - para a conduzir, pois passado todo este tempo não sabemos de absolutamente nada.
- Não gostei nada da celebração de um Protocolo entre a Fundação Sporting e a Fundação do Presidente do Sporting. Isto configura uma mistura de papeis que não é de todo aceitável e que revela amadorismo e evidente conflito de interesses - para me ficar pelo mínimo que lhe posso chamar - na gestão do património associativo.
Texto da autoria de Desert Lion
Amanhã: Capítulo II "Do que gostei"
Depois de um período de trabalho muito intenso e passadas uma férias relaxantes, volto ao contacto dos nossos amigos com algumas breves notas sobre o Nosso Grande Amor. Porque abordarei temas diversos e para não alongar muito os posts, irei fazer uma série repartida de textos contendo algumas opiniões, espero não muito desactualizadas, sobre o que fui acompanhando infelizmente a alguma distância.
Mas primeiro, não queria de deixar de dar uma palavra sobre os fulgurantes negócios do Benfica. Ao que me disse um amigo bem informado, os nossos rivais tinham previsto um encaixe líquido para este defeso (vendas menos compras) de 75 milhões de euros. Ora o resultado final parece que se ficou pelos 20 milhões negativos ! E claro que ainda pode aparecer algum louco russo a salvar a situação, mas assim visto de fora, parece que a coisa está preta. Já para não falar de futebol de qualidade, que esta época nem cheirá-lo !
Veja-se só, a título de exemplo, o fabuloso negócio Roberto:
- o Benfica paga 8,5 milhões pelo Roberto;
- depois diz que o vende, mas afinal nem por isso;
- a seguir troca o mesmo Roberto (agora avaliado em 6 milhões) por 50% do passe do Pizzi;
Conclusão: entrega 8,5 milhões mais o Roberto (avaliado em 6 milhões) e fica com 50% do Pizzi. Ou seja, metade do passe do Pizzi custou ao Benfica 14,5 milhões de euros !
É caso para dar os parabéns aos nossos ex consócios Luís Filipe Vieira, Domingos Soares de Oliveira e Jorge Jesus por, finalmente, estarem a por em prática na Luz, a gestão que todos queremos para aquele clube.
Texto da autoria de Desert Lion
Nota: A série "Estrutura e Sócios - 6 meses depois" começa amanhã.
O que Bruno de Carvalho quer é festa para animar a sua rapaziada na Assembleia Geral. Se fosse um homemzinho, faria como muito bem diz o Rui: reuniria com os ex-Presidentes e tentaria perceber em que contexto e que motivos levaram a tomada de certas decisões.
Quanto a conversas em público, só podem ser feitas para comparar o que é comparável. É muito fácil apontar o dedo quando ainda não se viram as consequências das decisões tomadas. E se o Montero se revelar um Bojinov ? Ou a aposta em Leonardo Jardim sair totalmente furada ? E se o Labyad acabar por ficar - apesar de empurrado para fora - e fizer uma época fulgurante, sendo vendido por 20 milhões ? Daqui a dois anos, quando soubermos no que resultaram as decisões de Bruno de Carvalho, então sim terá ganho a legitimidade para discutir em público com aqueles que tiveram de tomar decisões antes dele.
Mas se quer mesmo conversas públicas sobre o que se fez ou não fez, então deveria ir para território que todos tenham percorrido. Por exemplo, comparar e conversar sobre percursos profissionais e resultados obtidos nesse trajecto.
* Texto da autoria de Desert Lion.
O que nos é pedido para aprovarmos na AG do próximo dia 30 de Junho é uma reestruturação global do passivo do Grupo Sporting, alicerçada em cinco vertentes fundamentais:
1) A passagem do direito de superfície do Clube para a SPM por 33 anos, e a fusão desta na Sad, gerando um aumento de capital de 8 milhões por esta via.
2) A conversão de créditos da SAD em capital (20 milhões da Holdimo) e quase-capital (80 milhões de novas VMOCS do BCP/BES, a 12 anos). Existe aqui óbvio ganho por redução de custos financeiros incorridos, incomportáveis aos níveis anteriores, e óbvia diminuição de controlo e autonomia, na SAD.
3) A reestruturação da dívida do Clube num novo empréstimo de 68 milhões e o que parece ser a reestruturação das actuais VMOCS, em nova emissão de valor semelhante ao da anterior (55 milhões de VMOCS, já detidas pelo BES/BCP), passando as novas a vencer a 12 anos. Empurram-se problemas para a frente (40 anos aparenta ser o prazo novo do empréstimo ao SCP-Clube).
4) A oneração global de todo o património do Sporting (hipotecas sobre os imóveis e penhor das acções das sociedades) para responder à globalidade da dívida contraída pelo Grupo Sporting. Diga-se que seria inevitável que isto acontecesse, numa reestruturação feita sob este formato.
5) A entrada prevista de 18 milhões de capita "fresco" vindos de investidor(es) externo(s). Este valor, a entrar, deverá ir direitinho para liquidar responsabilidades bancárias assumidas. Este novo investidor representará cerca de 23 por cento do capital da SAD, tendo pois posição de relevo na sua gestão.
Relativamente a estas, concordo com o teor global do acordo. É um acordo desesperado, obtido junto de Bancos que estão muito pressionados para não deitarem tudo a perder, por uma Direcção que entra de mãos a abanar e que pouco tem para oferecer, pelo que aproveita tudo o que os credores lhe dão - incluindo até o novo accionista já conhecido. É um acordo menos favorável do que aquele esteve estruturado entre a anterior Direcção e os credores, que passaria por um "hair-cut" à dívida mas, verdade seja dita, na situação actual, essa é uma análise que já não interessa absolutamente para nada. Dito isto, é importante notar que a declaração do presidente do Sporting na sua recém-entrevista - insistindo que o que foi assumido pela anterior Direcção era um PER- não corresponde à verdade, uma vez que um plano de reestruturação foi formulado através de Godinho Lopes em combinação com o BES e BCP, apoiado pela KPMG. O PER era somente uma alternativa de último recurso, na eventualidade da antecipada oposição ao plano pelo actual presidente e apoiantes, vir a resultar na sua reprovação em Assembleia Geral, semelhante ao cenário que foi agora sugerido pelo próprio presidente. Esta informação vem de fonte cem por cento fidedigna, desinteressada, mas com directo conhecimento de causa.
Tenho de apontar três fortes motivos de discordância com esta proposta, os dois primeiros de substância e um terceiro de forma:
i) A escolha do novo accionista (Holdimo), que vai totalmente ao arrepio do que foi prometido antes, por esta mesma Direcção, em período eleitoral. As palavras têm de ter consequências, seja no nosso trabalho, no nosso Clube ou no nosso Parlamento. Nada me move contra o Sr. Álvaro Sobrinho, mas é inquietante vermos a velocidade com que se abandonam promessas e se deixa de dar valor à palavra dada. Para além do mais a Holdimo vai eleger um Administrador para a SAD, ficando os Bancos com outro (na verdade é alguém da KPGM, mas todos sabemos quem exigiu a sua presença fiscalizadora).
ii) A não apresentação do outro, ou outros, novos accionistas (os tais 18 milhões) ao escrutínio dos sócios. O pedido na AG inclui a passagem para a Direcção de poderes totais na selecção desses accionistas e a renúncia de preferência pelos actuais accionistas, o que, na prática, impede os sócios do Sporting de se pronunciarem sobre quem será o próximo detentor de quase 1/4 do capital. Aliás, se já existem estes investidores, como já foi dito que existiam, não se percebe esta formulação, que mantém o secretismo sobre os mesmos e vincula os sócios a qualquer que seja a escolha feita pela Direcção, em questão absolutamente vital estratégica como esta. Sou pois totalmente contra este voto em branco em branco à Direcção para passar o Capital da SAD para outrem, sem consulta prévia aos sócios.
iii) A total falta de transparência pela não apresentação, com clareza, do plano financeiro destes financiamentos, VMOCS, etc. - agora negociados. É impossível, pelo menos a partir dos documentos divulgados no site do Sporting, termos ideia firme sobre o que serão as nossas obrigações a curto, médio e longo prazo, pois não se faz divulgação dos planos financeiros previstos para amortização de cada uma das reformulações de créditos e quase-capital. Assim, não sabemos de quanto dispomos e quanto temos de entregar aos credores, em cada período, pelo que é impossível, a partir destes dados, elaborar sobre quanto sobra e qual poderá ser a competitividade desportiva do Clube/SAD, nas diversas modalidades, ao longo dos próximos anos. Advinha-se, pelas declarações da Direcção, que será um plano muito exigente, pelo menos no muito curto prazo. Pode-se ainda afirmar, pelo valor global a ser devolvido aos credores, que o que o Sporting está a ser obrigado a fazer é algo inédito a nível do panorama desportivo nacional.
Para finalizar, e quanto às restantes propostas a votação:
- O orçamento de funcionamento do Clube do próximo ano, cuja aprovação se propõe, também não é disponibilizado, pelo que não me posso pronunciar sobre o mesmo. Deverá sofrer cortes substanciais, se avaliarmos pelas medidas que estão a ser tomadas nas modalidades, e mereceria análise atempada - que não apenas uma aprovação sem estudo prévio, que é o que esta Direcção se prepara para fazer. Votaria a favor, apenas e só se os esclarecimentos da Direcção na Assembleia Geral me deixassem totalmente tranquilo quanto ao futuro das modalidades, na linha que foram as promessas eleitorais.
- Nas questões de quotas e associativismo, acredito que a Direcção tenha um plano para aumentar o número de sócios, para o que necessitará de dar algumas facilidades financeiras à entrada destes no Clube. Deveria apresentá-lo, em lugar de vir com propostas vazias. Ainda assim, votaria favoravelmente o proposto.
- Dado o cariz extremamente presidencialista que vêm assumindo as eleições do Sporting, concordo que a assinatura do Presidente seja necessária para obrigar o Clube. Também aqui voto favorável, portanto.
Penso, em conclusão, que esta será uma Assembleia Geral sem história. Não há alternativas, nisso o presidente tem razão. As que havia, contemplando uma maior entrada de capital inicial, uma pool de novos accionistas, com outra credibilidade e um tipo de reestruturação junto dos credores menos onerosapara a competitividade do Clube a curto e médio prazo, foram derrotadas nas urnas, pelo que não vale a pena chorar sobre leite derramado. De qualquer modo, é positivo que os Bancos, que sempre estiveram ao lado do Sporting para o que foi sendo necessário, voltem a ser considerados parceiros por quem antes não tolerava a sua ligação ao Sporting Clube de portugal, o que penso ser um significativo passo em frente na pacificação do Clube.
P.S. - Só me baseio para esta análise nos documentos disponibilizados no site do Sporting. Caso exista informação adicional sobre esta matéria, proveniente de fonte credível, agradeço que me seja transmitida afim de reformular este texto na medida em que tal se mostre necessário.
* Texto da autoria de Desert Lion.
Nota: Pelos seus afazeres profissionais, Desert Lion poderá não poder responder prontamente a questões que sejam levantadas pelos leitores, aos quais agradecemos, desde já, a devida compreensão. Relativamente a alguma matéria que esteja sob o meu domínio de conhecimento, responderei eu.
Foi anunciada a Assembleia Geral relativa à reestruturação financeira para o próximo dia 30 de Junho, às 14h00. Li, apenas de raspão, a convocatória e a proposta respectivas, disponíveis no site do Sporting.
Vi também, ainda que de passagem, algumas reacções eufóricas, vindas dos fóruns do costume, sobre as promessas que vão sendo cumpridas pelo novo presidente. Gente que não sabe ler, portanto. Porque se soubessem ler, teriam abertos os olhos de espanto com o que ali consta.
O aumento de capital da SAD (vulgo "os investidores") será feito pela conversão de 20 milhões de euros de dívida nas mãos da HOLDIMO, de Álvaro Sobrinho, em capital. E quem é então Álvaro Sobrinho, o nosso investidor ? Álvaro Sobrinho, é nem mais nem menos do que o BES (a ser confirmado aqui). O BES de Angola, para ser mais concreto. E veja-se que não entra um tostão de dinheiro novo - repito, trata-se apenas da conversão de créditos - que já não seriam recebidos de qualquer maneira, visto o Sporting estar falido -, em capital.
Acresce ainda que outros créditos - 130 milhões deles para ser mais preciso - serão convertidos em VMOCS (quase-capital), também aqui sem entrada de um único tostão de dinheiro fresco, na SAD. Estas VMOCS serão detidas pela Banca - BES e BCP - que assim diminui o valor dos financiamentos bancários.
Esta reestruturação mais não é do que a passagem definitiva do Sporting para as mãos do BES. E isto tudo sem entrar um cêntimo no Sporting. Tão simples como isso, caros amigos. Teremos pois, a partir de agora, um novo grito de guerra do Bruno de Carvalho: "O Sporting é do BES de vez!."
P.S. Em breve farei uma análise mais aprofundada de toda a reestruturação.
* Texto da autoria de Desert Lion.
Uma breve nota sobre o muito que se tem passado neste Clube, em apenas três meses de mandato:
- O presidente Bruno de Carvalho fez-se acompanhar pela primeira dama num périplo de duas semanas pelo Brasil e Canadá. A Sra. Cláudia Gomes será, sem dúvida, pessoa estimável, mas duvido muito da necessidade de o presidente se fazer acompanhar pela sua mulher, quando em deslocação rotulada como "de trabalho".
- Entretanto, o Director Desportivo Augusto Inácio viajou para o Brasil. resultou desta viagem a contratação (ao que parece ainda não confirmada) de dois miúdos para as camadas jovens do Sporting (que são responsabilidade do Virgílio, não é ???). O nosso Director queria ainda celebrar um protocolo com o Vasco da Gama, mas este, já desde alguns anos "protocolado" com os de Carnide, mandou-o dar uma volta. Como nota de rodapé, aprecie-se ainda, o tom pálido que apresenta a pele do nosso Director para o Futebol Profissional, certamente esgotado devido às 20 horas de trabalho diário despendido na planificação da próxima época, aqui.
- Já o acima referido Virgílio, ao que parece terá preferência por paragens mais a Oriente e resolveu fazer a sua viagem ao Azerbaijão, levando companhia (o Director Comercial), e procurando estabelecer "parcerias com empresas locais". Se é para fazer "parcerias com empresas locais" não se entende bem porque é que o "Responsável da Formação do Sporting" vai no grupo. Pelo que diz a notícia, novidades estarão a chegar deste bem conhecido país, ex-membro da União Soviética e nada mais nada menos do que o número 85 na riqueza per capita mundial (apenas para comparação, Portugal é o 44). Bom, feita que está a viagem, ao menos que cheguem, porque boas sabemos que são (as novidades do leste, claro !).
- E para que não falte passeio a ninguém, temos agora as equipas das Fundações Aragão Pinto e Sporting em trânsito para Moçambique. O aprofundamento das relações entre a Fundação Aragão Pinto e a Fundação Sporting, que estranhamente se "confundem" no comunicado já divulgado, conduzirá as tais deslocações a Moçambique. Poderia o presidente ao menos explicar o que é que estão por lá a fazer ? E quem paga o quê ? E que vantagens retirará a Fundação Sporting deste envolvimento com a sua Fundação Aragão Pinto ? É que, diga-se, esta última, mais não é do que a família do próprio Bruno de Carvalho, mulher, pai e mãe, são os membros dos órgãos sociais - a que acrescem dois descendentes de Aragão Pinto (ver aqui).
Dado o óbvio conflito de interesses, este(s) contrato(s) deveria(m) ser objectivo de vistoria prévia pelo Conselho Fiscal e Disciplinar, que deveria divulgá-lo(s), no website do Clube, com o(s) respectivo(s) relatório(s) de aprovação. Isto, antes de as equipas se porem a passear para cá e para lá - e que bonito é Moçambique !!! -sem aparente justificação para tal !
* Texto da autoria de Desert Lion.
Relativamente a esta questão acho que importaria ter memória. Gostaria apenas de lembrar a "novela" que foi feita à volta deste "terceiro elemento". Dizia o Bruno que não revelava o seu nome antes das eleições porque esse mesmo "terceiro elemento" lhe teria pedido o anonimato, devido às pressões que certamente sofreria da Direcção anterior, correndo o risco de perder o seu emprego na Academia. Afinal, sabe-se agora, nunca existiu terceiro elemento nenhum, sendo toda a trama um produto da fértil imaginação do nosso Presidente.
Recordo que este é o mesmo indivíduo que afirmou que pessoas ligadas à anterior Direcção lhe fizeram ameaças de morte, que lhe foram comunicadas quando estava junto da sua família, na noite das eleições há dois anos atrás. Desde logo seria de estranhar não ter havido a devida queixa às autoridades. Ora agora acho que podemos concluir que se tratava apenas de mais um delírio do nosso Bruno - mancharam-se assim, com duas acusações falsas, e de forma totalmente impune, os nomes de quem o precedeu nas actuais funções.
Entretanto, este mesmo cavalheiro, agora que ganhou as eleições, entra na SAD e despede quem antes trabalhava na Academia, mas que corajosamente deu a cara por um projecto alternativo. (Mário Patrício e Diogo Matos)
Atitudes de gente muito séria e honrada à frente do nosso Clube, sem dúvida.
* Texto da autoria de Desert Lion
Muito se tem falado de investidores para o Sporting. Aliás, este foi um dos vectores principais de discussão na campanha eleitoral das últimas eleições. Nenhuma das candidaturas foi capaz de provar que tinha investidores, mas apena uma ganhou pelo que será essa que terá de os apresentar. Mas que tipo de investidores estarão na manga da nossa Direcção, pergunta-se ? Ora, na minha opinião, existirão, fundamentalmente, quatro tipo de motivações para um investidor se ligar a um clube de futebol como o Sporting:
- rentabilidade do investimento
- simpatia clubística ou sentimento de pertença local
- poder, contactos e prestígio social
- gosto pelo desporto e pela indústria futebol (explicado mais à frente)
Ora analisemos o que o Sporting tem para oferecer a quem se posicione para nele investir:
Quanto a rentabilidade do investimento, será pouca ou nenhuma. O nível de dívida é muito elevado, acabando esta por "comer" eventuais fluxos financeiros que a actividade libertasse - se é que os virá a libertar. Sabemos que a generalidade dos Activos estão já dados a Credores para alimentar a extenção dessa dívida, pelo que a própria perspectiva de receitas futuras não é nada por aí além.
O amor ou simpatia clubística parece não ser suficientemente grande para que os Sportinguistas mais endinheirados se arrisquem a pegar num Clube com grande problemas financeiros e em que os sócios e adeptos parecem severamente divididos. Existe ainda um problema de dimensão que um investidor deste tipo sempre defronta: as maiores fortunas nacionais não parecem inclinadas a este tipo de investimentos e as fortunas de dimensão média não estão na disposição de arriscarem posições consolidadas noutros investimentos para se arriscarem a perder quase tudo numa jogada deste tipo.
O poder, contactos ou prestígio social que tal poderia proporcionar, já os tem quem poderia investir. Para os grandes investidores estrangeiros, o tipo de poder, contactos e prestígio social que o Sporting pode dar não é comparável ao de um Manchester City na Liga inglesa ou de um PSG, equipa principal da cidade e país mais visitados do planeta. É claro que nenhum tubarão das finanças internacionais vai dar dinheiro para ver um Moreirense ou um Paços de Ferreira a jogar com o clube no qual investiu. A alternativa que se poderia abrir - de termos investidores de Angola - está fechada há algum tempo, considerados até exemplos de severas perdas que esses investidores sofreram em Portugal e dos riscos judiciais que agora aparecem a este nível. Um ponto adicional: esqueçam lá essa coisa de que algum investidor virá de Moçambique. Esse país é um dos mais pobres do Mundo. E não só não tem fortunas de grande dimensão como, caso tivesse e alguém viesse de lá colocar milhões no SCP, rapidamente seria condenado aos olhos do seu país e do Mundo.
Assim sendo, só a quarta perspectiva poderia mostrar algum interesse. Comprar o Clube que formou Figo e Ronaldo, o Clube que mais jogadores formados nas suas escolas teve no último EURO 2012, o Clube que sempre se prezou de ter como valores o Esforço e a Dedicação, poderia ser interessante para quem apostasse no Futebol como um vector de desenvolvimento de um país ou região, como forma de promoção de um território ou modo de entretenimento do seu povo. Penso que seria por isso que as últimas gestões colocaram enfâse nas visitas ao Médio Oriente, China e Índia, na busca de investidores com esse perfil. Procurava-se encontrar quem quisesse usufruir de tradição na formação e de alguma nomeada na Europa. No entanto, o valor da dívida do SCP, aliado à problemática de gerir um Clube com tantas divisões e "gente" sempre a falar, seria concerteza muito prejudicial à concretização do negócio.
No entanto, finalmente, alguém encontrou investidores. O Bruno conseguiu - parabéns Bruno ! Segundo ele, "os investidores estão prontos para entrar, logo que a reestruturação financeira estiver concluída". Ora estando esta concluída, certamente os investidores se darão a conhecer de imediato. E não só isso, como ainda arranja investidores que nem sequer querem a maioria do capital ou a maioria de gestão. O Bruno tem para nós os investidores perfeitos: metem o dinheiro e calam-se, crentes nas provadas condições do Bruno para gerir investimentos empresariais...
O pior é se os investidores vierem como vieram "as necessidades de Tesouraria de Curto Prazo" ou como tivemos conhecimento do terceiro elemento da estrutura de futebol: nunca apareceram umas e se deu a conhecer o outro... A estas promessas não cumpridas sem qualquer justificação plausível, há quem lhe chame "agora o Sporting ser nosso". Eu, que ao longo da minha vida conheci muitos empresários "Brunos de Carvalho", tenho infelizmente outro nome para elas...
* Texto da autoria de Desert Lion
Abrem-se jornais e veem-se as propostas e contrapropostas tratadas entre o Sporting e o Bruma. No dia seguinte, as condições de Jesualdo Ferreira para aceitar ficar no Clube. Penso que não será por falta de atenção da minha parte, mas não tenho a minima ideia de quanto vai ganhar o jogador "x" ou de quais as condições de trabalho exigidas pelo treinador "y", do SLB ou do FCP.
Não é difícil imaginar o estrago que o conhecimento dos salários e da transmissão das negociações pode ter num plantel de um clube. Aí, todos se julgam estrelas, todos acham que devem ganhar mais, criam-se invejas, desconfianças, más relações, exigências extemporâneas, e mata-se o espírito do grupo. O mesmo no que toca às negociações das condições de trabalho impostas ao treinador. Será que um jogador mantem o mesmo respeito por uma equipa técnica se souber pelos jornais que essa equipa yécnica nada terá a dizer sobre a formação de planteis ?
De acordo com o que nos foi prometido, estas notícias deixariam de ser veiculadas pela Comunicação Social. Isto porque, por um lado, com a nova Direcção a estrutura do Sporting passaria a estar "blindada", não havendo hipótese de se darem fugas de informação; e por outro porque se os empresários/jogadores viessem para a praça pública com essas notícias, o Sporting abandonaria de imediato as negociações com eles.
Está pois na hora de se dar o exemplo. A firmeza da nova Direcção tem de ser mostrada agora. O homem com quem "ninguém faz farinha" tem de dar a cara. Agora é a sério, caro Presidente Bruno de Carvalho. Agora não é só mandar umas bocas a dizer que os outros faziam tudo mal. Agora tem de decidir: negoceia ou não ? Cá estamos nós, os sócios, a aguardar o cumprimento das suas promessas.
* Texto da autoria de Desert Lion
De cada vez que se faz alguma exigência à nova Direcção, aparecem logo uns consócios ou, pelo menos, simpatizantes, a perguntar se "não acabaram já as eleições". Sim, é verdade, já acabaram as eleições. Mas é por isso que temos de exigir que se cumpra o que foi prometido. A maior prova do nosso atavismo enquanto povo é essa mesmo: identificarmos a exigência de cumprimento de metas apenas com os períodos eleitorais. No fundo o raciocínio de que só nas eleições se pode cobrar o que tem de ser feito - depois de ganhas estas, temos de nos calar e sujeitar ao que venha. Ora as eleições foram ganhas com base em premissas programáticas, e se estas não estão a ser cumpridas, mais do que nosso direito, é mesmo nosso dever, exigir que a condução dos nossos destinos se faça de acordo com o que foi sancionado nas urnas.
Foi-nos prometido um "triunvirato" forte na liderança do futebol do Sporting. Este seria constituído por Augusto Inácio, Virgílio e um "terceiro elemento" que já estaria na estrutura da SAD/Academia. Ora, o que se tem visto, é o futebol do Sporting não está entregue a ninguém, para além do Presidente, neste momento. O Inácio está a treinar o Moreirense, o Virgílio não tem qualquer experiência relevante no assunto e o tal "terceiro elemento", mesmo já não tendo o lugar em risco - como o nosso actual Presidenre afirmou a título de justificação para o seu anonimato - continua, inexplicavelmente, por aparecer.
Foi-nos prometida imediata disponibilidade de capital para acorrer às necessidades de tesouraria do Clube. Ora também nisso nos mentiram. Depois de eleitos, os actuais Corpos Gerentes andaram a brincar às negociações para conseguirem uma reestruturação - única forma de fazer os pagamentos imediatos. Ora quem quer que já tenha negociado alguma coisa - uma casa, um carro, um berlinde - sabe que quanto mais premência se coloca na negociação, piores resultados se obtêm desta. Se esta Direcção eleita tivesse cumprido o que prometeu, teria apresentado um cheque após eleita, que lhe compraria três ou quatro meses para conhecer melhor os cantos à casa e poder então forçar a reestruturação de dívida numa base de conhecimento e numa posição de força negocial, muitíssimo mais favoráveis.
Foi-nos prometida uma "pool" de investidores para a SAD. Na primeira versão os investidores entrariam logo após a vitória nas eleições, na segunda versão viriam após a renegociação de dívida. Aliás, posso repetir ipsis verbis o que disse o nosso Presidente nesta segunda versão: "os investidores estão prontos para entrar, aguardam apenas a conclusão do processo de reestruturação de dívida". Pois agora que o processo está completo, deixámos de ouvir falar em investidores. Desapareceram sem deixar rasto. Estavam prontos, mas resolveram antes ir dar uma voltinha, com certeza...
Como sócio pagante do SCP (alías, sócios pagantes, pois somos uma família inteira deles...) exijo ser tratado com dignidade e verdade. Exijo que, uma vez que já acabaram as eleições, os vencedores governem de acordo com o compromisso assumido. Exijo saber quem está a gerir o futebol do Sporting. Exijo saber os termos em que negociámos a reestruturação que vai ser injectada na SAD e quais as contrapartidas de negócio. Há que cumprir o prometido. É que esta coisa de ser Presidente do Sporting não é só andar para cima e para baixo a ver os jogos da bola.
* Artigo da autoria de Desert Lion
Ao nível da reestruturação de pessoal, podemos dividir a questão em três partes:
- Uma primeira componente de clara necessidade de redução de custos, pela desvinculação de colaboradores excedentários. E sabido que, ao longo dos diversos mandatos, as sucessivas Direcções foram colocando alguns dos seus apoiantes na estrutura, o que leva a que hoje em dia, haja várias duplicações de funcionários para cada lugar.
- Uma segunda que é, pura e simplesmente, ridícula. Andar a diminuir 150 euros no salário de funcionários que têm salários baixos, não tem qualquer efeito significativo na poupança de custos e, para além de cruel e pouco humano, aporta ainda um efeito altamente desmotivador na performance e dedicação dessas pessoas de baixos rendimentos.
- A terceira parte é que parece que estamos perante uma "vingança" dos vencedores sobre os vencidos, o que diz muito sobre o carácter dos primeiros. Parece que além de não saber perder (como se viu ao longo dos últimos dois anos), o nosso Presidente também não sabe ganhar. É lamentável que, devido às inseguranças pessoais e à falta de conhecimentos específicos desta equipa, alguns dos melhores profissionais do Clube poderão vir a ser sacrificados.
- A quarta e última situação tem a ver com quem irá entrar para a estrutura. Se estamos a dispensar velhas glórias do Sporting, supostamente por não necessitarmos dos seus serviços, seria estranho que uma "matilha" sedenta de salários e regalias viesse agora a entrar.
Vamos ver o que nos espera a este nível - para já tudo tem sido nebuloso - desde o acordo que forçará esta situação até ao tal 3.º elemento do futebol, até aos misteriosos investidores: tudo é nebuloso neste Presidente-adepto.
* Texto da autoria do novo colaborador do Camarote Leonino "Desert Lion"
«Bruno de Carvalho tinha um ponto fraco na campanha eleitoral: não iria ter estrutura de futebol até ao final da época, pois ele próprio e o Virgilio não têm qualquer experiência relevante na gestão deste meio e o Inácio está a treinar outro clube. Então terá «criado» este tal terceiro elemento, para colmatar essa brecha, alegando assim haver alguém com experiência da indústria e conhecimento especifício da SAD, para assumir o futebol logo a seguir às eleições.
Relembro que nos foi prometido o anúncio desse terceiro elemento para imadiatamente a seguir as eleições, e os nossos juniores estiveram sempre bem classificados ao longode toda a campanha eleitoral. Sinceramente, eu nem quero acreditar que isto seja assim, mas depois deste tempo todo sem novidades e não havendo qualquer motivo minimamente plausível para que assim seja, essa é a única possibilidade que se apresenta como possível... Bem, será isso ou então o nosso Presidente-adepto vive tanto o Sporting e pensa no Clube, que até já sonha que tem um amigo invisível» na Academia...»
* Leitor: Desert Lion
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«Actualmente a estrutura do Sporting (a que ficou de GL) tem Jesualdo Ferreira e o presidente como maiores responsáveis pelo futebol, tendo abaixo uma comissão técnica (pode não ser a designação exacta) que engloba todos os treinadores do Sporting (incluindo JF e Abel).
Se Abel fosse o 3.º elemento da estrutura de BdC e assumisse agora, seria hierarquicamente superior a Jesualdo Ferreira e destruir-se-ia este modelo organizativo. Penso que tudo se mantem igual e só assim JF aceitou continuar. Daí provavelmente esta indefinição quanto ao 3.º elemento. Virgílio estará ligado à área de negócios (à marca). A questão é a próxima época. Pela estrutura futura JF terá que ser «só» treinador. Aceitará ? Se não aceitar quem formará o futuro plantel ?
Parece-me um mau princípio formar uma equipa sem o envolvimento do treinador. Ainda por cima Augusto Inácio participa à distância. Contratar um treinador com o actual em funções parece-me bastante mau, mas seria o caminho a seguir se Jesualdo Ferreira não quisesse continuar. Diria que está aqui uma boa embrulhada para Bruno de Carvalho resolver.»
* Leitor: António Manuel
«Tem toda a razão caro Rui. Mas uma vez que a reestruturação já está feita, devem estar a chegar os milhões dos tais investidores que estão «prontos para entrar assim que a reestruturação estiver concluída» - palavras do nosso Presidente. Só assim poderemos reforçar um pouco mais a equipa de futebol, pelo menos evitando saídas em massa de jovens como Bruma, Dier e outros de valor incontestado. temos pois de cobrar o que nos foi prometido. Temos também de cobrar o terceiro gestor do futebol, o Luís Freitas Lobo, o Tomaz Morais... Só não sei onde arrumar esta gente toda numa equipa com um orçamento que é 15% inferior ao do Braga, mas estou certo que o nosso Presidente conhecia a situação antes de prometer o que prometeu aos sportinguistas.»
* Leitor: Desert Lion
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