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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Em Junho de 2013 verificou-se um despedimento colectivo de sessenta funcionários do Sporting. Como se sabe, houve rescisões por mútuo acordo e casos que os tribunais tiveram de resolver pela via contenciosa. Foi um momento profundamente traumático para quase todos, pois implicou uma ruptura muito grave com a sua vida profissional e emocional. Em geral, os funcionários envolvidos nesse despedimento colectivo eram (e são) sportinguistas e alguns exerceram funções no Clube durante muitos anos.
Ontem, os jornais noticiaram que a Reditus, empresa de consultoria, foi contratada para prestar serviços no atendimento aos sócios e adeptos leoninos, através da criação de um Contact Center. Num comunicado da empresa, fica-se a saber que esta foi escolhida “para a renovação da linha de apoio do clube”. Ainda no comunicado da Reditus, consta que António Rebelo, vice-presidente do Sporting para a Comunicação, Reputação e Marca, considerou que o Clube “está a entrar numa nova era”, justificando dessa forma a nova parceria.
Pelos vistos, foi necessário recorrer a uma empresa externa para prestar um conjunto de serviços específicos, como informações de bilheteira, pagamento de quotas, renovação da Gamebox e apoio aos praticantes das modalidades, visando a criação do referido Contact Center. Como se trata de uma empresa externa sem conhecimento da realidade do Clube, agora passou-se à fase “da constituição dos elementos da equipa” e ao “levantamento de todos os processos e procedimentos já existentes e futuros, de forma a munir a equipa de toda a informação necessária a um desempenho de excelência”.
É lamentável, estranho e incómodo que se realize uma parceria deste tipo entre o Sporting e a Reditus. É lamentável que se considere não haver sportinguistas com know how adequado ao desempenho desta função. É estranho que informação interna do Sporting, alguma de carácter confidencial, seja colocada ao dispor de uma empresa que, estando no mercado, também prestará serviços a outros clubes. É incómodo que, tendo o Conselho Directivo mantido silêncio sobre a parceria, os adeptos ficarassem a conhecê-la através da imprensa e de um comunicado da Reditus.
P.S.: No final de Setembro de 2015 foi assinada uma parceria entre o Sporting e a Jump, agência de criatividade e marketing digital da Reditus. O Clube recorreu à Jump para a reformulação da sua estratégia digital, que incluiu para além do site oficial, o desenvolvimento futuro da Loja Verde, o novo site das Academias de Futebol e a página dedicada aos Núcleos Desportivos de apoio ao Sporting. A Reditus está em grande em Alvalade !
Não era minha intenção voltar a abordar o despedimento colectivo no jornal "Sporting", mas depois de reflectir conscienciosamente determinadas informações que me chegaram, há dois ou três dias, decidi que valeria a pena um comentário adicional, que se não tiver outra utilidade, servirá para acentuar que este assunto foi mal e impiedosamente gerido pelo Conselho Directivo e, sobretudo, em contraste com a transparência que é constantemente apregoada, nem tudo é o que aparenta, caso existissem dúvidas.
As suspeitas sobre diversos aspectos desta decisão dos responsáveis do Sporting surgiram logo no primeiro minuto, pela informação que foi divulgada pela comunicação social , em nada atenuadas pelo tardio comunicado do Clube, que eu então denominei o proverbial "atirar areia para os olhos". Soube-se, então, que foram despedidos oito funcionários do jornal, homens e mulheres, alguns com décadas de serviço no Clube. Um dos rumores que então surgiram foi-me possível agora confirmar: que apenas ficaram dois fotógrafos, possivelmente porque o "YoungNetwork" Grupo não tem profissionais da especialidade no seu quadro.
Entretanto, através de fonte directa e fidedigna - nomeadamente um dos funcionários despedidos - foi possível apurar um pouco mais sobre o processo e a forma como este foi gerido por quem de direito. Este funcionário, que por uma questão de respeito e sem a exigência da pessoa, vou manter anónimo, depois de décadas na função, apresentou-se ao serviço na terça-feira, dia 22 de Abril, e quando tentou dar início ao seu trabalho verificou que o acesso ao seu computador estava bloqueado. Dirigiu-se então a um colega que o informou do despedimento colectivo e que também ele descobriu a situação do mesmo modo. Para não entrar em mais detalhes, será suficiente indicar que o referido funcionário dirigiu-se a um dirigente e perguntou-lhe se a Direcção não sentia o dever e se não dispunha de cinco minutos para informar as pessoas directa e pessoalmente. Não recebeu resposta !
Ainda através de uma outra fonte, também esta fidedigna, um vogal da Direcção foi questionado sobre a situação. Como resposta, limitou-se a dizer que o processo "já estava a ser planeado há algum tempo, porque estavam a ser cometidos muitos erros" (com a publicação do jornal).
Caso à parte, quero deixar aqui o meu apreço por Rúben Coelho - director-adjunto do jornal - o real "motor" da publicação com cerca de 25 anos de casa e, salvo erro, distinguido com o Prémio Stromp, em mais do que uma ocasião. Pessoa com quem eu tive o prazer de lidar durante os meus anos de colaboração com o jornal. Não tive ocasião de falar com ele, mas creio que visita o blogue. Desejo-lhe as maiores felicidades.
Segundo o que é hoje noticiado por diversos órgãos da comunicação social - este é um exemplo - o Sporting iniciou ontem um processo de despedimento colectivo de - mediante onde se lê - entre "mais de 50" a "mais de "70" funcionários, no âmbito da reestruturação financeira em curso. É reportado que, com isto, o Sporting visa poupar cerca de 3.5 milhões de euros por ano.
Como nota de fundo, é igualmente noticiado que o processo está a deixar o presidente "profundamente angustiado" e que "todos os direitos dos trabalhadores serão respeitados".
A acompanhar estas notícias, surge uma outra a indicar que a empresa Nova Expressão SGPS, de Pedro Baltazar, avançou com uma penhora sobre a Sporting SGPS no valor de cinco milhões e meio de euros, relativa à venda de acções da SAD acordada em Dezembro de 2010.
O acordo, assinado durante o mandato de José Eduardo Bettencourt, estipula o pagamento da quantia em cinco prestações anuais de cerca de um milhão de euros, ficando salvoguardado que o não pagamento de uma das prestações implicaria a liquidação da totalidade da verba, que é o que a Nova Expressão SGPS pretende com a entrada da acção executiva na justiça.
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