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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
"Sendo que a única condicionante que impede a vinda de João Mário é uma diferença de dois ou três milhões, acho que o Sporting deve fazer um esforço financeiro para contratar o jogador, não só pela qualidade técnica que pode trazer à equipa, como pelo papel que desempenha na mesma. Se olharmos para o passado, o Sporting já deu mais dinheiro por outros jogadores que não garantem a qualidade que João Mário oferece".
Dias Ferreira, em declarações a Record
Dias Ferreira, um homem com aspirações a ser presidente do Sporting Clube de Portugal, não reconhendo ou ignorando a sua total inaptidão para o cargo, escolheu esta altura para emitir um extenso comunicado a atacar a Comissão de Gestão, com foco na gestão de jogadores, nomeadamente aqueles oriundos da formação, e ainda acusando os elementos da Comissão de terem prestado vassalagem ao Benfica, pela sua presença na tribuna da Luz no recém-dérbi.
Diz ainda este pseudo-candidato que esperou até este momento de forma a não perturbar a estabilidade da equipa, tendo em conta o fecho do mercado de transferências e o jogo da 4.ª jornada frente ao Feirense.
Mais do que alguns factos incontestáveis, fica o registo das intenções do homem que clama condições fictícias para liderar a Instituição centenária que é o Sporting Clube de Portugal.
Eis o comunicado, na íntegra:
Após o encerramento do mercado a 31 de Agosto, aguardámos pacientemente e em nome da estabilidade da equipa principal de futebol, a realização do jogo da 4ª jornada frente ao Feirense que, para alegria de todos, terminou com uma vitória suada mas merecidíssima.
No entanto, não podemos mais travar a nossa indignação, tendo ficado absolutamente claro para todos os sportinguistas que a política de gestão e aquisição de jogadores terá de ser profundamente alterada, após o dia 9 de Setembro.
Nos últimos 6 anos, o Sporting contratou praticamente 200 jogadores para um plantel de cerca de 25 atletas, a maioria nem sequer é conhecida pelos sócios, vários nunca chegaram sequer a jogar. O que explicita a forma desequilibrada e irracional como foram geridos alguns dos investimentos realizados.
O Sporting não pode continuar a ser um refúgio para os empresários gerirem as suas carteiras de jogadores, sem com isso retirar benefícios. Somos um dos maiores viveiros de jogadores do mundo!
Precisamos de valorizar os atletas com origem na formação, rentabilizando a compra de profissionais de futebol através de uma política ponderada, em que o nosso Clube reassumirá a total liderança do processo.
Para esse efeito, é nossa intenção criar um departamento específico de acompanhamento dos jogadores do Sporting que não fazem parte do plantel principal cuja principal função será a de monitorizar, avaliar e projectar uma estratégia de permanente avaliação dos activos do Clube que estão ao serviço de outros clubes.
Estivemos atentos ao mercado e às contratações realizadas, bem como às cedências feitas pelo Sporting de valores oriundos da formação. Mais uma vez, com o nosso silêncio quisemos privilegiar, como sempre, a estabilidade no seio do actual plantel profissional de futebol.
No entanto, e uma vez encerrado o mercado, é muito difícil entender que o Sporting tenha deixado partir atletas da formação com grande qualidade, como são Francisco Geraldes, João Palhinha e Matheus Pereira. É, também, muito difícil não ficarmos muito tristes quando nos deparamos com mensagens de atletas como foi o caso de Fábio Coentrão, assumido Sportinguista como o demonstrou em campo na última época, sem que o Sporting tenha feito tudo o que estava ao seu alcance para o contratar. Apesar de, com todo o respeito pelos jogadores que permanecem no plantel, sermos deficitários nessa posição específica.
Após o dia 9 de Setembro se, como esperamos, formos a escolha dos Sportinguistas tudo faremos para dar total prioridade e atenção à evolução dos referidos jogadores no sentido de garantir, o mais rápido possível, o seu regresso ou a sua contratação.
O Sporting CP não pode continuar a dispensar atletas altamente qualificados quando não dispõe de melhores soluções dentro de casa.
Mantivemos o silêncio em prol da estabilidade da equipa mas, neste momento, também não podemos mais calar a nossa revolta, perante os sinais que a arbitragem já nos ofereceu no jogo de ontem.
Coincidência ou não, esse comportamento dentro das quatro linhas surge uma semana depois dos responsáveis do Sporting terem prestado vassalagem na tribuna do estádio do nosso rival com trocas de beijinhos, abraços e lembranças (esperemos que não tenham sido vouchers...), verificando-se que o Sporting se fez representar ao mais alto nível mas não foi, de todo, recebido ao mais alto nível.
Sem qualquer mandato para o efeito, os responsáveis do Sporting contribuíram para que se continue a branquear os comportamentos inadmissíveis e intoleráveis dos nossos rivais e as faltas de respeito para com adeptos do Sporting falecidos, dos quais os seus dirigentes nunca se demarcaram, nem apresentaram as devidas desculpas!
A Comissão de Gestão deve cingir a sua acção à prática de actos de gestão de necessidade inequívoca e urgente.
Lisboa, 2 de Setembro de 2018
Dias Ferreira, numa acção de campanha em Setúbal, apresentou Augusto Inácio como "trunfo eleitoral" para as eleições de 8 de Setembro. O antigo treinador irá integrar a estrutura do futebol que será liderada por Luís Natário.
Bem... até é de admitir que o problema seja meu, mas não me consigo entusiasmar com a campanha eleitoral em curso e cada vez que um dos candidatos faz um qualquer anúncio ou uma qualquer apresentação de um elemento da sua lista, fico ainda menos motivado.
Estarei a ser muito exigente, mas parece-me que há muita falta de imaginação e iniciativa da parte do grupo de sete.
Também não me encantou a notícia que vamos ter mais debates através da realização da CMTV. Não culpo o canal de assumir a iniciativa, tendo em conta o impacte comercial, mas como já referi em comentário, ninguém obriga os candidatos a aceitar.
Cada vez mais fico com a ideia que vamos chegar ao dia 8 de Setembro sem um único projecto notável para apreciar e que a escolha eleitoral vai depender quase exclusivamente do factor simpatia, que não sei se dirá muito sobre o futuro do nosso Clube.
Tudo isto é resultado de não ter aparecido um peso pesado com candidatura, a exemplo, na minha opinião, de Rogério Alves ou Miguel Ribeiro Telles, só para nomear dois.
"Dos candidatos em presença só um - Pedro Madeira Rodrigues - não o apoiou e até disputou eleições contra ele. Nenhum dos outros pode acusar-me disso. Apoiei, como muita gente, nunca fui particular admirador do seu estilo e disse-lhe várias vezes em privado e publicamente. Nunca pensei que as minhas divergências atingissem questões substanciais, mas atingiram.
Não estou arrependido, quando uma pessoa fez muita coisa boa, como o que fez nas modalidades e o Pavilhão João Rocha. Apoiei no que era correcto. Agora, sinto-me desanimado. Tenho obrigação de assumir com coragem e responsabilidade de mostrar como é que é, emendar o que está mal".
José Eugénio Dias Ferreira
Dias Ferreira anunciou sexta-feira à noite a sua candidatura à presidência do Sporting, sob o lema "Somos todos Sporting".
"Se me revesse em alguma candidatura não estaria aqui neste momento. Tenho dito que em breve tomaria decisão e essa tomei-a hoje e posso dizer que, sem ter nada contra as candidaturas, mas também entendo que me devia voltar a candidatar".
Só posso perguntar... para quê ?
Elsa Judas, presidente da recém-fantasiada comissão transitória da Mesa da Assembleia-Geral, avançou uns quantos disparares na Sporting TV, este domingo, que nem sequer merecem transcrição neste espaço. Contudo, não deixaram de provocar algumas reacções no universo leonino, entre estas, uma muito inesperada de Dias Ferreira.
O antigo dirigente do Sporting CP tem sido visto como um acérrimo apoiante do rastejante lunático Bruno de Carvalho desde o primeiro dia. Que ele tenha reagido a Elsa Judas, é, no mínimo, uma enorme surpresa.
Eis a interessante carta que Dias Ferreira dirigiu à líder da pseudo-comissão recentemente inventada pelo ainda presidente do Conselho Directivo e os seus sete "anões":
"Exma. Senhora
Drª Elsa Tiago Judas
Datadas de 31 de Maio de 2018, recebi duas convocatórias para duas assembleias gerais: uma para uma "assembleia geral comum ordinária" a realizar em 17 de Junho de 2018, pelas 14 horas, no Pavilhão João Rocha; outra para uma "assembleia geral eleitoral extraordinária" a realizar no dia 21 de Julho de 2018, também no Pavilhão João Rocha.!
Ambas as convocatórias estão subscritas por V.Exa, que se intitula "Presidente da Comissão Transitória da Mesa da Assembleia Geral". Alarmado com a minha ignorância ou esquecimento no que respeita aos Estatutos do Sporting Clube de Portugal, por poder significar que, sem me aperceber ou dar a perceber, teria sido acometido por alguma doença do foro mental, procurei capítulo por capítulo, secção por secção, artigo por artigo, a previsão da " comissão transitória da mesa da assembleia geral". Não satisfeito, e receando que o meu problema fosse de outro foro que não o mental, perguntei a outras pessoas se sabiam o que era essa comissão transitória. Ninguém me soube explicar o que é, pelo que concluo que foi V. Exa, de acordo com o seu elevado saber jurídico, quem criou a referida comissão, e, por iniciativa sua ou a mando de alguém, assumiu a sua presidência.
Em todo o caso, e para evitar cometer alguma injustiça com a pessoa de V.Exa, que, neste momento, pretende exercer as funções de Presidente da Mesa da Assembleia Geral que, como sabe, nos termos do artigo 54º dos Estatutos, é a entidade mais representativa do clube, quero respeitosa e humildemente, colocar-lhes algumas questões, que espero me responda, não obstante a sua situação transitória, me lembrar D.Luisa de Gusmão - a quem peço desculpa pela comparação - quando disse "mais vale ser rainha uma hora do que duquesa toda a vida"!
Desde já cabe perguntar ao abrigo de que artigo dos estatutos em vigor foi constituída a comissão a que V.Exa diz presidir? Não estando prevista nas competências da Assembleia Geral, do Conselho Directivo, nem do Conselho Fiscal, nem do Conselho Leonino, tenho que concluir que V.Exa, em cumplicidade com o Conselho Directivo, alterou os estatutos, criando um órgão à medida das suas legitimas ambições, mas de forma ilegítima. Isto, porque não cometo a indelicadeza de pensar que V.Exa e quem a apoia em tal desígnio, acha que a referida "comissão transitória" tem por base o número cinco do artigo quarenta e três dos estatutos: "a assembleia geral pode criar comissões para o estudo de qualquer assuntos relevantes para as actividades do clube, constituídas por sócios com capacidade eleitoral activa". Seria ridículo que este fosse o fundamento, mas ainda assim, teria de ser a assembleia geral a criar a comissão. Trata-se de comissões para o estudo de quaisquer assuntos relevantes para o clube, como seria o caso, neste momento, de uma comissão de médicos especialistas para analisar a situação do clube!…
Com que direito se arroga V.Exa a destituir ou substituir Jaime Marta Soares na Presidência da Mesa da Assembleia Geral do Sporting Clube de Portugal? Ao abrigo de quê V.Exa se permite convocar assembleias ordinárias e extraordinárias, comuns ou eleitorais? Com que direito V.Exa transforma a Mesa da Assembleia Geral do Sporting Clube de Portugal, instituição de utilidade pública, numa mesa duma tasca onde se joga a sueca ou a "bisca lambida"?
Está V.Exa consciente de que nas funções que tomou de assalto deve, apesar desse assalto, ser o primeiro garante do cumprimento dos estatutos? Não sei quantos anos de associada tem V.Exa, mas devia saber desde o primeiro dia, que são deveres de qualquer associado honrar o Clube e defender o seu nome e prestígio e V.Exa não o está a fazer; cumprir pontualmente as disposições dos estatutos e regulamentos do Clube e V.Exa está a colaborar activamente na sua violação; zelar pela coesão interna do clube e V.Exa divide o clube e desrespeita da forma mais grosseira a imposição estatutária de manter impecável comportamento moral e disciplinar de forma a não prejudicar os legítimos interesses do Sporting Clube de Portugal. Ainda que a "transição" fosse de apenas um minuto, jamais se pode admitir que este clube tenha à frente da assembleia geral quem não tem o mínimo de respeito pela vontade dos sócios.
V.Exa é licenciada em direito e advogada. Não pode pois ignorar o que está a fazer. O Sporting Clube de Portugal tem Presidente da Assembleia Geral e Mesa no exercício de funções, como está o Conselho Directivo e uma Comissão de Fiscalização em vez do Conselho Fiscal. V.Exa é uma intrusa na Mesa da Assembleia Geral, num total desrespeito pelos sócios. Reflicta naquilo que está a fazer, e saia com dignidade das funções que está a usurpar. Enquanto é tempo. Não deixarei de a responsabilizar disciplinar e judicialmente pelo seu comportamento.
Não lhe apresento saudações leoninas, porque as mesmas se encontram suspensas.
Dias Ferreira
Sócio nº 2 229"
Alguém terá dito, algures, que "Todos têm o direito de se enganar nas suas opiniões. Mas ninguém tem o direito de se enganar nos factos".
Estamos, aqui, perante as opiniões de dois homens que se situam em polos opostos, tanto no que diz respeito aos clubes de simpatia como, também, nas suas análises dos factos à mão. Qual deles se aproxima mais da verdade é uma questão que deixamos à interpretação do leitor, prevendo, desde já, que consensualidade é meta inatingível.
Dias Ferreira, antigo dirigente do Sporting Clube de Portugal:
«Já decidiram que é para dar o título ao Benfica. O colinho existe. Os meninos perderam dois jogos, estavam num período mau, vieram logo os árbitros. Está decidido quem ganha o Campeonato.
Saiu o presidente do Conselho de Arbitragem mas os árbitros são os mesmos. O único que saiu que tinha jeito está na Liga. Nós é que ainda não percebermos que vivemos num país de gatunos. Somos roubados pelos bancos, somos roubados pelos árbitros, somos roubados por todos.»
Paulo Olavo e Cunha, antigo dirigente do Sport Lisboa e Benfica:
«Lamento que em Portugal os árbitros sejam criticados e responsabilizados pelos resultados, e que outros não assumam a sua responsabilidade e incompetência.
Os erros apontados à equipa de arbitragem não têm razão de ser. A bola só não bateria na mão dos jogadores do Benfica se lhes fossem amputados os braços. Viu-se um bom jogo, mas o futebol não teve nota artística. O Benfica foi mais eficaz na concretização, tendo ainda alguma felicidade.
O Sporting devia concentrar-se na sua capacidade porque a tem, como demonstrou, e na sua competência que também a tem. É uma equipa bem estruturada, com excelentes jogadores mas não deve desvalorizá-los, chamando a atenção de aspectos laterais».
Dias Ferreira, antigo dirigente do Sporting e comentador desportivo, considera que o jogo que se aproxima com o Légia Varsóvia não é oportuno, tanto por ser um encontro determinante no que à Liga Europa diz respeito, como também por se realizar escassos dias antes do clássico com o Benfica:
«Não será o momento ideal, pois era preferível que o jogo com o Légia não fosse tão importante, dias antes do encontro com o Benfica. Uma vez que o Sporting está fora da Champions, era conveniente que continuasse na Liga Europa por mais algum tempo.
«Votaram 13 mil pessoas e se o universo votante do Benfica é constituído por mais de 100 mil, se houve quatro e meio que votaram contra, questiono se houvesse outro candidato se a expressividade seria tanta. Quando há apenas uma lista única, a pessoa sair de casa para votar contra... Já vi eleições no Sporting, com 90% para um candidato e 10% para outro, em que passado algum tempo essa situação estava mais do que invertida. Portanto, estas eleições sem adversário podem ter sempre várias leituras».
Dias Ferreira
Dias Ferreira foi sempre daqueles sportinguistas com quem não simpatizei muito. Parece estar sempre de mal com a vida, zangado com alguma coisa e vai-se pondo sempre do lado de quem tem o poder no Sporting, com cargos aqui e ali.
Agora, tal como quem lidera hoje o Sporting, deu-lhe para dizer mal do passado do futebol do Sporting. Num artigo de opinião no jornal "A Bola" publicado no fim de semana passado, afirmou com direito a chamada de capa que hoje em dia a noticia era que o Sporting tinha perdido (numa referência ao pós-Rio Ave) e que dantes era que o Sporting tinha ganho.
Já me cansa ver este denegrir do nosso passado. Mesmo nos últimos 15/20 anos da chamada "era Roquette" com tanta coisa que correu mal, tivemos um índice de vitórias na Liga Portuguesa superior a 60%. Ok não é brilhante mas está longe de ser considerado notícia o Sporting ganhar. Qual a vantagem deste tipo de afirmação e porque é que são feitas? Só vejo uma, que é a de realçar os feitos do presente e reforçar o "messianismo" da dupla Jesus / Carvalho.
Ou muito me admira ou Dias Ferreira será convidado nas próximas eleições por Bruno Carvalho para um qualquer cargo na estrutura leonina. Presidente da Mesa da Assembleia Geral ?
PS Hoje surgiu um novo artigo auto-elogioso de Bruno Carvalho em plena campanha eleitoral e, para variar, a atacar o Benfica. "Conhecimento, inteligência, perspicácia, trabalho, argúcia" é como se refere ao trabalho da actual Direcção do Sporting no meio de muitos exageros e meias verdades. O que diz sobre o rival até é capaz de ser certeiro mas o exagero do que diz sobre os seus feitos no Sporting não ajuda a credibilizar o resto.
Ainda tem a lata de acabar a dizer que os clubes devem transmitir valores e ideais e falar menos e trabalhar mais - aqui concordo em absoluto com ele e por estas palavras só posso concluir que ele não se irá recandidatar ou então terá que se reinventar completamente.
«Os empresários dão cabo disto tudo porque não pensam nos interesses dos jogadores e dos clubes, mas nos seus próprios interesses.
Há um contrato que está em vigor (relativamente a Slimani) e que, em princípio, é para cumprir. Pelo que sei, está um contrato com valores mais altos em cima da mesa. Um jogador tem de cumprir o que acordou com o Clube e não pensar apenas na contrapartida financeira».
Dias Ferreira
O antigo dirigente do Sporting até tem alguma razão no que diz respeito ao desempenho de empresários no mundo do futebol, mas, na minha opinião, apontar a culpabilidade pelo estado das coisas somente a eles, é excessivamente simplista.
Os verdadeiros culpados pelo estado das coisas no futebol, seja em Portugal, na Europa, ou no Mundo, são os dirigentes dos clubes. Estes são os donos da modalidade, sem clubes não haveria futebol e todos aqueles que são eleitos tanto para a UEFA como para a FIFA, assumem a responsabilidade por mandato dos clubes, directa e indirectamente.
Também compete ao atleta saber governar a sua carreira e não permitir que um qualquer empresário se apodere do seu poder de decisão, para tudo. Penso que algumas pessoas gostariam de voltar aos tempos em que o jogador ficava "preso" a um clube para o resto da vida e com pouco ou nenhum poder sobre si próprio.
Dito isto, porque será que ficamos sempre com a ideia que o Sporting é o único clube que anda em constante estado de guerra com os empresários ?... Ou será apenas com alguns empresários que não gozam da sua simpatia ?
«Estamos à espera que o Slimani não jogue com o Benfica. O futebol português é assim. No Totobola não acerto, mas nisto sim. O problema não é o Rio Ave, nem o Tondela, nem a Académica. Os problemas são outros. E aí estes pontos podem fazer falta.
Alguém tem dúvidas de que ele não vai jogar com o Benfica ? Há quem diga que será preciso uma grande lata, mas eu não tenho dúvidas. Há pessoas que têm a mania que são sérias, mas depois... temos de lutar contra isto.
Os comentadores do Benfica e os seus dirigentes têm de parar com as canalhices que andam a dizer. O caso do Tonel é uma canalhice. Quem diz isso, é de canalha. Não preciso de conhecer o Tonel, porque mesmo que seja uma pessoa que não conheça, não faço esses juízos. A respeito desses comentadores e dirigentes, já sabia que alguns eram canalhas. Outros são parvos, outros são idiotas e outros nem digo que nome têm. Rui Gomes da Silva? É um dos canalhas de que estou a falar. Esse até disse que, se fosse presidente do Belenenses, o Tonel não voltava a jogar. Se eu mandasse, na altura, ele (Gomes da Silva) nunca teria sido ministro deste país.
O facto de o Sporting estar na liderança do campeonato é que está a preocupar muita gente. Sobretudo o Benfica. É uma leitura que está à vista. Basta ler os jornais. Sobre a troca de participações disciplinares, vejo muito barulho mas não vejo consequências. O Sporting está a ir a reboque. Se fosse eu, não ligava nenhuma ao Benfica.
Confesso que não sou grande admirador de Dias Ferreira, contudo, neste caso concreto, só posso concordar com ele, tanto no que diz respeito às declarações de Rui Gomes da Silva e de outros dirigentes do Benfica sobre Tonel, como também sobre o incómodo e preocupação que o Sporting está a causar, nomeadamente ao clube "encarnado", pela sua liderança do campeonato neste momento.
«O Paços não tem por hábito falar das arbitragens, embora reconheça que Bruno Esteves teve erros a favor e contra as duas equipas. Não foi pelo árbitro que o Sporting não ganhou.
Não aprecio que se atire areia para os olho~s e que se diga que não se fala de arbitragens e, depois, quando o resultado é desfavorável, culpa-se a arbitragem. Não aprecio esta atitude, quem gosta de futebol também não gosta de ver estes enganos e, no fim de contas, até parece que o jogo foi contra o árbitro e não contra nós. O Paços chegou a vulgarizar o Sporting em certos momentos do jogo. A nossa primeira parte foi fantástica, o Paços é que jogou, mas, pelos vistos, aconteceu só por demérito do Sporting. Na segunda etapa, como lhes competia, eles pressionaram e, depois de empatarem logo a abrir, colocaram-nos problemas, sobretudo depois de termos ficado reduzidos a dez. Começo a estar farto de certos choradinhos.»
Rui Seabra - Presidente Paços de Ferreira SAD
«É o costume, sobretudo em casa somos roubados. Têm esse descaramento. O Sporting não jogou bem a primeira parte mas deu a volta na segunda, foi superior e podia ter ganho, mas o árbitro não quis que o Sporting ganhasse. O Benfica está longe, a uma distância grande. O Sporting é prejudicado e o outro beneficiado, logo a distância vai alargando. Acho que há forças para se lutar pelo título, é o que se pretende. Se os outros não forem beneficiados e nós prejudicados, é possível. Ninguém tem ilusões em relação ao futebol português, só os ingénuos. Eu não tenho, não espero mais... Isto só pode dar mais quando o futebol português bater no fundo. Até lá, é sempre a mesma vergonha.»
Dias Ferreira - Antigo dirigente do Sporting
Alguém terá dito, algures, que "O último esforço da razão é reconhecer que existe uma infinidade de coisas que a ultrapassam."
Preparava-me para comentar um artigo de Daniel Oliveira no "Record" e o apreço ao mesmo por Dias Ferreira - «Bruma tem direito à presença do advogado» - quando deparei com uma adicional explicação do analista político que me poupou o trabalho:
«Fora dos termos políticos. Dias Ferreira diz que discorda de mim, por eu ter defendido que Bruma não tem o direito a ser acompanhado pelo seu advogado em reuniões com o Sporting. Estranho a crítica, já que, no meu texto do Record de hoje apenas defendi que o Sporting tem o direito a reunir com Bruma, sem ter de negociar com o jogador que ainda tem um ano de contrato com o clube apenas por intermédio do seu advogado. Ou seja, apenas defendi a presença física de Bruma nestas negociações e critiquei o que me parece ser um "sequestro emocional" de um jovem de 18 anos por parte do seu advogado. O que, obviamente, não impede, como o Sporting nunca quis impedir, que o dito advogado esteja presente nas reuniões e aconselhe o seu cliente. Não costumo ser confuso no que escrevo, nem desprezar o direito de qualquer trabalhador a ter apoio jurídico de um advogado.»
Bem, não costuma ser confuso mas foi, já que eu tirei a mesma ilação de Dias Ferreira e, por isso, me preparava para comentar o seu artigo. Daniel Oliveira recupera algum "terreno perdido" com esta adicional explanação, mas ele afirmou, de facto, que o Sporting tinha pleno direito de reunir a sós com um seu jogador sob contrato. O que até está certo, o Sporting tem esse direito, mas em negociações laborais, o seu atleta tem mesmo o direito de ser representado pelo seu advogado. Um pouco de semântica no subsequente discurso de Daniel Oliveira. Além do mais, ele não sabe, concretamente, como nós não sabemos, quais as verdadeiras intenções tanto do Sporting como dos representantes de Bruma.
Para evitar comentários despropositados, devo esclarecer que este meu texto não visa defender ou incriminar qualquer uma das partes, mas sim de sublinhar o direito de ser representado, em contexto.
A votoção para a presidência do Sporting já terminou e este apontamento é, de certo modo, anticlimático, no entanto merece comentário. Dias Ferreira, antigo dirigente leonino e candidato nas eleições de 2011, declarou à beira das urnas que ainda não está esclarecido em relação aos candidatos: «Essencialmente queria que as pessoas pensassem se a solução está ou não na SAD e que o afirmassem claramente. Dois disseram que não era a solução, um disse que sim mas não o disse claramente. Não me identifico com nenhuma lista. Votei, não digo se foi ou não no José Couceiro, mas digo que só decidi hoje.»
Dá para pensar que estas suas considerações se devem, em parte, à sua já conhecida ambiguidade de raciocínio e discurso e, igualmente, a alguma influência do velho ego, pelo seu maior desejo, e contrariedade, em ser novamente candidato. Sabemos que Dias Ferreira é apologista, há muito, de investimento substancial na SAD e que a perda da maioria de capital pelo Sporting não o preocupa. Disposições semelhantes às de José Couceiro. Ele também sabe, muitíssimo bem, que o candidato da lista C foi o único que apresentou um plano específico para o futebol e se não divulgou os investidores que tem na «manga», é muito porque a difícil situação do Sporting não o permite, sem primeiro assumir a função e começar a implementar a nova estruturação. Não tenho dúvidas que votou em José Couceiro, mas não resistiu dar uma «bicada».
Ontem foi Dias Ferreira com entrevistas, comunicados e, a finalizar o dia, com a sua indecorosa contribuição como comentador no programa desportivo da SIC. Hoje, foi a vez de Pedro Baltazar, que sentiu a necessidade de emitir um extenso comunicado, quase como se o nascer do sol, amanhã, dependesse da sua pessoa. Este quadrante do universo sportinguista é uma tragédia cómica, em que os protagonistas levam-se a sério de mais face à sua insignificância, e contribuem, incessantemente, para denegrir a imagem do Sporting.
Tanto a um como a outro bastaria, se tanto, declarar que entenderam não se candidatarem. Nada mais, nada menos, e a vida continua o seu curso. Mas não, os egos não permitem essa simplicidade de acção, requerem serem bem massajados com adornos florais que lhes permitem clamar, falsamente, que estavam disponíveis e fizeram o seu melhor, mas por múltiplos factores alheios às suas pessoas foram impedidos de avançar com candidaturas. Disse Pedro Baltazar: «neste momento não haverá espaço para liderar uma candidatura ganhadora.» A pergunta que me surge, prontamente: qual é o significado de não haver «espaço»?... Ilude-me completamente. De seguida, a inevitável massagem ao ego: «recebi várias e intensas manifestações de apoio e pedidos para me candidatar». Por fim, ilucidou o Mundo quanto à situação financeira «negra» do Sporting. Grande novidade, de facto. Deixa a ideia de que ele e Dias Ferreira recorreram ao mesmo dicionário de adjectivos. E assim anda o universo sportinguista, sem fim à vista, e nem dá para pensar no muito que se vai ouvir entre 22 de Fevereiro e 23 de Março.
«Um cenário negro apresentado por aqueles que, ao fim e ao cabo, são os responsáveis da situação a que se chegou. Tal cenário, ou é verdadeiro, e a situação é bem pior que se podia imaginar; ou é solucionável, destinando-se a pintura negra dos 25, 40 ou até mesmo 60 milhões de euros apenas a afastar os candidatos que não sejam do agrado do BES, designadamente o Dr. José Maria Ricciardi. Por mim, não quero e não posso assumir essa responsabilidade, e por isso, no próximo 21 não apresentarei, nem integrarei qualquer candidatura.»
- Dias Ferreira -
Observação: Não deixa de ser «fascinante» verificar a forma como estes homens - Dias Ferreira e Pedro Baltazar - se manifestam para disfarçar a realidade das suas frágeis posições para assumirem uma candidatura credível. Mas é supresa para alguém que a actual situação financeira do Sporting é negra e que vão ser necessários entre 25 a 30 milhões de euros só para acabar a época?... Há algo inédito na posição do BES ou qualquer outro banco em querer defender os seus interesses?... As contas estão à disposição dos potenciais candidatos, portanto, onde reside o mistério?
Seria mais honesto da sua parte simplesmente admitir que não tem uma base de apoio forte suficiente para avançar com uma candidatura e que os recursos ao alcance são insuficientes para a resolução dos problemas do Sporting. O que é que o levou a pensar que a sua recém-passagem por Dubai - se é que foi isso que lá o levou - iria garantir o investimento que até agora tem iludido os responsáveis oficiais do Sporting, pela situação em que o Clube se encontra? Tanto alarido por tão pouco. Não têm condições, não se candidatam, nada mais é necessário ou desejado.
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